Igreja de São Francisco / Igreja Paroquial de São Sebastião

IPA.00036144
Portugal, Faro, Loulé, Loulé (São Sebastião)
 
Igreja da Ordem Terceira de São Francisco construída no início do séc. 18, com planta em cruz latina, interiormente com iluminação axial e bilateral e cobertura em falsa abóbada de berço, elevada a igreja paroquial no final do séc. 19, na sequência da qual se procedeu a algumas reformas. A Ordem Terceira de São Francisco construiu a sua igreja no arrabalde da vila, no local onde existia uma capela quinhentista, dedicada a São Sebastião, pertencente à Ordem de Santiago, com nave única, transeto pouco saliente, iluminado por janelas rasgadas nos topos dos braços e por óculos polilobados no tambor da cúpula que cobre o cruzeiro, de linhas sóbrias e muito depurada decorativamente. O retábulo-mor foi encomendado ao entalhador João Amado, em 1724, com corpo reto e três eixos, em estilo barroco, mas na década de 40 de setecentos, reformou-se ou só então se fez o seu remate, com um alto friso sobre os eixos laterais, num esquema pouco usual. A tribuna é interiormente pintada com motivos vegetalistas e arquitetónicos, em trompe l'oeil, talvez de meados do séc. 18, e o trono possui o degrau inferior facetado e os dois superiores galbados, o que poderá indiciar épocas diferentes de feitura. Destaca-se o sacrário, em forma de pelicano, do séc. 18, proveniente do Convento de Santo António, da mesma cidade. A fachada principal deverá resultar da reforma do final do séc. 19, após a elevação da igreja a paroquial, quer a nível do remate, em empena recortada com aletas e cornijas de massa, quer a nível dos vãos, cujo recorte e moldura das janelas e sobre o portal cria canopos, numa linguagem revivalista neo-manuelina, bem como e na decoração de concheados de massa que envolvem as armas da Ordem Terceira, que foram conservadas. O campanário sobre o corpo adossado à fachada lateral esquerda, com três ventanas e remate em volutas de massa, deverá também ser da mesma época. A casa do despacho, com planta retangular, dispõe-se à direita da igreja, com fachadas de dois pisos, regularmente rasgadas por vãos retilíneos, os portais encimados por friso e cornija.
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja de Confraria / Irmandade  Ordem de São Francisco - Franciscanos Terceiros

Descrição

Planta em cruz latina, composta por nave, transeto pouco saliente e capela-mor, retangular, da mesma largura e altura, tendo adossado posterior e lateralmente vários corpos retangulares, correspondendo um da fachada lateral direita a casa do despacho. Volumes articulados, com coberturas diferenciadas, em telhados de uma, duas ou de três, na casa do despacho, rematados em beirada simples, ou por domo sobre o cruzeiro. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com faixa, cunhais, cornijas do remate, elementos estruturais do campanário e molduras dos vãos laterais sublinhadas a cinzento. A fachada principal surge virada a nordeste, com a igreja rematada em empena recortada, com cornijas de massa volutadas e aletas, coroada por cruz latina em ferro e catavento, sobre plinto, e por pináculos de alvenaria, sobre plintos paralelepipédicos, no alinhamento dos cunhais. A fachada é rasgada por portal de verga reta, encimado por cornija formando arco canopial, duas janelas de verga recortada e moldura semelhante, ladeando cartela oval com as armas da Ordem Terceira de São Francisco, com moldura de concheados de massa, e brasão com as armas do Reino, policromas, e, superiormente, por óculo polilobado. À direita, dispõe-se corpo retangular, terminado em meia empena, vazada por olho de boi, o qual é rasgado a sul por porta e janela, e sobreposto por campanário, de três ventadas, com arcos de chave relevada, sobre pilares, almofadados, albergando sinos, rematado em cornija e espaldar formado de aletas, coroado por um pináculo descentrado. Os braços do transeto são rasgados por janelas de arco abatido, com moldura rematada em cornija contracurva, e o tambor sobre o qual assente o domo da cobertura do cruzeiro, em cada uma das faces, por óculo polilobado, sendo coroado por pequeno lanternim cego. A casa do despacho, disposta no alinhamento da igreja, tem dois pisos, rasgando-se no primeiro dois portais, de verga reta, encimados por friso e cornija, e, no segundo, duas janelas de peitoril. Na fachada lateral direita, abrem-se duas janelas de peitoril em cada um dos pisos, as do térreo maiores e com molduras de cantaria. Segue-se um corpo também de dois pisos, com janelas iguais, e um outro de um único piso, rasgado por três portais desiguais, dois deles moldurados a cantaria, e uma janela. As fachadas principal e lateral esquerda possuem várias cruzes da Via sacra, em cantaria, uma delas inscrita. INTERIOR com as paredes rebocadas e pintadas de branco, pavimento cerâmico e cobertura em falsa abóbada de berço, assente em vários frisos e cornijas de massa sobrepostos, dispondo-se no cruzeiro cúpula sobre tambor, assente em pendentes, e iluminado por quatro óculos polilobados. A nave tem coro-alto, assente sobre falsa abóbada de aresta, com guarda em ferro, tendo no sub-coro, ladeando o portal, duas pias de água benta em cantaria, em forma de concha. Nos topos dos braços do transeto, bem como nas paredes laterais da capela-mor, existem painéis de azulejos, azuis e brancos, de composição figurativa, alusivos à Via Sacra, dispondo-se, no braço do lado do Evangelho, a pia batismal, em cantaria. Na capela-mor, sobre supedâneo, dispõe-se o retábulo-mor, em talha policroma e dourada, de corpo reto e três eixos, definidos por quatro colunas pseudo-salomónicas, ornadas de aves e pâmpanos, sobre mísulas dispostas sobre altos plintos paralelepipédicos, ornados de motivos vegetalistas, e de capitéis coríntios. No eixo central abre-se tribuna, em arco de volta perfeita, interiormente com apainelados pintados com motivos vegetalistas, arquitetónicos e anjos, enquadrando cartela central com uma custódia, albergando trono piramidal de três degraus, o inferior facetado e os superiores galbados, decorados de acantos, motivos volutados e querubins, sobrepostos por baldaquino. Nos eixos laterais abrem-se nichos, em arco de volta perfeita, encimados por espaldar de acantos volutados, albergando imaginária no interior. A estrutura remata em alto friso de apainelados, com cartela circular e elementos vegetalistas, definido por aletas e, interiormente, por atlantes, e espaldar adaptado ao perfil da cobertura. O espaldar, definido por aletas e, exteriormente, por arquivolta com aletas no sentido do raio, é decorado por cartelas recortadas, com concheados, acantos volutados e querubins tendo a central, segura por anjos tenentes, as armas da Ordem Terceira de São Francisco, envolvidas por querubins. Banco com apainelados de acantos e sotobanco com florões e motivos vegetalistas. Altar paralelepipédico, com frontal pintado a imitar brocado, marcando sanefa, encimado por sacrário, em forma de pelicano eucarístico, tendo aos seus pés três filhotes.

Acessos

São Sebastião, Largo de São Francisco; Rua Gil Vicente; Rua Vasco da Gama. WGS84 (graus decimais) lat.: 37,140171, long.: -8,025753

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, adossado, no interior da cidade e inicialmente integrado no arrabalde da antiga vila e extramuros da mesma. Implanta-se no topo de um quarteirão, lateralmente delimitado por arruamentos e possuindo frontalmente adro triangular, pavimentado a cantaria e paralelos, protegido por elementos metálicos. A norte, do outro lado da estrada, desenvolve-se o Jardim de São Francisco, pontuado de árvores, com bancos, um espelho de água e alto plinto com o busto, em bronze, de Ataíde de Oliveira.

Descrição Complementar

Na fachada principal existe cartela oval com as armas da Ordem Terceira de São Francisco, composta por cruz latina, de hastes trilobadas, contendo o monograma "INRI" e cruz de espinhos ao centro, sobreposto por dois braços cruzados, um de Cristo e o outro de São francisco de Asis, envolvidos por um cordão e, na zona inferior, com a inscrição secionada "ARMA MILICIA /NOSTRA", significando "as armas da nossa milícia". No transeto e nas paredes laterais da capela-mor existem painéis de azulejos, azuis e brancos, com elementos vegetalistas, arquitetónicos e putti na moldura, representando cenas da Via Sacra: no transeto, a Virgem e o Menino, São Francisco, São Sebastião, uma figura não identificada e uma provável representação de São Clemente (o orago da outra freguesia da cidade (LAMEIRA: 2016, p. 104) (Evangelho) e o Encontro de Cristo com sua Mãe (Epístola), e, na capela-mor, a Lamentação de Cristo (Evangelho) e o Encontro de Cristo e Verónica (Epístola). Num destes painéis são visíveis as iniciais S.R. e a inscrição "F. St. Anna".

Utilização Inicial

Religiosa: igreja de confraria / irmandade

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese do Algarve - Arciprestado de Loulé)

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

EMPREITEIRO: João Correia (1876, cerca). ENTALHADOR: João Amado (1724). FÁBRICA DE AZULEJOS: Fábrica de Santa Ana (séc. 19/20).

Cronologia

Séc. 16 - época provável da construção da ermida de São Sebastião, no arrabalde da vila de Loulé e extramuros da mesma, sendo, por isso, também designada como ermida de São Sebastião do Arrabalde; 1518 - visitação aos templos da Ordem de Santiago, da comenda de Loulé, sendo mestre da ordem de Santiago e de Avis D. Jorge, filho bastardo de D. João II, e o comendador de Loulé Galim Perez Pantoja; a ermida é descrita como sendo de pedra e cal, composta por uma nave, com dois altares laterais, e pela capela-mor, coberta de telha vã "feita de nouo"; a capela-mor é ladrilhada, está "çarrada com suas grades" e tem um altar, sobre o qual se expõe a imagem do orago; exteriormente tem dois telheiros a proteger os dois portais, pois diz-se que "tem huuns alicerces de pedra e cal que tornam amballas portas pera alpendres e as paredes da igreja de demtro sam pyntadas" (MARTINS: 1995, p. 56); os visitadores obtêm a informação da ermida ter sido edificada pelo povo, "de nouo aa sua custa e despesa", sendo por isso encarregue de a corrigir e reparar do que fosse necessário; nesta data havia na ermida um cálice de prata, em mau estado, com sua patena, duas galhetas de estanho, dois castiçais para o altar, uma vestimenta de pano de linho, dois "mantees" velhos, um frontal de pano da Índia e uma toalha de "ponto reall"; 1534 - visitação aos templos da Ordem de Santiago por Diogo Calema, cavaleiro da ordem, e António Fernandez, prior da vila dos Colos, visitadores por ordem de D. Jorge, sendo ainda comendador de Loulé Galim Pérez Pantoja; a ermida é descrita como tendo "agora mais a capella coloda per cyma do telhado e tem na dicta capella huas grades de paoo muito boas e tem mais as cousas seguintes. Hum frontall de pano da Índia, roxo; duas mesas de mantees novos e dous mantees velhos que tynha sem gastados; (...) hua pya de pedra pera agoa benta, metida na parede da porta principall; (...) hum allpendre à porta principall que corre de longo da parede, da parte do soll, quando diz o conprimento da parede" (ENCARNAÇÃO: 1993, pp. 34-35); é então mordomo da ermida Ruy Diaz do Adro, carpinteiro, que diz ter em seu poder 600 reais do santo e um pedaço do alpendre por cobrir, mandando o visitador que, com esse dinheiro, o acabasse de cobrir; o mordomo diz ainda que a dita ermida tem "curta telha e call e lha furtarão . E que hua pessoa só confesara e dera trezentos reaes ao guardião de Sam Francisco, e que os ouvera à sua mão Luís Fernandez, que Deus aja, por que foy desta vida, e que elle mordomo, lhos pedira e lhos não dera mais e que ho declarava por descargo de sua conscyencia" (ENCARNAÇÃO: 1993, p. 35); 1554 - os visitadores da Ordem de Santiago descrevem a ermida como estando a norte da povoação, "de levante a ponente", com o portal virado para a poente; na capela-mor, com paredes de alvenaria e cobertura de madeira de castanho e pinho, existe um altar de alvenaria, sobre o qual se expõe a imagem do orago, e nas paredes estão pintadas representações de Deus-Pai e de Nossa Senhora da Conceição; na nave também de planta quadrada, com paredes de alvenaria e cobertura de madeira, existem dois outros altares, um dos quais com uma imagem de São Pedro; o portal axial é descrito como um exemplar de "pedrara de ponto" e sobre o qual estava "um arco com uma guarita", ou seja, um nicho; tem porta travessa virada a sul, de menores dimensões, e sobre cada um dos portais existem alpendres, com estrutura de madeira suportada por colunas pétreas; nesta data tem apenas como alfaias um cálice; 1565, maio - visitação à ermida de São Sebastião do arrabalde, pelos visitadores D. Pedro de Meneses, comendador da vila de Cacela e da Igreja do Salvador de Santarém e Treze, e João Fernandes Barregão, prior da Igreja de Nossa Senhora do Castelo de Alcácer do Sal; a ermida está como na visita passada e "somente os mordomos, das esmolas da casa, mandarão forrar a capella e estaa forrada de madeyra de pinho. As paredes estão muito pretas e as imagens das paredes despintadas, que se não emxergão, e o mesmo o crucifixo que estaa sobre o arco cruzeyro" (MARTINS, 2001-2002, p. 239); o mordomo da ermida, Bastião Perez, tem uma vestimenta de organza, velha, um cálice quebrado no pé e a patena toda quebrada, mandando os visitadores que não se dissesse mais missa com ele, devendo o mordomo pedir esmolas nas eiras para consertar o cálice; mandam ainda que o mordomo, com o dinheiro que tinha em mãos, mandasse caiar a igreja e a capela-mor e as imagens que existentes nas paredes e pintar de novo o crucifixo sobre o "arco cruzeiro"; 1717, 30 julho - os Irmãos da Venerável Ordem Terceira de São Francisco pedem à Câmara de Loulé a ermida de São Sebastião para nela instalarem a sua capela privativa, ali realizarem serviços religiosos e terem as suas sepulturas, apesar de na altura existir em Loulé, na igreja do convento de Santo António, outra Irmandade de Terceiros Franciscanos; o senado da Câmara concede licença para a Ordem fazer na ermida as obras solicitadas, no prazo de seis anos e com as despesas por sua conta, na condição do senado ser considerado direto senhorio; os Terceiros procedem assim à ampliação da ermida, mudando-se a orientação do templo, cuja frontaria passa a virar-se para nascente, e que passa a ser conhecido como Igreja de São Francisco, e constroem casas para os capelães e casa do despacho; 1724 - os Irmãos da Ordem Terceira de São Francisco, por meio da Confraria de São Sebastião, encomendam o retábulo-mor ao entalhador João Amado (1686-1772), com oficina em Faro; séc. 18, década 40 - remodelação da zona superior do retábulo-mor, sendo-lhe acrescentado um alto friso e um novo remate; 1745 - data de uma das cruzes da Via Sacra integradas nas fachadas da igreja; séc. 18, meados - a igreja possui já um sacrário para comunhão dos Terceiros, que podiam ser sepultados no seu interior; 1750 - o cronista franciscano Frei Jerónimo de Belém afirma que a fundação do Hospício de Terceiros de São Francisco acabava por "ressarcir a perda" que os franciscanos tinham sofrido quando o seu convento de Loulé fora entregue aos Padres de Santo Agostinho no séc. 16 (in LAMEIRA: 2016,pp. 102-103); 1758 - nas Memórias Paroquiais da freguesia de São Clemente, o prior João Diogo Guerreiro Cam. Aboim refere a ermida de São Sebastião como uma das cinco ermidas da vila, onde se executam as devoções e exercícios da Ordem Terceira de S. Francisco por faculdade obtida do desembargador do Paço, por ser está ermida da proteção real; 1817 - a Ordem Terceira de São Francisco obtém do papa Pio VII dois breves dando indulgências perpétuas da Porciúncula aos fiéis que, confessados e sacramentados, visitassem do dia 1 de agosto até à véspera do dia 2 de mesmo mês a Igreja de São Sebastião, o que originou um conflito com a outra ordem instalada no Convento dos Capuchos, que acaba por não se resolver devido à extinção das Ordens Religiosas; 1873 - a igreja encontra-se muito degradada, com o soalho de madeira velho e roto em algumas partes, deixando ver a terra das sepulturas; tal, leva a Mesa da Ordem Terceira, presidida por José Francisco de Azevedo e Silva, a iniciar obras no seu interior; 1876, depois - a Ordem Terceira manda fazer a capela do Senhor Jesus, cujas obras importam em 42$055, e, posteriormente, D. Maria das Dores Aragão Palermo, irmã da Ordem Terceira, manda fazer uma outra capela confrontante a essa; sensivelmente por essa altura, João Correia, empreiteiro, manda fazer um nicho envidraçado para albergar a imagem do Senhor Jesus, no valor de 45$000; 1890, 13 agosto - decreto régio determina que a freguesia de São Clemente de Loulé seja dividida em duas, criando-se uma nova freguesia de São Sebastião ; novembro, finais - a Ordem Terceira recebe uns "Itens" a que devia responder acerca da sua igreja e do auxílio que poderia dar à nova freguesia criada; 04 dezembro - em reunião, a Mesa declara aceitar que o templo de São Francisco seja a sede da nova freguesia, ainda que sem ceder qualquer direito que lhe pertença e salvaguardando todos os direitos da ordem e do seu comissário; 1891, 01 julho - a igreja da Ordem Terceira é erigida canonicamente em igreja paroquial, com os privilégios e regalias próprias das igrejas paroquiais; 1890 - 1891 - o bispo da Diocese, D. António Mendes Belo (1884-1907), encomenda a pia batismal para a igreja; 1891, 16 julho - data do primeiro batismo celebrado na nova igreja paroquial; séc. 19 / 20 - época provável dos painéis de azulejos existentes no transeto e capela-mor, executados na Fábrica de Santa Ana, em Lisboa *1; 2019 -aquando das obras numa das dependências anexas da igreja, ao remover um taipal que a secionava, descobre-se elementos em talha pertencentes a antigos retábulos setecentistas, nichos, imaginária, a maioria de roca, paramentariam alfaias e documentos.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura rebocada e pintada; cruzes da via sacra e molduras de alguns vãos em cantaria calcária, enquanto outros em massa; campanário, pináculos, concheados, brasão e remate da frontaria em massa; portas e caixilharia de madeira; vidros simples; painéis de azulejos azuis e brancos; cata-vento, cruz e guarda do coro em ferro; pavimento cerâmico e em cantaria; pias de água benta e pia batismal em cantaria; retábulo-mor em talha dourada e policroma; cobertura de telha.

Bibliografia

«Algarve: Património do século XVIII descoberto na igreja de S. Francisco de Loulé». In Ecclesia. 09 julho 2019 (https://agencia.ecclesia.pt/portal/algarve-patrimonio-do-seculo-xviii-descoberto-na-igreja-de-s-francisco-de-loule/), [consultado em 16 julho 2019]; CARRUSCA, Susana - Loulé - O Património Artístico. Loulé: Câmara Municipal de Loulé, 2001; LAMEIRA, Francisco I. C. - Inventário Artístico do Algarve. A talha e a imaginária. Faro: Secretaria de Estado da Cultura, Delegação Regional do Algarve, 1991, vol. VIII - Concelho de Loulé; LAMEIRA, Francisco, SANTOS, Marco Sousa - Roteiro da Arquitetura Religiosa no Concelho de Loulé. Câmara Municipal de Loulé, 2016; ENCARNAÇÃO, Pedro Henrique Ferreira - As Visitações da Ordem de Sant'iago as Igrejas do concelho de Loulé no ano de 1534. Faro: Secretaria de Estado da Cultura / Delegação Regional do Algarve, 1993; MARTINS, Luísa Fernanda Guerreiro, CABANITA, Pe. João Coelho - «Visitação das Igrejas dos Concelhos de Faro, Loulé e Aljezur pertencentes à Ordem de Sant'iago, 1565». In Al-ulyã. Revista do Arquivo Histórico Municipal de Loulé. Loulé: Arquivo Histórico Municipal de Loulé, 2001-2002, n.º 8, pp. 183-282; MARTINS, Luísa Fernanda Guerreiro, CABANITA, Pe. João Coelho - "Visitação" das Igrejas dos Concelhos de Loulé pertencentes à Ordem de Santiago - 1518. S.l.: Ministério da Cultura, Delegação Regional do Algarve, 1995; MARTINS, Luísa Fernanda Guerreiro - «Memórias Paroquiais do Concelho de Loulé». In Al-ulyã. Revista do Arquivo Histórico Municipal de Loulé. Loulé: Arquivo Histórico Municipal de Loulé, 2004, n.º 10, pp. 387-435; OLIVEIRA, Ataíde - Monografia do Concelho de Loulé. 3ª. ed. Faro: Algarvia em Foco, 1989.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

DGPC: SIPA

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1873, 11 maio - 10 outubro - obras no interior da igreja, nas quais se despende 476$735; o médico municipal Belchior Frutuoso da Silva, irmão e mesário da Ordem Terceira, toma a iniciativa de restaurar a sacristia, que estava "muito estragada e com falta de pinturas" (OLIVEIRA: 1989, p. 115), pagas com a verba obtida num peditório realizado por ele entre os irmãos; 1876 - obras nas paredes exteriores da igreja, conseguindo o louletano Dr. Marçal de Azevedo Pacheco, deputado por Macedo de Cavaleiros, um subsídio do Governo no valor de 200$000, para as mesmas obras que orçaram em 201$865; 2019 - obras de conservação e restauro numa das dependências anexas.

Observações

*1 - Segundo a tradição, estes painéis de azulejo poderão ter sido originalmente adquiridos para a ladeira de acesso à Ermida de Nossa Senhora da Piedade, mas acabaram por ficar na Igreja de São Francisco (LAMEIRA: 2016, p. 104). *2 - Anualmente, durante a Festa Pequena da Mãe Soberana, no domingo de Páscoa, a igreja acolhe a imagem seiscentista de Nossa Senhora da Piedade, que é trazida processionalmente da sua ermida, e aqui permanece durante duas semanas. Após as duas semanas, no dia da Festa Grande, a imagem da padroeira de Loulé é reconduzida em procissão à ermida de Nossa Senhora da Piedade (v. IPA.00005625).

Autor e Data

Paula Noé 2019

Actualização

 
 
 
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