Igreja Paroquial de Lapas / Igreja de Nossa Senhora da Graça
| IPA.00010189 |
| Portugal, Santarém, Torres Novas, União das freguesias de Torres Novas (São Pedro), Lapas e Ribeira Branca |
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| Arquitectura religiosa, maneirista, neo-clássica, revivalista. Igreja paroquial com fachada ladeada por torre sineira, interior com 1 nave com tecto em madeira, capela-mor inicialmente abobadada, agora rasgada por cúpula; capelas laterais com abóbadas de nervuras apoiadas em mísulas; espacialidade postridentina. Capelas laterais maneiristas: abóbadas nervuradas formando caixotões, portais de acesso com pilastras caneladas, frontões triangulares e decoração serliana no intradorso dos arcos; fachada principal coroada por frontão triangular de gosto neo-clássico; elementos revivalistas: arcos cegos trilobados, sacada da janela da fachada principal com rendilhado de gosto neo-gótico. |
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| Número IPA Antigo: PT031419050028 |
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| Registo visualizado 332 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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| Planta longitudinal composta, nave e capela-mor justapostas, com anexos adossados a N. e a S.. Volumes escalonados com cobertura diferenciada em telhados de 1 e 2 águas. Fachada principal virada a E. com pano central enquadrado por pilastras e rematado por frontão triangular; portal axial com janela sobreposta, com sacada em pedra com traçaria neo-gótica; do lado S. adossa-se a torre sineira rasgada por ventanas, com pináculos nos vértices e cobertura em coruchéu piramidal semi-destruído; adossado do lado N. um pano com a mesma largura da torre, que terá servido de apoio a uma sineira. Na fachada lateral S. um corpo adossado de 2 panos, o primeiro acompanhando a nave, com sanca moldurada, rasgado por 2 arcos de acesso a pequenas galilés e uma janela de verga semicircular, a que se sobrepõem 3 óculos; o segundo pano, acompanhando a capela-mor, com empena angular, vazado por janela de verga semicircular. Na fachada N. os volumes salientes de várias construções adossadas. Fachada posterior de 3 panos, o central enquadrado por pilastras rusticadas encimadas por pináculos, com empena angular e cruz no vértice, os laterais lisos com empena recta. INTERIOR de nave única, coberta por tecto em madeira de 5 planos longitudinais, mostra silhar de azulejos de tapete polícromo seiscentista; coro alto semicircular sobre o portal, com balaustrada em madeira, assente em colunas toscanas; no alçado N., sob o coro alto, encaixado em edícula, arqueta funerária renascentista de caixa prismática com tampa de 4 vertentes apoiada no dorso de leões; do lado S. adossa-se o púlpito com guarda-voz e caixa em talha dourada de estilo nacional; nos alçados da nave, face a face, rasgam-se 2 portais de acesso a capelas laterais, com abóbadas de nervuras; os arcos são ladeados por pilastras caneladas, têm frontão triangular e o intradorso decorado com motivos geométricos; a seguir aos portais inscrevem-se, dos 2 lados, arcos cegos trilobados; a parede onde se rasga o arco triunfal é totalmente revestida de talha dourada de estilo nacional, no prolongamento dos 2 retábulos dos altares colaterais, do mesmo estilo; na talha inscrevem-se 3 telas, 2 no frontão dos altares, 1 sobre o arco, figurando Nossa Senhora da Graça; arco triunfal semicircular apoiado em pilastras toscanas. A capela-mor, ladeada por 2 naves, é coberta por cúpula com tambor vazado por janelas; retábulo em talha dourada de estilo nacional, rasgado por tribuna. |
Acessos
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| Largo da Igreja |
Protecção
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Enquadramento
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| Urbano, planalto, adossada. A igreja está implantada no meio de um largo empedrado, rodeado de habitações de 1 e 2 pisos, de onde se domina a povoação e os arredores do lado poente. Em frente à fachada principal um cruzeiro com os instrumentos da Paixão relevados, a data de 1636 e uma inscrição em latim. |
Descrição Complementar
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| Na igreja guardam-se pinturas a óleo sobre madeira, do séc. 16 e um relevo em pedra quatrocentista, representando Cristo na cruz entre 2 anjos. Arca tumular da nave: na face anterior 2 anjos seguram um rolo onde se inscreve: "Faze por nos como queirem fizesem por vos. Aqui Jaz Marcos Lopes com suas molheres que edificou esta capela na era de mil he quinemtos he cimquoemta que manda que nehuma ossda se meta neste muimento se nam o que dito he"; na base da tampa inscreve-se: "Jhesus seja com as nosas almas amen"; na face anterior da tampa dois meninos seguram uma cruz, rodeados pelos instrumentos do martírio de Cristo; nos topos da tampa 2 medalhões renascentistas. Na parede N. da torre sineira uma lápide com a seguinte inscrição: "Em honra de Deos e da Bemaventurada Virgem Maria com esmolas deste povo e custo de Nossa Senhora da Graça se fes esta torre ano de 1715". |
Utilização Inicial
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| Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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| Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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| Privada: Igreja Católica (Diocese de Santarém) |
Afectação
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| Sem afectação |
Época Construção
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| Séc. 17 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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| Desconhecido |
Cronologia
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| 1550 - construção da igreja; séc. 17 - obras de reconstrução (as datas de 1636, inscrita no cruzeiro e 1658 na bandeira da porta principal podem definir as balizas das obras realizadas, entre as quais se conta o revestimento azulejar); séc. 17, finais - colocação dos retábulos e dos painéis da parede do arco triunfal; 1715 - construção da torre sineira à custa do povo; séc. 18, 2ª metade - construção da capela do lado do Evangelho, tendo como modelo a capela do lado oposto, dedicada a Sto. António (em 1758 (Dicionário Geográfico) foi apenas referida esta capela abrindo para a nave); 1883 - reedificação da igreja: construção da ala N. e da fachada; 1963 - construção das 2 naves no prolongamento lateral da capela-mor; rasgamento da cúpula; 1997, 05 fevereiro - proposta como imóvel com interesse patrimonial no PDM de Torres Novas, DR, n.º 30. |
Dados Técnicos
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| Estrutura mista e paredes autoportante |
Materiais
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| Estrutura em alvenaria de pedra, rebocada e caiada. Cantaria em molduras, pilares e colunas. Telha cerâmica. Azulejos em revestimentos internos. Pavimento em madeira e tijoleira. |
Bibliografia
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| A.N.T.T., Dicionário Geográfico, obra manuscrita, vol. 19, m. 57, p. 439, 1758; GONÇALVES, Artur, Mosaico Torrejano, Torres Novas, 1936; GONÇALVES, Artur, Memórias de Torres Novas, Torres Novas, 1937; SEQUEIRA, Gustavo de Matos, Inventário Artístico de Portugal, vol. V, Distrito de Santarém, 1949; ALMEIDA, José António Ferreira de (coord.), Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1976; BICHO, Joaquim Rodrigues, Património Artístico do Concelho de Torres Novas, Torres Novas, s.d.; MARTINS, Bertino Coelho, Lapas História e Tradições, Torres Novas, 1991; BICHO, Joaquim Rodrigues, Templos do Concelho de Torres Novas, Torres Novas, 1992; PEREIRA, Isaías da Rosa, Visitas Paroquiais na Região de Torres Novas (séc. XVII-XVIII), Torres Novas, 1992; LOPES, João Carlos, Torres Novas e o seu termo no meio do século XVIII. As Memórias Paroquiais, Torres Novas, 1998. |
Documentação Gráfica
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| IHRU: DGEMN / DSID |
Documentação Fotográfica
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| IHRU: DGEMN / DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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| Fábrica da Igreja Paroquial das Lapas: 1963 - alargamento da capela-mor pela construção de naves laterais transversais; foram destruídos os alçados laterais e retirados os azulejos de padrão seiscentista que as revestia; construção de uma cúpula com tambor sobre a capela-mor. |
Observações
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| (1) Em 1758 a igreja estava implantada fora da povoação. Tinha 5 altares, o maior dedicado a Nossa Senhora da Graça, o colateral do Evangelho às Almas do Purgatório, com a imagem do Santo Cristo na cruz, o altar de Nossa Senhora do Rosário do mesmo lado na nave; o altar colateral da Epístola dedicado a Nossa Senhora da Vitória; na igreja existia ainda uma capela abobadada dedicada a Santo António, aberta para a nave, e instituída por uma irmã de D. Rita Casimira Goamosa, da cidade de Lisboa; todos os altares, à excepção da capela de Santo António, tinham retábulos dourados e banquetas em prata; na igreja existiam 5 irmandades que proviam ao culto nos respectivos altares: Santíssimo, Almas, Rosário, Senhora da Graça e Santo António. A freguesia tinha uma albergaria administrada pela irmandade de Nossa Senhora da Graça, que acolhia viajantes; a ela era filiada a ermida de Nossa Senhora da Cabeça, fora do lugar, administrada pelo morgadio de Manuel Ribeiro de Gouveia, filho de Pedro Paulo de Gouveia. Em 1760 a freguesia tinha 136 fogos, com 442 habitantes. A igreja era filial da igreja de São Pedro, na vila de Torres Novas. (2). A igreja é referida no Regulamento do PDM da seguinte forma: "Igreja matriz incluindo o adro e o cruzeiro do séc. XVII, fundada em 1550, reconstruida em 1883, revestida interiormente de azulejos do séc. XVII, possui de assinalar pelo seu valor artístico retábulos e apainelamentos de talha dourada dos fins do séc. XVII e um baixo relevo de pedra da primeira metade do séc. XV". |
Autor e Data
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| Isabel Mendonça 2000 |
Actualização
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