Edifício da Real Companhia Vinícola

IPA.00004967
Portugal, Porto, Matosinhos, União das freguesias de Matosinhos e Leça da Palmeira
 
Arquitectura industrial, ecléctica.
Número IPA Antigo: PT011308060026
 
Registo visualizado 1204 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Armazenamento e logística  Adega    

Descrição

Edifício de planta rectangular com pátio ao centro. Coberturas em telhados articulados por cérceas de apenas um piso para a R. Mouzinho de Albuquerque e Av. Menéres. Um torreão de dois pisos no gaveto entre a Av. Menéres e R. D. João I com cobertura em telhado de quatro águas. Nesta última R. o edifício desenvolve-se articulando zonas de dois pisos com torreões de três pisos e coberturas de duas águas ou quatro águas respectivamente. Adossado a este corpo na quase extensão do pátio um corpo de r/c de cobertura em telhado de duas águas. No pátio localizam-se duas construções destinados outrora a armazéns / depósito, de planta rectangular de apenas um piso com cobertura em telhado de duas águas. A fachada principal orientada a N. deste conjunto possui um torreão na esquina a O., onde se localiza a entrada marcada pela interrupção dos edifícios de r/c para dar lugar a um portão e um muro encimado por uma grade de ferro. O espaço interior destes edifícios é caracterizado por um despojamento decorativo, com grandes paredes de alvenaria de pedra, coberturas inclinadas com a estrutura de suporte à vista. A maioria das aberturas são janelas de duas folhas sem qualquer moldura, à excepção das voltadas para as ruas envolventes, ora com ombreira e padieira em tijolo, ou um friso contínuo em relevo a percorrer a fachada sobre as aberturas.

Acessos

Matosinhos, Avenida Menéres

Protecção

Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público / ZEP, Portaria n.º 431-B/2013, DR, 2.ª série, n.º 124 de 01 julho 2013

Enquadramento

Urbano, constitui a quase totalidade de um quarteirão, definindo dois gavetos. Para N. a Avenida Menéres, onde se localiza a entrada, a O. a Rua D. João I e a E. a Rua de Mouzinho de Albuquerque. Para S. esta unidade fabril está adossado às traseiras das construções entre a Rua D. João I e a Rua de Mouzinho de Albuquerque.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Armazenamento e logística: adega

Utilização Actual

Cultural e recreativa: centro de exposições

Propriedade

Privada: associação

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 20 / 21

Arquitecto / Construtor / Autor

ENGENHEIROS: Licínio Guimarães.

Cronologia

1897 / 1901 - Construída por Menéres & Cª.; 1903 - Pequena ampliação com a construção de um torreão na esquina entre a Av. Menéres e R. D. João I; 1905 - Extinta a sociedade Menéres & Cª. os vinhos do Porto, espumosos e de mesa passam a ser comercializados pela Companhia Vinícola Portuguesa com sede no Porto; 1916, 27 Abr. - falecimento de Clemente Menéres; 1929 - Introdução de elementos decorativos na fachada; 1930 - Encerramento da Real Vinícola; 1995, 18 Abril - Despacho de abertura do processo de instrução relativo à eventual classificação do imóvel; 2011, 17 de Novembro - publicação do anúncio nº 1697/2011, DR, 2º série, nº 221, com projecto de decisão relativo à classificação como Monumento de Interesse Público e fixação da respectiva zona especial de proetcção; 2013, 16 de maio - alteração ao projeto de decisão relativo à classificação como monumento de interesse público (MIP) e à fixação da respetiva zona especial de proteção (ZEP), através do Anúncio n.º 179/-C/2013, publicado no DR, 2.ª série, n.º 94; 2017, 17 novembro - inauguração da Casa da Arquitetura; 2018 - atribuição de prémio FAD 2018 à obra de revitalização da Casa da Arquitetura, na categoria Arquitetura, com menção especial do júri, por Guilherme Machado propor "um lugar de referência que celebra a profissão (de arquiteto) e se converte em exemplo de recuperação e de renovação urbana".

Dados Técnicos

Sistema estrutura de paredes portantes.

Materiais

Paredes exteriores de alvenaria de granito rebocado; Colunas em ferro fundido; Cobertura apoiada em asnas de madeira revestida a telha de barro do tipo marselha; Caixilharias exteriores de madeira pintada; Friso de remate junto ao beiral em azulejos; Peitoris em tijolo maciço; Grade e portão de entrada em ferro fundido; Pátio revestido a cubo de granito.

Bibliografia

LEITÃO, Joaquim, Guia Ilustrado da Foz, Matosinhos, Leça e Lavadores, Porto, 1907; SALGADO, Alguns aspectos da evolução urbana de Matosinhos, Boletim da Biblioteca Pública Municipal de Matosinhos, nº 30, Matosinhos, 1986.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN:DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

2017 - conclusão das obras de reabilitação do edifício e adaptação a arquivo e centro de exposições.

Observações

Nos finais do séc. 19, no 1º Plano de Urbanização de Matosinhos previa no chamado Areal do Prado a ocupação por uma malha ortogonal regular, composta por quarteirões com dimensões de 112 x 66m e estrutura viária não hierarquizada com largura de 10 metros. O Plano de reconversão de Matosinhos S. prevê a readaptação deste complexo para actividades culturais. Este complexo fabril não eram na verdade uma fábrica, mas sim uma unidade constituída por armazéns onde se efectuava a análise química laboratorial, a rotulagem, a embalagem e expedição de vinho. Este edifício possui uma tanoaria a vapor, uma das primeiras na região. Neste edifício a linha férrea teve em tempos o seu terminus. Esta unidade industrial tinha ligação directa às docas do porto de Leixões por três linhas férreas. Constitui a 1ª unidade industrial a instalar-se na zona. A sua importância é comprovada pelo nome da R. que lhe dá acesso: Menéres. Actualmente esta unidade fabril é das únicas que ainda mantem uma implantação aproximada à da malha estabelecida pelo Plano de Urbanização original.

Autor e Data

Isabel Sereno 1995

Actualização

 
 
 
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