Palácio da Ega / Arquivo Histórico Ultramarino
| IPA.00006536 |
Portugal, Lisboa, Lisboa, Alcântara |
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Arquitectura residencial, maneirista e neoclássica. Palácio de fundação maneirista, de que restará a zona central, quadrangular, composta por um portal que forma um motivo serliano, com os vãos laterais flanqueados por colunas e rematados em frontão, onde se criaram janelas em período posterior, com reforma neoclássica, com o prolongamento para duas alas laterais, também elas com motivos serlianos, reproduzindo, de forma simplificada, o módulo original, e uma posterior, com as fachadas rasgadas uniformemente por janelas rectilíneas, as das alas laterais a abrir para terraços, que permitem ligação para os vários jardins que envolvem o palácio, dois deles com lagos centrais. As fachadas são flanqueadas por cunhais apilastrados colossais, rematando em friso e cornija. O interior apresenta pequeno vestíbulo central, que comunica, através de corredores, a cada uma das alas laterais, surgindo, na do lado direito, escadaria de acesso ao piso superior, o andar nobre, onde surgem várias dependências intercomunicantes, constituindo gabinetes de trabalho ou depósitos. No topo da ala posterior, destacando-se volumetricamente em altura e dimensão, o Salão Pompeia, de planta rectangular, intensamente iluminado por janelas rectangulares e abrindo para os jardins. Possui tecto em falsa cúpula e encontra-se totalmente revestido a pinturas neoclássicas, que reproduzem os modelos de Pompeia, com apainelados preenchidos com musas, ninfas, figuras que exercem rituais de sacrifício, elementos lineares, como acantos enrolados, pavilhões, vasos floridos, mascarões, drapeados e festões, com molduras em grega e em acantos enrolados; surgem algumas figuras em "grisaille", a imitar pedra, e em sépia, revelando o gosto que se vivia na época em termos de policromia. Palácio de fundação quinhentista, onde se aplicaram modelos maneiristas, nomeadamente no portal principal, com um motivo serliano, em que os vãos laterais se encontram flanqueados por colunas e falsos frontões curvos, com tímpano concheado e remates em pináculos. Do mesmo período e datada, uma fonte de embrechados, bastante simples, composta por fragmentos de pedra e conchas, formando um nicho de volta perfeita e uma falsa abóbada em concha, que estaria numa das alas laterais, certamente, na data, aberta ao exterior. O palácio foi acrescentado no período neoclássico, dando-lhe uma feição que se coaduna com o pré-existente, mas cujo interior foi bastante adulterado para adaptação às novas funções de arquivo, sendo difícil definir a função primitiva das salas, excepto no que concerne à cozinha e ao Salão Pompeia, uma espaço público de lazer, que conciliaria funções de Sala de Música e Sala de Baile, o que é confirmável pela forma concêntrica. No interior, destacam-se, no aspecto decorativo, alguns azulejos, onde se mantêm exemplares de figura avulsa originais, na zona do bar, azulejos seiscentistas na escada, formando falsos balaústres, completados por reproduções mais recentes, e os azulejos de um dos gabinetes de trabalho, formando painéis figurativos com temática de género, onde se distinguem cenas campestres e marinhas, envolvidas por molduras recortadas internas, com concheados, revelando uma colocação de meados do séc. 18. As escadas são pouco comuns, pois, normalmente, surgem centralizadas, aparecendo, no presente caso na ala direita, com dois lanços paralelos, que ligam a patamar comum, de onde divergem em dois lanços, uma para a zona principal do edifício, o outro para a ala posterior. O elemento de maior destaque é, indubitavelmente, o Salão Pompeia, totalmente revestido a pintura mural neoclássica, fornecendo um excelente figurino dos elementos decorativos que as escavações de Pompeia e Herculano haviam revelado. A presidir à Sala, a figura de Apolo, como escultura de inspiração do período clássico grego, surgindo em contraposto, com o típico elemento (neste caso um plinto) de apoio; completa a decoração do Salão, vários painéis de azulejo representando importantes portos comerciais europeus, que constituíram a primitiva decoração do Salão, executada no início do séc. 18. Num outro gabinete, aparece um tecto em masseira com pintura também de cariz neoclássico, mas mais tardio e de menor qualidade. |
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Número IPA Antigo: PT031106020065 |
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Registo visualizado 4127 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Residencial senhorial Casa nobre Casa nobre
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Descrição
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Planta irregular, composta por dois corpos rectangulares perpendiculares, um deles prolongado por uma construção recente, de volumes articulados e disposição horizontalista, evoluindo em dois pisos, com coberturas diferenciadas em telhados de duas e quatro águas, com águas contracurvas e lanternim rectilíneo, com seis janelas, sobre o Salão Pompeia. Fachadas rebocadas e pintadas de bege, percorridas por embasamento de cantaria, flanqueadas por cunhais de cantaria, em aparelho isódomo, e rematadas em cornija e beirada simples. Fachada principal, virada a O., abrindo para amplo jardim, fechado por murete de alvenaria rebocada, encimado por grades, com acesso central, protegido por portão de ferro vazado, formando elementos geométricos e vegetalistas; este acede a um caminho pavimentado a alcatrão, tendo lateralmente passeio em calçada, que bifurca junto à fachada principal em duas caminhos sem saída. Entre estes e os muros divisórios da propriedade, surgem dois amplos talhões relvados, onde se erguem árvores de tipo diverso, distinguindo-se duas tílias de grande porte. A fachada principal é de disposição simétrica, a partir de corpo central saliente e dividido em dois pisos por friso de cantaria, rasgado, no piso inferior, por portão em arco de volta perfeita, com pedra de armas no fecho e assente em pilastras toscanas, protegida por porta de duas folhas e bandeira em ferro pintado de verde, vazado por elementos geométricos, preenchidos com vidro martelado. Encontra-se flanqueado por duas janelas de peitoril rectilíneas, de molduras recortadas, flanqueadas por colunas toscanas, assentes em duas ordens de plintos, os superiores emoldurados, que sustentam, friso e dupla cornija, sobrepujados por frontão curvo, concheado e com painel ovalado central, encimado e ladeado por pináculos bojudos, os laterais terminando em pirâmide. No piso superior, duas janelas de sacada, com bacia em cantaria e guarda em ferro pintado de verde, com os vãos rectilíneos e molduras simples, em cantaria e caixilharia de madeira pintada de branco e verde, de duas folhas e bandeira. As alas laterais são semelhantes, com o piso inferior centrado por motivo serliano, surgindo, sobre os vãos rectilineos, pequenos vãos rectangulares, protegidos por portas semelhantes às do acesso principal; em cada um dos panos interiores, uma janela de peitoril rectilínea, com modinatura e caixilharias semelhantes às janelas de sacada do corpo cental. O segundo piso surge recuado, dando origem a dois terraços, protegidos por guardas metálicas, intercaladas por acrotérios galbados, com pavimento em ladrilho cerâmico vermelho, abrindo, para cada um deles, seis portas - janelas, com moldura simples e caixilharias semelhantes às anteriores, uma delas rasgada nas faces laterais do corpo central. Fachada lateral esquerda, virada a N., com o corpo seccionado por pequeno pátio longilíneo, pavimentado a calçada, com acesso por pequeno corredor lateral; as fachadas rematam em beirada dupla e são rasgadas por vãos rectilíneos, com molduras simples em cantaria e caixilharias de madeira, pintadas de branco e verde, com vidro simples, agumas com bandeira. A fachada virada a O., forma embasamento muito saliente, em alambor, tendo, no primeiro piso, uma porta e três janelas de peitoril, a que correspondem, no segundo, quatro janelas de peitoril. A fachada virada a E., possui quatro janelas de peitoril no piso inferior e duas no segundo; a face que liga ambas, virada a N., tem porta no piso inferior e janela de varandim com guarda metálica, no superior. O corpo perpendicular ao principal divide-se em três panos, o do lado direito rasgado por seis portas - janelas rectilíneas, com molduras simples e remate em friso e cornija; o central, mais elevado, é correspondente à Sala de Pompeia, com três portas - janelas semelhantes às anteriores, surgindo, no topo esquerdo, vestígios de um primitivo vão rectilíneo, actualmente entaipado. O pano do lado esquerdo corresponde à zona mais recente, formando um ressalto, aproveitando-se o ângulo para rasgar três janelas em eixo, sendo a face N. de dois pisos, o inferior com sete janelas rectilíneas com molduras simples de cantaria e o superior com sete janelas jacentes, com molduras semelhantes. Todos os vãos têm caixilharias de madeira pintadas de branco e verde, com vidro simples e portadas interiores de madeira. Fachada lateral direita, virada a S., marcada, no piso inferior, por dois corpos salientes, rebocados e pintados de rosa, encimados por platibanda vazada, que centram um enorme tanque rectangular, de bordos simples e com bica em forma de modilhão. As platibandas protegem um jardim, bastante deteriorado, com vegetação expontânea e árvores de grande porte, como um cedro, uma gingeira e nespereiras, centrado por um lago composto por tanque circular e pequeno pináculo ao centro, com uma bica no lado S.. Para o jardim dá a fachada do palácio, de dois pisos, divididos por friso de cantaria, e dois panos, o do lado direito rasgado por oito janelas de peitoril no piso inferior, com molduras simples de cantaria e protegidas por grades metálicas, a que correspondem, no piso superior, o mesmo número de janelas de varandim, com guarda metálica vazada, pintada de verde, tendo o vão rectilíneo, rematado por friso e cornija. O pano do lado direito é mais alto, com três pisos, tendo, nos dois primeiros, três janelas semelhantes às anteriores, e, no superior, três janelas jacentes com molduras simples de cantaria; os cunhais são sobrepujados por pináculos bolbosos. No lado esquerdo, surgem umas escadas que dão acesso a um terraço, que prolonga o da ala direita da fachada principal, com guardas de alvenaria rebocada e pintada de branco, ostentando, em ambos os lados, floreiras e conversadeiras em cantaria. No lado direito, protegido por muro, surge, a um nível superior, um jardim com lago central, tendo tanque de perfil contracurvado, com coluna do tipo balaústre, encimada por taça concheada, ao centro, de onde provinha o jogo de água. Para este, abrem dez portas - janelas, seis rectilíneas, rematadas por friso e cornija e, ao centro, quatro rectilíneas, envolvidas por moldura em arco de volta perfeita, que se rasgam numa parede dividida em panos por pilastras pintadas de branco, rematada por cornija, amplo friso e uma segunda cornija. Todos os vãos têm caixilharias de madeira pintadas de branco e verde, com vidro simples e portadas de madeira, no interior. Junto a esta fachada, desenvolve-se um pequeno jardim com vegetação expontânea e com um caminho em lajeado de cantaria junto ao edifício. Fachada posterior tem, no lado direito, um piso visível correspondente ao andar nobre, dividido por dois panos, o do lado esquerdo saliente, rasgado por janela rectilínea, surgindo no do lado direito, duas janelas, uma de pequenas dimensões; no ângulo, abre-se porta - janela rectilínea. INTERIOR com as paredes rebocadas e pintadas de bege, com acesso por pequeno vestíbulo, actual portaria, que bifurca para dois corredores, bastante estreitos, com acesso por arcos em asa de cesto, com molduras de cantaria, tendo tectos planos pintados de branco e pavimento em ladrilho de cantaria, formando axadrezado. O do lado esquerdo termina em escadas de sete degraus, que ligam a um patamar de acesso aos corredores dos depósitos e à zona de construção mais recente, onde surgem vários gabinetes de trabalho, desenvolvidos ao longo de largos corredores, alguns intercomunicantes. Na zona mais antiga, a primitiva cozinha, com azulejos de padrão monocromo, azul sobre fundo branco, formando silhar, com a representação de folhagem em 2x2, envolvido por moldura fitomórfica, a superior reaproveitando alguns azulejos com acantos, de execução mais antiga; as janelas possuem conversadeiras. A ala direita do corredor liga às escadas de acesso ao andar nobre, com dois lanços paralelos, ambos com o arranque marcado por arcos de volta perfeita assentes em duas pilastras toscanas; as escadas são de cantaria, com corrimão metálico, a do lado esquerdo com equipamento para elevar cadeira de rodas; os lanços convergem num patim, pavimentado a ladrilhos pétreos, que acede a porta de verga recta e a dois lanços de escadas confrontantes, de acesso ao piso superior, uma delas de cantaria e outra de madeira. As escadas e a zona de onde elas arrancam estão revestidas a azulejo, em monocromia, azul sobre fundo branco, formando silhares; representam acrotérios e colunas do tipo balaústre, envolvidos por folhagem, com rodapé em pedra torta de roxo manganês. O lado direito do corredor possui duas reentrâncias, uma rectilínea, onde se acha uma fonte de embrechados, e outra semicircular, com bailéu de cantaria, para onde abre uma janela de peitoril rectilínea, sendo o espaço coberto em semicúpula, com acesso por arco abatido, assente em pilastras toscanas, rasgadas por dois nichos, onde se integram dois bustos. Este espaço dá acesso a porta de verga recta e moldura de cantaria, de acesso ao bar de apoio, com dois niveis, vencidos por escadas de cantaria, com pavimento em ladrilho calcário, formando xadrez, ostentando rodapé de azulejos de figura avulsa. No piso superior, situam-se, para o lado esquerdo, a sala de referências e a sala de leitura, ambas com soalho de madeira envernizado e tecto plano, pintado de branco. Na ala oposta, salas administrativas, ficando na ala perpendicular, várias dependências intercomunicantes, com pavimentos de madeira e tectos planos com molduras em estuque. Uma das dependências tem tecto de madeira em masseira, formando apainelados, representando, ao centro, anjos que sustentam uma rede onde se debatem duas aves, rodeados por vários sacrifícios com anjos, tudo envolvido por molduras vegetalistas estilizadas. Uma outra sala possui doze painéis de azulejos figurativos, em monocromia, azul sobre fundo branco, com molduras recortadas internamente, formando ampla cartela de concheados, onde surgem cenas de género, como marinhas e cenas campestres, sobre rodapé de pedra torta, em roxo manganês. No topo da ala perpendicular, o SALÃO POMPEIA, também designado por Sala das Colunas, Sala de Apolo e Sala dos Marechais, de planta rectangular e cobertura em falsa cúpula ovalada, sustentada por cornija com frisos ornados por motivos fitomórficos, por pendentes angulares, pintados com "putto", rodeado por folhagem de acanto entrelaçada, e oito colunas; estas possuem o fuste em falsa espira nos dois terços superiores, uma delas pintadas com decoração fitomórfica, e terço inferior estriado e pintado de marmoreados fingidos, com capitéis coríntios, assentes em bases de toro e escócia; a cúpula é sustentada, ainda, por vinte e quatro pilastras com o terço inferior do fuste estriado e a zona superior com uma sucessão de vasos, medalhões e pavilhões pintados, com capitel coríntio. O intradorso da cúpula encontra-se pintada com vários motivos, tendo, ao centro, um anjo, de onde evoluem doze apainelados de dimensões distintas, decorados por pavilhões, folhas de acantos e medalhões com figuras em "grisaille". O pano da cúpula possui oito falsas nervuras, ornadas por flores, formando apainelados, quatro de maiores dimensões, com anjos a sustentar vasos com flores, surgindo, nos menores, um anjo a segurar instrumentos musicais. Sob estes, corre friso ovalado de acantos enrolados, pintados em "grisaille" sobre fundo verde, sustentado por quarteirões ornados por escamas e acantos, que dá origem a painéis trapezoidais; em quatro deles, surgem representadas divindades marinhas, acompanhadas de animais (touro, leopardo, cavalo e centauro), constituindo raptos, segundo os textos das Metamorfoses; são composições inseridas em medalhões, rodeadas por moldura de óvulos, e cornucópias, surgindo uma moldura rectilínea com figuras híbridas e elementos vegetalistas sinuosos; os painéis de menores dimensões possuem figuras em "grisaille", envolvidas por figuras híbridas, pavilhões, painéis e elementos vegetalistas dispostos de forma sinuosa. Nas paredes, surgem seis figuras femininas sem quaisquer atributos, baseadas, directamente, nas gravuras provenientes de Pompeia, envolvidas por painel rectilíneo delimitado por uma moldura em grega; estes intercalam com portas - janelas, sobre as quais surgem painéis pintados com cabeças aladas, festões e drapeados, surgindo, nas sobre portas, uma temática de sacrifícios vários, de animais e crianças, e rituais sempre presididos por meninos alados, identificando-se sacrifícios ao deus solar, a Pã, etc.. A sala é percorrida por um friso com o fundo em sépia e figuras em "grisaille", representando acantos e outros motivos fitomórficos enrolados. Na base dos painéis das paredes, surgem oito painéis de azulejo em monocromia, azul sobre fundo branco, rodeado por molduras de madeira e representando vários portos europeus (Antuérpia, Roterdão, Midelburgo, Hamburgo, Veneza, Londres, Colónia e Constantinopla). No topo da sala, inserido em nicho de volta perfeita, a figura de Apolo, assente em plinto paralelepipédico. |
Acessos
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Calçada da Boa Hora, n.º 30. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,700005, long.: -9,189774 |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 37 728, DG, 1.ª série, n.º 4 de 05 janeiro 1950 (classifica o Salão Pompeia) / ZEP, Portaria n.º 39/96, DR, 1.ª série-B, n.º 37 de 13 fevereiro 1996 *1 |
Enquadramento
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Urbano, inserido na malha urbana, isolado, tendo a fachada principal virada para a via pública, a Calçada da Boa-Hora, surgindo, a N., a Rua do Giestal e, a S. o Edifício dos CTT, Correios Telégrafos e Telefones, de Alcântara (v. PT031106021024) e o Hospital Egas Moniz (v. PT031106020810). Do lado oposto da calçada, com forte pendor de inclinação, mas plana na zona fronteira ao edifício, surgem prédios de rendimento (v. PT031106021235 e PT031106021236) e, no fundo da mesma, a Quinta das Águias (v. PT031106020195). |
Descrição Complementar
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A pedra de armas no portal principal é dos Coutinho, Albuquerque e Saldanha. A fonte de embrechados está inserida num nicho em arco de volta perfeita, assente em pilastras toscanas, sustentadas por plintos paralelepipédicos, com os seguintes em embrechados de conchas e pedras; o intradorso do nicho encontra-se revestido a conchas e pedras, que formam uma moldura rectilínea, criando uma falsa abóbada em concha, assente em cornija. Tem bica em forma de golfinho, que verte para um tanque galbado e de perifl contracurvado, onde surge, incisa, a data "1582". |
Utilização Inicial
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Residencial: casa nobre |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: arquivo |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Instituto de Investigação Científica Tropical |
Época Construção
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Séc. 16 / 18 / 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITECTOS: João Antunes (atr., 1643-1712); Manuel Caetano da Silva Girão (obras de adaptação); Fortunato Lodi. PINTOR de AZULEJOS: Cornelis Pieterzn Boumeester (atr., 1715). |
Cronologia
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1582 - data numa fonte de embrechados existente no interior do palácio que permite datar o núcleo primitivo do edifício hoje visível; 1600, 24 Março - instituição do Morgado da Junqueira, por Aires de Saldanha, nomeado, neste ano, vice-rei da Índia, com sede na Quinta das Caldas, que viera no dote de D. Joana de Albuquerque, com quem casara em 1558, então com o nome da Quinta da Junqueira; 1604 - Aires de Saldanha morreu no regresso da Índia, sendo o primeiro morgado o seu herdeiro, António Francisco de Saldanha; 1656 - o morgado foi acrescentado com a Comenda de São Martinho de Lagares, da Ordem de Cristo; 1695 - João Antunes surge como autor de umas casas de João de Saldanha de Albuquerque na Junqueira; finais séc. 17 / 1º quartel séc. 18 - transformação e ampliação significativa, com a demolição da antiga capela, onde existia um frontal de azulejo polícromo, edificando-se então o Salão Nobre, onde se encontra actualmente o Salão Pompeia; 1701, 15 Janeiro - para fazer face às despesas com as obras de ampliação da casa, foram aforadas algumas terras; 1712 - as obras estavam concluídas, sendo descrito por Carvalho da Costa como tendo casas amplas, com duas varandas, um jardim no meio e outro em baixo, com muitas fontes artificiais e naturais, que regam amplos pomares; 1715 - provável colocação dos painéis de azulejos no Salão Nobre, representando portos europeus, provavelmente executados por Cornelis Pieterzn Boumeester; 1748 - provisão a António de Saldanha de Albuquerque para que lhe fossem dados $500 para reparo das casas da Junqueira, então em ruína; 1750 - provável execução dos azulejos figurativos, em monocromia, azul sobre fundo branco, existentes num dos gabinetes; 1758, 25 Março - o palácio é pertença de Manuel Saldanha e Albuquerque, vice-rei da Índia, que então recebeu o título de conde da Ega; séc. 18, 2.ª metade - o Conde da Ega cede terrenos da Quinta para instalação da Cordoaria; 1805, Abril - o Conde da Ega partiu para Espanha, ficando o palácio abandonado; 1807 - regresso do Conde, mandando fazer obras várias, incluindo, certamente, a pintura do Salão Nobre, com temática neoclássica, sendo, assim designado por Salão Pompeia; 1808 - foi utilizado como Hospital Militar; o palácio era alugado, sendo ocupado poarte dele por José Inácio Acchiolli; 13 Outubro - o palácio foi sequestrado pelo Juízo da Inconfidência; 15 Outubro -a família embarcava para o exílio; 1813, 12 Fevereiro - leilão dos bens móveis do palácio, que constavam da livraria, pinturas e outros objectos; 26 Abril - realização de importantes obras, a expensas da Fazenda e sob a orientação do Arquitecto Manuel Caetano da Silva Girão, com a finalidade de converter o palácio em residência do marechal William Beresford, Conde de Trancoso, tendo importado em 44:203$804; 1814 - o Arsenal Real das Obras Militares pagou mais 11:220$566 em mobiliário; 1815, Julho - Beresford dirige uma petição ao rei, no Rio de Janeiro, para que lhe doasse a propriedade, mas o caso arrastou-se sem que se concretizasse a doação; 1823 - o Conde da Ega foi absolvido, tendo voltado a Portugal; a família Saldanha manifesta o desejo de se instalar na propriedade; 1838 - após longa demanda jurídica, a família Saldanha é autorizada a instalar-se no local; 1842 - aquisição da quinta pelo conselheiro Jerónimo de Almeida Brandão e Sousa (no ano seguinte, barão da Folgosa); 1843 / 1846 - obras significativas, sob a direcção do Arquitecto Fortunato Lodi; 1907 - no edifício, reuniu-se o Partido Regenerador, chefiado por Júlio de Vilhena; 1919 - aquisição do palácio pelo Ministério das Colónias, para instalação da Escola de Medicina Tropical e criação do Hospital Colonial; 1931, 9 Junho - criação do Arquivo Histórico Colonial, pelo decreto-lei 19869, com instalação no edifício; 1949 - o Director do Arquivo Histórico Colonial pede à DGEMN que se estabeleça uma Zona de Protecção para garantir que não se estabeleça no local uma área demasiado industrializada; é referido que o edifício tem uma sala muito importante, o denominado "Salão dos Marechais", "Salão Pompeia", "Sala de Música" ou "Sala das Colunas"; 1950 - referância à existência de alguns azulejos do séc. 17, nas escadas de acesso ao andar nobre, existindo, no mesmo, uma sala com tecto apainelado, contendo pinturas decorativas, no qual existiu um fogão de mármore preto e rosa; 1962 - realização de obras, pelo Serviço de Conservação; 1973, 6 Novembro - pelo decreto-lei 583/73, o arquivo foi integrado na Junta de Investigações Científicas do Ultramar, actualmente Instituto de Investigação Científica Tropical; 1990, 12 Março - brigada de Pintura Mural do Instituto José de Figueiredo visita o imóvel e avalia o estado de conservação da pintura da Sala de Pompeia; 1993 - projecto de construção do Pavilhão de Macau; 1998, Outubro - elaboração da Carta de Risco do imóvel pela DGEMN. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes. |
Materiais
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Estrutura em alvenaria mista, rebocada e pintada, e em cantaria de calcário; o novo corpo é de betão e alvenaria de tijolo; colunas, frontões, cornijas, plintos, guardas, modinaturas, sacadas, pináculos, escadas, lagos, pavimentos em cantaria de calcário; portas, caixilharias, pavimentos, mobiliários, estantes de madeira; silhares e painéis de azulejos tradicionais e industriais; janelas com vidro simples; guardas metálicas; coberturas em telha; fonte de embrechados de pedras e conchas. |
Bibliografia
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ABRANTES, Maria Luísa, Arquivo Histórico Ultramarino, in SANTANA, Francisco, SUCENA, Eduardo, (dir. de), Dicionário da História de Lisboa, Lisboa, 1994; ALVES, Artur da Mota, O Palácio do Páteo do Saldanha, Lisboa, 1935; ARAÚJO, Norberto de, Inventário de Lisboa, Fasc. 4, Lisboa, 1946; ATAÍDE, M. Maia, (coord. de), Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa, Lisboa - Tomo III, Lisboa, 1988; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra, Relatórios da intervenção nas pinturas decorativas do Salão Pompeia, no Palácio da Ega, Cacém, 1996-1999; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no Ano de 1962, 1º Vol., Lisboa, 1963; Monumentos, n.º 15-23, Lisboa, DGEMN, 2001-2005; RIBEIRO, Mário de Sampaio, Do Sítio da Junqueira, Lisboa, C.M.L., 1939; SIMÕES, J. M. dos Santos, Os Azulejos Holandeses do Palácio Saldanha, in: Revista e Boletim da Academia Nacional de Belas-Artes, Lisboa, 1948. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DSARH, DGEMN/DRMLisboa, DGEMN/DSEP, DGEMN/DSPI/CAM, DGEMN/DRELisboa/DRC/DIE; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRELisboa, DGEMN/DRMLisboa, DGEMN/DSARH; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco, DGEMN/DRELisboa, DGEMN/DSARH; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra |
Intervenção Realizada
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DGEMN: 1962 - realização de obras; 1963 - realização de obras, pelos Serviços de Conservação; 1968 - obras de conservação e restauro do tecto do Salão Pompeia; 1982 - adaptação da casa do Fiel e laboratório; 1986 - obras de beneficiação; IJF: 1989 / 1990 - obras de conservação e restauro do tecto da sala e pinturas murais; DGEMN: 1991 - o travejamento correspondente ao Salão Pompeia encontrava-se muito danificado, pondo em risco toda a cúpula e as pinturas cujo restauro se previa; 1995 - recuperação e adaptação a maior modernidade do Arquivo; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra: 1995 / 1996 / 1997 / 1998 / 1999 - intervenção na pintura do Salão Pompeia, com limpeza da moldura em estuque, do friso e dos painéis, levantamento dos repintes, fixação da camada pictórica, consolidação de fissuras e reintegração cromática; DGEMN: 2001 / 2002 / 2003 - beneficiação das coberturas e impermeabilização dos terraços; 2002 - remodelação da sala de leitura, informática e gabinete de apoio; 2002 / 2003 - beneficiação das galerias e recepção, com limpeza dos azulejos e cantarias; remodelação da sala de leitura e espaços adjacentes; beneficiação da iluminação interior, coma colocação de novos pontos de luz; remodelação das instalações eléctricas; prolongamento da galeria para construção do bar; 2003 / 2004 / 2005 - remodelação dos arquivos; remodelação das instalações sanitárias; remodelação dos gabinetes e sala dos códices, com tratamento de rebocos e pinturas e beneficiação da instalação eléctrica; 2005 - concluídas as obras de remodelação dos gabinetes de serviços administrativos; trabalhos de beneficiação e iluminação da fachada principal; estudo para o restauro das pinturas do Salão Pompeia; iluminação da fachada principal. |
Observações
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*1 - DOF: "Sala designada pelo nome de Salão Pompeia, no antigo Palácio da Ega, edifício onde se encontra o Arquivo Histórico Colonial"; Zona Especial de Proteção conjunta da Capela de Santo Amaro, da Casa Nobre de Lázaro Leitão Aranha, do Palácio Burnay e da Sala designada «Salão Pompeia» no antigo Palácio da Ega. |
Autor e Data
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Teresa Vale e Carlos Gomes 1994 / Paula Figueiredo 2007 |
Actualização
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