Cine-Teatro Paraíso

IPA.00011324
Portugal, Santarém, Tomar, União das freguesias de Tomar (São João Baptista) e Santa Maria dos Olivais
 
Teatro construído no início do séc. 20, sobre um antigo teatro do séc. 19transformada algumas décadas mais tarde em cineteatro, integrado por Susana Silva na categoria C (SILVA, pp. 198). É uma sala de espetáculos de cena contraposta e sala de planta em "U" com uma lotação de 392 lugares distribuídos por plateia, 1º e 2º balcões e camarotes de 1ª e 2ª ordem; palco com pendente, com 8,60 de largura por 6,60 m de profundidade; dispõe de proscénico e fosso de orquestra; caixa de palco dotada de um sub-palco com quarteladas, duas ordens de varandas e teia.
Número IPA Antigo: PT031418120049
 
Registo visualizado 64 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Cultural e recreativo  Casa de espetáculos  Cine-teatro  

Descrição

Planta irregular, composta por vários polígonos adossados, conformando-se ao traçado viário, de volumes articulados com coberturas diferenciadas em telhados de cinco águas e em terraço. Fachadas rebocadas e pintadas de bege, percorridas por socos de cantaria. Fachada principal virada a nordeste, rematada em empena curva, com molduras múltiplas interrompidas por lira, sendo rasgada pelo portal principal, de verga reta e moldura saliente, protegido pela sacada da janela que o encima, retilínea, assente em quatro modilhões, com guarda vazada por cinco cruzes inscritas em círculos, tendo dois maciços salientes laterais; para esta, abre porta-janela, retilínea, encimada por janela semicircular, tendo ambas moldura única, recortada por falsos dentículos, com os vazios marcados por glifos pintados de branco. Fachada lateral esquerda marcada por quatro panos, de cérceas distintas e rematados em platibanda. No extremo esquerdo, pequeno pano, de um único piso, onde se rasga porta e coroado por platibanda plena; sucede-se um pano correspondente ao espaço de uma loja, rasgado por porta e vitrina, encimado por platibanda vazada por cruzes inscritas em círculos; sobre este, é visível o pano recuado da sala de espetáculos, com janelas retilíneas. No pano imediato, portal de verga reta, encimado por falso tímpano em negativo, onde se inscreve pequeno frontão triangular, encimado por janela de varandim retilínea, com guarda vazada por cruzes inscritas em círculos, encimada por janela de volta perfeita; é ladeado por duas ordens de janelas retilíneas de cada lado, em negativo, sendo os panos que formam falsas molduras. No pano extremo direito, duas janelas em cada piso, as superiores de varandim, com cruzes inscritas. Fachada lateral direita com três panos, o do lado esquerdo com duas ordens de janelas retilíneas de cada lado, em negativo, sendo os panos que formam falsas molduras, as superiores com varandins formados por cruzes inscritas. Sucede-se um pano de um único piso, com janela e porta retilínea, encimados por platibanda vazada; sobre este, o pano da sala com janelas retilíneas. O pano do extremo direito é semelhante ao terceiro pano da fachada oposta. Fachada posterior marcada por várias janelas retilíneas e pela escada exterior de emergência. INTERIOR com acesso por átrio, com duas bilheteiras de atendimento pelo interior, e deste ao vestíbulo de onde partem corredores que circundam a sala e duas escadas divergentes e simétricas, de dois lanços, de acesso ao foyer do Primeiro Balcão. A norte da sala, no piso térreo, fica o foyer da Plateia a que se sobrepõe o Salão Nobre. O Segundo Balcão é apenas servido por corredores laterais, sendo o acesso realizado por escada secundária. O espaço cénico é constituído por dois espaços independentes, ligados pela boca de cena de forma retangular, sendo a relação do palco com a sala de cena contraposta. A sala, de planta em "U", mostra um espaço unificado constituído por ampla plateia (112 lugares), com pendente, a que se sobrepõem, escalonados, o Primeiro (70 lugares) e o Segundo Balcões (154 lugares), prolongando-se lateralmente em camarotes de 1ª e 2ª ordens (respetivamente, com 24 e 32 lugares). Uma Frisa e um Camarote, de cada lado da boca do palco, encimados por baixos relevos escultóricos, em gesso, representando o Teatro e a Dança. As cadeiras são fixas, forradas de tecido vermelho; a régie situa-se no Segundo Balcão. Palco com pendente, com 8,60 de largura por 6,60 m de profundidade, com coxias laterais e de fundo e paredes de cor preta; dispõe de proscénio e fosso de orquestra para 20 músicos; tem um sub-palco de estrutura fixa contando com quarteladas; a caixa de palco apresenta duas ordens de varandas laterais e de fundo, em metal, e teia, combinando gradil de ferro e perfis metálicos, a 15 m de altura. O acesso às varandas e à teia faz-se através dos camarins situados por trás do palco, em 3 pisos, com escada situada no topo do mesmo, a sudoeste. Acesso de carga ao palco realiza-se directamente do exterior.

Acessos

Tomar, Rua da Infantaria Número 15, n.º 31; Rua do Teatro. WGS84 (graus decimais): lat.: 39,602362; long.: -8,414815

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, parcialmente adossado, implantado em pleno Núcleo Urbano da cidade de Tomar (v. IPA.00006271), integrado na malha urbana, no extremo nordeste dum amplo quarteirão irregular, em gaveto e encontra-se adossado a edifícios ou logradouros. Nas imediações, surgem vários edifícios de interesse como sejam o Edifício da Misericórdia (v. IPA.00006420), a Casa dos Tectos (v. IPA.00026379), o Posto de Turismo de Tomar (v. IPA.00003385) e a Casa de Quental (v. IPA.00024312).

Descrição Complementar

Equipamento cénico: 18 varas manuais simples e duplas, 12 varas contrapesadas, 5 varas motorizadas de botoneiras. Tem linóleo para dança e ciclorama.

Utilização Inicial

Cultural e recreativa: cine-teatro

Utilização Actual

Cultural e recreativa: cine-teatro

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETOS: Camilo Korrodi (1948); Carlos Neves (1944); Deolindo Vieira (1920); Francisco da Silva Granja (1944); Francisco de Assis (1945). ESCULTORA: Amália Fuller.

Cronologia

1855 - construção do Teatro Nabantino no local, onde se erguera o Palácio do Duque de Aveiro, D. Luís de Lencastre, construído em 1560 (VELOSO, 37); tinha 30 camarotes de 1.ª e 2.ª ordem, 12 frisas e 126 lugares de plateia; 1890, 20 novembro - a direção do teatro emite um empréstimo de obrigações para consertos e obras necessárias à segurança do edifício, bem como a compra de adereços de cena (ROSA, III, 305); 1918 - subscrição de 4000 ações, a 5$00 cada, para a construção do novo teatro; 21 novembro - inauguração do teatro (ROSA, IX, 455) 1919, 16 janeiro - data de constituição da empresa Fonseca, Soares e Companhia (ORNELAS: 66) e compra do teatro Nabantino, visando a sua modernização (ROSA, IX, 460); 1920 - demolição do velho teatro e projeto do novo edifício, como Teatro Paraíso, pelo arquiteto Deolindo Vieira; o projeto (planta geral, alçado da fachada principal e corte) surge publicado na revista Arquitetura Portuguesa (FERNANDES,); 1923 - 1924 - construção do edifício; 1924, 24 março - inauguração do teatro; 1944 - obras de remodelação do balcão e da geral, assentes numa nova colunata; construção da cabine de projeção; estas obras resultam de um projeto dos arquitetos Francisco da Silva Granja e Carlos Neves (ORNELAS, 227); 1945, agosto - ampliação da plateia e criação das frisas, para o que foi necessário demolir o átrio e os corredores de distribuição, que passaram a ter saída diretas para o exterior, conforme projeto de Francisco de Assis (ORNELAS, 227-228); 1947 - obras de beneficiação pelo arquiteto Camilo Korrodi, no âmbito da implementação de novas regras anti-incêndio (ORNELAS, 228), com a construção de um salão de festas e um bar; 18 dezembro - inauguração do edifício; 1991, 31 julho - o cineteatro encerra a sua atividade de sala de cinema, abrindo a partir daí apenas para a realização ocasional de espetáculos de teatro; 1997, fevereiro - a Câmara delibera a aquisição do edifício pela importância de 65.000 contos; 1998, 04 janeiro - derrube parcial do telhado, entre a fachada principal e o primeiro e o segundo balcões; 1999, janeiro - projeto de remodelação da autoria do Gabinete Técnico Local de Tomar, visando a sua conservação e refazendo o corpo dos camarins (ORNELAS, 228); 2001, agosto - início das obras restauro; 2002, 14 agosto - inauguração do edifício, após obras profundas de requalificação.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria de tijolo, blocos de fibrocimento e betão armado; fachada principal com embasamento soco de cantaria de calcário bojardada; paredes rebocadas e pintadas a tinta plástica de cor amarela e branca; caixilharias de madeira pintada a branco cor bordeaux; o interior apresenta-se com revestimentos de pedras mármores branco estatuária e azulino de Cascais nos pavimentos e lambris da entrada, circulações e foyers, na plateia; o pavimento é revestido a alcatifa, paredes estucadas e pintadas a tinta de estuque cor bege; guarnição dos vãos interiores de madeira pintada e envernizada á cor natural, as guardas dos balcões e camarotes são de alvenaria e estucadas com capeamento e corrimão de madeira de pinho envernizada á cor natural; tetos de estuque liso.

Bibliografia

FERNANDES, José Manuel - Cinemas de Portugal. Lisboa: INAPA, 1995; FERREIRA, António Fonseca (coord.) - Cine-Teatros - Valorização Cultural, Reabilitação do Património. Lisboa: Comissão de Coordenação da Região de Lisboa e Vale do Tejo, 2002; ORNELAS, Cilísia - Recuperação de Cine-teatros Modernos Portugueses. Porto: s.n., 2006. Texto policopiado. Dissertação de mestrado apresentada à Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto; ROSA, Alberto de Sousa Amorim - Anais do Município de Tomar… Tomar: Câmara Municipal, 1967, 1974, vols. III e IX; SILVA, Susana Constantino Peixoto - Arquitectura de cine-teatros: evolução e registo (1927-1959). Equipamentos de cultura e lazer em Portugal no Estado Novo. Coimbra: Almedina e CES, 2010; VELOSO, Carlos - Urbanismo e Arquitectura Civil de Tomar na época da expansão num perspectiva turístico-cultural. Tomar: s.n., 1998. Texto policopiado.

Documentação Gráfica

CMTomar

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN:DSID, SIPA; IPAE

Documentação Administrativa

CMTomar

Intervenção Realizada

2001 - obras de recuperação cofinanciados no âmbito do PROSIURB e do PORLVT - Medida 1.5: Acções Específicas de Valorização Territorial.

Observações

Autor e Data

Isabel Mendonça 2002

Actualização

 
 
 
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