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Edifício e estrutura Edifício Cultural e recreativo Casa de espetáculos Cine-teatro
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Descrição
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Planta rectangular, de desenvolvimento longitudinal, no sentido N.-S., composta por três corpos, correspondentes à sala de espectáculos, caixa de palco e camarins. Fachada principal a E. |
Acessos
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Pç. Stephens. |
Protecção
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Incluído na Zona Especial de Protecção da Residência de Guilherme e João Stephens (v. PT021010010001)
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Enquadramento
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Urbano, destacado. No centro da cidade e fazendo parte integrante do conjunto da antiga Fábrica-Escola Irmãos Stephens. Na mesma praça erguem-se os edifícios do Mercado (v. PT021010010017) e da Câmara Municipal (v. PT021010010016). Rodeado a SO. pelo jardim do Palácio, que liga ao jardim público e parque. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Cultural e recreativa: cine-teatro |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: cine-teatro |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTO: Prof. Joaquim Correia (projecto de aqruitectura).; PINTOR: Nery Capucho (pintura do pano de boca). |
Cronologia
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1769 - Fundação do complexo industrial da Real Fábrica de Vidros da Marinha Grande, pelos irmãos Stephens, de naturalidade inglesa, com alvará datado deste ano. O complexo "integrava todos os equipamentos necessários a uma pequena vila: fábrica, armazéns, residências, escola, hospital e teatro" (CARNEIRO, p. 797); a 16 de Outubro a fábrica inicia laboração; 1785 - Nicolau Luís da Silva, escritor de comédias de cordel e homem de teatro, a pedido dos irmãos Stephens, passa pelo teatro da Marinha Grande, onde monta uma peça de Voltaire, Olímpia (BARROS, 1969, p. 24); 1803 - morte de Guilherme Stephens, sucedendo-lhe na administração da Marinha Grande o irmão, João Diogo Stephens (1748-1826); 1807 / 1811 - na sequência das invasões francesas, a Real Fábrica de Vidros bem como o seu teatro foram bastante danificados (PINHO LEAL, 1990, pp. 75-76); Brito Aranha refere mesmo que as tropas francesas destruíram inteiramente o teatro (ARANHA, 1883, p. 155); João Diogo Stephens reconstrói-o; 1826 - morte de João Diogo Stephens, que deixa em testamento a Real Fábrica ao Estado Português; 1827 / 1847 - o barão de Quintela, depois conde de Farrobo, Joaquim Pedro Quintela (1801-1869) e António Esteves da Costa, assumem a administração da Real Fábrica de Vidros da Marinha Grande; 1873 - reconstrução do Teatro da Real Fábrica da Vista Alegre; 1892, 21 de Agosto - a família real visita a Fábrica da Marinha Grande. O Ministro das Obras Públicas e o caricaturista Rafael Bordalo Pinheiro também faziam parte da comitiva; 1908 - o teatro deste complexo fabril, propriedade da Companhia, "tem cinco vistas de sala, sendo uma fechada e quatro de bastidores". Tem uma lotação de 310 lugares, distribuídos por "15 camarotes, 75 cadeiras, 120 lugares de plateia e 100 de galeria" (SOUSA BASTOS, 1908, pp. 351-352); 1926, 26 de Agosto - primeira exibição cinematográfica no Teatro Stephens, com o filme de Charlot, O Peregrino; 1928 - Acácio Calazans Duarte (1889-1970) assume a administração da Fábrica Nacional da Marinha Grande, cargo que ocupa até 1966; 1936 - obras de remodelação no Teatro Stephens; 1941, 24 de Agosto - reinauguração do Cine-Teatro Stephens, depois de uma campanha de remodelação que visou a sua ampliação, realizada sob o impulso do administrador da fábrica, Acácio Calazans Duarte: a reabertura contou com a presença da Companhia Rey Colaço - Robles Monteiro que levou à cena a peça A Recompensa (AZAMBUJO, 1998, p. 266); 1941, 5 de Outubro - reinauguração do cinema com a apresentação do filme Primavera (AZAMBUJO, 1998, p. 271); 1955, Março - estreia da revista Cantigas e Cristais, de José Ferreira da Silva e António Vasconcelos Ribeiro no Teatro Stephens, pelo Grupo Cénico da Sociedade de Beneficência e Recreio 1º de Janeiro (AZAMBUJO, 1998, p. 268); 1969 - Comemoração do II Centenário da Fundação da fábrica da Marinha Grande; desde há alguns anos com nova nomenclatura, F.E.I.S, Fábrica Escola Irmãos Stephens; 1992, 31 de Maio - por ordem governamental, Fábrica Stephens é encerrada (MARQUES, 1995, p. 84); 1993 - parte fabril da F.E.I.S. é adquirida pelo industrial Jorgen Mortensen; 1994 - Câmara Municipal da Marinha Grande e Estado celebram protocolo com o objectivo de passar para a primeira os equipamentos culturais da F.E.I.S; 1998 - inauguração do Museu do Vidro no antigo palácio dos Stephens; desde 1991 que a Biblioteca Municipal fora instalada no antigo edifício da Administração e a Escola Profissional e Artística da Marinha Grande nas antigas instalações da F.E.I.S; 2003, Julho - CMMG, em Assembleia Municipal, decide remodelar o Teatro Stephens; com o objectivo de angariar fundos pretende candidatar o projecto ao Programa de Redes dos Cinemas Municipais, do Ministério da Cultura; 2004, 17 de Dezembro - em reunião nesta data a CMMG aprovou o projecto de arquitectura de remodelação do Teatro Stephens; depois candidatou-o ao PIQTUR, Programa de Intervenção para a Qualificação do Turismo a fim de obter financiamento; projecto prevê profundas obras de remodelação do interior, exterior e espaços envolventes; 2011, Maio - início da empreitada para a requalificação do Teatro Stephens - Casa da Cultura, com duração prevista de 18 meses. |
Dados Técnicos
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Materiais
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Bibliografia
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BALSEMÃO, Visconde de, Memória sobre a Descrição Física e Económica do Lugar da Marinha Grande e suas Vizinhanças Pertencentes ao Bispado de Leiria, Lisboa, 1815; BRITO ARANHA, P. W., A Fábrica de Vidros da Marinha Grande, in Archivo Pittoresco. Semanario Ilustrado, Lisboa, 1868, vol. XI, pp. 44-46, 62-63, 87-88; BRITO ARANHA, P. W., Memórias Historico-Estatisticas de algumas Villas e Povoações de Portugal com Documentos Inéditos, Lisboa, 1883; SOUSA BASTOS, Diccionario do Theatro Portuguez, Lisboa, 1908; BARROS, Carlos Vitorino da Silva, Real Fábrica de Vidros da Marinha Grande. II Centenário, 1769-1969, Lisboa, 1969; LEAL, Pinho , Portugal Antigo e Moderno. Diccionario Geographico, Estatistico, chorografico, Heraldico, Archeologico, Historico, Biographico e Etymologico de todas as cidades, villas e freguezias de Portugal e de grande numero de aldeias..., Lisboa, 1990 (reedição), vol. V.; AAVV, Guia de Portugal, 2.º vol., Estremadura, Alentejo, Algarve, Lisboa, 1993; MÒNICA, Maria Filomena, Poder e saber: os vidreiros da Marinha Grande, Análise Social, n.ºs 67/68/69, 1981, pp. 505-572; MARQUES, Emília Margarida, Cantigas e Cristais. Actividade Cultura, passado e Identidade, Lisboa, 1995 [dissertação de mestrado apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa]; AZAMBUJO, João Rosa, Cidade da Marinha Grande. Subsídios para a sua História, Marinha Grande, 1998; FILIPE, Alda Mourão, A Real Fábrica de Vidros da Marinha Grande. Uma fase da sua História: 1896-1907, 1999; CARNEIRO, Luís Soares, Teatros Portugueses de Raiz Italiana, 2 vols, Porto, 2002 [dissertação de doutoramento apresentada à Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto, exemplar policopiado]; Remodelação do Teatro Stephens com projectos complementares aprovados. Câmara Municipal da Marinha Grande, , 07/11/2005; Remodelação aprovada, in Região de Leiria, 4/7/2003 em , 07/11/2005; Marinha Grande, , 07/11/2005 |
Documentação Gráfica
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CMMG: Divisão de Ordenamento e Planeamento Urbanístico |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID; CMMG: Arquivo Municipal |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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CMMG: 2011 - obras gerais de beneficiação, remodelação, restauro, renovação e adaptação a novos usos. As obras a realizar : as fachadas serão integralmente mantidas; remoção de elementos dissonantes (WC existente); ampliação da caixa de palco para S. e O.; construção na fachada S. de um espaço para cargas e descargas, recuperação do palco e instalação de maquinaria e equipamento de cena ; (obras em curso). |
Observações
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EM ESTUDO. Pretende-se com estas obras dotar a cidade da Marinha Grande com um espaço polivalente, onde possam ser desenvolvidas actividades de cariz cultural e recreativo designadamente cinema, teatro, música e conferências, com condições técnicas de qualidade que possibilitem o desenvolvimento cultural, turístico e económico do património Stephens. Este espaço terá uma capacidade para 258 lugares sentados e 4 lugares destinados a pessoas com mobilidade condicionada (notas retiradas do "press release" enviado pela CMMG). |
Autor e Data
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Cecília Matias 2005 / 2011 |
Actualização
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