Igreja Paroquial de Santana de Parnaíba

IPA.00011063
Brasil, São Paulo, São Paulo, Santana Parnaíba
 
Igreja paroquial tardo-barroca de planta retnagular de uma só nave e capela-mor rectangular. Fachada principal marcada pela torre sineira e pelos acentuado frontões. Coexistência de elementos barrocos, em particular no retábulo do altar-mor, no arco triunfal, e no púlpito, com elementos decorativos mais simples e sóbrios, que se notam no resto do edifício. A existência de vários tipos de madeira na região permitiu uma utilização rica e variada desse material, criando padrões e variações cromáticas assinaláveis, como aquele que foi feito no pavimento, onde se conjugam tonalidades e texturas.
Número IPA Antigo: BR922505350005
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta retangular composta por nave única e cabeceira rectangular. Volumes simples dispostos horizontalmente, de cobertura diferenciada, de duas águas na nave principal e de três na cabeçeira. Fachada principal orientada a N. marcada, a nascente, por torre sineira. A fachada desenvolve-se em 3 níveis, sendo o térreo marcado pela porta principal, de verga curva, encimada por frontão, e por duas janelas de peito, que a ladeiam, também elas de verga curva. Por cima da porta principal encontra-se a inscrição "GLORIOSA SANTANA". Todos os panos são separados por pilastras, e os registos definidos por cimalha com beiral. O 2º piso é definido por 3 janelas no pano central, e por uma apenas nos restantes panos. Todas elas são de peito, de verga curva e encimadas por frontão curvo, sendo a definidora do eixo sobrepujada por motivo vegetalista. A fachada é definida superiormente por frontão em chaveta, aberto apenas por um pequeno óculo. O pano lateral, a poente, termina da mesma forma. A nascente desenvolve a torre sineira de secção quadrada, com pequeno varandim e cobertura em coruchéu. Alçados laterais animados, no corpo central, por duas portas e janelas no piso térreo e por janelas curvas no superior, na cabeceira, por janelas em ambos os registos. A fachada posterior é igualmente marcada por janelas e por um óculo polilobado. INTERIOR composto de nave única, coro-alto e cabeceira, e por uma galeria no 2º piso que acompanha a nave a toda a volta. Acesso é feito por pequena escadaria, que tem, a poente, a pia baptismal, e a nascente a entrada para a torre sineira. Ao longo da nave desenvolvem-se capelas-laterais, duas de cada lado, e dois púlpitos com guarda-corpo em madeira profusamente decorados na base, com motivos vegetalistas. A passagem para a capela-mor é feita por arco triunfal decorado com relevos fitomórficos e com inscrição inserida em medalhão no centro. Altar-mor em estrutura vertical tripartida, com estatuária nos corpos central e laterais. Tecto em abóbada de madeira pintada e pavimento de madeira, policroma fazendo padrões vários. Do centro da nave pende ainda um lustre.

Acessos

Largo da Matriz

Protecção

Resolução n.º 49 de 13 de Maio de 1982 pelo CONDEPHAAT

Enquadramento

Urbano. Implanta-se no topo da colina que domina o rio Tietê e toda a área urbana do centro histórico, coincidindo com a localização aproximada do primitivo núcleo urbano que deu origem à vila de Santana de Parnaíba. O edifício marca também as duas áreas públicas mais importantes do centro histórico, uma vez que tem a sua fachada principal virada para o Lg. da Matriz, onde se insere um pequeno jardim, e a fachada lateral E. para a Pç. 14 de Novembro, zona também ajardinada e com um coreto. À sua volta encontram-se os edifícios mais antigos da cidade, o Museu Casa do Anhanguera (v. BR000102010003) e a Casa da Cultura Monsenhor "Paulo Florêncio da Silveira Camargo"(v. BR000102010004). As restantes frentes urbanas são constituídas essencialmente por edificios de serviços, nomeadamente camarários, e pela Polícia.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETO: Carlos Daniel Rath (séc. 19).

Cronologia

Séc. 16 - terá existido uma capela com a devoção de Santo António nas proximidades da actual igreja; foi depois reconstruída em louvor a Santana, de estrutura de pau a pique, sendo já coberta de telhas; 1610 - confirmação da construção da capela através de um pedido de sesmaria; 1625 - a povoação foi elevada a vila; 1628 - Susana Dias, a fundadora da vila, afirma no seu testamento que quer ser enterrada na ermida de Santana, de que seu filho era patrono; 1630/1633 - Santana foi elevada a paróquia, independente de São Paulo, passando a ter vigário efectivo; 1642 - igreja seria ainda de taipa, registando inúmeros problemas de humidade e infiltrações; a sua localização tão próxima do rio tornava-a extremamente vulnerável às cheias, o que fez com que André Fernandes, filho de Susana Dias a quisesse reedificar num sítio mais alto e mais condigno; 1646 - começaram os trabalhos de construção da nova igreja; era de taipa e pilão, teria cinco altares e seria coberta de telha, estando forrados apenas a capela-mor e o cruzeiro; 1812 - a capela-mor estava necessitada de trabalhos de reparação; o vigário na época, Pe. Gonçalves de Lima, ampliou o edifício em comprimento e em altura; 1881 - registou-se a derrocada de parte do edifício aquando das obras de ampliação, ficando apenas de pé a fachada principal e alguns muros laterais; 1883 - reconstrução da igreja matriz com projecto de Carlos Daniel Rath, dirigida pelo Major José Rodrigues Fão.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes; taipa e tijolo

Materiais

Taipa, tijolo, telha, madeiras exóticas, vidro, ladrilhos cerâmicos, madeira pintada

Bibliografia

Polyanthea em Homenagem ao Tricentenário da criação do Município de Parnahyba, 14 de Novembro 1625/14 de Novembro de 1925, São Paulo, 1925; CAMARGO, Paulo Florêncio da Silveira, Notas para a História de Parnahyba, São Paulo, 1935; Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, vol. XXX, Rio de Janeiro, 1958; TORRES, Maria Celestina Teixeira Mendes, "Manuel Fernandes Ramos. Um vereador sertanista. Aspectos da vida municipal de São Paulo no século XVI" in Revista do Arquivo Municipal, n.º 179, São Paulo, 1969, pp. 113-118; CAMARGO, Paulo Florêncio da Silveira, História de Santana de Parnaíba, São Paulo, 1971; CASAL, Aires, "Província de São Paulo" in Corografia Brasílica ou Relação Histórico Geográfica do Reino do Brasil, São Paulo, 1976; KATINSKY, Júlio Roberto, Casas Bandeiristas. Nascimento e Reconhecimento da Arte em São Paulo, São Paulo, 1976; Apontamentos históricos, geográficos, biográficos, estatísticos e noticiosos, ed. Manuel Eufrásio de Azevedo Marques, 1980, vol. 2, pp. 146-147; Santana de Parnaíba: Memória e Cotidiano. Relatório de Pesquisa do CONDEPHAAT, coord. José Guilherme Cantor Magnani, 1984; "A chegada da Light" in História e Energia, n.º 1, Maio 1986, pp. 57-61; LEMOS, Carlos, Casa Paulista. História das moradias anteriores ao ecletismo trazido pelo café, São Paulo, s.d.; MARQUES, M. E. de Azevedo, Província de São Paulo, pp. 146-147; MORGADO, Naira Iracema Monteiro, O Espaço e a Memória: Santana de Parnaíba, dissertação de mestrado apresentada do Departamento de História do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 1987; Municípios e Distritos do Estado de São Paulo, São Paulo, 1995; Parnaíba. Contribuição para o estudo de sua formação socio-historica, s.d.; SAIA, Luís, A Moradia Paulista, São Paulo, 1995; Património Cultural Paulista, CONDEPHAAT, Bens tombados 1968-1998, São Paulo, 1998; Santana de Parnaíba. Revitalização do Centro Histórico, processo de tombamento, s.d.;

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; CONDEPHAAT

Documentação Administrativa

CONDEPHAAT; Prefeitura

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 2001 - obras de remodelação do telhado

Observações

Autor e Data

Sofia Diniz 2002

Actualização

 
 
 
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