Igreja de São Francisco / Convento de São Francisco de Évora

IPA.00002724
Portugal, Évora, Évora, União das freguesias de Évora (São Mamede, Sé, São Pedro e Santo Antão)
 
Arquitectura religiosa, gótica, manuelina, barroca, rococó, revivalista. Igreja conventual de planta em cruz latina, de nave única, com seis tramos e capelas colaterais, intercomunicantes, tribuna, transepto saliente e capela-mor profunda. Cobertura em abóbada de berço quebrado com penetrações na nave, abóbadas de aresta nas capelas colaterais, e abóbadas de nervuras na capela-mor e nos braços do transepto. Os alçados da nave, ritmados longitudinalmente por pilares adossados onde se apoiam os arcos torais e as nervuras da abóbada que a cobre, apresentam três registos definidos: o primeiro, pelos arcos quebrados de acesso às capelas colaterais, o segundo, pela alternância de longas frestas molduradas que dão para as galerias de circulação que se abrem por cima das capelas colaterais, e o terceiro, cego. Sistema de contrafortagem exterior composto por contrafortes diagonais na cabeceira e de ângulo no corpo, terminando aqui em perfil cilíndrico; ambos os volumes são coroados por merlões chanfrados, apresentando o corpo pináculos cónicos torneados, provavelmente fruto da campanha de obras oitocentista. Galilé de influência mudéjar, com recurso ao arco ligeiramente ultrapassado, marcada pela presença de contrafortes nos pontos de descarga das abóbadas que cobrem os seus cinco tramos; este corpo funciona como travamento da fachada da igreja, onde se assinala característico portal neomanuelino. As distorções apresentadas em planta, revelam a adaptação de uma nova concepção arquitectónica a um espaço pré-existente, ou seja, os lugares regulares definidos, em especial a marcação do claustro, e a igreja mendicante primeva que seria de 3 naves, a central mais elevada, e com pé-direito muito menos elevado que o actual, o que corresponde às construções mendicantes verificadas entre a segunda metade do século 13 e os inícios do século 14 ( CHICÓ, 1981 ); segundo o mesmo autor, desta ainda restam partes dos alçados laterais e da fachada, o que se verifica através dos vãos de janela, bem como o portal N., que se insere num gablete, à semelhança de edifícios coevos e congéneres. Quanto à actual igreja, fruto da reconstrução pela vontade e patrocínio régio de D. João II e, sobretudo, de D. Manuel I, é definida por Chicó como a "mais ampla e original igreja portuguesa do gótico mediterrânico", ideia que vem a ser retomada por José Custódio Vieira da Silva, estabelecendo este paralelos com o gótico do Midi e da Catalunha, que se caracteriza por amplas naves únicas cobertas por abóbada de ogivas, alçados interiores despojados e ritmados por pilares interiores adossados marcando a divisão em tramos, entre os quais se rasgam as capelas colaterais. A campanha barroca e rococó faz-se sentir sobretudo ao nível da aposição dos altares desde a capela-mor às capelas colaterais da nave. De realçar a decoração da capela do braço N. do transepto, com o retábulo de talha dourada, joanino, e o revestimento dos alçados laterais com azulejaria e pintura em molduras de talha dourada. A sala do Consistório da Ordem Terceira, de planta rectangular, apresenta alçados laterais simétricos, com alternância entre nichos e janelas, verdadeiras a N. e fingidas a S.; neste espaço, destaque para o altar em talha dourada, joanino, e o tecto abobadado com pintura ilusionista de quadratura. A sala do capítulo e a capela dos Ossos, apresentam tipologia arquitectónica idêntica: a primeira de planta quadrada, de três naves de três tramos, enquanto que a segunda, tendo mais um tramo, se edifica sobre planta rectangular; ambas são cobertas por abóbadas de aresta que se apoiam em pilares que ritmam o espaço. Este tipo de estrutura e/ou cobertura permite a apresentação do espaço transparente, que as caracteriza. Um dos primeiros conventos da Ordem Claustral em Portugal e o 2º monumento mais visitado ( Capela dos Ossos ) de Évora. Destaque para o sistema construtivo da igreja, em especial o sistema de contrafortagem da nave: o empuxo exercido pela ampla abóbada que cobre este espaço é contrabalançado pela sucessão das capelas colaterais e, ao nível superior, pelas galerias de circulação; deste modo, dispensaram-se os habituais contrafortes exteriores. Capela dos Ossos: destaque para o revestimento integral dos alçados interiores com ossos humanos, predominantemente ossos longos e crânios, e o explorar das capacidades decorativas e estruturais dos mesmos: utilização da face posterior do osso sacro, mais rendilhada, fémures e tíbias em elementos de suporte, etc.; as ossadas são provenientes do próprio convento, tido entre os sécs. 16 - 18 como cemitério de Évora, totalizando c. de 5.000 esqueletos (DUARTE, 2002). Sala do Consistório da Ordem Terceira: pintura mural ilusionista do tecto, em trompe d'oeil, a fingir arquitecturas.
Número IPA Antigo: PT040705210017
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Convento masculino  Ordem de São Francisco - Franciscanos (Província de Portugal)

Descrição

Planta longitudinal, composta por galilé, nave com capelas laterais intercomunicantes - tendo adossados a N. a Capela da Ordem 3ª de São Francisco e Capela dos Castros ou Mendanha e a S. o claustro com a Sala do Capítulo a SE. tendo adossado a S. a Capela dos Ossos -, transepto, capela-mor rectangular tendo adossados no ângulo SO. a Torre Sineira, a S. a Sacristia e a N. a Capela de São Joãozinho.Volumes articulados, massas dispostas na vertical com coberturas diferenciadas, em terraço visitável, no corpo do templo e em telhados nos corpos anexos. Os 4 ângulos do rectângulo da nave são reforçados por contrafortes angulares com remates em chanfra e coroados por torreões circulares rematados por pináculos cónicos, espiralados no alçado O. e lisos no alçado E.; remates, rectos a N. e S. e em empena a O. e E., em cornija pétrea envolvente, que se liga aos contrafortes angulares, coroada por friso, também envolvente, de merlões chanfrados; sob a cornija friso pintado a branco fingindo arcarias polilobuladas; paramentos em alvenaria rebocada com pintura a branco fingindo silhares de cantaria em aparelho isódomo. No corpo rectangular da cabeceira paramentos e remates idênticos aos do corpo da nave. Fachada principal orientada, de 2 registos, o inferior antecedido por galilé de 5 panos definidos por contrafortes e rasgados por 5 arcadas, de cantaria aparelhada, a central em arco de volta perfeita e as laterais em arco de ferradura, sendo a do extremo S. em arco de ferradura quebrado; descaregam em triplos feixes de colunelos, o central de maior diâmetro, munidos de capitéis lavrados de motivos fitomórficos, vegetalistas e zoomórficos; na arcada central os colunelos prolongam-se até ao pavimento, munidos de bases facetadas; nas restantes são interrompidos por chanfras a c. de 1/4 de altura; nos topos N. e S. a galilé é rasgada por arco quebrado, de frecha mais elevada que os restantes; contrafortes, de cantaria aparelhada, prismáticos, de 2 ordens, com remates em chanfra munidos de gárgulas zoomórficas, excepto os contrafortes extremos que produzem ângulo com os contrafortes dos topos N. e S.; interior da galilé, com acesso por 2 degraus, ritmado por arcadas de perfil quebrado, descarregando em colunelos idênticos aos já descritos para a arcada central; coberturas em abóbadas de aresta com chaves lavradas. Acesso ao templo por pórtico mainelado de 2 arquivoltas, de volta perfeita, e colunelos munidos de bases prismáticas e capitéis lavrados de motivos vegetalistas entrelaçados; alfiz em arcada de volta perfeita ornamentado com motivos heráldicos inseridos em molduras rectangulares dispostas escalonadamente: à esquerda o pelicano, à direita a esfera armilar e ao centro escudo régio; sob este pequena janela quadrangular com molduras de torcidos; acesso por escadaria de 4 degraus em meia laranja; o pórtico é ladeado por dois triplos janelões cegos de verga em triplo arco lanceolado descarregue em mainéis facetados; sobre os janelões vestígios de rosetas cegas, cortadas pelos arcos formeiros das arcadas. Acima da galilé, o segundo registo da fachada, de pano único definido pelos contrafortes angulares, é rasgado axialmente por amplo janelão rectangular, de verga curva, envasado para receber o vitral; remate em empena tendo no vértice cruz sobre base cónica. Fachadas laterais de 3 corpos, de pano único, definidos por contrafortes em chanfra, correspondentes à nave, braços do transepto e cabeceira, sendo a articulação dos corpos do transepto com o corpo da cabeceira marcada pelos contrafortes angulares; os alçados correspondentes às naves são ritmados, superiormente, por gárgulas pétreas antropomórficas e rasgados por 2 fiadas de frestas lanceoladas e maineladas; os alçados correspondentes à cabeceira são ritmados por janelões mainelados, em arco quebrado. Fachada S. tendo adossados: no 1º corpo, o da nave, Claustro, de planta em "L", fazendo ângulo com o alçado O. do braço do transepto; no 2º corpo, o braço do transepto, a Sala do Capítulo, disposta no sentido N.- S., a que se adossa a S. a Capela dos Ossos; no 3º corpo, o da cabeceira, a Torre Sineira no ângulo SO. e a Sacristia a S.. Fachada N., tendo adossados: no 1º corpo, o da nave, ocupando c. de metade da sua largura, os corpos articulados da Capela da Ordem 3ª de São Francisco, de planta rectangular, rasgado a N. por dois grandes janelões rectangulares gradeados, e da Capela dos Castros ou Mendanha, de planta quadrangular, rasgada a N. por janelão rectangular gradeado interrompido pelo corpo adossado de um anexo, mais baixo, de planta rectangular, rasgado a N. por duas ordens de janelas gradeadas, as inferiores limitando-se a frestas dispostas na horizontal; ainda no corpo da nave, rasga-se, ao nível do 2º e 3º tramos internos, e adossado a contraforte em rampa, pórtico lateral em arco quebrado, com 3 ordens de arquivoltas, a 1º decorada de zig-zag, e emoldurado de edícula de frontão triangular; no 2º corpo, o do braço do transepto, a sala do trono do Altar do Bom Jesus, de planta quadrada e mais elevado que esta; é rasgada nos seus alçados O. e E. superiormente por janelão reentrante, gradeado, com molduras de alvenaria; o alçado N. de pano único e 2 registos definidos por cunhais de alvenaria apilastrados e por friso de esgrafitos a que se sobrepõe cornija pintada, é rasgado inferiormente por portal de alvenaria de verga alteada e superiormente por janela de arquivoltas redondas sobre pilastras inserida em composição arquitectónica de pilastras suportando frontão interrompido de enrolamentos e cruz no vértice; todo este conjunto e o respectivo paramento apresentam vestígios de pinturas murais de temática heráldica e vegetalista; no 3º corpo da fachada N., o da cabeceira, a Capela de São Joãozinho, de planta rectangular, com acesso a N. por pórtico pétreo sobreposto de nicho com a imagem de São Gabriel em mármore branco de Estremoz; a E. e S. desta capela o corpo anexo de habitação. Fachada E. correspondente à cabeceira, mais baixa que o alçado E. da nave que apresenta remate em empena semelhante ao da fachada principal rasgada ao centro por pequena fresta ogival; o alçado E. da cabeceira, de pano único definido por contrafortes diagonais, apresenta, até c. de metade da sua altura o espaço entre os contrafortes preenchido por corpo de alvenaria rebocado, munido de embasamento de cantaria esquadriada, rasgado inferiormente por arcada cega em arco ultrapassado e por 2 óculos aos lados, e com remate em dupla empena telhada. INTERIOR: nave de 6 tramos cobertos de abóbada de nervuras de penetrações, em arco quebrado, de crista contínua de topo a topo, amparada por arcos torais que descarregam sobre pilares de triplos colunelos divididos em 2 lanços por bocel anelar que corre toda a extensão do pano, 1até às cimalhas das naves e outro até ao cimo, rematando em capitéis de crochet vegetalista. Alçados de cantaria esquadriada, com perfis dos silhares caiados, em aparelho isódomo, divididos em 3 registos definidos por molduras pétreas: o inferior rasgado por 6 arcarias de cada lado, abrindo para as capelas laterais, de perfil quebrado, assentes em colunas de capitéis com ornamentação vegetalista, adossados aos pilares dos arcos torais; o registo intermédio apresenta-se alternadamente rasgado por frestas de arquivoltas reentrantes de arcos canopiais e colunelos munidos de bases e capitéis, coroadas no fecho por cogulhos; registo superior cego rematado pelas nervuras dos arcos formeiros. As capelas laterais apresentam planta rectangular, disposta paralelamente à nave central; intercomunicam entre si através de vãos pétreos em arco quebrado; coberturas em abóbada de aresta com chaves lavradas; as abóbadas e os alçados apresentam pintura fingindo cantaria marmórea; os alçados laterais das capelas dispoêm-se em 2 registos definidos por moldura; fechando as capelas teia envolvente, de balaústres, em mármore branco e negro, que se desenvolve até ao último tramo da nave separando-o da zona do cruzeiro; a teia é interrompida pelas nervuras centrais dos pilares de descarga da abóbada e por falsas portinholas de madeira dourada com perfurações; o acesso é feito por cancelas de ferro. Lado do Evangelho: no 1º tramo a Capela Baptismal, ligeiramente mais profunda que as capelas seguintes, com alçados revestidos ( até à altura da cornija ao nível dos arranques da abóbada ), a azulejos azuis e brancos, de figura avulsa e de padrão; na parede fundeira, enquadrada por moldura em talha dourada, composição escultórica sob fundo em tela pintada com o Baptismo de Cristo; sob esta mesa de altar em talha dourada; no alçado esquerdo sacrário em talha dourada e no direito lápide brasonada; pia baptismal em mármore com decoração pintada; no 2º tramo a Capela de São José com retábulo de colunas salomónicas, de talha dourada e pintada imitando mármores azuis; no 3º tramo a Capela dos Santos Mártires de Marrocos ( antiga capela de Santa Susana ) com retábulo e mesa de altar de alvenaria pintada e dourada com ornatos em estuque e alçados laterais organizados em 2 registos decorados por decorações de molduras e cartelas em estuque; no 4º tramo a Capela dos Santos Cosme e Damião com retábulo de alvenaria pintada fingindo mármores e decorações a estuque; alçados com decorações a estuque semelhantes às da Capela dos Santos Mártires de Marrocos; no 5º tramo a Capela do Sagrado Coração de Jesus ( antiga Capela de São Jorge ) com retábulo de colunas torsas, com aplicações de talha dourada e pintura imitando mármore esverdeado; entre esta Capela e a seguinte, adossado ao muro de separação das mesmas e interrompendo o pilar de descarga da abóbada da nave, púlpito de caixa de balaústres, em pedra, munido de escada, com acesso através da Capela do Sagrado Coração de Jesus, e porta fingida; no 6º tramo a Capela de Nossa Senhora da Guia com retábulo de talha dourada; nos alçados laterais rodapé em azulejo de padrão azul, amarelo e branco, e 2 telas com molduras de talha dourada; comunica com o braço N. do transepto por vão em arco quebrado. Lado da Epístola: no 1º tramo a Capela de Santa Maria da Graça ligeiramente mais profunda que as capelas seguintes à semelhança da Capela Baptismal que lhe fica fronteira; possui retábulo de colunas salomónicas, com aplicações de talha dourada; no 2º tramo a Capela de São Bento com retábulo de talha dourada de arquivoltas de volta redonda sobre colunas torsas; no 3º tramo a Capela de São João Baptista com retábulo pintado imitando mármore azul, negro e rosa, com aplicações de talha dourada; alçados laterais revestidos totalmente por azulejos de padrão azuis, amarelos e brancos; abóbada com pinturas de carácter vegetalista em dourado; no 4º tramo a Capela de Santo António com retábulo pintado imitando mármore negro com aplicações de estuque; os alçados laterais são decorados ao nível do 2º registo por decorações em estuque; no 5º tramo a Capela de Santa Luzia com retábulo de colunas pseudosalomónicas, em talha dourada; entre esta Capela e a seguinte, adossado ao muro de separação das mesmas e interrompendo o pilar de descarga da abóbada da nave, púlpito idêntico ao seu oposto no lado do Evangelho; no 6º tramo a Capela de Nossa Senhora das Necessidades com retábulo de colunas torsas, em talha dourada. Arco triunfal amplo, de arco quebrado descarregando em triplo colunelo munido de capitéis lavrados; sobre o arco pequena luneta mainelada e sob ela retábulo embutido, em cantaria, formando 3 molduras quadrangulares, escalonadas, tendo, ao centro, as armas reais e à esquerda a esfera armilar. Braços do transepto com acesso por arcada mais elevadas que as dos alçados da nave, de volta redonda revestida a talha dourada a do lado N., sobre bases decoradas por mámores florentinos, e em arco quebrado de cantaria a S.; coberturas em abóbada de nervuras, de 2 tramos, descarregando em mísulas piramidais; cruzeiro simples, sem lanterna; no braço N. o Altar do Bom Jesus ou da Ordem 3º de São Francisco com retábulo ocupando todo o alçado fundeiro, de colunas torsas, em talha dourada ,com camarim profundo e trono rodeado de anjos e querubins com Cristo na Cruz; a sala do trono é totalmente revestida a talha dourada tendo no alçado N. pequeno nicho-janela decorado por pinturas murais de carácter vegetalista; alçados laterais dispostos em 3 registos, revestido o 1º por composições de azulejo azul e branco, figurando cenas relativas a 4 beatos da Ordem Terceira, com cartelas legendadas, rodapés centrados por cartelas com as insígnias da Ordem e as Armas Reais, ladeadas por serafins e cercaduras com cartelas legendadas, grinaldas, volutas, putti, etc.; ao centro de cada alçado rasga-se porta recta, de molduras pétreas, dando acesso a O. à Capela dos Castros e a E. à Capela de São Joãozinho; os registo superiores são totalmente revestidos a talha dourada, que no registo médio enquadra telas de formato octogonal ( 2 por banda ) com episódios sacros e no 3º registo emoldura as janelas em capialço; no braço S. do transepto o Altar do Calvário com retábulo de planta em meia laranja, de talha dourada e pintada, enquadrando painéis de pintura com cenas da Paixão de Cristo; alçados laterais de 2 registos definidos por moldura envolvente; a O. porta em arco quebrado de comunicação com o Claustro e a E. portas rectas de vergas alteadas de comunicação com a Sacristia e a Torre Sineira; no alçado fundeiro, à esquerda do retábulo porta de comunicação com o corredor que conduz à Sala do Capítulo. Retábulos colaterais de talha dourada, de estrutura tripartida, com nicho central ladeado de painéis de pintura em tábua; no sotobanco 2 tábuas de pintura ladeando sacrário em talha. Capela-mor com cobertura em abóbada de ogivas, estrelada, de perfil em arco quebrado, de 2 tramos, com fechos e mísulas de motivos vegetais em mármore negro, e descargas dos feixes de nervuras em mísulas lavradas; alçados de 2 panos definidos pelos arcos formeiros da cobertura e ocupados inferiormente por cadeiral de madeira com espaldares em talha pintada e dourada enquadrando painéis de pintura, 6 por banda, figurando santos; no 1º pano do lado do Evangelho, sobre o cadeiral, grande órgão de caixa de planta trapezoidal, de 3 registos de flautados na face principal, em cuja base surgem flautas horizontais de palhetaria, dividida por pilastras; 1 registo de flautado por ilharga; remate em tabela com aletas e frontão contracurvado; consola em janela e tribuna assente em mísula bolbosa com decoração de talha; no 1º tramo do lado da Epístola, acima do cadeiral, rasgam-se 2 janelas rectangulares, maineladas, com os lumes em parte entaipados; no 2º tramo de ambos os alçados rasga-se porta recta a do lado da Epístola de acesso à Sacristia; sobre elas alta fresta de arquivoltas sobre colunelos, de 2 lumes com mainel de torcidos, parte inferior entaipada com peitoril em capialço e lumes com vitrais coloridos desenhando motivos geométricos; ocupando toda a parede fundeira, com acesso por escadaria de lances curvos e escalonados, de 5 degraus, retábulo-mor pétreo, de planta concâva e estrutural vertical tripartida, com camarim profundo e trono de talha pintada e dourada; disposto em 3 registos, pano central em nicho de volta perfeita enquadrado por colunas torsas; de cada lado baldaquino com imagem, delimitados por pilastras duplas formando ângulo obtuso; ático tripartido em frontões recortados e acrotérios nos remates. CAPELA DOS OSSOS: muros e elementos de suporte totalmente revestidos a ossadas; cobertura em abóbada de aresta com pinturas murais; arca tumular dos presumíveis fundadores do convento; SALA DA ORDEM TERCEIRA: cobertura em abóbada e paredes decoradas de pinturas murais de quadrattura; na parede O. altar em talha dourada. CLAUSTRO: conserva apenas a ala N. intacta, três tramos da ala E. e um tramo na ala O.; coberturas de abóbada de berço e arco perfeito, em tijoleira, marcada de aduelas de secção rectangular; tramos separados por sólidos pilares apilastrados e rasgados em triplo vão, com arcos quebrados em cantaria granítica, assentes em colunelos de mármore com capitéis de motivos vegetais em granito e bases circulares.

Acessos

Largo Primeiro de Maio, antigo Largo de São Francisco

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG n.º 136 de 23 junho 1910

Enquadramento

Urbano, em plantaforma de descanso da vertente SO. da colina de Évora, flanqueado, a N. pela Pr. 1º de Maio, a E. pela R. da República, a S. pelo Jardim Público, onde subsiste parte dos Paços Reais de Évora (v. PT040705100022), e a O. pelo mercado municipal, sob o qual se encontraram vestígios de antigas construções pertencentes aos mesmos. A igreja é precedida por adro assente em pódium, delimitado a O. por gradeamento. Edificado no arrabalde de Évora, numa área de hortas e ferragiais integrante do espaço delimitado pela cerca fernandina, o convento foi progressivamente integrado no coração urbano da cidade.

Descrição Complementar

CAPELA DE SÃO JOÃOZINHO: pórtico pétreo de verga redonda sobre pilastras, munidas de bases e capitéis, enquadrado por dois finos colunelos, com entâse, sobre altas bases, suportando entablamento com cornija coroada de urnas e aletas enquadrando o nicho; nas enjuntas dois medalhões lavrados com dois rostos de perfil, afrontados; o nicho é de alvenaria em arco de volta perfeita com intradorso concheado e faces internas sublinhadas por friso envolvente; é enquadrado por balaústres munidos de capitéis lavrados suportando cornija coroada de enrolamentos.

Utilização Inicial

Religiosa: convento masculino

Utilização Actual

Religiosa: igreja

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Igreja Católica (Diocese de Évora), Concordata entre a Santa Sé e a República Portuguesa, Art.º 6.º, 07 maio 1940

Época Construção

Séc. 13 / 14 / 15 / 16 / 17 / 18 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Séc. 14: João de Alcobaça; Séc. 15: Mestre Pero, Lourenço Gonçalves ( conjectural ), Afonso de Pallos ( conjectural ); Séc. 15 - 16: Francisco Henriques e Olivier de Gand; Martim Lourenço, Diogo de Arruda, Francisco de Arruda, Diogo de Torralva, Mestres de Ferreirim Cristóvão de Figueiredo e Garcia Fernandes; Séc. 18: entalhador João Vicente, família Oliveira Bernardes, azulejadores ( conjectural ); Séc. 19: John Bouvie Júnior, José Ricardo, João Maria Silveira e Olímpio de Mira Coelho e José Maria da Costa. ORGANEIROS: Pascoal Caetano Oldovino (1762); Pedro Guimarães (2004).

Cronologia

1224 - fundação, segundo crónicas Ordem de São Francisco; 1250, 27 Jul. - 1ª referência documental em que João Esteves e Maria Martins, sua esposa, doam aos frades terras na zona da Corredoura; 1250, Set. - João Pelágio Cordura e sua esposa Mayor de Guimarães doam aos frades 1 lagar e 1 terra junto à Porta de Alconchel; 1265, 21 Jul. - bula de Clemente IV dando licença aos frades para terem altares portáteis, poderem celebrar com as portas fechadas em época de interditos e isenção do pagamento da 4.ª parte do que recebem em testamento, privilégio confirmado pelo Papa Benedito XI; séc. 14 - construção Claustro pelo mestre João de Alcobaça, a expensas de D. Fernando Afonso de Morais; 1336, 5 Jan. - casamento do Infante D. Pedro na igreja; 1345 - casamento da infanta D. Maria, filha de D. Pedro I na igreja; 1363, 30 Maio - Rodrigo Ayres institui por testamento capela na igreja, deixando-lhe muitos bens e rendimentos; 1387, 15 Maio - D. João I faz saber aos frades que ninguém pode pousar no convento à excepção do rei, rainha e infantes de Portugal; 1401 - Maria Anes Louzeira, sua mãe e Bartolomeu Gil, instituem 2 capelas na igreja; séc. 15 - D. Brites Soares, esposa de Diogo de Mendonça, institui 1 capela na igreja e faz testamento a favor dos frades, deixando-lhes várias propriedades; 1423, 10 Ab. - D. João I manda que se cumpram todas as honras, privilégios e cartas concedidas aos frades pelos Papas; séc. 15 - instalação de D. Afonso V e sua corte no complexo conventual, sendo esta a génese do Paço Real; 1470, 4 Jan. - bula de Alexandre IV, concede aos frades isenção pagamento da porção canónica relativa aos bens que lhes são deixados em testamento; séc. 15, déc. 70 - com o apoio de D. Afonso V, provável início reconstrução igreja conventual entretanto em ruína; 1481 - desde o reinado D. João II a Capela do Paço Real funciona na ábside da igreja *3; 1490 - casamento do príncipe D. Afonso de Portugal na igreja; 1495 / 1508 - execução retábulo primevo da Capela-mor pelo pintor Francisco Henriques e entalhador Olivier de Gand, por encomenda de D. Manuel I *4; 1499 - Fundação Irmandade Misericórdia na Capela de São Joãozinho; 1502 - Alvará de recebedor das obras a Álvaro Velho; 1507 / 1524 - campanha obras manuelina sob alçada do mestre Martim Lourenço; 1508 - adorno dos altares colaterais por encomenda de D. Manuel; encomenda régia dos vitrais da Capela-mor a Francisco Henriques; 1509 - Avaliação da obra do retábulo grande da capela-mor, coro, cadeiras e outras obras de marcenaria; 1511 - Colocação das vidraças na capela-mor; 1513 / 1520 - construção do dormitório por Afonso Pires e Rodrigo Álvares; séc. 16 - construção, a N. do Claustro, de galeria coberta de acesso às tribunas reais da nave e do braço S. do transepto; 3º quartel - Irmandade da Misericórdia transfere-se para actual igreja; 1517, 17 Jul. - Bula de Leão X em que a comunidade da Regra Claustral passa à Observância da Seráfica Província dos Algarves, e o convento a ser designado nas crónicas por Convento de Oiro, dedicando-se ao ensino da Teologia, Moral e Humanidades; 1524 / 1531 - Diogo de Arruda dirige campanha de obras; 1531 / 1547 - Francisco de Arruda substitui o irmão, Diogo de Arruda no cargo de mestre de obras da comarca do Alentejo, dos Paços reais de São Francisco e medidor das obras; 1535, c. - construção das tribunas existentes no alçado S. da Capela-mor atribuíveis a Nicolau Chanterene; 1536, 22 Outubro - leitura na igreja da instituição do Tribunal do Santo Ofício; 1540, c. - pinturas do Altar de Nossa Senhora da Conceição, na Capela-mor, atribuídas aos Mestres de Ferreirim, Cristóvão de Figueiredo e Garcia Fernandes;1548 / 1556 - campanha obras de Diogo de Torralva nos Paços de São Francisco; 1575 - montagem do políptico da oficina eborense de Francisco João, representando a Paixão de Cristo, no braço S. do transepto, a fim de servir de culto à capela tumular de Francisco Borges de Figueiredo e esposa, D. Filipa de Andrade; 1588 - instituição Irmandade de Santo António pelo comissário provincial Frei António de Lisboa, possuindo altar privilegiado à entrada da Casa dos Ossos; 1616 - aquisição imagem de São Bento para entronizar a Capela Nossa Senhora do Amparo; séc. 17, inícios - execução tecto e revestimento azulejar da Capela de Santo António; 1629 - execução de arca tumular dos presumíveis fundadores do convento, a mando de Manuel Rodrigues do Vale, síndico geral da Ordem 3ª, a qual é colocada na Sala do Capítulo; séc. 17 - construção do cadeiral dos frades na Capela-mor; instituição da Capela dos Ossos; 1690, c. - construção Altar Capela de Santa Luzia; 1708 - a arca dos presumíveis fundadores do convento é trasladada para a Capela dos Ossos; séc. 18, 1º quartel - revestimento azulejar da Sala da Ordem 3ª; 1725, c. - construção altar talha dourada Sala da Ordem 3ª; séc. 18, 2º quartel - edificação dependências Confraria da Ordem 3ª; reforma capela braço N. transepto, incluindo construção do actual retábulo e molduras de pintura e janelas, em talha dourada, e o revestimento azulejar, provavelmente da oficina lisboeta da família Oliveira Bernardes; séc. 18 - revestimento azulejar Capela Baptismal; séc. 18, 1ª metade - ampliação dependências da Ordem 3ª junto ao alçado N. da igreja, absorvendo o volume exterior do braço N. do transepto e tendo comunicação exterior para o lado do Celeiro Comum e da Capela de São Joãozinho; 1750 - já inaugurada, pela Irmandade de Penitência da Ordem 3ª, a capela braço N. transepto; 1755 - ruína do campanário; 1755 / 1758 - restauro telhados e cobertura da cabeceira a expensas da comunidade, por 219612 réis; 1758 - termine reformulação altares colaterais Capela-mor; séc. 18, meados - construção retábulo Capela de Santo António; 1764 - aquisição do órgão por 67.800; séc. 18, 3º quartel - construção retábulo Capela de Nossa Senhora da Guia, sacrificando parte da cobertura manuelina da mesma; construção retábulo Capela de Santa Maria da Graça, obstruindo porta de acesso ao Claustro; construção retábulo Capela-mor, ordenada pelo cónego António de Landim Sande, implicando a desmontagem do altar manuelino; 1773 - sagração do novo retábulo da Capela-mor; 1776 - pintura tecto Sala da Ordem 3ª; séc. 18, finais 3º quartel - readornamento tímpano do altar da Sala da Ordem 3ª; 1777 - execução portas do pórtico principal da igreja, durante o governo do guardião Fr. Pedro de Nossa Senhora Caiado; 1782 - a Capela-mor é descrita como tendo "duas sanefas das portas colaterais à mesma imitação com a talha toda doirada, tem mais todos os espaldares das cadeiras guisados doze quadros que enchem em si os mesmos com os santos e santas da ordem cujas molduras são todas doiradas"; na Capela-mor e nos altares da igreja são referidas várias imagens *5; referência ao Altar dos Terceiros; a "Casa dos Ossos" encontrava-se sob a responsabilidade do devoto António José, morador na R. dos Mercadores; no convento residem 45 religiosos; referidas várias obras: alargamento e cobertura em abóbada do corredor que vai para a Sacristia e Coro, e abertura de 3 janelas com vidros para iluminação do mesmo; estucamento Capela-mor com fingidos de pedra branca, azul no arco triunfal, mísulas e "pernas de aranha", amarela nas cimalhas e pilastras, com capitéis e pregos a dourado; douramento da moldura espaldares cadeiral, cadeiras do Coro e 2 sanefas das portas colaterais; restauro entalhamento dos espaldares, a que faltavam peças; conserto telhado da "casa dos foles" e mudança do "lavatório do lugar antigo para dentro da sacristia em a qual se alargarão as janelas pondolhe novas vidraças de vidros modernos"; conserto de algerozes e 2 vidraças na igreja, telhado enfermaria, de algumas celas e palheiro; sagração do "altar maior"; António de Landim Sande manda fazer e oferece à comunidade 2 cancelos de ferro, lavrados, para as portas colaterais das grades do cruzeiro da igreja; o oratório e a imagem padroeira da Capela de Santa Maria da Graça são doados pelo benfeitor José Ferreira, que os adquiriu em Lisboa por 256000 réis, sendo colocados no retábulo respectivo; 1783 - no convento residem 51 religiosos; douramento espaldares do Coro e de 1 tarja grande que se fez para a varanda do órgão; aprofundamento do nicho com a imagem da Senhora Mãe dos Homens, na capela do mesmo nome, abrindo-se para tal uma parede; na Capela de Nossa Senhora do Rosário, estucamento, com apainelados, e feitura do retábulo de alvenaria, todo targeado, fingindo pedras azuis, amarelas e vermelhas, com soco e 4 colunas; obras na Capela de São Diogo, fronteira à de Nossa Senhora do Rosário; conserto canos que vão da portaria para a fonte do Claustro, telhados do dormitório da enfermaria e casa da mesma, estucado do dormitório dos Pregadores, 4 foles do órgão, o qual levou 6 dias de trabalho custando 4.320 réis, incluindo o material, a saber, peliças, uma grade, pergaminho travessas e pregos; Landim Sande manda estofar de novo a imagem de São Jorge, adornando-a de 1 chapéu guarnecido de galões de ouro fino; o benfeitor José Ferreira, manda fazer 1 imagem nova da Senhora Mãe dos Homens, com c. de 9 palmos de altura, colocada na capela do mesmo nome e para a qual se fez um nicho novo, em talha dourada; colocação imagens de São Francisco e de São Domingos de Gusmão, adquiridas em Lisboa por 132.000 rs, nas mísulas laterais retábulo-mor; séc. 18, último quartel - execução retábulo Capela Sagrado Coração de Jesus, antiga Capela de São Jorge; 1808 - saque pelas tropas francesas, perdendo-se grande parte do espólio de ourivesaria, paramentaria e escultura; 1810 - execução pintura tecto abobadado Capela dos Ossos; 1834 - extinção do convento e subsequente abandono; a imagem do Senhor Jesus dos Passos é transportada para a Sé; 1837 - a Ordem 3ª solicita, com êxito, que lhe sejam entregues as chaves da igreja, alegando possuir ali a sua capela e sala de reuniões e por querer encarregar-se da Capela dos Ossos e cuidar do culto do Senhor dos Passos, cuja imagem é novamente trazida para esta capela; a maqueta em madeira da capela-mor da Sé (então na Igreja da Graça) terá sido transportada para a igreja e mais tarde adaptada para este altar; 1838 - o edifício é posto à venda em hasta pública com excepção da igreja e espaços ligados ao culto, nomeadamente as dependências da Ordem 3ª, Capela do Senhor dos Passos e Capela dos Ossos; o Reino cede parte do imóvel à autarquia que instala no antigo refeitório manuelino o Tribunal Judicial da Comarca e transforma a Sala do Capítulo em sala de audiências; 1839 - obras reparação na Casa do Capítulo (então sala de audiências) pelo Município; 1840 - com a reforma da divisão das freguesias de Évora, a sede paroquial da freguesia de São Pedro passa para a Igreja de São Francisco; 1859 - encontrando-se a igreja em muito mau estado, por iniciativa e empenho do pároco Rev. Teles, é criada 1 comissão destinada a salvar o imóvel da ruína e a recolher fundos e apoios para o seu restauro; 1860 - afinação e conserto do órgão pelo artista José Ricardo; 1860 / 1862 - resultante da actividade da Comissão, da qual Cinatti era consultor, decorre campanha de obras na igreja, sob a direcção do arquitecto inglês John Bouvie Júnior: o campanário primitivo é substituído pela torre sineira actual; 1861 - o director geral das obras públicas visita a obra em curso; registam-se imperfeições várias no acabamento dos trabalhos e repasses na cobertura da igreja; 1862 - com donativos do Governo e o provento de nova colecta efectuada pela Comissão, inicia-se nova fase de trabalhos na igreja: pavimentação com ladrilhos, à excepção da Capela-mor que foi assoalhada, estucamento das paredes e restauro das imagens; execução tela Baptismo de Cristo, pelo pintor João Maria Silveira, existente na Capela Baptismal, autor também do restauro da maioria das imagens escultóricas; colocação actual altar Capela de São José, proveniente da Igreja da Graça, onde tinha substituído o primitivo, datado de 1650; estucamento Capela Santos Cosme e Damião, reproduzindo modelos de estilo rococó; 1865, 25 Junho - cedidas à Câmara de Évora as partes restantes da cerca do convento, bastante arruinadas, para fins de utilidade pública; a igreja é desafrontada de construções várias para se abrir uma praça; 1870 - demolição estrutura que marcava o términus do Aqueduto da Água de Prata, erigido diante da fachada da igreja; persistem alguns dos vitrais executados por Francisco Henriques; 1874 - Caetano Almeida Câmara Manoel, 1º Eng. distrital, encarregue de fazer projecto para a construção de 1 edifício para o tribunal judicial da comarca de Évora, nos terrenos do extinto convento, onde se encontravam construções a este pertencentes; 1880, 16 de Dezembro - colocação gradeamento férreo diante fachada igreja e do actual mercado; 1884 - elaboração relatório inspecção ao estado conservação do templo pelo Eng. Adriano Augusto da Silva Monteiro, chefe 1ª Secção da Direcção das Obras Públicas, distrito de Évora; 1892 - Governo autoriza Município a vender as partes restantes do espaço da cerca, incluindo as construções; a S. da igreja, é deixada uma larga faixa de terreno para construção estruturas indispensáveis à estabilidade do templo, alojamentos para serviços da paróquia e para abertura de 1 rua; 1893 - Câmara Municipal delibera venda, em hasta pública, por 401000réis, de parte das construções conventuais, em avançado estado de ruína, ao Dr. Francisco Fragoso de Barahona, na condição deste reconstruir o exterior da Capela Ossos, os suportes de alvenaria e cantaria da igreja e edificações contíguas, de modo a garantir a sua estabilidade e conservação; 1894 - agravamento fendas fachada igreja e da ruína Claustro; Francisco Barahona propõe compra e restauro das ruínas conventuais e desejo em restaurar o Claustro, o que não vem a acontecer; reparação zona Sacristia, para suporte Torre Sineira que havia provocado fendas na estrutura e esmagamento colunelo de 1 das janelas do coro; 1895 - após assinatura da escritura de compra, Francisco Barahona patrocina empreitada restauro da igreja, levada a cabo pelos mestres Olímpio de Mira Coelho e José Maria da Costa; demolição construções conventuais subsistentes, à excepção de parte do Claustro, Sala do Capítulo, Capela dos Ossos e alguns anexos e construção do casario hoje existente nas ruas da República, 24 Julho e Lg. 1º de Maio; remodelação Sacristia; arranjo Capela do Senhor dos Passos na Casa do Capítulo e reforço apoios torre sineira; séc. 19 - montagem do actual Altar da Capela de São Bento; séc. 19, finais - estucamento Capela dos Santos Mártires de Marrocos; colocação retábulo Calvário no braço S. do transepto, proveniente da Igreja da Graça; Séc. 19, finais / Séc. 20, inícios - apeamento algumas arcarias do Claustro, então arruinado, que são levadas para o Museu Regional; 1912 - colocação actual altar da Capela dos Ossos, proveniente do Convento do Paraíso, por iniciativa do Pároco António Jacinto da Cunha; 1937 - início restauro DGEMN dirigido por Humberto Reis e F. Vaz Martins; 1960, década de - restauro DGEMN: reintegração arcarias claustro; 1969 - danos provocados pelo sismo; 1978 - sobre porta acesso ao claustro a partir do braço S. do transepto existia tábua quinhentista, representando Nossa Senhora velando o menino; as pinturas do retábulo da capela-mor encontram-se dispersas pelos Museus de Arte Antiga, em Lisboa, Regional de Évora e Casa dos Patudos, em Alpiarça; as imagens de São Pedro e de Santo André Avelino, encontrava-se em represas laterais do mesmo *6; 1995 - ruína parte superior altar-mor e consequente aumento índice de infiltrações águas pluviais; 1996 - derrocada Estalagem Cavalo, frente alçado E. capela-mor, provocando substancial alteração condições de equilíbrio e ambientais da igreja; 1997 / 1998 - devido a fortes chuvadas, reveladas pinturas murais, encobertas por várias camadas de cal, em anexo alçado N. igreja; 1998 - elaboração relatório do LNEC para a DGEMN sobre as anomalias verificadas na Igreja; 2003 - queda vitral fachada principal; novembro - elaboração Carta de Risco da abóbada pela DGEMN; 2004, 19 Abril - abertura concurso pela DGEMN - DREMS obras de conservação de coberturas; 2013, 20 março - Anúncio de procedimento n.º 1395/2013, publicado no DR, 2.ª série, n.º 56, relativo a obras de restauro, estrutura e consolidações, infra-estruturas elétricas, mecânicas, museológicas e acessibilidades.

Dados Técnicos

Estrutura mista, com paredes em alvenaria de pedra e de tijolo e recurso a betão pré-esforçado, para consolidação da estrutura; rebocos de cal e areia; pavimentos cerâmicos, em madeira e lage de pedra

Materiais

Cantaria de granito, mármore, alvenaria, cerâmica, ferro, betão, madeira, ossos.

Bibliografia

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Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco, DGEMN/DREMS; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco, DGEMN/DREMS; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco, DGEMN/DREMS; Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra; BPE, Códice 108/1-41, Inventário do Convento de São Francisco de Évora, 1782; BPE, Catálogo de Manuscritos, Fundo Rivara, Códice C/2-21, nº 5, Notícia do Estado em que ficou o Convento de São Francisco em 1834, depois da extinção das ordens religiosas; IAN/TT: Corpo Cronológico, Parte I, maço 3, doc. 112; maço 4, docs. 16 e 99; maço 6, docs. 58 a 60, 79, 80, 91, 95, 101; maço 7, docs. 15, 50, 64, 75, 107, 113; maço 8, doc. 12 e 13; maço 9 , doc. 40; maço 10, docs. 7 e 12; maço 12, docs. 29, 37, 78 e 79; maço 13, doc. 1; maço 17, doc. 124maço 20, doc. 212; maço 24, doc. 6; maço 25, doc. 105; maço 60, doc. 54; maço 62, doc. 86; Parte II, maço 6, docs. 123 e 124; maço 10, docs. 21 e 30; maço 11, doc. 18; maço 13, doc. 94; maço 17, docs. 107 e 116; maço 20, doc. 212; maço 27, doc. 17; maço 38, doc. 73; maço 47, doc. 165; maço 49, doc. 86; maço 125, doc. 150; Colecção de Bulas, maço 13, doc. 1; maço 22, doc. 32; Cartas Missivas, maço 1, doc. 225 e 393.

Intervenção Realizada

DGEMN: 1937 - demolição de construções anexas à fachada N. da igreja; descoberta do portal N. e restauro do mesmo; descobrem-se na fachada da igreja dois óculos e frestas que iluminavam as naves colaterais da igreja primitiva, procedendo-se ao seu restauro; consolidação da abóbada da nave, incluindo a demolição de paredes divisórias existentes no telhado que sobrecarregavam a abóbada, e cintagem de betão armado; reconstrução do telhado sobre betonilha com produto hidrófugo; demolição dos rebocos da galilé com assentamento de pedras de cantaria nos contrafortes e consolidação da abóbada em tijolo; reparação geral das coberturas, reconstrução de merlões e ameias, pavimentos e carpintarias; 1938 - reconstrução de pavimento em tijolo; 1940 / 1941 - demolição de paredes de alvenaria; colocação de cantaria em contrafortes, bases, capitéis e arcos; 1942 - conservação de degraus e abóbadas de tijolo; colocação de porta de cedro e arranjo de instalações sanitárias; 1943 - reconstrução de paredes de alvenaria, conservação de degraus e cunhais, portas em castanho e vitrais; 1945 - notícia de conservação de paramentos de cantaria e construção de aduelas; 1953 - obras capela de São Joãozinho incluindo rebocos interiores, conservação de 2 gárgulas e reparação de telhado; 1955 - reconstrução telhados da Sacristia, Capela dos Ossos, braço N. do transepto e anexos; refechamento de juntas em terraços, limpeza e reparação geral dos telhados; construção de cintas de betão armado para consolidação da abóbada da nave e reparação das fendas na nave; retocamento da pintura da abóbada da Capela dos Ossos; iluminação do exterior; 1956 - limpeza e reparação de parte do telhado do corpo da igreja; fornecimento e assentamento de caixilhos para os vãos existentes na Sacristia; continuação da reconstrução dos telhados da Sacristia e da Capela dos Ossos; limpeza e reparação de telhados junto à Sala do Capítulo; 1958 - continuação da reconstrução dos telhados da Capela dos Ossos e Sala do Capítulo; 1960 - limpeza e reparação de telhados; assentamento de portas, construção de pavimentos de tijoleira e tectos de madeira em sala do 2º piso, destinada à catequese; reconstrução de rebocos e caiações no alçado E. da igreja; fornecimento e assentamento de vidros e vitrais; 1962 - limpezas de telhados e reparação da porta da Capela de São Joãozinho; 1963 - reparação de coberturas; fixação de janelas na galeria sobre as capelas laterais; construção de instalação sanitária no interior; isolamento dos terraços com produto asfáltico; 1965 - reparação e limpeza de coberturas; reconstrução de rebocos interiores da abóbada e paredes da capela-mor e transepto; reparação e pintura de portas do transepto; fornecimento e instalação de quadro de electricidade; 1966 - limpeza de telhados e reparação de coberturas em terraço; limpeza e caiação da fachada da Capela de São Joãozinho; 1969 - obras várias na Capela dos Ossos e sala anexa, nomeadamente, demolição e reconstrução de pavimentos e execução de rebocos interiores; consolidação ossadas; reparação dos estragos causados pelo sismo ocorrido nesse ano; pintura do guarda-vento da igreja; colocação de porta de acesso ao trifório, sobre a galilé e fixação de janelas no mesmo; colocação de exaustor na Capela de São Joãozinho, devido ao fumo das velas; instalação eléctrica nas capelas da igreja; 1973 - na Capela de São Joãozinho demolição da cobertura, construção de cintas de travamento em betão armado, reconstrução de coberturas em telha romana e de canudo sobre estrutura em pré esforçado; isolamento asfáltico; assentamento da porta nova e colocação de gradeamento para o Lg. 1º de Maio; regularização do pavimento de entrada na nave da igreja e do Claustro; limpeza geral de telhados, caiação de paredes interiores e exteriores e da abóbada da Capela de São Joãozinho; pintura de caixilharias e gradeamentos; 1974 - recuperação de várias salas do 2º piso do imóvel, afim de serem aproveitadas pelas entidades religiosas, incluindo execução de tectos, construção de cobertura em pré-esforçado, limpeza e reparação de telhados, arranque de pavimentos em mau estado e assentamento de pavimento novo, em tijoleira, execução de rebocos e caiação, fornecimento de novas portas e caixilhos e reparação com pintura de portas antigas; execução de massame em betão pobre no extradorso das abóbadas do claustro para evitar a sua ruína em virtude das águas pluviais e reparação da porta exterior da Capela de São Joãozinho; iluminação da Capela do Senhor Jesus dos Passos; 1975 - obras de recuperação na Sacristia e dependências anexas, com a reparação e limpeza de telhados e gárgulas, execução de um lintel de betão armada para consolidação da verga do vão de acesso à torre, reparação de fendas existentes em paredes e abóbadas, compreendendo a aplicação de gatos de betão e a construção de rebocos com respectiva caiação; aplicação de pavimento em tijoleira na Sacristia e no transepto da igreja e a pintura, com tinta de óleo, de portas e caixilhos; 1976 - reparação da instalação eléctrica; 1977 - obras no Claustro incluindo construção de paredes em alvenaria de forma a poder-se efectivar a construção da cobertura em terraço, pavimentado a tijoleira, e respectivo isolamento com tela asfáltica; limpeza e reparação de telhados, caleiras e gárgulas; fornecimento e assentamento de colunas de mármore branco para substituir as que se encontravam em falta e assentamento de bases, capitéis e aduelas em granito já existentes nas arcadas do claustro; reconstrução de rebocos nas abóbadas do claustro; na torre fornecimento de um cabeçote de sino e de vidros em caixilhos, pintura a tinta de óleo de caixilharias e caiação de paredes; 1978 - limpeza e desentupimento de algerozes, tubos de escoamento e gárgulas, reparação e limpeza de coberturas de telhados e terraços e ainda ao assentamento de vidros em caixilhos, para substituição dos que se encontravam partidos; 1979 - reparação e limpeza de telhados e do terraço da galilé, incluindo desentupimento e limpeza de gárgulas; execução de pavimento de tijoleira para substituição em zonas em que este se encontrava em mau estado, na nave da igreja; reconstrução de canalizações referentes à evacuação das águas pluviais de um terraço situado sobre o cruzeiro, de forma a impedir infiltrações; execução de sondagens para recuperação de um arco de cantaria numa dependência junto ao lado esquerdo do cruzeiro; refecho de fendas existentes na fachada lateral e na capela-mor; reconstrução de rebocos exteriores e respectiva caiação; pintura com tinta de óleo de caixilharias exteriores; 1980 - Limpeza de telhados; na sala que antecede a Capela dos Ossos fixação das nervuras das abóbadas empregando pernes e gatos metálicos, reconstrução de rebocos e respectiva caiação; substituição de vidros partidos em vários caixilhos da igreja; reparação da instalação eléctrica; 1981 - limpeza de telhados e pequenas reparações; reconstrução de rebocos interiores e exteriores que se encontravam salitrosos; colocação de uma escada de ferro para acesso às coberturas e substituição dos vidros partidos; pinturas e caiações; 1983 - reparação e refechamento de fendas existentes numa capela e limpeza de telhados; fixação de janelas no trifório e fornecimento de portas para o acesso do trifório à galilé, a fim de se evitar a entrada dos pombos; colocação de exaustor junto à Capela do Senhor Jesus para a saída dos fumos das velas, e caiação das suas paredes e abóbadas; 1985 - reconstrução de telhados em ruína junto à Sacristia; reparação do telhado da Capela do Calvário e limpeza dos restantes telhados; reparação das coberturas em terraço, no Claustro, juntamente com refechamento de fendas e isolamento com produto asfáltico; reconstrução de rebocos na Sacristia e reparação de vitrais na Capela-mor, Sacristia, corredor, salas grande e pequena, Capela dos Ossos e escada do órgão; 1987 - remoção dos quadros do transepto e de uma capela lateral para restauro no Instituto José de Figueiredo; na capela de São Joãozinho remoção e assentamento de pavimento em tijoleira, isolamento do extradorso da cimalha do portado da capela e beneficiação da soleira de cantaria e do beirado, pintura da porta e caiação das paredes interiores e abóbadas; reconstrução de rebocos salitrosos no nártex e reparação do pavimento de soalho no transepto e numa capela; levantamento, para restauro, e recolocação do revestimento azulejar pertencente às capelas de Santo António, São Francisco e sala que antecede a Capela dos Ossos; 1996 - elaboração de um Plano Geral de Intervenção em colaboração com a Diocese de Évora; reparação e limpeza de coberturas, telhados e terraços, colocação de passadiços em tijoleira nas coberturas, restauro de merlões e pináculos, colocação de escada de acesso às coberturas, limpeza e desentupimento de algerozes e gárgulas, fornecimento e assentamento de duas portas, nos terraços e torre sineira; reparação de caixilharias exteriores e rebocos, caiação dos anexos; 1997 - campanha de obras com vista a diminuir as humidades na abóbada da nave da igreja, controlar as humidades na zona do claustro e construção de novo sistema de visita e acesso à Capela dos Ossos: pavimentação da zona dos claustro com rede de drenagem de águas pluviais incorporado; reparação de rebocos em zonas exteriores e respectiva caiação, reparação e caiação da fachada exterior de acesso ao Claustro, lavagem com limpeza das cantarias existentes no Claustro e pórtico da galilé, colocação de rampa para acesso dos deficientes; restauro de vitrais e colocação de redes de protecção e ao desentaipamento de vão no trifório S. para iluminação dessa área, com recolocação de vitral; colocação de três portas ( terraço da galilé, escada de caracol de acesso ao trifório e Sala do Capítulo ), continuação da reparação de merlões, reparação e pintura de todas as caixilharias de madeira, caiação exterior dos anexos da igreja, Sala Ordem Terceira e capelas, com leite de cal branca; reparação de rebocos e respectiva caiação das paredes e tectos pertencentes à galilé; recuperação do espaço claustral remanescente do extinto convento, com construção de pavimentos, limpeza geral, reconstrução de rebocos e caiação, passando a permitir-se então por aqui o acesso à antiga Casa Capitular e à Capela dos Ossos, independentemente da visita à igreja; reabertura da Sala do Capítulo; reparação da pintura de todas as caixilharias e gradeamentos; restauro dos vitrais da igreja; fornecimento de portas novas; restauro pinturas murais Sala da Ordem Terceira; DGEMN - LNEC: 1998 - elaboração relatório sobre as anomalias verificadas na Igreja; DGEMN - Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra: 1998 - intervenção pinturas murais abóbada Capela dos Ossos, com remoção de sais, fixação da película cromática, limpeza da camada pictórica e reintegração cromática; intervenção na pintura do portal da Sala do Capítulo, com remoção de argamassas e limpeza, remoção de sais, consolidação do reboco e reintegração cromática; 1999 - obras de conservação e restauro de talhas douradas na Capela do Calvário, incluindo fixação da folha de ouro, desmontagem total da cúpula e parcial das almofadas da tribuna e paramentos laterais, desinfestação do retábulo e consolidação e reforço da sua estrutura, com remoção de purpurinas, vernizes e repintes, reparo de fissuras e reintegração pontual do retábulo e paramentos laterais; reparação e execução de rebocos exteriores; colocação de tirante em aço inox em parede da fachada sobre a galilé, para consolidação da estrutura; colocação de porta em grade de ferro pintado para acesso exterior ao claustro e colocação de placa identificadora do imóvel na parede junto a esta porta; 2000 - instalação eléctrica de iluminação exterior decorativa; reparação de rebocos exteriores com aplicação de novas argamassas de cal parda artesanal e areia; substituição da porta exterior de acesso ao claustro e de tirante sobre a galilé; 2001 - recuperação e reconstrução de rebocos exteriores; substituição integral cobertura Capela São Joãozinho; reparações pontuais nas restantes coberturas; CME ( no âmbito do programa PROCOM ): 2001, finais - colocação de pavimento de lagedo de granito assente em lage de betão armado no adro e junto à cabeceira; DGEMN: 2002 - obras de conservação incluindo reparação pontual de rebocos e caiações; 2004 - restauro do órgão por Pedro Guimarães (Opus n.º 47); Fábrica da Igreja Paroquial de: 2013 - obras de recuperação e requalificação da Igreja e Convento (em curso); 2019 - conclusão do restauro dos órgãos do convento.

Observações

*1 - Porventura do pequeno eremitério ou de ermida mais antiga, moçárabe, resta ainda no topo O. da nave uma luneta mainelada em arco de ferradura com pequenos ábacos prismáticos, cujo alfiz deve ter ficado embebido na alvenaria quado as naves foram revestidas e rebocadas; *2 - Devia ter cabeceira arredondada, de linhas radiais; as galerias da tribuna deviam primitivamente ser cobertas de tectos com vigamentos de madeira; o pé direito da empena exterior foi alçado alguns metros para encaixar a abóbada e as frestas ficaram a um nível seccionado pelo pavimento; rasgou-se então a actual fiada de duas frestas num nível ligeiramente superior. A fachada devia ter frontão triangular, de duas linhas paralelas a fazer respectivamente, a linha das duas águas das coberturas, a um nível superior da nave, a um nível inferior das naves laterais; *3 - D. João II "ordeno, e fez que todos seus capellães, cantores, e moços de capella rezassem as Oras solennemente em sua Capella cantadas como em Igreja Catedral, a ssi mandou logo pera isso fazer seus coros, e assentos, e muytos ornamentos"; *4 - incluiria 16 painéis figurando a Eucaristia, Santos Franciscanos, Cenas da vida da Virgem e Episódios da Paixão de Cristo; *5 - no séc. 18 existiam ainda as seguintes imagens: de Nossa Senhora dos Anjos com coroa de prata e o menino, dois patriarcas e uma cruz de pau com Cristo de Marfim, na capela-mor; de Nossa Senhora, com coroa e ceptro em prata, no altar da Congregação; de Nossa Senhora com a coroa, lâmpada de prata e crucifixo com cruz de pau, no altar do Amparo; de São João com diadema de lata e uma cruz prateada com a imagem de Cristo, no altar de São João Baptista; de Nossa Senhora com o menino, ambos com coroa de prata, e nos nichos as imagens de São Pedro de Alcântara, São Luís Bispo e um crucifixo em marfim, no altar da Mãe dos Homens; de São Bento, Santa Úrsula e um Cristo de marfim em cruz de estanho, no altar de São Bento; de Nossa Senhora do Rosário e 1 Cristo, no altar do Rosário; de Santo António e nos nichos São Judas Tadeu e São Francisco de Paula, no altar de Santo António; da Senhora das Necessidades no altar da mesma invocação; de Santo André no altar da mesma invocação; de Nossa Senhora com a coroa e nos nichos, São Boaventura, São Pascoal, São José e São Joaquim, existindo ainda, ao meio, em nicho envidraçado, as imagens de Santa Ana e Nossa Senhora com a coroa, no altar da Estrêla; de São Jorge no altar da mesma invocação; de São Diogo no trono, ladeado por São Salvador de Horta e São Benedito, no altar da mesma invocação; de São Bernardo e São João de Capistrano, no altar de São Bernardo; de São Jacome no altar da mesma invocação; de Nossa Senhora num nicho de talha, no altar da Piedade; um crucifixo no altar da sacristia; no coro baixo, é referida a existência de uma estante grande e duas pequenas, sendo uma de ferro e outra de pau; no coro-alto 1 crucifixo, 3 quadros, 2 deles pertencentes à capela-mor, 1 estante grande e outra pequena, e sobre a porta, do lado de fora, 1 nicho com a imagem de Nossa Senhora da Conceição; junto à escada que vai para a sacristia, um retábulo do Senhor da Paciência, e junto à porta que diz para o claustro, a imagem de Nossa Senhora da Conceição, num nicho; *6 - as imagens eram em madeira polícroma, a primeira de finais do séc. 17, proveniente da extinta igreja de São Pedro, e a de Santo André Avelino do séc. 18; *7 - A fendilhação de abóbadas e paredes parece corresponder a problemas estruturais do edifício agravados pela reforma manuelina e pelas demolições do Séc. 19 ( remoção das construções anexas à igreja e que de algum modo a contraventavam ), bem como a eventual alteração dos solos de fundação, que obrigaram o edifício a uma re-estabilização através de novos assentamentos; as deformações de elementos estruturais e alterações de carregamento da estrutura são as causas mais directas para as patologias apontadas; existem indícios, em particular nas abóbadas da nave central, de tentativas antigas para a sua reparação.

Autor e Data

Manuel Branco 1993 / Rosário Gordalina 1997 / Ana Pagará e Rosário Gordalina 2002

Actualização

António Albardeiro e João Matos 2001
 
 
 
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