Convento de São Domingos

IPA.00011332
Moçambique, Nampula, Ilha Moçambique (M), Ilha Moçambique (M)
 
Arquitectura religiosa, seiscentista e oitocentista. Convento dominicano construído no séc. 17, com planta rectangular composta por igreja disposta à direita e zona conventual à esquerda, completamente alterado pelas vicissitudes históricas, já que a igreja foi reconstruída na segunda metade do séc. 19 e o convento foi alterado para instalação de vários serviços públicos a partir de finais do séc. 18, sendo a mais marcante a adaptação a tribunal.
Número IPA Antigo: MZ910703000001
 
Registo visualizado 98 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Convento masculino  Ordem de São Domingos - Dominicanos

Descrição

Planta rectangular irregular, composta pela igreja retangular e por corpo do antigo convento, disposto à esquerda e com claustro central. Volumes articulados com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas. Fachada principal virada a NO., com igreja terminada em empena, formando ligeira curva, coroada por cruz latina sobre acrotério, e com falsas pilastras de argamassa nos cunhais, coroadas por pináculos piramidais; é rasgada por portal em arco de volta perfeita, com fecho relevado, e dois vãos de verga abatida, moldurados. A antiga fachada do convento apresenta actualmente dois pisos, rebocados e pintados de amarelo; terminada em platibanda plena, decorada com falsos acrotérios equidistantes e alteada ao centro, onde tem arco abatido, encimando a inscrição relevada TRIBUNAL. Ao centro possui corpo rectangular avançado, com escadaria de acesso ao segundo piso, de três laços, o inferior comum e formando leque, com guarda em balaustrada, com pináculos no arranque e nos ângulos, os primeiros sustentando pináculos e os segundos bolas. No primeiro piso, esse corpo é marcado por sulcos horizontais imitando cantaria em silharia fendida e no segundo apresenta pala em U invertido, sustentada por colunas sobre os acrotérios integrados na balaustrada, protegendo os quatro portais rectilíneos rasgados. Ladeando este corpo alpendrado, abrem-se, ao nível do segundo piso, uma janela de verga recta, com peitoril de cantaria, encimada por cornija recta sobre falsas mísulas; à direita, sob a janela, existe amplo vão em arco de volta perfeita. Claustro de dois pisos separados por cornija, abrindo-se no primeiro arcos de volta perfeita sobre pilares, fechados por balaustrada de cantaria, e no segundo janelas rectilíneas inseridas em arcos de volta perfeita, em alvenaria; sobre pilastras. No centro da quadra existe poço, com boca circular.

Acessos

Ilha de Moçambique. WGS84: 15º02'S, 40º43'E

Protecção

Incluído na Ilha de Moçambique (v. MZ910703000011)

Enquadramento

Urbano, isolado. Inserido num quarteirão, recuado relativamente a uma das vias estruturantes do bairro, possuindo frontalmente amplo terreiro.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: convento masculino

Utilização Actual

Judicial: tribunal

Propriedade

Afectação

Época Construção

Séc. 17 / 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1577 / 1579 - construção do convento e respectiva igreja por iniciativa do vice-rei D. Luís de Ataíde; o convento servia de asilo aos padres dominicanos que vinham de Goa para África; 1607 - destruição do convento pelos holandeses durante o cerco à ilha; 1617, 25 Março - carta régia mandando reconstruir o convento; 1635 - segundo António Bocarro, o convento tinha cinco ou seis religiosos da ordem, sustentados pela fazenda do rei; 1662 - conclusão das obras do convento; 1766 - dada a inexistência de estabelecimentos de ensino na ilha após a expulsão dos jesuítas, em 1759, Baltazar Manuel Pereira do Lago, Governador e capitão-general de Moçambique (1765-1779) cria no convento de São Domingos uma escola pública de primeiras letras e uma escola de doutrina cristã para os escravos, com professor de línguas locais; 1795 - ocupação da cerca pela Câmara; 1799 - começa a funcionar nos espaços conventuais a primeira escola pública; 1821 - ocupação do convento; 1826 - metade da zona conventual passa a servir de caserna; 1840 - instalação no convento da primeira fábrica de tecelagem de algodão de Moçambique; 1852 ou 1858 - destruição da igreja por se encontrar em ruínas, a maior da ilha depois da matriz; 1855 / 1875, entre - funciona como Asilo da Infância Desvalida; 1858 - ocupação da zona conventual pelo tribunal e outras repartições públicas; 1935 - obras de enobrecimento da fachada; 1960, década - servia de instalações ao tribunal, segundo piso, e a departamentos das Obras Públicas, no piso térreo; 1983 - ainda albergava o tribunal; 1991 - classificação da ilha de Moçambique como Património Mundial pela UNESCO.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura rebocada e pintada; elementos em argamassa; portas e caixilharia de madeira; balaustrada e outros elementos em cantaria; cobertura de telha.

Bibliografia

CID, Isabel, O livro das plantas de todas as fortalezas, cidades e povoações do estado da Índia oriental de António Bocarro, Lisboa, Imprensa Nacional Casa da Moeda, 1992; DIAS, Pedro, História da Arte Portuguesa no Mundo. Espaço do Índico, Lisboa, 1998, pp. 356-380; IDEM, Arte de Portugal no Mundo. África Oriental e Golfo Pérsico, Lisboa, Público - Comunicação Social, S.A., 2008; Ilha de Moçambique em perigo de desaparecimento. Uma perspectiva histórica, um olhar para o futuro, Lisboa, 1983; LOBATO, Alexandre, Ilha de Moçambique. Panorama Histórico, Lisboa, 1967; RAU, Virgínia, Aspectos étnico-culturais da Ilha de Moçambique em 1822, Lisboa, 1963; http://www.fcsh.unl.pt/cham/eve//content.php, Abril 2011.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

EM ESTUDO

Autor e Data

Sofia Diniz 2002

Actualização

Manuel Freitas (Contribuinte externo) 2011
 
 
 
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