Área urbana de Belem / Ajuda

IPA.00034137
Portugal, Lisboa, Lisboa, Ajuda
 
Setor urbano. Área urbana situada em encosta. Área rural medieval de jurisdição régia com expansão moderna e contemporânea. Estruturado no século 16 por via de pólo religioso monástico (ordem hieronimita, São Jerónimo), o eixo ribeirinho consolidou-se através de aquisição régia de várias quintas, dando origem a dois pólos palatinos de diferente contexto, o palácio de veraneio e depois, na sequência do terramoto, o palácio real sede da corte. Urbanização contemporânea marcada pela implantação de vários conjuntos de habitação económica. Inicialmente povoada a meia encosta, foi no lugar de Belém que, com as expedições marítimas e a fundação do mosteiro dos Jerónimos, ganhou expressão urbana. A área Belém / Ajuda adquiriu importância no século 18, após o terramoto, com a transferência da corte para ocidente. Nesta área urbana implantam-se dois palácios reais (Belém e Ajuda). O século 20 conheceu a construção de grandes equipamentos públicos na área correspondente às cercas e quintas, desarticuladas da malha urbana, ao mesmo tempo que se instalaram bairros económicos e sociais isolados da malha urbana preexistente. O território apresenta uma malha fortemente marcada pela propriedade régia, militar e religiosa no início da encosta, contrapondo-se a uma malha urbana consolidada a meia encosta, predominantemente residencial, voltando a ser menos densa na zona do Palácio da Ajuda, situando-se os bairros económicos na periferia de Monsanto.
Número IPA Antigo: PT031106011748
 
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Registo

 
Conjunto urbano  Setor urbano  Área topográfica      

Descrição

Área composta por malha urbana heterogénea, cujo núcleo inicial se constituiu junto à Calçada do Galvão, próximo da Igreja da Memória. As actividades marítimas e o estabelecimento dos frades Jerónimos propiciaram o crescimento de um pequeno aglomerado junto à praia do Restelo, que passou a ser conhecido por Belém. A compra régia de várias quintas promoveu uma nova ocupação, que no século 18 se desenvolvia paralela ao rio, através do eixo linear que ligava o subúrbio ocidental ao centro. Após o terramoto iniciou-se o processo de construção do conjunto palatino no alto da Ajuda, que não ofereceu grandes alterações à estrutura fundiária preexistente, sendo só em meados do século 20 que a expansão urbana teve um novo impulso com a construção de bairros económicos. O povoamento da área terá começado no lugar de Alcolena, até ao século 16 a única aldeia do Reguengo de Algés, situado a meia encosta, junto à Estrada do Penedo que dava acesso a Benfica, Lumiar e Queluz. A presença de um ancoradouro no Restelo e a preparação das expedições marítimas fomentaram o desenvolvimento deste povoado a O. da cidade de Lisboa, que se destacava pelo número de habitantes. Junto à praia, o Infante D. Henrique mandou construir uma ermida de devoção a Nossa Senhora, onde posteriormente foi edificado o Mosteiro de Santa Maria, que se tornou o elemento polarizador do núcleo urbano ribeirinho, alterando-se o topónimo de Restelo para Belém. A propriedade religiosa na zona de Belém teve grande impacto no desenvolvimento da estrutura urbana, pois foi através dos aforamentos feitos pelos monges junto à praia que se deu início ao crescimento linear, demarcando a Rua Direita de Belém. A venda de terrenos proporcionou a construção de várias casas, entre as quais a do arquiteto João de Castilho, junto ao largo do mosteiro, bem como as Quintas de Baixo e de Cima de D. Francisco de Portugal, hoje o Palácio de Belém e o Jardim Botânico Tropical. A povoação de Belém continuava distante do centro, apesar da sua crescente importância, sendo o seu acesso feito por barco ou por azinhagas que percorriam as zonas de Santos e Alcântara, passavam pelo rio Seco, subiam até ao Alto da Ajuda e desciam a Calçada do Galvão. Simultaneamente à construção de uma ermida no Alto da Ajuda, lugar onde existiam alguns casais, foi constituída a nova paróquia com o mesmo nome, num território correspondente ao antigo reguengo de Ribamar. Mas a freguesia da Ajuda teria a sua sede distante dos dois principais núcleos de povoamento (Alcântara e Belém), que localizados à beira rio se tornaram mais populosos e apenas se autonomizaram administrativamente mais tarde. Em 1726 D. João V adquiriu várias quintas em Belém: duas quintas aos condes de Aveiras, uma no atual Palácio de Belém e a outra junto à Calçada do Galvão, ambas conhecidas por Quinta de Baixo; a Quinta do Meio comprada aos condes da Calheta, com entrada pelo Pátio das Vacas, o Museu Agrícola Colonial; e a Quinta de Cima conhecida por Jardim Botânico da Ajuda, adquirida ao conde de Óbidos; as três propriedades eram praticamente contíguas e faziam parte de um conjunto significativo de terras que o rei possuía nesta zona da cidade, para além da Tapada da Ajuda e dos palácios de Alcântara e Pedrouços. Também as qualidades aprazíveis desta zona rural atraíram a nobreza no início do século 18, possibilitando a abertura de ruas, com destaque para a Rua da Junqueira e o início da Calçada da Ajuda até ao Pátio das Vacas. Ao longo do eixo Alcântara / Algés, formado pela Rua da Junqueira, Rua de Belém e Rua de Pedrouços edificaram-se quintas de veraneio e palácios, e ainda o Convento das Salésias com a cerca delimitada pela Rua Alexandre Sá Pinto, Rua dos Quartéis e Calçada da Boa-Hora. Com o terramoto de 1755 a corte mudou-se definitivamente para a área ocidental do termo de Lisboa, tendo-se observando um aumento significativo da população. O rei instalou-se em terreno contínuo à Quinta de Cima, conhecido por Casal Tojal, num paço em madeira resistente aos abalos sísmicos, apelidada de Real Barraca da Ajuda. O crescimento urbano orientou-se para N., com o prolongamento da Calçada da Ajuda (antiga Calçada Nova da Ajuda), que fazia a ligação entre os dois palácios. Junto a este eixo viário, acima da Travessa da Memória, surgiu uma área urbana de malha regular formada por quarteirões retangulares, truncados na Rua Brotero (antiga Rua da Paz) pelo percurso da ribeira dos Gafos, formando um largo residual com o mesmo topónimo. Do lado oposto da calçada, construíram-se os quartéis do Regimento N.º 1 (conde de Lippe) e dos Lanceiros N.º 2, que ainda ocupam uma vasta área, delimitada pela Rua do Embaixador, Travessa da Boa-Hora e Rua Alexandre Sá Pinto (antiga Rua das Freiras Salésias). As propriedades régias mantiveram grande expressão na zona de Belém e Ajuda até à República, enquanto os sucessivos projetos para o novo paço régio de grandes dimensões foram sendo interrompidos, por falta de verba e pelas invasões francesas. Após vários anos de espera o Palácio da Ajuda foi inaugurado em 1835, mas a sua construção ficou aquém do planeado, ficando o edifício isolado da malha urbana, interrompido a O. pelo final da Calçada da Ajuda e formando a E. um largo envolvido por pequenas construções de caráter rural. No século 20, em especial na década de 30, o crescimento urbano seguiu a meia encosta, com a construção do primeiro bairro social, destinado a famílias de militares (Bairro Novo da Ajuda, v. PT031106011178), que ocupou a zona N. do Quartel de Lippe. Na mesma época surgiram outros bairros económicos, construídos junto a vias estruturantes mas que permaneceram isolados: o Bairro do Alto da Ajuda (v. PT031106010911), no limite do do Parque Florestal de Monsanto, junto à Rua das Açucenas / Calçada do Mirante (antiga Rua de Caselas) e o Bairro das Terras do Forno de Belém (v. PT031106321179), ocupando o interior do quarteirão formado pela Calçada do Galvão, Rua das Pedreiras e Rua dos Jerónimos. Esta última via confrontava com a grande cerca do mosteiro, que constituía uma área reservada até à Época Contemporânea.

Acessos

Estrada de Caselas, Estrada de Queluz, Estrada do Penedo, Avenida da Índia, Calçada da Boa-Hora.

Protecção

Inclui Palácio Nacional da Ajuda (v. PT031106010025) / Jardim das Damas (v. PT031106010061) / Torre sineira da Capela Real da Ajuda (v. PT031106010293) / Palácio Nacional de Belém (v. IPA.00006547) / Picadeiro Real de Belém (v. PT031106320613) / Jardim-Museu Agrícola Tropical (v. PT031106320614) / Convento e Igreja de Nossa Senhora da Boa-Hora (v. PT031106010301) / Palácio do Marquês de Angeja (v. PT031106020294) / Chafariz da Junqueira (v. PT031106020373) / Casa Nobre de Lázaro Leitão Aranha (v. PT031106320161) / Casa do Galvão (v. PT031106320341) / Cordoaria Nacional (v. PT031106320175) / Convento das Salésias (v. PT031106320287) / Palácio da Quinta das Águias (v. PT031106020195)

Enquadramento

Situada em encosta, virada a S., entre o rio e a cota altimétrica 175 m (alto da Ajuda). Incluída na área urbana de Lisboa Ocidental (v. PT031106321736), confronta a N. com o Parque de Monsanto (v. PT031106081742), a E. com a área urbana de Alcântara (v. PT031106021749), a S. com a margem ribeirinha do Tejo (v. PT031106191041) e a O. com a área urbana do Restelo (v. PT031106320679). Delimitada pela Calçada da Boa-Hora, Rua Diogo Cão, Rua do Rio Seco, contornando a E. o pólo universitário da Ajuda e Montes Claros, A5, Estrada de Queluz, Estrada Pedro Teixeira, Calçada do Galvão, Rua Gonçalves Zarco, Rua dos Jerónimos, Praça do Império, Avenida da Índia, Rua da Junqueira e Rua Mécia Mouzinho de Albuquerque. Desenvolvendo-se sobre o complexo vulcânico de Lisboa, é caracterizada por várias ribeiras com nascentes na serra de Monsanto que, apesar de desaparecidas, marcam de forma clara o território através dos seus percursos naturais. A E. a Calçada da Boa-Hora era percorrida pelo rio Seco, a O. a Rua dos Jerónimos percorre o leito da ribeira dos Pocinhos, e a Calçada da Ajuda localiza-se próximo da ribeira dos Gafos, que terminava junto ao Palácio de Belém.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Não aplicável

Utilização Actual

Não aplicável

Propriedade

Não aplicável

Afectação

Não aplicável

Época Construção

Séc. 16 / 18 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

1147 - território integrado no Reguengo de Ribamar que ocupava uma área extensa, desde a ribeira de Alcântara à ribeira da Laje (Oeiras); 1248 / 1274 - Inquirições Afonsinas referem Santa Maria dos Mártires como uma paróquia nos arrabaldes de Lisboa, cujo território abrangia terras desde a Sé até Oeiras; 1263 - doação por D. Dinis da herdade de Alcolena ao Mosteiro de Chelas; séc. 13, meados - divisão do reguengo de Ribamar entre os reguengos de Algés e de Oeiras, separados pela ribeira do Jamor; 1318 - doação por D. Dinis de propriedades do reguengo de Algés ao Mosteiro de Odivelas; 1319, 24 setembro - doação do reguengo de Algés a Manuel Pessanha; 30 setembro - carta de doação régia redigida na aldeia de Alcolena que ficava à beira de grandes pedreiras (RIBEIRO, 1945); 1377 - referência ao porto do Restelo no Livro da Portagem de Lisboa; 1405 - referência ao sítio do Restelo Velho, por Gomes Eanes de Zurara (RIBEIRO, 1938); 1459 - autorização do Pio II para a constituição de uma paróquia na ermida de Santa Maria de Belém sem território associado, apenas 200 m em torno da igreja, re-edificada pelo infante D. Henrique; 1460, 18 setembro - doação da ermida de Belém à ordem de Cristo pelo infante D. Henrique; séc. 15 - a Calçada do Galvão era a antiga Estrada do Penedo por onde se ia para Benfica, Lumiar e Odivelas (RIBEIRO, 1945); 1513/1514 - aquisição por D. Manuel I de terras e casas para a cerca do Mosteiro de Belém; 1515 - Damião de Góis refere que o mosteiro seria construído abaixo da povoação do Restelo (RIBEIRO, 1945); 1523 - autorização régia para João de Castilho construir umas casas, a nascente do mosteiro, perto da ponte e do chafariz, em terrenos pertencentes aos frades (RIBEIRO, 1945); 1551 - referência de Cristóvão Rodrigues de Oliveira a uma ermida de Nossa Senhora no sítio da Ajuda; 1586 / 1587 - instituição da freguesia de Nossa Senhora da Ajuda na ermida do mesmo nome, cujo território foi desanexado da freguesia dos Mártires e se estendia desde à ribeira de Alcântara até à ribeira do Jamor; 1600, 24 março - instituição do morgado da Junqueira por Aires de Saldanha, vice-rei da Índia, na Quinta da Junqueira, por casamento com D. Joana de Albuquerque; séc. 16 - o chão junto à ponte e chafariz em Belém pertencia às herdades doadas pelo rei aos monges Jerónimos, que por sua vez procederam ao aforamento de terras no sítio do atual palácio de Belém ao conde de Vimioso, D. Francisco de Portugal, passando por morte deste para sua filha Guiomar de Vilhena, condessa da Vidigueira (RIBEIRO, 1945); 1620 - a freguesia da Ajuda tinha 450 vizinhos 2900 pessoas, encontrando-se a maior parte da população distribuída entre Alcântara e Belém;1638 / 1640 - D. João e D. Brites de Mascarenhas, condes de Santa Cruz, residiam em Belém conforme consta nos livros paroquiais; 1645 - aquisição por D. João IV da Quinta da Ninfa e do Casal do Rio Seco, o que permitiu a constituição da Real Tapada da Ajuda como parque de caça da família real; 1682, 20 abril - D. João de Mascarenhas comprou a Fernão Pais Ruão uma quinta contígua às suas casas em Belém, que tinha o limite pela atual Calçada do Galvão, a N. as terras da Palmeira, o Mosteiro e a S. a estrada (RIBEIRO, 1945); séc. 17 - construção de edifícios junto à praia de Belém formando a Rua da Vieira Portuense, antiga Rua do Cais de Belém; 1701, 15 janeiro - alvará de D. Pedro II autorizando João Saldanha, presidente do senado da Câmara de Lisboa, a "aforar umas tantas braças de terrena face da estrada que liga a escadinhas de Santo Amaro até Belém", proporcionando o aparecimento de alguns edifícios ao longo da estrada que ia até Belém; 1712 - a freguesia de Nossa Senhora da Ajuda constava de 532 vizinhos e cerca de 2200 pessoas, que se dividiam pelos seguintes lugares: Alcolena 30 vizinhos, Belém 210, Oliveiras 9, Monsanto 7 e Ajuda com 15 vizinhos, sendo o lugar onde estava a única igreja da freguesia (COSTA, 1712); 1714 - fundação do Convento das Salésias; 1721 - compra de mais casas no lugar de Belém por D. José de Mascarenhas, duque de Aveiro; 1726 - D. João V comprou a João da Silveira Telo e Meneses, 3.º conde de Aveiras, duas quintas, conhecidas por Quinta de Baixo e Quinta de Cima; a primeira corresponde ao atual Palácio de Belém e a segunda ao atual Jardim Botânico Tropical, junto à antiga Estrada do Penedo, que estava agricultada com vinha; também adquiriu ao neto do 5.º conde da Calheta, Pedro de Vasconcelos e Sousa da Câmara, a sua residência de verão, que ficou conhecida por Quinta do Meio, com entrada pelo Pátio das Vacas, o atual Museu Agrícola do Ultramar; comprou ainda no alto da Ajuda uma quinta ao conde de Óbidos, meirinho-mor, que ficou conhecida por Quinta de Cima e onde foi instalado o Jardim Botânico da Ajuda; o rei comprou ainda duas quintas em Pedrouços, a Quinta do Correio-mor a Luís Vitório de Sousa da Mata Coutinho e a Quinta do Conde de São Lourenço, depois conhecida como Quinta da Praia; abertura do primeiro troço da Calçada da Ajuda desde Belém até ao Pátio das Vacas; 1736 - a freguesia da Ajuda contava com 569 vizinhos; 1746 - projeto de Carlos Mardel e Custódio Vieira com proposta de regularização da frente ribeirinha entre o Cais Novo de Pedrouços e o Cais de Santarém; 1747 - aquisição por D. João V dos casais de Pai Calvo e Alcolena aos monges Jerónimos; 1753 - construção do Cais de Belém, frente ao palácio real, inicialmente edificado em 1686 e destruído por intempéries; 1755 - instalação da família real no Alto da Ajuda, após o terramoto, a N. da Quinta de Cima, junto à Igreja da Ajuda, no Casal do Tojal comprado por D. José e onde mais tarde foi construído o Palácio da Ajuda; foi mandado edificar um paço de madeira aos mestres Petrónio Mazzoni e Veríssimo Jorge e foi também construída uma capela junto à Real Barraca; construção do Palácio do Marquês de Angeja sobre as ruínas do Forte de São Pedro da Junqueira; 24 Novembro - trasladação da imagem de Nossa Senhora da Ajuda da igreja paroquial para a nova capela real; 1758 - Memórias Paroquiais referem que a Igreja de Nossa Senhora da Ajuda não sofreu danos com o terramoto; 3 setembro - o atentado do qual D. José saiu ileso ocorreu à entrada da Quinta do Meio, lugar onde o rei mandou erguer Igreja de Nossa Senhora do Livramento ou da Memória, segundo projeto do arquiteto Giovanni Carlo Bibiena; abertura da Calçada Nova, mais tarde designada por Calçada da Ajuda; fundação do Convento da Boa-Hora por D. José; 1759, 12 janeiro - demolição do palácio dos duques de Aveiro, situado no antigo Largo do Chafariz; posteriormente um quarteirão foi edificado no local; 1770 - no plano de divisão das freguesias é desanexado da freguesia da Ajuda, um território correspondente à nova freguesia de São Pedro em Alcântara; 1771 / 1778 - construção da Cordoaria Régia no sítio do Forte de São João da Junqueira; 1792 - Manuel Caetano de Sousa acabou a construção da Capela Real da Ajuda, começada por Elias Sebastião Poppe, passando a Igreja Patriarcal de Lisboa (destruída no terramoto) a funcionar na Ajuda; 1785 - morte de António José Galvão, oficial maior da Secretaria de Estado de Negócios do Reino e que vivia nas casas onde houve um forno de cal, onde mais tarde se edificou o Bairro Económico das Terras do Forno (RIBEIRO, 1945); 1787 - edificação da Igreja de Nossa Senhora das Dores pela Irmandade homónima; séc. 18, segunda metade - construção do Quartel da Calçada da Ajuda, de planta pentagonal, para aquartelamento do regimento do Conde de Lippe; 1820 - a paróquia da Patriarcal na Ajuda registava cerca 1200 pessoas; 1826 - transferência da residência régia para o Palácio da Ajuda pela infanta D. Isabel Maria, regente do reino;1833, 28 dezembro - criação da freguesia de Belém, desanexada da freguesia da Ajuda; 1834, 3 maio - celebração da primeira missa paroquial na Igreja do Convento da Boa-Hora, nova sede paroquial; 1852, 11 setembro - extinção do termo de Lisboa; nova delimitação do concelho pela estrada da circunvalação; criação do concelho de Belém, que englobava as freguesias de Belém e Ajuda (SILVA, 1940); 1885, 18 julho - os territórios da Ajuda, Belém e Alcântara passaram a fazer parte da cidade de Lisboa; 1873 - inauguração da linha de Caminho de Ferro Americano de tração animal entre o Rossio e Belém; 1887 - início das obras de aterro da zona ribeirinha de Belém, adjudicadas ao engenheiro Pierre Hersent, englobadas no plano geral de melhoramento da cidade; 1934 - inauguração do bairro social da Ajuda/ Boa-Hora; 1937 - inauguração do Bairro Novo da Ajuda da autoria do arquiteto Eugénio Correia; 1938 / 1940 - construção do Bairro Social do Alto da Ajuda; elaboração do Plano da Encosta da Ajuda pelo arquiteto urbanista Faria da Costa, depois integrado no Plano Geral de Urbanização, do arquitecto Étienne de Groër (atualmente grande parte da área do plano é conhecida por Restelo); 1938 - inauguração do Bairro Económico das Terras do Forno, também conhecido como bairro Novo de Belém, da autoria do arquiteto Raul Lino; 1939, início - demolição dos quarteirões situados junto ao mosteiro dos Jerónimos: a E. da igreja (quarteirão S. junto ao antigo Largo Frei Heitor Pinto/ do Chafariz) e a O. da Rua Vieira Portuense, com a intenção de desafogar o monumentos e dar início à transformação desta zona para a Exposição do Mundo português; o chafariz foi deslocado para o Largo do Mastro; construção da Avenida da Índia; 1940 - início da construção da Estrada Marginal; 23 junho - inauguração da Exposição do Mundo Português, aberta até dezembro; arborização do Parque Florestal da Ajuda; 1944 - fundação do Jardim e Museu Agrícola Colonial com a união do Jardim Colonial e do Museu Agrícola Colonial; 1947 / 1949 - construção do bairro Social do Caramão da Ajuda; 1968 - construção do "bairro de casas para classes pobres" hoje conhecido como Casalinho da Ajuda; 1994 / 1995 - inauguração do edifício da Faculdade de Arquitetura da Universidade Técnica de Lisboa no novo Pólo Universitário da Ajuda; 2009 - início da construção do novo edifício do Museu dos Coches nos terrenos das antigas oficinas gerais do exército, com projeto do arquiteto Paulo Mendes da Rocha.

Dados Técnicos

Não aplicável

Materiais

Não aplicável

Bibliografia

AA.VV. - Guia Urbanístico e Arquitetónico de Lisboa. Lisboa: Associação dos Arquitectos Portugueses, 1987; Atlas da Carta Topográfica da cidade de Lisboa sob a direção de Filipe Folque: 1856 - 1858. Lisboa: Arquivo Municipal de Lisboa, s.d., fl. 53, 54, 55, 60, 61; ARAÚJO, Norberto - Peregrinações em Lisboa, Livro IX. Lisboa: Edições Vega, 1992; Belém, Reguengo da Cidade. Lisboa: CML, 1998; CARVALHO, José Silva et ali - Guia Urbanístico e Arquitetónico de Lisboa. Lisboa: Associação dos Arquitetos portugueses, 1987; COSTA, António Carvalho da - Corografia Portuguesa. Lisboa: 1706, Tomo III, p. 649; Câmara Municipal de Lisboa, Relatório de caracterização biofísica de Lisboa, Revisão PDM, fevereiro 2010, http://www.cm-lisboa.pt/fileadmin/VIVER/Urbanismo/urbanismo/planeamento/pdm/docs/revisao/estudos/Relatorio_sintese_Caracterizacao_Biofisica.pdf (Cons. 5 março 2013); CONSIGLIERI, Carlos (et al.) - Pelas freguesias de Lisboa. Lisboa Ocidental (São Francisco Xavier, Santa Maria de Belém, Ajuda, Alcântara). Lisboa: CML, 1996; GASPAR, Diogo (dir.) - Vivências, sítio e iconografia do Palácio de Belém. Lisboa: Museu da Presidência da República, 2005; GÓIS, Damião de - Elogio da cidade de Lisboa. Lisboa: Guimarães editores, 2002, p. 139; GUEDES, Lívio da Costa - O Arco de Belém - São Julião da Barra, Contorno da enseada de Paço de Arcos. Separata do 54.º volume do Boletim do Arquivo Histórico Militar. Lisboa: 1986; LAMAS, Artur - A Rua da Junqueira, cartas compiladas e anotadas. Separata de Arqueologia e História Lisboa: 1922; Levantamento da Planta de Lisboa: 1904-1911, (dir. Júlio da Silva Pinto). Lisbo:, Arquivo Municipal de Lisboa, (2005), fl.s 4E, 5C, 5D, 5E; MARTINS, Rocha - Ruas da Cidade, A Calçada da Ajuda. Revista Municipal. Lisboa: 1939, Ano I, n.º 1, pp. 45-47; MATOS, Alfredo, PORTUGAL, Fernando - Lisboa em 1758. Memórias Paroquiais de Lisboa. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa, 1974; MOITA, Irisalva (dir.) - O Livro de Lisboa. Lisboa: Livros Horizonte, 1994; NOBRE, Pedro Nunes - Belém e a Exposição do Mundo Português: Cidade, Urbanidade e Património Urbano. Projeto de mestrado em Património Urbano. Lisboa: Universidade Nova de Lisboa, 2010; RIBEIRO, Mário de Sampaio - "As quintas reais do lugar de Belém". Anais de Biblioteca, Museus e Arquivo Histórico Municipais. Lisboa: 1935, n.º 5, pp. 10-21; IDEM - Da Velha Algés. Lisboa: 1938; IDEM - A Calçada da Ajuda. Lisboa: s.n., 1940; IDEM - Do sítio do Restelo e das suas igrejas de Santa Maria de Belém. Lisboa: s.n., 1945; SANCHES, José Dias - Belém e arredores através dos tempos. Lisboa: Livraria Universal - Editora, 1940; SANTANA, Francisco - Lisboa na segunda metade do século XVIII: plantas e descrições das suas freguesias. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa, s.d., pp. 21, 128, 130; SANTANA, Francisco, SUCENA, Eduardo - Dicionário da História de Lisboa. Lisboa: s.n., 1994; SILVA, Augusto Vieira da - "O Termo de Lisboa". Revista Municipal. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa, 1940, ano I, nº 4, pp. 11 -22; IDEM - As freguesias de Lisboa, estudo histórico. Lisboa: Câmara Municipal de Lisboa, 1943.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DNISP, Anteplano do arranjo urbanístico da zona marginal de Belém, Plano definitivo do arranjo urbanístico da zona marginal de Belém; BNP: Planta das minas e encanamentos de água do Almoxarifado da Ajuda, s.a., 1901 (cc-98-v), Planta das minas e encanamentos de águada Real Quinta de Belém, s.a., 1901 (cc-100-v), Vue de Lisbonne avant d'être réduite en monceaux de pierres par le tremblement du 1er. Novembre 1755, atr. Georges-Louis Le Rouge, 1712 / 1790, (cc-1711-a), Planta da cidade de Lisboa e de Belém incluindo os melhoramentos posteriores ao ano 1833..., Frederico Perry Vidal, s.d. (cc-1322-r), Planta do Real Palácio e Quinta de Belém, José António Abreu, 1848 (cc-179-a), Planta de Lisboa, seu porto, novas avenidas, etc..., Caldeira Pires, Lisboa : Annuario Commercial de Portugal, 1909 (cc-1081-1-4-r); CML, ACML e MC: Duarte José Fava, dir. - Carta topographica de Lisboa e seus suburbios… levantada no Anno de 1807… (Museu da Cidade); Filipe Folque, dir., Carta Topográfica da cidade de Lisboa...em 1856 - 1858, J.A.V. Silva Pinto, dir., Levantamento topográfico de Lisboa.... 1904-1911 (dir. Júlio da Silva Pinto), disponível em Lisboa Interactiva, www.lxi.cm-lisboa.pt; GEAEM: Planta do Alto da Ajuda, Francisco António de Sousa, Martiniano José de Andrade, Luís António de Melo, séc. 18, (440-1-2-2), Plano dos subúrbios de Lisboa de Alcântara até Pedrouços, s.a., séc. 19, (3852-1-3-5), Mapa do esboço feito do reconhecimento da linha de defesa de Lisboa (da Torre de Belém até ao Paço do Lumiar)..., António José Vaz Velho, posterior a 1808, (2258-2-16-22), Mapa da cidade de Lisboa e de Belém em 1812, s.a., 1814 (3935-2-16-22); Carta topográfica da cidade de Lisboa e bairro de Belém até à bateria do Bom Sucesso, Duarte José Fava (dir.), Luís António de Melo, João Pedro Duarte Pereira, João Damasceno da Cunha Pinto, (2301-2-16-22), Idem, Luis António de Melo, João Pedro Duarte Pereira, João Damasceno da Cunha Pinto, cerca 1827, (2304-2-16-22 e 2305-2-16-22), (Planta do terreno entre a calçada da Ajuda, a rua direita da Junqueira e rua das Salésias), s.a., posterior a 1846, (443-1-2-2), (da Torre de Belém a Alcântara e do Rio Tejo ao Largo do Calvário), s.a., 1865 (10899/2º-3-45-59).

Documentação Fotográfica

CML: Arquivo Municipal de Lisboa, núcleo histórico

Documentação Administrativa

Arquivo Municipal de Lisboa

Intervenção Realizada

Observações

Autor e Data

Anouk Costa, Rita Vale 2013

Actualização

 
 
 
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