Solar da Quinta da Praia das Fontes / Solar dos Soydos / Casa dos Pattos / Casa dos Patos

IPA.00007906
Portugal, Setúbal, Alcochete, Alcochete
 
Arquitectura residencial, seiscentista, pombalina, oitocentista. Solar de planta em L, de fachada sóbria, alongada sobre o estuário, ritmada no piso nobre por janelas de sacada, com varandins de ferro forjado. Conservando ainda salas revestidas a azulejo dos Séc. 17 - 18.
Número IPA Antigo: PT031502010026
 
Registo visualizado 264 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial  Casa nobre  Casa nobre  Tipo planta em L

Descrição

Planta composta, em L, organizada em função do pátio rectangular, ladeado por duas alas de construções, e pelo edifício principal rectangular, constituído por dois corpos paralelos. Volumes articulados com cobertura diferenciada em telhados de duas e quatro águas e terraço. Fachada principal de três panos, definidos por pilastras de pedra aparelhada, de dois registos o primeiro de um registo o 2º e 3º panos que correspondem ao muro limite da quinta; no 1º pano, e ao nível inferior, rasgam-se sete portas e quatro janelas, todas elas de vergas rectas e molduras em pedra, dispostas no esquema A - B - AA - B - AA - B (em que A = porta, B = janela); no registo superior rasgam-se, dispostas regularmente, nove janelas de sacada com varandins, de ferro forjado, vergas arquitravadas e ombreiras em pedra; sobre a janela central abre-se pequena janela quadrada gradeada, com molduras de pedra; remate em cornija moldurada e beirado saliente; 2º pano cego, rematado por platibanda de varandim de ferro forjado entre pilaretes de pedra aparelhada e moldurada, munidos de bases e capitéis tendo sobre eles vasos de cerâmica com sardinheiras; 3º pano rasgado por porta de ombreiras e verga recta em pedra, ornamentada superiormente por painel de azulejos recortados, azuis e brancos, constituindo frontão de volutas e conchas, com a inscrição "Quinta da Praia Das Fontes"; esta porta dá acesso para o jardim. A fachada meridional do edifício principal apresenta o 1º corpo afrontado por um terraço, limitado pelo varandim com vasos de sardinheiras atrás descrito, a que dá acesso porta protegida por telheiro de três águas, assente em vigamento de madeira; ao lado painel de azulejos azul e branco figurando Santo António com o Menino e com cercadura azul e amarela. No extremo setentrional, fazendo esquina com a Av. da Restauração e o antigo Rossio, corpo rectangular mais recuado, com alçados de dois pisos, rasgados por janelas, algumas de sacada, e panos definidos por pilastras e cunhais pintados a cor amarela; remata por platibanda cega e apresenta na face voltada à Av. da Restauração, alto embasamento de aparelho rusticado. Entre ele e o corpo principal faz-se o acesso para o pátio através de duplo portão de vergas e ombreiras de pedra. Pátio, com calçada de seixos e pedras, limitado por duas alas, formadas por corpos de diferentes alturas, de piso único, rasgados por janelas e portas de vergas rectas e ombreiras de pedra; nestas são visíveis ainda os pontos de fixação das antigas portadas; embasamentos pintados a amarelo, remates em beirado saliente; do lado oposto ao portão de entrada, o acesso à quinta assinala-se por murete recortado, aberto de portão de ferro entre fortes pilares rematados por pirâmides, tudo em pedra. No INTERIOR com cerca de vinte e duas dependências, das quais se destacam um salão, a casa de jantar, sala de jogos, vários vestíbulos e duas cozinhas, quase todas apresentam sanca revestida a azulejos setecentistas e oitocentistas, ocupando cerca de metade do pé direito; vários tapetes forrando paredes e uma galeria de quadros figurando membros da família dos Soydos entre outras. A zona da quinta apresenta uma zona ajardinada e outra de pomar, equipada com piscina e balneários; são ainda visíveis no jardim as ruínas de um antigo poço (1).

Acessos

Lg. Marquês de Soydos

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, adossado, abrindo a fachada principal para o antigo Rossio da vila, com amplas vistas para o estuário, com largo passeio de calçada a todo o correr deste alçado; fachada N. abrindo para a Av. da Restauração, fachada S. e E. abrindo para os terrenos da quinta, em parte ajardinados. Diante da fachada N. a Casa dos Beirados (v. PT031502010014).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: casa nobre

Utilização Actual

Comercial e turística: casa de turismo de habitação

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 16 / 17

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

Séc. 16 - mandado edificar por Fernão Patto Correia, Capitão-mor do Ribatejo Sul; 1671 - aqui morre António Pereira de Faria, O Boca Negra, nascido em Alcochete em 1591; Séc. 17 - o solar albergará por várias vezes, a família real, nomeadamente D. Pedro II, D. João V e o Infante D. Francisco; o 2º proprietário será o Marquês de Soydos parente da família dos Pattos; com a morte deste passou para os herdeiros; Séc. 19 - encontra-se ainda na posse dos Soydos, sendo seu proprietário o 5º Marquês de Soydos, D. António Luís Pereira Coutinho Pacheco de Vilhena e Brito de Mendonça Borges Botelho Pato Nogueira de Novais Pimentel, oficial do exército e tenente de D. Miguel a quem acompanhou no seu exílio em Itália; foi depois vendido a Sebastião da Gama de Aldeia Galega que o deixou em testamento aos seus herdeiros que depois o venderam a José Gomes de Jesus que o deixou a José Gomes, actual proprietário; 1834 - a Câmara pretendeu, sem êxito, comprar aos marqueses de Soydos parte das terras da quinta do solar, que se estendiam para O. do Rossio; 1875 - o Marquês de Soydos doa à Câmara 14.000 m2 de terreno com a condição de neles fazer um passeio público, o actual Lg. Barão Samora Correia; Séc.20, década de 90 - adaptado a unidade de turismo de habitação.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Alvenaria rebocada e caiada, pedra em cunhais e molduras de vãos, aparelho rusticado, ferro forjado, azulejo, madeira, telha.

Bibliografia

COSTA, Cor. Eduardo Avelino Ramos da, O Concelho de Alcochete, 1902 (2ª edição, Alcochete, 1988); PEREIRA, Esteves e RODRIGUES, Guilherme, Dicionario Historico, chorografico, heraldico, biographico, bibliographico, numismático e artístico, Vol. 1, Lisboa, 1904; COSTA, Américo, Dicionário Chorografico de Portugal Continental e Insular, Vol. 1, Porto, 1929; CUNHA, Francisco Leite da, Subsídios para a História de Alcochete, A Voz de Alcochete, Novembro de 1948; NUNES, Luís Santos, Vila de Alcochete e seu concelho, 1972; GRAÇA, Luís Maria Pedrosa dos Santos, Edifícios e Monumentos Notáveis de Concelho de Alcochete, Lisboa, 1997.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; Museu Municipal de Alcochete

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Proprietário: Séc. 20, décade 90 - obras de adaptação ao novo uso.

Observações

Autor e Data

Albertina Belo 1999

Actualização

 
 
 
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