Quinta da Ota

IPA.00007935
Portugal, Lisboa, Alenquer, Ota
 
Arquitectura agrícola, seiscentista. Quinta de produção, composta por casa, capela e anexos agrícolas.
Número IPA Antigo: PT031101090044
 
Registo visualizado 271 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Conjunto arquitetónico  Edifício e estrutura  Agrícola e florestal  Quinta    

Descrição

Quinta murada, situada numa área plana. O acesso à quinta é feito por um caminho de terra batida a partir do qual se consegue ter uma boa perspectiva da casa principal da quinta e de algumas adegas adjacentes.Ao percorrer este caminho, imediatamente à direita, surge-nos um picadeiro, recente, rodeado por oliveiras e alguns choupos. O caminho de terra abre-se num grande pátio de recepção no qual dois grandes plátanos se destacam pela sua imponência. Este pátio assume uma função de apoio às actividades agrícolas que se desenvolvem na quinta. A casa principal mantém uma traça tradicional, tendo sido apenas alteradas as janelas de guilhotina por janelas de porta, até ao chão com varandim de ferro forjado. Um pequeno jardim foi adulterado: com uma disposição aletória estão plantadas variadas espécies pela actual proprietária da casa. Um pequeno caminho, que atravessa o muro que delimitam a área envolvente da casa e a ribeira, dirige-nos para a vinha. Circundando a casa surge um outro pátio, este mais pequeno que o anterior e onde se realizam tarefas mais casuais. Alguns limoeiros e uma oliveira são os elementos vegetais que mais se destacam. Uma pequena área de entretimento infantil com alguns equipamentos também aí se encontra. Em redor da casa dispõem-se outras edificações, antigos anexos, tais como a casa do forno, a casa da fruta, as adegas e os tanques. Hoje estes anexos estão requalificados como casa de habitação, cavalariças e oficinas. Pequenos espaços abertos desenvolvem-se por entre as edificações, com uma escala mais pequena, assumindo um carácter mais intimista. CASA de dois pisos e ampla, com escadas de acesso, dando origem a ampla varanda alpendrada, sustentada por colunas toscanas, criando uma loggia, posuindo arcadas de volta perfeita no piso inferior.

Acessos

IC2 em direcção à Ota

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Rural, adossada ao aglomerado, numa área sensivelmente plana.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Agrícola e florestal: quinta

Utilização Actual

Agrícola e florestal: quinta

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 (conjectural)

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

Séc. 15 - constitui uma granja pertencente ao Mosteiro de Alcobaça; 1436 - 1º contrato de arrendamento por três vidas ao Dr. Vasco Fernandes de Lucena, desembargador do Paço; Vasco Fernandes não cumpriu as obrigações que tinha para com o mosteiro, quer em relação à manutenção das terras quer em relação aos edifícios anexos a esta granja: casa, moinho e ancoradouro que aí existia, e onde atracavam barcos que desciam até ao Tejo; 1439 - o mosteiro reorganiza a granja, provendo-a com todos os apetrechos e utensílios necessários; o moinho do Louro e o Moinho de água existentes já nessa época, sofreram obras de reparação nesse ano; séc. 15 - a Quinta de Ota é foreira ao Mosteiro de Odivelas e o seu rendeiro é Bartolomeu Pires, marido de Inês Leitoa; 1499 - as freiras rogaram a Rui de Figueiredo que tomasse a quinta e, assim, foi adquirida a primeira parte desta quinta por 50$000 reis, pagando Rui de Figeiredo ao dito Mosteiro o foro de 12$800; é referido que possui casas, lagar de azeite, herdades, cinha, olivais, moinho, árvores de fruto, logradouros, montes, fontes e matos; 1522 - Jorge de Figueiredo Correia compra e anexa à quinta várias terras; séc. 17 - Pedro de Figueiredo compra e anexa mais terras à quinta; 1670 - a propriedade incorpora o Monte Redondo; 1707 - primeira menção a esta quinta de Pedro de Figueiredo, cujo nome se encontra em todos os marcos da quinta; Rodrigo António de Figueiredo filho de Pedro de Figueiredo foi também dono desta quinta morrendo sem geração. Madalena Luísa de Lencastre sua irmã foi a herdeira desta casa; casou com D. Vasco da Câmara e vai herdar também a casa de Belmonte. D. Vasco Manoel, neto de D. Madalena Luísa, foi feito o 1º Conde de Belmonte por D. João VI, tendo ido com este para o Brasil em 1807; 1709 - integra a propriedade a Vidigueira, que pertenceu a Sebastião Maldonado; 1712 - o Padre Carvalho da Costa refere a Quinta como pertencente a Pedro de Figueiredo; 1753 - passa a integrar a propriedade o Vale do Chiqueiro; 1760 - integra a Quinta, a Quinta do Vale das Pedras; 1769 - é integrada a Quinta da Aldeia de Ota; 1873 - a Quinta é do 4.º Conde de Belmonte e Senhor do Morgado da Ota, da família Figueiredo Cabral da Câmara; 1899 - a quinta é descrita como tendo casa nobre, de dois pisos, dois pátios, adega, lagar de vinho com duas varas, celeiro, cavalariça, abegoaria, telheiro para o gado, palheiros, armazéns, casa de malta, casa de destilação, capoeira, pombal e fornos de cozer pão.

Dados Técnicos

Materiais

Pavimentos - terra batida

Bibliografia

MELO, António de Oliveira, GUAPO, António Rodrigues e MARTINS, José Eduardo, O Concelho de Alenquer - subsídios para um roteiro de Arte e Etnografia, Alenquer, Comissão Municipal da Feira da Ascensão de Alenquer e Associação para o Estudo e Defesa do Património de Alenquer, 1987, vol. 4.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Arranque e plantação de novas espécies e alteração do desenho do jardim adjacente à casa.

Observações

As terras pertenciam ao Mosteiro de Alcobaça; Esta quinta é originária da divisão ocorrida na grande granja cultivada pelos monges de Alcobaça.

Autor e Data

Marta Calçada 2000

Actualização

 
 
 
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