Casa da Cultura Monsenhor Paulo Florêncio da Silveira Camargo

IPA.00011065
Brasil, São Paulo, São Paulo, Santana Parnaíba
 
Casa tradicional do estado de São Paulo no séc. 18, de planta retangular e distribuição simples, com o pavimento térreo originariamente dedicado ao comércio. Estrutura de taipa e pilão, com telhas de capa e canal, portas e janelas que, pela sua repetição, animam a fachada; portas altas de bandeira ornamentada, e janelas com balcão em treliças, também em madeira. O beiral avançado relativamente ao corpo do imóvel, sustentado por cachorros e forrado com madeira é uma elemento tipológico que marca este tipo de construções paulistas; este elemento facilitava a ventilação das casas e protegia as entradas da chuva. A ornamentação das bandeiras das portas aparece como um elemento distintivo desta casa.
Número IPA Antigo: BR922505350007
 
Registo visualizado 116 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial unifamiliar  Casa    

Descrição

Planta retangular, com volume de dois pisos e duas frentes, de cobertura diferenciada de duas águas. Fachada principal a O. animada pelo módulo porta / janela, composto de 4 janelas e 4 portas, estas de verga arqueada, tendo, duas delas, uma bandeira de madeira ornamentada com um disco perfurado, inscrito num friso simétrico com a curvatura da verga. No andar superior as janelas, que estão no alinhamento das portas do piso inferior, são todas de de sacada com balcão e guarda corpo em madeira com treliças. O beiral está destacado em relação ao corpo do edifício, forrado de tábua larga no interior. Na fachada lateral o modelo repete-se, existindo apenas duas portas e uma janela no piso térreo, e três no andar superior. A fachada posterior é muito mais simples, tendo duas portas no piso térreo e uma pequena varanda no superior. O acesso é feito pela fachada que dá para o Lg. da Matriz. INTERIOR constituído por um corredor que desemboca na fachada posterior, para o jardim; daqui se faz a distribuição para três compartimentos, e de onde parte uma escada em madeira que acede ao piso superior. O segundo pavimento é composto de quatro divisões, sendo que três têm acesso apenas por um, que serve hoje de sala de espera para os restantes. O pavimento no piso inferior é de cimento misturado com pigmento, o que lhe dá uma cor avermelhada, e no piso superior é de soalho. Todas as portas e ombreiras, assim como o tecto, são também em madeira pintada. Nas traseiras há um pequeno jardim que é comum ao Museu Casa do Anhanguera.

Acessos

Largo da Matriz n.º 19 - 25

Protecção

Tombamento Federal - IPHAN, de 02 dezembro 1958 / Tombamento pelo CONDEPHAAT, de 13 outubro 1980

Enquadramento

Urbano. Com o Museu Casa do Anhanguera (v. BR000102010003), ao qual está adossado, forma a frente urbana mais antiga de todo o centro histórico. Edifício de gaveto, em acentuado declive, marca a passagem da R. André Fernandes com o Lg. da Matriz, tendo por isso uma implantação privilegiada e dominadora da envolvente, que fica parcialmente quartada pela elevada plataforma da Igreja Matriz (v. BR000102010002). As restantes frentes urbanas são constituídas por edifícios de serviços camarários e pela Polícia.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: casa

Utilização Actual

Política e administrativa: departamento municipal

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc. 18 - construção; 1894 - 1897 - a empresa Carvalho, Filho, Campos e Companhia compra a casa a João de Deus da Silva Serra; 1907 - João Sengantini adquire-a a Carvalho, Filho, Campos e Companhia; 1954 - casa foi deixada em testamento por D. Martina Ceccon Segantini a sua filha, Cesira Ceccon Perin; 1958 - classificação pelo SPHAN; 1974 - Cesira Perin vende a casa à empresa Redes Momoi Brasil - Indústria e Comércio Lda.; 1975 - projecto para revitalização do casarão pelo Arquitecto Benedito Lima Toledo; 1995 - realizada uma permuta entre a Prefeitura Municipal e as Redes Momoi Brasil, permitindo que a Prefeitura ficasse proprietária do imóvel; 1996 - Secretaria da Cultura e Turismo queixa-se ao CONDEPHAAT sobre o mau estado de conservação do edifício.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Taipa de pilão, madeira exóticas, telha

Bibliografia

Polyanthea em Homenagem ao Tricentenário da criação do Município de Parnahyba, 14 de Novembro 1625/14 de Novembro de 1925, São Paulo, 1925; CAMARGO, Paulo Florêncio da Silveira, Notas para a História de Parnahyba, São Paulo, 1935; Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, vol. XXX, Rio de Janeiro, 1958; TORRES, Maria Celestina Teixeira Mendes, "Manuel Fernandes Ramos. Um vereador sertanista. Aspectos da vida municipal de São Paulo no século XVI" in Revista do Arquivo Municipal, n.º 179, São Paulo, 1969, pp. 113-118; CAMARGO, Paulo Florêncio da Silveira, História de Santana de Parnaíba, São Paulo, 1971; CASAL, Aires, "Província de São Paulo" in Corografia Brasílica ou Relação Histórico Geográfica do Reino do Brasil, São Paulo, 1976; KATINSKY, Júlio Roberto, Casas Bandeiristas. Nascimento e Reconhecimento da Arte em São Paulo, São Paulo, 1976; Apontamentos históricos, geográficos, biográficos, estatísticos e noticiosos, ed. Manuel Eufrásio de Azevedo Marques, 1980, vol. 2, pp. 146-147; Santana de Parnaíba: Memória e Cotidiano. Relatório de Pesquisa do CONDEPHAAT, coord. José Guilherme Cantor Magnani, 1984; "A chegada da Light" in História e Energia, n.º 1, Maio 1986, pp. 57-61; LEMOS, Carlos, Casa Paulista. História das moradias anteriores ao ecletismo trazido pelo café, São Paulo, s.d.; MARQUES, M. E. de Azevedo, Província de São Paulo, pp. 146-147; MORGADO, Naira Iracema Monteiro, O Espaço e a Memória: Santana de Parnaíba, dissertação de mestrado apresentada do Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1987; Municípios e Distritos do Estado de São Paulo, São Paulo, 1995; Parnaíba. Contribuição para o estudo de sua formação socio-historica, s.d.; SAIA, Luís, A Moradia Paulista, São Paulo, 1995; Património Cultural Paulista, CONDEPHAAT, Bens tombados 1968-1998, São Paulo, 1998; Santana de Parnaíba. Revitalização do Centro Histórico, processo de tombamento, s.d.;

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID: CONDEPHAAT; Oficina-escola;

Documentação Administrativa

CONDEPHAAT

Intervenção Realizada

IBPC - 1995: arranjo do telhado devido a problemas de infiltrações;

Observações

Este sobrado teria sido inicialmente a continuação da casa térrea que é hoje o Museu Casa do Anhanguera, tendo sido parcialmente construído sobre as paredes da casa primitiva seiscentista. Casarão também terá tido a designação de Sobrado da Marquesa de Santos, pois teria sido este o local onde teriam tido lugar os encontros amoroso entre o Imperador D. Pedro I e a Marquesa de Santos. CONDEPHAAT (Conselho de Defesa do Património Hiatórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado).

Autor e Data

Sofia Diniz 2002

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login