Torre e Casa de Gomariz

IPA.00001134
Portugal, Braga, Vila Verde, Cervães
 
Arquitectura residencial, medieval e barroca. Solar de planta rectangular integrado na tipologia da chamada casa - torre, com torre quinhentista e ala residencial adossada setecentista. Integra capela barroca junto ao muro da propriedade. A torre constitui um testemunho imparcial, a um tempo do aproveitamento civil da arquitectura militar a partir dos finais da Idade Média, e também do processo evolutivo da estruturação da casa nobre rural minhota. A ala residencial caracteriza-se pela simplicidade de linhas em relação à torre.
Número IPA Antigo: PT010313090025
 
Registo visualizado 913 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial  Casa nobre  Casa nobre  Tipo torre

Descrição

Edifício composto por torre e casa, formando uma única unidade. A torre de planta quadrangular, tem 4 pisos e é rematada por 4 balcões de ângulo, apenas decorativos e com mata-cães. Da cornija, ornamentada por um friso ondeado, saem gárgulas, umas zoomórficas e outras em forma de canhão, tendo um pequeno troço coroado por merlões piramidais. No piso térreo abre-se uma porta rectangular, um pouco mais larga que as quatro janelas de sacada que rasgam os dois pisos seguintes. No último andar a iluminaçao era feita através de 4 janelas de 2 lumes, separadas por colunelos sem base nem capitel tendo, no interior, bancos de pedra, ligeiramente trabalhados nos lados. A fachada principal, orientada a NO., tem ladeando a janela do 3º piso duas pedras de armas com elmo e largo paquife sobre inscrições. A ala residencial desenvolvida à direita, tem planta rectangular, de dois pisos e pilastras nos cunhais. Uma larga escadaria de pedra dá acesso a uma ampla varanda ao nível do segundo piso e que se desenvolve sobre o corpo do 1º sensivelmente avançado. A escadaria forma um passadiço que dá acesso a uma entrada para o piso térreo. No 2º piso abrem-se 3 portas simples de forma rectangular com molduras em cantaria de granito. A fachada lateral a SO., de menor dimensão, tem apenas uma janela de forma rectangular no primeiro andar. A fachada posterior tem 3 janelas idênticas às anteriores também ao nível do andar. O interior está devoluto e muito arruinado. O muro da quinta tem portão de entrada rectangular com cornija rematada por duas bolas sobre plinto, no meio das quais se encontra um escudo. Ligada ao portão, com a fachada virada para a rua, está uma capela, de planta rectangular, volume único e cobertura em telhados de duas águas. A fachada principal termina em empena triangular apoiada em duas pilastras rematados por coruchéus. Porta rectangular encimada por frontão de volutas interrompido, sobrepujado por pequeno nicho vazio. Sobre o telhado, pequena sineira no lado direito. Do lado esquerdo adossa-se-lhe pequena construção e do lado direito telheiro.

Acessos

Cervães, Lugar do Castelo; EM 541-3; Avenida Sobral Castelo

Protecção

Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público, Portaria n.º 235/2019, DR, 2.ª série, n.º 70/2019 de 09 abril 2019

Enquadramento

Rural. No vale do Rio Cávado, em local praticamente plano. Em local isolado, integrada em propriedade rural murada, junto à estrada, dominada pela cultura da vinha.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: casa nobre

Utilização Actual

Comercial e turística: hotel

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Época Construção

Séc. 16 (conjetural) / 21

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

1296 - A quinta foi adquirida pelo Abade de Cervães e contador de D. Dinis, cónego Estevão Durão Esteves; 1374 - o Cabido, então administrador da quinta, emprazou-a a Diogo Gonçalves Cerqueira; 1444 / 1476 - renovação do prazo; 1509 - conclusão da nova casa; 1531 - o prazo foi reformado a favor de Constança Soares, viúva de Pedro da Cunha, da Casa de Taboa, a quem geralmente é atribuída a reedificação da torre, por nela figurarem as armas dos Cunhas; 1913 - foi adquirida pelo pai do actual proprietário a D. Ana Rita Gouveia Valadares; 1986, 20 agosto - deliberação municipal no sentido de propor ao IPPC a classificação como MN; 1988, 15 novembro - proposta de classificação da CM de Vila Verde; 1990, 10 abril - proposta de abertura do IPPC Norte; 20 julho - despacho de abertura do Presidente do IPPC; 1997, 19 março - despacho de confirmação da abertura do Vice-Presidente do IPPAR; séc. 21 - adaptação do imóvel a hotel, com projeto dos arquitetos Paulo Braga e Cristina Amaral e com o design de interiores da responsabilidade do Atelier Nini Andrade e Silva; 2012, 31 dezembro - publicação em DR, 2ª série, nº 252 do anúncio n.º 13823/2012, relativo ao arquivamento do procedimento de classificação por haver deficiências de instrução insanáveis em tempo útil; 2013, 23 abril - publicação em DR, 2ª série, nº 79 do anúncio n.º 151/2013, relativo à abertura do procedimento de classificação; 2018, 05 junho - publicação do projeto de decisão relativo à classificação como Monumento de Interesse Público da Torre e Casa de Gomariz, em Anúncio n.º 86/2018, DR, 2.ª série, n.º 107/2018.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura da torre em cantaria de granito e da casa em alvenaria de pedra, rebocada e pintada, com molduras dos vãos em cantaria; da cobertura só já existe parte do telhado no topo do edifício a sudoeste, mas seria de três águas.

Bibliografia

ABREU, Leonídio de (coord.), História, Arte e Paisagens do Distrito de Braga, O Concelho de Vila Verde, Braga, 1963; ALMEIDA, José António Ferreira de, Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1976; AZEVEDO, Carlos de, Solares Portugueses, Lisboa, 1969; AZEVEDO, Correia de, Monografia do Concelho de Vila Verde, 1958; MACHADO, José, Palácios Castelos e Solares de Portugal. A Torre de Gomariz, Ilustração Portuguesa, Lisboa, 2ª série, 1, 1906; SILVA, Domingos M. da, As Terras de Vila Verde do Minho no Dicionário Geográfico do Reino de Portugal até 1758, Vila Verde, 1958; SOUSA, J. J. Rigaud, Casas - Torre ainda Existentes Arredores de Braga, O Distrito de Braga, 2ª série, III, 1978; PINHO, Leal, Portugal Antigo e Moderno, vol. 12, Lisboa, 1873 - 1890; VIEIRA, J. Augusto, Minho Pitoresco, vol. 2, Lisboa, 1886; Processo de Classificação, Câmara Municipal de Vila Verde 1986

Documentação Gráfica

DGPC: DGEMN:DSID

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN:DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Proprietário: séc. 21 - obras de reabilitação do imóvel e respetiva adaptação a hotel.

Observações

A torre, embora remonte aos finais do séc. 13, tal como chegou até nós revela a reedificaçao do início do séc. 16.

Autor e Data

João Santos 1996

Actualização

 
 
 
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