Igreja Paroquial do Divino Salvador de Torres Novas / Igreja do Divino Salvador
| IPA.00010141 |
| Portugal, Santarém, Torres Novas, União das freguesias de Torres Novas (Santa Maria, Salvador e Santiago) |
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| Arquitectura religiosa, igreja paroquial, gótica, maneirista, barroca. Igreja paroquial com fachada ladeada por torre sineira, uma nave com tecto em madeira, capela-mor abobadada, salas de irmandades em anexo; espacialidade postridentina. Gótico - antiga capela de São Jorge, com abóbada de cruzaria de ogivas apoiada em mísulas, contraforte escalonado no exterior; maneirista - abóbada de caixotões da capela-mor, com decoração de brutescos; barroco - revestimento azulejar; tectos de masseira das salas das irmandades; retábulos dos altares. |
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| Número IPA Antigo: PT031419120062 |
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| Registo visualizado 459 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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| Planta longitudinal composta, nave e capela-mor de planta rectangular justaposta, a que se adossam anexos a N. e a S.. Volumes escalonados com cobertura diferenciada em telhados de 1 e 2 águas. Fachada principal orientada a O. de pano único enquadrado por cunhal e pilastra e rematado por empena contracurvada com cruz na parte terminal e pináculo sobre o cunhal; portal axial com sobreverga arquitravada encimado por óculo e nicho com a imagem do orago; a S. adossa-se a torre sineira, rasgada por ventanas de verga redonda, com pináculos nos vértices. Na fachada lateral N. os volumes salientes dos anexos; na parede da nave rasga-se um portal com sobreverga arquitravada com a data inscrita de 1714 e uma janela sobreposta; na fachada lateral S. ressalta o contraforte escalonado da capela de S. Jorge. Fachada posterior virada a E. de empena angular. No INTERIOR a nave, coberta por tecto em madeira de 3 planos longitudinais, tem as paredes forradas de azulejos de tapete polícromo seiscentista, de vários padrões, com pequenos quadros figurativos inscritos nas paredes do arco triunfal, representando anjos em adoração ao Santíssimo Sacramento; coro alto sobre o portal, assente em colunas toscanas; às paredes laterais do coro encosta-se um cadeiral pintado e dourado, de meados do séc. 18; na parede N. abre-se a capela baptismal, com acesso por arco redondo; segue-se o púlpito adossado, com caixa em talha dourada e um retábulo em talha dourada, joanino, rasgado por nicho; na parede S. rasgam-se 2 vãos rectangulares onde se encaixam confessionários e a porta de acesso ao coro alto, na torre sineira; 2 altares colaterais em talha dourada, de estilo nacional, com painéis pintados nos corpos superiores e datas inscritas nos frontões: 1738, do lado do Evangelho, 1704 do lado da Epístola; na parede onde assentavam as mesas de altar inscrevem-se antigas lápides funerárias; arco triunfal assente em pilares jónicos. Capela-mor com tecto em abóbada de berço estribada em cimalha com dentículos e paredes revestidas de azulejos de tapete seiscentista; o tecto é decorado com caixotões pintados a ouro sobre um fundo vermelho, com enrolamentos de brutescos, enquadrando turíbulos no eixo central; a pintura de brutescos prolonga-se pelas faces do arco triunfal e lintéis das portas de acesso aos anexos; no altar-mor um retábulo de estilo nacional, rasgado por tribuna com trono. Na parede S. rasga-se a porta de acesso à antiga capela de São Jorge, a actual sacristia, com abóbada de cruzaria de ogivas apoiada em mísulas e porta de vão trilobado entaipada; contígua fica a antiga capela de Ana Simoa, que outrora abria para a nave. Na parede N. da capela-mor rasga-se a porta de acesso ao átrio para o qual abre a sala do despacho da irmandade do Santíssimo Sacramento, a E., a sala do despacho da irmandade de Nossa Senhora do Rosário, a O. As 2 salas têm tectos em masseira pintados, com motivos alusivos ao Santíssimo Sacramento, na primeira - custódia, pelicano, uvas e feixe de trigo, temática mariana, na segunda - S. Domingos aos pés da Virgem recebendo o rosário. Um cadeiral pintado figura ainda na sala da irmandade do Santíssimo. |
Acessos
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| Largo do Salvador |
Protecção
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Enquadramento
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| Urbano, encosta, isolado, no meio de um adro cercado por muro, com escadaria de acesso em frente à fachada principal. A S. da igreja um quintal delimitado pela antiga cerca da vila e por muro separador na continuação da fachada principal, no qual se rasga uma porta em arco quebrado. Nas proximidades da igreja, abrindo para a Rua do Salvador, o Palácio Mogo de Melo (v. PT031419120008), sede do Museu e da Biblioteca Municipais. |
Descrição Complementar
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| No retábulo da nave, do lado do Evangelho, o grupo escultórico de Nossa Senhora da Piedade; no retábulo colateral do mesmo lado a imagem de Santa Luzia. |
Utilização Inicial
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| Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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| Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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| Privada: Igreja Católica (Diocese de Santarém) |
Afectação
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| Sem afectação |
Época Construção
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| Séc. 13 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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| João de Évora, arquitecto; Pedro de Frias, Estácio Martins, escultores; Gaspar Soares, pintor; Manuel da Silva, entalhador; António Rodrigues, dourador. |
Cronologia
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| Séc. 13 - data provável de construção do primitivo templo, o mais antigo da povoação; séc. 14 - data provável de construção da capela de S. Jorge; 1570 - a primitiva igreja, de 3 naves, é demolida, sendo construída a actual em "estilo cham" pelo arquitecto de Tomar, João de Évora (Serrão, 1992); 1574 - a igreja pertence ao padroado real e integra a Diocese de Lisboa; 1578 - construção do retábulo de marcenaria pelos escultores Pedro de Frias e Estácio Matias (Serrão, 1992); 1583 - o pintor torrejano Gaspar Soares pinta os painéis para este retábulo (resta ainda um desses painéis, hoje na sacristia, figurando "Cristo Ressuscitado" (Serrão, 1992); 1581 - Gaspar Soares pinta o retábulo de Nossa Senhora do Rosário, já desaparecido (Serrão, 1992); c. 1604 - construção da capela de Ana Simoa de Melo, irmã do licenciado João Rodrigues Mogo, que inicialmente abria para a nave, do lado S. e hoje apenas comunica com a capela de S. Jorge (de acordo com a inscrição no pedestal do arco - "Capella de Anna Simoa com missa cotidiana por sua alma: faleceu em Maio de 1604"); Ana Simoa era mulher de Diogo Travassos, fidalgo cavaleiro da Ordem de Cristo; 1638 - construção da capela-mor da igreja, mandada fazer pelo prior Diogo Vaz Velez (Gonçalves, 1936); c. 1674 - a igreja é forrada de azulejos (iguais aos da igreja da Misericórdia, que ostentam tal data); 1685 - construção do actual retábulo pelo entalhador lisboeta Manuel da Silva (Serrão, 1992); 1688 - António Rodrigues, de Santarém, doura o mesmo retábulo (Serrão, 1992); 1704 - construção do retábulo colateral do lado da Epístola (segundo data no mesmo); 1730 - pintura do tecto da sala da irmandade do Santíssimo Sacramento por Manuel Ferreira, de Lisboa, que assina e data o caixotão central; o tecto da sala da irmandade de Nossa Senhora do Rosário terá sido pintado na mesma altura, pela identidade de estilo; 1738 - construção do retábulo colateral do lado do Evangelho (segundo data no mesmo); séc. 18, meados - construção do cadeiral, hoje no coro alto; 1755, 01 novembro - a igreja sofre danos com o terramoto; c. 1758 - reconstrução da torre sineira; 1997, 05 fevereiro - proposta como imóvel com interesse patrimonial no PDM de Torres Novas, DR, n.º 30. |
Dados Técnicos
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| Estrutura mista e paredes autoportantes |
Materiais
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| Estrutura em alvenaria de pedra, rebocada e caiada. Cantaria em molduras. Telha cerâmica. Azulejos em revestimentos internos. Pavimento em madeira e tijoleira. |
Bibliografia
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| VASCONCELOS, Francisco Xavier de Arez e, Lisboa, obra manuscrita, Academia das Ciências, 1740; GONÇALVES, Artur, Torrejanos Ilustres, Barcelos, 1933; Torres Novas. Subsídios para a sua história, Torres Novas, 1935; Mosaico Torrejano, Torres Novas, 1936; Memórias da vila de Torres Novas, Torres Novas, 1937; CÂNCIO, Francisco, Ribatejo Histórico e Monumental, vol. III, s.l., 1939; SEQUEIRA, Gustavo de Matos, Inventário Artístico de Portugal, vol. V, Distrito de Santarém, 1949; BICHO, Joaquim Rodrigues, Património Artístico do Concelho de Torres Novas, Torres Novas, s.d.; BICHO, Joaquim Rodrigues, Templos do Concelho de Torres Novas, Torres Novas, 1992; PEREIRA, Isaías da Rosa, Visitas Paroquiais na Região de Torres Novas (séc. XVII-XVIII), Torres Novas, 1992; SERRÃO, Vítor, **, dissertação de doutoramento em História da Arte, vol. II, policopiado, Lisboa, 1992; LOPES, João Carlos, Torres Novas e o seu termo no meio do século XVIII. As Memórias Paroquiais, Torres Novas, 1998; SERRÃO, Joaquim Veríssimo - Livro das Igrejas e Capelas do Padroado dos Reis de Portugal - 1574. Paris: Fundação Calouste Gulbenkian Centro Cultural Português, 1971. |
Documentação Gráfica
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| IHRU: DGEMN / DSID |
Documentação Fotográfica
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| IHRU: DGEMN / DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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| Fábrica da Igreja Paroquial de São Salvador: 1972 / 1974 - restauro das pinturas da abóbada da capela-mor por Abreu Lopes, que realizou também novas pinturas para os alçados laterais da capela-mor; são abertos os vãos para os confessionários na parede S.; é retirado o altar lateral do mesmo lado; o cadeiral então encostado a esta parede é cortado e transferido para o coro alto. |
Observações
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| *1. O monumento é assim referido no Regulamento do PDM - "Igreja do Salvador, fundada no séc. XIII, reconstruída no séc. XVIII; de nave única, revestida interiormente de azulejos do séc. XVII, possui altares de talha dos inícios do séc. XVIII, sacristia com abóbada quatrocentista de artesões e mísulas góticas". *2. Em 1758 tinham assento na igreja 2 irmandades: a do Santíssimo Sacramento, de irmãos leigos, a de Nossa Senhora do Rosário, eclesiástica e dependente dos dominicanos. Os altares colaterais eram dedicados a Santa Luzia, o do Evangelho, a Nossa Senhora do Rosário, o da Epístola; no altar da nave, do lado do Evangelho, venerava-se São Francisco de Paula e do lado oposto, na capela instituída por Ana Simoa, Nossa Senhora da Piedade; esta capela era então administrada por Manuel Carlos Mogo. No altar dedicado a São Francisco de Paula, custeado pelo prior António de Macedo e Silva, existia ainda uma imagem de São Bento, mandada fazer por Jorge de Mesquita, com 2 relíquias no peito (uma de Santa Clara outra de Santa Maria Madalena), que tinham pertencido à infanta D. Catarina, duquesa de Bragança. |
Autor e Data
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| Isabel Mendonça 2000 |
Actualização
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