Arquitectura da Água: o Aqueduto das Águas Livres de Lisboa

Portugal. Área Metropolitana de Lisboa
 

O inventário temático “A Arquitectura da Água: Aqueduto das Águas Livres de Lisboa” tem como objectivo registar informação relativa aos vários troços do Aqueduto das Águas Livres, uma das mais notáveis obras da engenharia hidráulica portuguesa, bem como dos elementos a ele associados, nomeadamente os chafarizes.

Este projecto foi desenvolvido no início do ano de 2010 e desenrolou-se no âmbito da intervenção de reabilitação do Bairro das Mães de Água realizada pelo Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU). Este conjunto habitacional encontra-se integrado na Zona Especial de Protecção do Aqueduto das Francesas, um dos subsidiários do Aqueduto principal de Lisboa.

 
 

Descrição

O Aqueduto de Lisboa foi construído ao longo de dois séculos (XVIII e XIX), resultando de projectos de figuras relevantes para a arquitectura e engenharia militar portuguesas. É uma estrutura que se estende ao longo de 14 km, mas que, considerando os seus subsidiários e condutas de distribuição, perfaz um total de cerca de 58 km de extensão.

O troço principal que se desenvolve da Mãe de Água Velha, junto à povoação de D. Maria, até à Mãe de Água das Amoreiras, possui vários pequenos aquedutos subsidiários, que permitiram aumentar o caudal de água que chegava a Lisboa. Desses destacam-se:

> o Aqueduto do Caneiro (situado a montante da Água Livre), abastecido pelos Aquedutos do Olival do Santíssimo, do Bretão, das Mouras, de D. Maria e do Salgueiro;

> à Mãe de Água Nova chegavam, ainda, os caudais dos Aquedutos dos Carvalheiros e da Câmara, que se associam ao Aqueduto da Quintã. Junto a este local, desenvolve-se um novo ramal que se associa igualmente ao Aqueduto das Águas Livres, no sítio do Salto Grande;

> no trajecto para Lisboa reconhece-se ainda o caudal proveniente da Fonte Santa e dos Aquedutos da Rascoeira, de São Brás ou das Galegas, da Buraca e das Francesas.

Estas estruturas são muito semelhantes entre si, pontuadas por respiradouros equidistantes e mais ou menos elaborados, que assumem uma função de ventilação das caleiras, e pequenos declives ou cascatas de água, que correm no interior.

A partir das Amoreiras surge(ia)m galerias de distribuição de água subterrâneas:

> o Aqueduto ou Galeria das Necessidades, que partia do Arco do Carvalhão terminando na Tapada do Palácio das Necessidades, junto ao qual derivava um ramal à superfície, que atravessava o Vale da Cova da Moura, actualmente a Avenida Infante Santo, e seguia até às Janelas Verdes, abastecendo o respectivo chafariz. Este ramal permitia, ainda, conduzir água aos chafarizes de Campo de Ourique, da Estrela, da Praça de Armas e das Terras, os dois primeiros já desaparecidos.

> o segundo ramal é o Aqueduto ou Galeria da Esperança, que partia do antigo Arco de São Bento, na Rua de São Bento e actualmente erguido no centro da Praça de Espanha, e terminava no Chafariz da Esperança;

> o terceiro é o Aqueduto ou Galeria do Loreto, que desaguava no Largo do Directório, em frente do Teatro de São Carlos, e daí partia outro ramal para a Cotovia, para a actual Praça da Alegria, abastecendo o respectivo chafariz e, também para o chafariz da Rua Formosa, existindo ainda uma terceira derivação que conduzia a água até ao Chafariz do Carmo e alimentava os Chafarizes do Rato, de São Paulo, do Loreto e o de São Pedro de Alcântara, que nunca passaria da fase de projecto.

> para finalizar, o Aqueduto ou Galeria de Santana, que começava no Arco do Carvalhão e terminava no chafariz do Campo de Santana, a partir do qual partiam dois ramais, um para o antigo Colégio de Santo Antão-o-Novo, actual Hospital de São José, e outro para o Intendente, abastecendo o respectivo Chafariz, permitindo, ao longo do seu percurso, abastecer os Chafarizes de São Sebastião da Pedreira, da Cruz do Taboado e do Socorro.

Ao longo do seu percurso, maioritariamente subterrâneo e parcialmente visitável, vão, pois, aflorando elementos arquitectónicos e estruturas do velho Aqueduto, como mães de água, respiradouros, arcarias e, sobretudo, chafarizes. Todos eles se constituem como importantes testemunhos de um momento histórico e, pela sua variedade tipológica, por importantes testemunhos da variação das tendências estéticas e artísticas dos séculos XVIII e XIX.

Para aceder a mais informação do projecto de geo-referenciação de cartografia histórica "O Aqueduto das Águas Livres" clique aqui.

Tipologia

Arquitectura serviços públicos

Imóveis Recomendados

Aqueduto das Águas Livres

IPA.00006811
Portugal, Lisboa, Lisboa, Santo António
 

Aqueduto construído nos séculos XVIII e XIX, no qual estiveram envolvidos importantes nomes da engenharia europeia e portuguesa, composto por troços subterrâneos e à superfície, encimados, ou interrompidos, por clarabóias, de plantas poligonais ou circulares, algumas com coberturas em cúpulas de cantaria. Os troços à superfície apresentam segmentos rasgados apenas por frestas jacentes, ou lançam-se em arcarias compostas por arcos de volta perfeita, arcos quebrados e em asa de cesto, num total de cinquenta e um arcos, repartidos por três troços. As galerias internas são abobadadas a tijolo, com passadiço central, flanqueado por duas caleiras, encimadas por clarabóias ou lanternins. Nos extremos da estrutura, as mães de água.

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Aqueduto das Águas Livres - Troço de Sintra

IPA.00006517
Portugal, Lisboa, Sintra, União das freguesias de Queluz e Belas
 

Constitui o primeiro troço do Aqueduto das Águas Livres a ser construído, o qual se prolonga por grande extensão, iniciando o seu percurso na nascente, na antiga Quinta das Águas Livres, em Carenque, percorrendo cerca de oito quilómetros, dividindo-se em diversos aquedutos subsidiários que o alimentam, Termina na Amadora, onde se liga a uma segunda extensão do Aqueduto principal e onde bifurca para o Aqueduto da Gargantada, que permitia o fornecimento de água ao Palácio de Queluz.

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Aqueduto das Águas Livres - troço entre São Brás e a Buraca

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Portugal, Lisboa, Amadora, Falagueira-Venda Nova
 

Este troço intermédio tem início na freguesia da Venteira, concelho da Amadora, no seu limite superior, seguindo paralelo à linha férrea, Possui um aqueduto subsidiário, o Aqueduto das Galegas, os quais se ligam através de canal subterrâneo,

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Aqueduto das Francesas

IPA.00027746
Portugal, Lisboa, Amadora, Alfragide
 

Aqueduto subsidiário das Águas Livres, que transporta a água desde a nascente da Serra de Carnaxide até à conduta principal, permitindo, simultaneamente, através de pequeno ramal, abastecer a povoação de Carnaxide.

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Aqueduto das Águas Livres - troço entre a Buraca e as Amoreiras

IPA.00006516
Portugal, Lisboa, Lisboa, Campolide
 

Constitui a conduta final do complexo das Águas Livres, que permite conduzir a água dos vários subsidiários até à Mãe de Água nas Amoreiras. O troço de Campolide é considerado um dos ex-libris da cidade de Lisboa, especialmente a arcada sobre o cavado vale de Alcântara, onde Custódio Vieira optou por recorrer ao arco quebrado para compor esta arcaria, adoptando uma solução incluída nalguns tratados de arquitectura.

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Mãe de Água das Amoreiras

IPA.00025486
Portugal, Lisboa, Lisboa, Santo António
 

Mãe de Água de planta rectangular simples, com cobertura em terraço, destacando-se o interior com três alas de três tramos, com coberturas em abóbadas de aresta, suportadas por pilares e pilastras toscanas, que cobrem um amplo tanque recebe água através de uma cascata com carácter cenográfico.

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Chafariz da Esperança

IPA.00004943
Portugal, Lisboa, Lisboa, Estrela
 

Chafariz urbano, projectado em 1752 por Carlos Mardel, integrado no ramal da Esperança. Segue a tipologia de chafariz de espaldar, com um forte carácter cénico barroco, disposto em dois níveis, ligados por escadas laterais, com três bicas em forma de carranca.

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Chafariz do Largo do Rato

IPA.00006480
Portugal, Lisboa, Lisboa, Santo António
 

Chafariz urbano, projectado em 1752 por Carlos Mardel, integrado no ramal do Loreto. Segue a tipologia de chafariz de espaldar, com um forte carácter cénico barroco, disposto em dois níveis, ligados por escadas laterais, com duas bicas em forma de florão

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Chafariz da Rua Formosa / Chafariz da Rua do Século

IPA.00025983
Portugal, Lisboa, Lisboa, Misericórdia
 

Chafariz urbano, projectado em 1760 por Carlos Mardel, integrado uma derivação do ramal do Loreto. Segue a tipologia de chafariz de espaldar, com um forte carácter cénico barroco, com três bicas em forma de carranca.

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Aqueduto e Chafariz de Carnaxide

IPA.00006081
Portugal, Lisboa, Oeiras, União das freguesias de Carnaxide e Queijas
 

Chafariz urbano, projectado em 1765 - 1767 por Carlos Mardel, constituindo um ramal do subsidiário Aqueduto das Francesas. Segue a tipologia de chafariz de espaldar, de linhas muito simples.

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Chafariz no Largo do Carmo

IPA.00002620
Portugal, Lisboa, Lisboa, Santa Maria Maior
 

Chafariz urbano, projectado em 1769-1770 por Reinaldo Manuel dos Santos, integrando o ramal do Loreto. Segue a tipologia de chafariz do tipo nicho, com coluna central.

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Chafariz da Buraca

IPA.00005088
Portugal, Lisboa, Lisboa, Benfica
 

Chafariz urbano, projectado em 1771 por Reinaldo Manuel dos Santos, constituindo uma saída de água ao longo do troço principal do Aqueduto. Segue a tipologia de espaldar e bica simples.

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Chafariz das Janelas Verdes

IPA.00003147
Portugal, Lisboa, Lisboa, Estrela
 

Chafariz urbano, projectado em 1774 por Reinaldo Manuel dos Santos, implantado no centro de uma ampla praça e constituindo uma prolongação do ramal das Necessidades, que se prolongava numa derivação sobre o Vale da Cova da Moura (Avenida Infante Santo). Segue a tipologia de chafariz centralizado com forte carácter cenográfico.

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Chafariz de Benfica

IPA.00004805
Portugal, Lisboa, Lisboa, Benfica
 

Chafariz urbano, projectado em 1779 por Francisco António Ferreira Cangalhas e Reinaldo Manuel dos Santos, que recebia água a partir do ramal principal das Águas Livres. Segue a tipologia espaldar com duas bicas em forma de florão.

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Chafariz da Armada / Chafariz da Praça de Armas / Chafariz de Alcântara

IPA.00007156
Portugal, Lisboa, Lisboa, Estrela
 

Chafariz urbano, projectado em 1797 com escultura de Alexandre Gomes, que recebia água a partir do ramal das Necessidades. Segue a tipologia de chafariz centralizado.

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Chafariz das Terras / Chafariz de Buenos-Aires

IPA.00021630
Portugal, Lisboa, Lisboa, Estrela
 

Chafariz urbano, projectado no final do século XVIII, que recebia água a partir do ramal das Necessidades. Segue a tipologia de chafariz de espaldar, de estrutura muito simples.

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Chafariz de São Domingos / Chafariz Devisme

IPA.00004807
Portugal, Lisboa, Lisboa, São Domingos de Benfica
 

Chafariz projectado em 1789, que recebia água a partir da conduta principal das Águas Livres. Segue a tipologia de chafariz de espaldar, de estrutura muito simples.

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Chafariz na Rua São Sebastião da Pedreira

IPA.00004025
Portugal, Lisboa, Lisboa, Avenidas Novas
 

Chafariz urbano, projectado em 1787 por Francisco António Cangalhas e Reinaldo Manuel dos Santos, que recebia água a partir do ramal de Santa Ana. Segue a tipologia de chafariz de espaldar, com duas bicas simples.

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Chafariz da Convalescença / Chafariz das Águas Boas

IPA.00005008
Portugal, Lisboa, Lisboa, São Domingos de Benfica
 

Chafariz urbano, projectado em 1791, talvez por José Theresio Micheloti, que recebia água directamente a partir da conduta principal das Águas Livres. Segue a tipologia de chafariz de espaldar, com elementos decorativos neoclássicos.

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Chafariz da Rua do Arco de São Mamede

IPA.00025973
Portugal, Lisboa, Lisboa, Santo António
 

Chafariz urbano, projectado em 1805 por Honorato José Correia de Macedo e Sá, destinando-se a substituir alguns chafarizes principais em caso de necessidade de limpeza de alguns troços fechados do Aqueduto, recebendo a água a partir do ramal do Loreto. Segue a tipologia de chafariz de espaldar.

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Chafariz na Rua do Monte Olivete / Chafariz da Praça das Flores

IPA.00004031
Portugal, Lisboa, Lisboa, Misericórdia
 

Chafariz urbano, construído em 1805 conforme projecto anterior de Carlos Mardel. Foi executado junto ao Arco de São Bento, onde se iniciava a Galeria da Esperança, e transferido para o actual local em 1838. Segue a tipologia de chafariz de espaldar com estrutura contracurva.

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Chafariz do Intendente / Chafariz do Desterro

IPA.00004055
Portugal, Lisboa, Lisboa, Santa Maria Maior
 

Chafariz urbano, projectado em 1819 por Henrique Guilherme de Oliveira e Honorato José Correia de Macedo e Sá, que recebia água a partir do ramal de Santa Ana. Segue a tipologia de chafariz de espaldar, com duas bicas simples.

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Chafariz das Laranjeiras

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Portugal, Lisboa, Lisboa, São Domingos de Benfica
 

Chafariz urbano, projectado em 1819 por Francisco António de Ferreira Cangalhas e Honorato José Correia de Macedo e Sá, que recebia água a partir da conduta principal das Águas Livres. Segue a tipologia de chafariz de espaldar, com decoração barroca.

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Chafariz na Rua do Arco do Carvalhão / Chafariz da Cruz das Almas

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Portugal, Lisboa, Lisboa, Campolide
 

Chafariz urbano, construído em 1823 conforme projecto de Reinaldo Manuel dos Santos, recebendo a água a partir do ramal de Santana, que aqui se inicia. Segue a tipologia de chafariz de espaldar com decoração muito simples

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Fontanário - Obelisco do Largo de São Paulo / Chafariz do Largo de São Paulo

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Portugal, Lisboa, Lisboa, Misericórdia
 

Chafariz urbano, construído em 1827 conforme projecto setecentista de Reinaldo Manuel dos Santos, recebendo a água a partir do ramal e do chafariz do Loreto, entretanto desaparecido, Segue a tipologia de chafariz centralizado, implantado no centro de uma ampla praça.

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Chafariz da Rua da Mãe de Água

IPA.00025985
Portugal, Lisboa, Lisboa, Santo António
 

Chafariz urbano, construído no século XVIII, recebendo a água a partir do ramal do Loreto, tendo sido transferido, no século imediato, da Cotovia de Baixo para o local onde agora se encontra, Segue a tipologia de chafariz em caixa de água, com amplo espaldar

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Chafariz de Entrecampos / Chafariz na Rua de Entrecampos

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Portugal, Lisboa, Lisboa, Alvalade
 

Chafariz urbano, construído em 1850, recebendo a água a partir do Chafariz de São Sebastião e do ramal de Santana, Segue a tipologia de chafariz em caixa de água, com amplo espaldar.

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Chafariz de Santa Ana

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Portugal, Lisboa, Lisboa, Arroios
 

Chafariz urbano, construído em 1887, constituindo uma estrutura muito simplificada, demasiado aquém do projecto que se delineou para o local, recebendo a água a partir do ramal de Santana, Segue a tipologia de chafariz com pequeno espaldar.

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