Ponte Romana sobre a Ribeira de Odivelas / Ponte de Vila Ruiva

IPA.00001027
Portugal, Beja, Cuba, Vila Ruiva
 
Ponte de comprovada construção romana, feita originariamente em granito, reconstruída no período medieval, durante a época visigótica ou árabe, como demonstram as arcarias de tijolo; a presença de outros materiais como o calcário e o xisto, parecem apontar para várias reconstruções e arranjos, realizados já nos séc. 15 e 16, e de que são provável testemunho os arcos da banda N.; na zona central, de silhares graníticos aparelhados alguns deles almofadados, verifica-se a presença de elementos romanos, entre eles uma sepultura circular, epigrafada, e uma ara. De grandes dimensões, sem talhamares, com tabuleiro rampante sobre arcadas de volta perfeita com aduelas de tijolo e olhais de descarga de superfície rasgados nos pégões, com aduelas de tijolo. Uma das mais monumentais pontes de origem romana ainda existentes no país e pela, qual ao que tudo indica, passava a a antiga estrada romana que de Faro e Beja seguia para Évora e Mérida. A tradição local atribui a construção da ponte a um rei Mouro derrotado na batalha de Ourique.
Número IPA Antigo: PT040207040002
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Estrutura  Transportes  Ponte / Viaduto  Ponte pedonal / rodoviária  Tipo arco

Descrição

Tabuleiro rampante, protegido por guardas baixas em alvenaria, estribado em 20 arcos, 8 dos quais no leito normal da ribeira; 13 dos arcos são de volta perfeita, de diferentes vãos (o maior tem 4 m. por 3,70 m.) e os restantes em arco abatido; os arcos são intervalados por 7 olhais em arco redondo, rasgados na parte superior dos pegões; três dos pegões são constituídos por grandes silhares graníticos regulares até à cota do lançamento dos arcos; os restantes arcos têm o lançamento a uma cota inferior e são constituídos por materias mais pobres; a rampa do lado N. é maior que a do lado S.. Devido ao assoreamento, um dos arcos e olhal do lado S. e ainda 14 arcos e olhais do lado N. estão parcialmente soterrados, fazendo-se a circulação do caudal da ribeira apenas sob os restantes arcos do lado S.. Na base do 6º arco ( no sentido S.- N. ) fragmento de uma ara em mármore branco ( 0,60 X 0,45m ); na zona central, sepultura circular, de pedra escura regional, epigrafada: "ANNIUS ARCONIS F. HEIC SITVS" ( Ânio filho de Arcónio aqui está sepultado )..

Acessos

EM 1004 - 1, sobre a ribeira de Alvito, a c. de 1Km de Vila Ruiva, fazendo a ligação com a estrada para Albergaria dos Fusos, e fazendo a serventia entre a Herdade de Monte Novo da Ponte e a Herdade da Ribeira.

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto n.º 47 984, DG, 1.ª série, n.º 233 de 06 outubro 1967

Enquadramento

Rural, planície, rodeado por terrenos agrícolas ganhos ao assoreamento das margens da ribeira de Alvito que atravessa.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Transportes: ponte

Utilização Actual

Transportes: ponte

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 05 / 11 / 15 / 16

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

Séc. 01 a.C. - 01 d.C. - data provável de construção da ponte original (a que corresponderão os primeiros 3 pégões com silhares graníticos aparelhados e com elementos romanos aplicados: uma ara e uma sepultura circular), parecendo constituir parte da via romana Ossónoba - Èvora (ESPANCA: 1993); séc. 05 - séc. 11 - período provável de reconstrução e acrescentamento (a que corresponderão os arcos em tijolo e a inclusão de materiais de construção romanos reutilizados); Séc. 15 - 16 - terão sido refeitos os arcos da margem N., de diferentes tamanhos, utilizando-se então as placas de xisto nos restauros realizados nos arcos e olhais (VIANA: 1946); 1745 - existia no parapeito da passagem um marco de pedra que assinalava a divisão geográfica dos concelhos de Alvito e Vila Ruiva; 1807 - referida no Tombo do concelho de Alvito; 1964 - encontrava-se abatido c. de 1m2 da abóbada do 1º arco do lado N.; 1993, Janeiro - derrocada parcial de um dos arcos menores.

Dados Técnicos

Estrutura autónoma

Materiais

Estrutura em cantaria e alvenaria de granito, intervalado com calcário e restos de pedras romanas reutilizadas; arcos e olhais em tijolo, intercalados com placas de xisto calcário regional; alguns silhares em aparelho almofadado.

Bibliografia

BORGES, Emília Salvado, O Concelho de Cuba - Subsídios para o seu Inventário Artístico, Cuba, 1981; VIANA, Abel, Pelo Baixo Alentejo - Notas Históricas, arqueológicas e etnográficas, in Arquivo de Beja, Vol. III, Beja, 1946; ESPANCA, Túlio, Inventário Artístico de Portugal, Distrito de Beja, Lisboa, 1993; RIBEIRO, Aníbal Soares, Pontes Antigas Classificadas, MEPAT- JAE, 1998.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; IPPAR

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID; CMA: Tombo do Concelho; IPPAR

Intervenção Realizada

DGEMN: 1988 - obras de consolidação e conservação incluindo remoção de vegetação, limpeza e refechamento de juntas e fendas; construção de alvenaria hidráulica em elevação para cosolidação e tapamento de rombos; consolidação alvenaria hidráulica em elevação em muretes; reparação do paramentos e pavimento; JAE: 1993 - obras de beneficiação; IPPAR: 2000 - obras de recuperação.

Observações

*1 - Abrange os concelhos de Alvito e Cuba. *2 - incluído no Itinerário Pontes Históricas do Alentejo/IGESPAR. *3 - Incluído no Plano de Acção para as Terras da Baronia de Alvito, CMA, 1999.

Autor e Data

Isabel Mendonça 1993 / Rosário Gordalina 2001

Actualização

 
 
 
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