Casa Pia de Lisboa - Colégio de Pina Manique

IPA.00010466
Portugal, Lisboa, Lisboa, Belém
 
Estabelecimento de ensino projetado e construído entre finais do séc. 19 e inícios do séc. 20, profundamente marcado pela sua função como instituição de ação social, apresenta uma arquitetura essencialmente funcionalista, o que se pode comprovar sobretudo nos edifícios das oficinas e das camaratas. As campanhas revivalistas ocorridas no Mosteiro dos Jerónimos estenderam-se também a alguns edifícios do colégio, como o ginásio e o corpo da antiga cozinha de 1883, de gosto neomanuelino. O Pavilhão Rosa pode-se inserir no grupo do novo modelo de arquitetura escolar dos anos 10 do séc. 20, bastante difundido por Ventura Terra. O ginásio antigo foi um dos primeiros edifícios construídos de raiz em Portugal para a prática de Educação Física, apesar de ter tido diversas utilizações ao longo do tempo, nomeadamente como Sala de Banhos e Salão de Festas.
Número IPA Antigo: PT031106320602
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Assistencial  Recolhimento    

Descrição

O complexo arquitetónico é constituído por um conjunto de edifícios construídos essencialmente no final do séc. 19 e inícios do séc. 20, atestando a própria evolução e expansão do colégio pelos terrenos que compunham a cerca do mosteiro. É composto por um edifício principal onde funcionam os serviços administrativos do colégio, o Pavilhão Rosa e edifício da antiga Biblioteca, a oeste, o edifício das Camaratas, a norte, onde se encontra instalado, na ala este, o Centro Cultural Casapiano, e nas restantes alas as instalações do colégio, cinco lares / residências para alunos internos *3, edifícios e oficinas para ensino técnico - profissional e curricular e dois pavilhões gimnodesportivos, sendo o mais recente denominado Pavilhão Januário Barreto *4. O edifício principal, de planta em "L", organiza-se em torno de um pátio a norte do mosteiro, conhecido como Pátio das Malvas, é composto por quatro corpos de dominante horizontal. Ao corpo original de planta retangular, voltado para a Rua dos Jerónimos, foram adossados outros três corpos; dois a oeste, que se traduzem num mais pequeno encostado à parede da Sala do Capítulo do mosteiro, seguido de um maior, adossado a todo o comprimento, resultante da remodelação e ampliação de um recreio coberto, e a norte um corpo retangular, denominado Pavilhão Margiochi. Fachadas de pano murário compostas por vãos alinhados. Fachada principal orientada a este, com três registos; no primeiro, semi-enterrado, a norte, porta de acesso sul às capelas mortuárias, no segundo, duas portas encimadas por bandeira arqueada, sendo a central de acesso ao Secretariado Paroquial, e a que se encontra a norte de acesso ao colégio. Fachada oeste com pano murário avançado ao nível do primeiro registo, a sul, e recuado no segundo. O resto do alçado apresenta quatro registos; o primeiro marcado por fileira de portas alpendradas de acesso ao pátio, segundo registo composto por vãos rasgados verticalmente e último registo ao nível da cobertura. Fachadas do Pavilhão Margiochi ritmada por vãos, com três registos e acesso por porta alpendrada ao centro do alçado sul. INTERIOR: ala sul do corpo original, com capelas mortuárias na cave, com acesso ao claustro do mosteiro. Nos pisos superiores existe uma biblioteca e diversos gabinetes. Acesso principal do colégio feito a partir de um pequeno átrio onde se encontra a receção, ligado por pequeno corredor de circulação a um vestíbulo com escada de acesso aos vários pisos. O acesso ao interior do Pavilhão Margiochi é feito por um vestíbulo com escada de acesso aos vários pisos, ladeada por dois corredores de circulação, em sentido oposto, de acesso às várias salas de aula e ao corpo original. No lado oeste do Pátio das Malvas encontra-se o Pavilhão Rosa *5, de planta retangular e volumetria paralelepipédica. Os alçados apresentam três registos, rematados por estreita platibanda precedida de friso composto por mísulas. Pano murário rasgado por vãos retangulares com bandeira e moldura em cantaria, ritmados segundo uma estruturação vertical. Fachada principal a este, rasgada por janelas tripartidas sobre pequenas frestas, demarcada ao centro por porta encimada por ornato esculpido em cantaria [CLASSES], ladeada por placa e sineta ao nível do primeiro piso e superiormente janelas bipartidas. Fachadas norte e sul com janelas quadripartidas sobre pequenas frestas. Fachada oeste rasgada por janelas tripartidas, com acesso a sul por porta precedida por escadaria encimada por janelas bipartidas nos registos seguintes. A esta fachada encontram-se adossados, a sul, o edifício da antiga biblioteca, e a norte, o ginásio antigo. A biblioteca apresenta planta retangular, de volumetria horizontal, com cobertura em telhado de três águas. Os alçados, de traça idêntica à fachada do refeitório do mosteiro, apresentam três registos, com remate em cornija nas fachadas norte e oeste, com pinha de cantaria nos extremos. A fachada principal, a oeste, dispõe de janelas de bandeira emolduradas por arcos de volta perfeita. No segundo registo janelas de sacada com guarda encimadas por pequenas janelas. O ginásio apresenta planta composta por dois corpos. Um grande corpo retangular adossado ao Pavilhão Rosa, a que se adossa um pequeno corpo quadrado a oeste. Volumetria de dominante horizontal, com cobertura em telhado de três águas (corpo quadrado) e em telhado de quatro águas (corpo retangular). Fachadas de um registo no corpo retangular, com janelas basculantes emolduradas por arcos de volta perfeita, coroados por platibanda ritmada por pináculos, e de dois registos no corpo quadrado. Fachada principal, a sul com dois pórticos de acesso ao interior. Na fachada oeste, nicho em arco perfeito decorado por azulejos com estátua da Rainha Santa Isabel ao centro. Acesso principal ao interior através do corpo quadrado, composto por vestíbulo de distribuição aos balneários, existentes nos dois pisos, e ao ginásio, constituindo este um espaço único, apresentando na parede oeste silhar e escudo da Casa Pia. O teto dispõe de travejamento de madeira. O edifício das Camaratas apresenta planta em U de volumetria de dominante horizontal; um corpo retangular a norte, ao qual se adossam, a sul, dois corpos idênticos organizados em torno de pátio interior *6. Estes corpos são separados por um outro pátio, aberto a sul, denominado Pátio 3 de Julho. Cobertura em telhado de três e quatro águas. Acima da cobertura, colocados a todo o comprimento dos braços do edifício, existe um sistema de ventilação coberto por pequeno telhado de duas águas. Alçados rematados por platibanda ameada, exceto nos alçados sul e alçados virados para os pátios, cujo remate é feito por estreita platibanda e cornija. Fachada principal, a norte, com dois registos, sendo o primeiro semi-enterrado, a oeste com pequenas janelas e duas portas de acesso ao interior, e o segundo ritmado por grandes vãos verticais emoldurados por arcos abaulados, com várias portas a este. Nos topos da fachada quatro pequenos torreões circulares, dois de cada lado entre janelas, ameados e coroados por semi-esfera. Fachadas este e oeste, também com dois torreões respetivamente nos topos norte. O alçado este apresenta dois registos, estando o primeiro semi-enterrado. É rasgado por grandes janelas basculantes emolduradas por arcos abaulados e por óculos existentes entre os registos e entre as janelas. Acesso ao interior, no segundo registo, por três portas, ao centro, ladeadas por fosso. Fachada oeste com três registos, ritmada por vãos regulares, com óculos entre as janelas do terceiro registo. Acesso por várias portas no primeiro registo, com alpendre a todo o comprimento. Fachadas este e oeste dos dois pátios laterais com volume, ao centro, destacado e rebaixado. No pátio este panos murários envidraçados e destacados e quatro volumes retangulares ao nível da cobertura no alçado este. Acesso ao interior do Centro Cultural Casapiano pelo alçado virado para a Rua dos Jerónimos. Esta ala apresenta cinco pisos, sendo dois deles cave. Grande vestíbulo central, com receção ao centro e galeria atrás com escadas helicoidais nos extremos, ladeada por elevadores panorâmicos. O vestíbulo é percorrido superiormente por galerias, uma por piso. Na ala sul situa-se o Museu *7 e na ala N. a Biblioteca "César da Silva" *8. Por detrás do elevador norte existe uma escada de acesso aos vários pisos. Tanto a ala sul como a ala norte são rasgadas por grandes vãos entre os pisos. No vestíbulo e na biblioteca as galerias são aparentemente suportadas por colunas campaniformes. Na zona do museu, a sala denominada de Sala dos Reis, tem duplo pé direito, com passadiço superior e escada, ao centro, de acesso ao piso inferior. No topo sul escada de acesso aos pisos superiores. No último piso, onde se encontra o espaço de exposições temporárias, existem quatro ateliês com mezanino. No primeiro piso da cave existe zona para exposição e cafetaria, com acesso ao pátio este. Pelo segundo piso da cave acede-se ao auditório Rainha Santa Isabel. O resto do edifício das Camaratas é utilizado como salas de aula, com entrada para os pavilhões J. Franco Dias e Artur A. Bivar, respetivamente, nos alçados este e oeste, do Pátio 3 de Julho. O topo norte deste pátio dá acesso ao espaço da antiga despensa, cozinha e refeitório. O acesso é feito por pequeno corredor de circulação, com duplo pé direito, que liga à antiga despensa, no segundo piso, hoje bar, e à cozinha e refeitório. Este último situado no piso superior, apresenta paredes revestidas por painéis *9. A oeste do edifício das Camaratas, separadas pelo Pátio da Bandeira e por arruamento, encontram-se diversas oficinas, constituídas por vários blocos dispostos longitudinalmente. As oficinas apresentam cobertura em telhado de duas águas, com sistema de ventilação acima da cobertura idêntico ao do edifício das Camaratas. Os alçados rematados por platibanda e empena nos extremos são ritmados por grandes janelas basculantes emolduradas por arcos abaulados em cantaria e tijolo de burro. A norte encontra-se outro bloco de oficinas, cuja traça é idêntica às anteriores.

Acessos

Rua dos Jerónimos, n.º 5

Protecção

Incluído na Zona Especial de Proteção do Mosteiro de Santa Maria de Belém (v. IPA.00006543)

Enquadramento

Urbano, ribeirinho, implantado em quarteirão. A vasta área que integra os edifícios do colégio é limitada a sul pelo Mosteiro dos Jerónimos, a norte pelo Estádio do Restelo, a este pela Rua dos Jerónimos e a oeste pelo Planetário Calouste Gulbenkian (v.IPA.00011186) e Instituto Jacob Rodrigues Pereira (v.IPA.00010465). No limite nordeste localiza-se a Provedoria da Casa Pia de Lisboa (v. IPA.00010464). Todo o conjunto é percorrido por arruamentos e zonas ajardinadas *1, com um fontanário e mina de água *2 no topo norte dos terrenos, contém várias áreas desportivas compreendendo campos de futebol, sendo o maior denominado de Cândido de Oliveira, de basquetebol e de ténis. O edifício principal do colégio, virado para a Rua dos Jerónimos, e o edifício da antiga Biblioteca - Central, Museu e Arquivo da Casa Pia encontram-se respectivamente adossados à Sala do Capitulo e o ao refeitório do Mosteiro do Jerónimos.

Descrição Complementar

Nada a assinalar.

Utilização Inicial

Assistencial: recolhimento / Educativa: escola

Utilização Actual

Educativa: escola / Cultural e recreativa: biblioteca / Cultural e recreativa: museu / Cultural e recreativa: arquivo / Assistêncial: lar

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Provedoria da Casa Pia de Lisboa

Época Construção

Séc. 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITETOS: Domingos Parente da Silva (1897); Rui Cardim (1992 - 1993); Fernando Fernandes (1992 - 1993); Vasco Leitão (1992-1993); Paulo Melão (1992 - 1993); ESCULTORES: Fernando Fonseca; Hélder Baptista; Januário Barreto (1986); Luís Cruz; Martins Correia (1989); Rogério Machado; Simões de Almeida, Tio (1916, doação); PINTORES: Carlos Henriques; Francisco de Aquino; Gil Teixeira Lopes; AZULEJOS: Julia José Reynaud.

Cronologia

1780, 6 junho - adaptação dos velhos quartéis do Castelo de São Jorge (v. IPA.00003128), para instalação provisória de algumas dezenas de crianças e adultos; 1780, 3 julho - fundação da Casa Pia de Lisboa por Diogo Inácio de Pina Manique (1733 - 1805), no reinado de D. Maria I (1734 - 1816); 1780 - Pina Manique entrega a organização pedagógica da instituição a José Anastácio da Cunha (1744 - 1787); 1780, 29 outubro - abertura solene e inauguração de novas instalações para crianças; 1805 - morte de Pina Manique; 1807 - aquando das Invasões Francesas, a Casa Pia é desalojada do Castelo de São Jorge; 1811, 31 agosto - instalação da Casa Pia no Mosteiro de Nossa Senhora do Desterro (v. IPA.00005035); 1812, 8 maio - portaria emitida do Rio de Janeiro restabelecendo, a posteriori, a Casa Pia no Mosteiro de Nossa Senhora do Desterro; 1823, 7 abril - extinta a Intendência Geral da Polícia, a Casa Pia passa a depender do Ministério do Reino; 1823, 4 julho - ressurgimento da Intendência Geral da Polícia, regressando a Casa Pia à sua dependência; 1833, 23 outubro - criação da aula de música, enriquecida com instrumentos do extinto seminário da Patriarcal; 1833, 28 dezembro - por Decreto Real, de D. Pedro IV, a Casa Pia de Lisboa transfere-se para o Mosteiro dos Jerónimos (v. IPA.00006543), seus anexos e espaços envolventes *10; é então administrador da Casa Pia, António Maria Couceiro; 1834 - anexa-se à Casa Pia o Colégio de Catecúmenos e o Colégio de Surdos - Mudos e Cegos; 1835 - construção, nos terrenos da cerca do mosteiro, do primeiro ginásio de educação física de que há conhecimento em Portugal, por vontade de D. Pedro IV (1798 - 1834); criação do Conservatório de Música, sob a direção de João Domingos Bontempo; 1835, 9 maio - é promulgada a reforma da Casa Pia; 1845 - início da construção de um pavilhão, que daria para a Rua dos Jerónimos, para instalação da primeira escola normal do país, e que parece hoje já não existir; séc. 19, 2.ª metade - a instituição alarga as suas instalações, sob a direção de José Maria Eugénio de Almeida e Simões Margiochi, para terrenos anexos ao mosteiro, cuja cerca incluía toda a encosta do Restelo; 1869 - a Casa Pia passa a designar-se Real Casa Pia de Lisboa; 1874 - renovação do dormitório, criação da primeira enfermaria com farmácia, inauguração das primeiras instalações para aulas e definição de um espaço próprio para recreio; 1876 - intenção de construir um novo pavilhão para a prática de Educação Física; 1878 - entra em funcionamento a primeira escola normal, integrada na Casa Pia; 1879 - o provedor, Carlos Maria Eugénio, manda construir um novo ginásio provido de todos os aparelhos necessários, único no país até então; séc. 19, 3.º quartel - construção de um edifício, junto à atual Biblioteca Central da Marinha, onde se instalou os colégios 5 e 6; 1883 - o engenheiro Manuel Raimundo Valladas manda construir uma cozinha adossada à parede norte do refeitório do mosteiro; 1888 - transferência da Casa Pia, por António Augusto de Aguiar, para as instalações anexas da cerca do mosteiro; 1891 - a Escola de Desenho Industrial Gil Vicente, que até então ocupava o primeiro piso do pavilhão virado à Rua dos Jerónimos, deixa estas instalações *11; 1894 - a Casa Pia dispõe de um Museu Escolar que ocupa a ala oeste do antigo dormitório do mosteiro; 1897 - projeto de Domingos Parente da Silva para a construção do edifício das Camaratas *12; 1911 - é nomeado diretor da Casa Pia, Aurélio da Costa Ferreira; 1916 - doação de obras de Simões de Almeida, Tio (1844 - 1926) para o Museu Escolar; 1917 - doação de obras de João Dias Serras e Rafael Pimenta para o Museu Escolar; 1918 - inauguração da "Galeria de Arte" no Museu Escolar; 1924, 22 dezembro - inauguração de um pavilhão de desenho a norte do Pátio das Malvas, denominado de Pavilhão Margiochi; 1925 - a cozinha velha construída em 1883 é desocupada e instalam-se os laboratórios de Química e Física; 1936 - início da construção, pela CML, do edifício para as novas oficinas de marcenaria, sapataria e alfaiataria, sob o projeto de Manuel Moniz de Freitas; o claustro do mosteiro deixa de ser utilizado pelos alunos da Casa Pia; projeto para adaptação de parte do edifício principal para salas de aula no primeiro e segundo pisos; 1937, 20 setembro - embargo das obras no edifício principal, por não serem permitidas obras particulares em zonas envolventes de Monumentos Nacionais; 1940 - a Casa Pia desocupa definitivamente as instalações do Mosteiro dos Jerónimos por motivo das Comemorações dos Centenários e Exposição do Mundo Português, restringindo-se aos espaços, edifícios e alguns barracões na zona a norte do mosteiro, sendo todo o seu acervo artístico, pertencente ao museu escolar e biblioteca, removido para o edifício principal do colégio; 1942 - intenção de construir dois recreios cobertos no Pátio das Malvas; instalação da Galeria de Arte, museu escolar e biblioteca *13 no segundo piso recém-construído sobre a antiga cozinha de 1883; 1942, 31 dezembro - decreto pelo qual, e em obediência a uma nova filosofia político-assistêncial, foram integrados na Casa Pia diversos estabelecimentos assistênciais, vulgarmente conhecidos por Asilos da Cidade de Lisboa; criaram-se assim as várias secções que se espalharam pela cidade, sendo a situada nos terrenos anexos ao mosteiro designada Secção de Pina Manique, ficando definitivamente aqui instalada; é criada a Provedoria da Casa Pia de Lisboa, localizada em Belém; 1948 - instalação dos serviços e repartição centrais da provedoria, numa parte do edifício principal; 1951-1952 - realização de uma estudo de mobiliário e equipamento para as Salas de Ciência, Física e Química da Secção Pina Manique da Casa Pia de Lisboa; a Comissão para a Aquisição de Mobiliário indica que: "Uma vez que a obra está em curso e, tratando-se de laboratórios (...), tenho a honra de sugerir a V. Exa., a conveniência de ser cometido o seu estudo ao Arquitecto da obra (...)" (TXT.07228267); 1954 - início da elaboração do projeto, pela DGEMN, do edifício de artes gráficas e desenho; 1956, 12 setembro - vistoria da Inspetoria Portuguesa de Santo António para elaboração do relatório de obras indispensáveis para instalação dos padres salesianos que assumem a direção do Colégio Pina Manique; 1957 - construção de dois campos de jogos; 1958 - 1959 - construção, a norte do Museu de Marinha, do campo de futebol Cândido de Oliveira e respetivas bancadas; 1958, janeiro - é efetuado o revestimento da parede norte do claustro do mosteiro, deixando a Casa Pia de ter comunicação com este; 1960 - projeto da DGEMN para arranjo dos campos desportivos; remodelação do Pátio das Ratas; 1960, 29 agosto - transferência dos serviços paroquiais da Igreja de Santa Maria de Belém para o edifício principal; 1961 - cedência de 30.880 m2 de terrenos da Casa Pia, para construção do Museu da Marinha, em troca de algumas obras a efetuar na Casa Pia; 1962, 13 dezembro - incêndio no edifício das camaratas; 1963 - conclusão do projeto de adaptação do edifício principal a residência e serviços paroquiais da freguesia de Santa Maria de Belém; 1968 - estudo de remodelação da secção de Pina Manique efetuado pelos arquitetos Duarte Nuno Gomes Simões (1930 - ) e J. Daniel Santa-Rita (1929 - 2001); 1980 - desativação da antiga camarata do colégio 1, 2, 3, e 4 no edifício das camaratas, ala este, virada para a Rua dos Jerónimos; 1983 - inicia-se a renovação do Colégio Pina Manique, verificando-se uma gradual alteração estrutural do colégio, com a construção de cinco lares / residências e a reestruturação da escola e das oficinas; 1986 - colocação de dois baixos-relevos, respetivamente de Martins Correia e Januário Barreto, nos edifícios com o mesmo nome; 1990 - projeto para a remodelação da ala este do edifício das camaratas para instalação do Centro Cultural Casapiano; 1990, 3 de julho - inauguração do Lar Augusto Poiares; 1991, 3 julho - a Casa Pia recebe a condecoração da Ordem de Instrução Pública; colocação de uma placa no Pátio 3 de Julho, dando-lhe a designação atual; 1992, 13 outubro - abertura do concurso para adjudicação da remodelação da ala este do edifício das camaratas para instalação do Centro Cultural Casapiano; 1993, 25 fevereiro - cerimónia do lançamento da primeira pedra do Centro Cultural Casapiano; 2000, 3 julho - inauguração do Centro Cultural Casapiano; 2000 - transferência parcial da antiga Biblioteca, Museu e Arquivo para o Centro Cultural Casapiano.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes.

Materiais

Betão armado, fibrocimento, alvenaria hidráulica, alvenaria de pedra, cantaria de lioz, basalto, marmorite, tijolo, tijolo de burro, ferro, latão, zinco, mosaico, azulejos, telha mourisca, telha "Marselha", madeira de pinho, madeira de casquinha, vidro.

Bibliografia

ARAÚJO, Luís Manuel, O Centro Cultural Casapiano in Revista da Casa Pia , Ano 12, nº 21, p. 28, Lisboa, Dezembro 1999; Casa Pia de Lisboa in Raízes - Laços e Língua, nº 3, Cascais, Maio 1999; Duzentos anos da Casa Pia de Lisboa, Exposição comemorativa da sua fundação, 1780 - 1980, Lisboa, 1980; Jornal O Casapiano, n.º 236, pp. 5 e 7, Novembro 1980; MENDES, Clara, CALADO, Maria, Lisboa vista do céu, Lisboa, 1995; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1954, Lisboa, 1955; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1955, Lisboa, 1956; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério no ano de 1956, Lisboa, 1957; Monumentos, n.º 12, n.º 15-17, 19-20, 23, Lisboa, DGEMN, 2000-2005; MUXAGATO, Jorge, Jerónimos - Memória e Lugar do Real Mosteiro, Lisboa, 1997; NAVARRO, Pina, LIMA, Maria Isabel Santos, Casa Pia de Lisboa - Centro Cultural Casapiano - Património Cultural, Lisboa, Julho 2000; Revista da Casa Pia de Lisboa, Ano I, n.º 1, Lisboa, Junho 1988; Revista da Casa Pia de Lisboa, Ano IV, nº 7, Junho 1991; ROCHA, Moraes, COSTA, Sequeira, 1780 - 1980, Contribuição para a História da Educação física na Casa Pia de Lisboa, Lisboa, 1980; ROCHA, Moraes, BARRETO, Fernando, 1780 - 1987, Subsídios para a História da Educação Física na Casa Pia de Lisboa, Lisboa, 1987; SANTANA, Francisco, SUCENA, Eduardo, Dicionário da História de Lisboa, p. 236 - 238, Lisboa, 1994; SILVA, César da, Real Casa Pia de Lisboa - Breve História da sua fundação, grandeza e desenvolvimento de 1780 até ao presente, Lisboa, 1986.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DRELisboa/DRC/DIE/DEM, DGEMN/DSPI/CAM, DGEMN/DSEP/DNISP, DGEMN/DSARH

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DSEP/DNISP - Ministério de Marinha (caixas n.º 2 e 3); SIPA: DGEMN/CAM 0355/19

Intervenção Realizada

DGEMN: 1937, Abril - construção de um alpendre no Pátio das Malvas e portas de vedação do claustro do mosteiro; cobertura do recreio adossado ao alçado oeste do edifício principal; 1938 - reparação da cobertura do edifício principal; 1942 - construção do segundo piso na cozinha velha de 1883, em alinhamento com o mosteiro; 1942 - 1943 - obras de beneficiação no Pátio das Malvas; 1946 - 1950 - obras de beneficiação e remodelação da cozinha do colégio; 1948 - diversas obras de adaptação no edifício principal para instalação de serviços da Provedoria; 1949 - reparação geral das coberturas; 1950 - realização de obras no edifício onde está instalada a biblioteca (antiga cozinha de 1883); 1952 - obras de arranjo das aulas de ciência químicas e físicas, no Pavilhão Rosa e edifício da antiga biblioteca; reparação geral das coberturas; 1952, setembro - obras para instalação de águas quentes nos balneários do colégio; 1953 - 1954 - recuperação de recreios e arruamentos e recreios; 1955 - reparação de caixilharia do edifício das camaratas; construção de um muro, para vedação dos terrenos da Casa Pia, no local onde se encontra o Museu de Marinha; 1956 - obras de beneficiação diversa no edifício das Camaratas; 1957 - obras de beneficiação do colégio para instalação dos padres salesianos: beneficiações interiores no edifício principal, sala de estudo e balneários e edifício das camaratas, nomeadamente, adaptação, na ala este, da camarata do primeiro piso a capela, sacristia e anexos; 1958 - beneficiação das oficinas de serralharia e seus anexos; 1958 - 1964 - obras de adaptação do edifício principal a residência do prior da freguesia de Santa Maria de Belém e serviços paroquiais; 1959 - substituição dos pavimentos do edifício das camaratas, que permitiam infiltrações para o teto da capela; 1960, junho - pavimentação do Pátio 3 de Julho; 1961 - arranjo da enfermaria; obras no edifício principal; 1962 - ampliação da oficina de serralharia; 1963 - obras no edifício das camaratas danificado pelo incêndio; 1965 - ampliação e beneficiação da oficina de automóveis; 1967 - reparação geral dos alçados norte, este e oeste do edifício das camaratas e do refeitório; 1970 - reparação geral dos telhados; 1990 - obras de demolição de um edifício da Casa Pia junto ao claustro; adaptação das oficinas de formação profissional; 1992 - 1993 - 1994 - 1995 - remodelação do ginásio do colégio, do centro multimédia escolar e do sector anexo ao ginásio; 1999 - remodelação do Pavilhão Rosa; 1999 - 2000 - obras de remodelação da ala este do edifício das camaratas para instalação do Centro Cultural Casapiano; 2001 - remodelação do Pavilhão Rosa; 2002 - conlusão da obra de remodelação do Pavillhão Rosa

Observações

*1 - Nos jardins do Colégio de Pina Manique existe uma estátua que era para ser colocada no corpo central da alpendrada sul do Mosteiro dos Jerónimos, designada Estátua da Caridade, da autoria de Simões de Almeida, Tio; *2 - Na mina existe uma capela com o orago de Nossa Senhora Auxiliadora; *3 - Lares Martins Correia e Maldonado Gonelha (situados na antiga enfermaria), Augusto Poiares, Alfredo Soares e Gil Teixeira Lopes (antiga casa do director); *4 - A norte encontra-se um campo de jogos conhecido como Campo da Jorra (antigo Estádio Patroa); *5 - O edifício encontra-se em obras pelo que apresenta apenas os alçados exteriores; *6 - O pátio oeste designa-se por Pátio das Ratas e o este por Pátio dos Surdos-Mudos; *7 - As obras que constituem o museu resultaram da recolha e doação de inúmeros benfeitores e casapianos, tais como: Francisco Margiochi, Joaquim Porfírio, António do Couto, Francisco dos Santos, Raul Carapinha, Pedro Guedes, Eduardo Romano e Raul Xavier; *8 - A biblioteca dispõe de um acervo de documentos desde o séc. 16 até ao séc. 20. Os livros são provenientes da antiga biblioteca do Mosteiro dos Jerónimos e de doações efectuadas por Ayres de Carvalho (núcleo original), Francisco de Carvalho e Luz Soriano; *9 - Painéis com cenas do milagre das rosas e multiplicação dos pães; *10 - Iniciam-se apartir desta data um longo processo de obras de remodelação e construção no Mosteiro dos Jerónimos, impulsionadas até ao inicio do séc. 20 pelos directores da Casa Pia; *11 - Este pavilhão veio a ser mais tarde dividido nas salas Garrett, Herculano, João de Deus e Castilho; *12 - O projecto inicial previa a extensão do edifício até à parede norte mosteiro, eliminando as construções aí existentes; *13 - A biblioteca encontrava-se anteriormente numa sala sobre a sacristia do mosteiro.

Autor e Data

Patrícia Costa e Joaquim Gonçalves 2001

Actualização

Margarida Elias (Centro de Investigação em Arquitectura, Urbanismo e Design (CIAUD-FA/UTL)) 2015 / Paula Tereno 2015
 
 
 
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