Igreja Paroquial de Penha Garcia / Igreja de Nossa Senhora da Conceição

IPA.00017925
Portugal, Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Penha Garcia
 
Arquitectura religiosa, novecentista. Igreja paroquial de planta longituinal composta por nave, capela-mor mais estreita, ladeada por sacristia e anexo, e torre sineira quadrangular, com tectos diferenciados, de madeira em masseira, sendo iluminada intensa e uniformemente por janelas em arco de volta perfeita, rasgadas nas fachadas laterais e pelos vãos da fachada principal. Esta é em empena, com os vãos rasgados em três eixos, o central com portal de volta perfeita e rosácea, sendo os laterais constituídos por duas janelas de volta perfeita. Fachadas com cunhais de cantaria, rematadas em friso e beirada, as laterais rasgadas por portas travessas, em arcos de volta perfeita. A torre sineira é de três registos e cobertura em coruchéu piramidal, evidenciando que o acesso se processava por escadas exteriores na face posterior. Interior com coro-alto, assente em colunas toscanas e guarda de madeira, com arco triunfal de perfil abatido, assente em impostas salientes. Capela-mor com supedâneo de degraus centrais, possuindo simples altar de cantaria.
Número IPA Antigo: PT020505100130
 
Registo visualizado 147 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal por nave, capela-mor mais estreita, flanqueada por anexo e sacristia, adossados, respectivamente, às fachadas laterais esquerda e direita, e por torre sineira quadrangular, adossada ao lado esquerdo, de volumes articulados de disposição horizontal com coberturas homogéneas a duas águas na nave e capela-mor, e diferenciada de três águas na sacristia e anexo, tendo a torre coruchéu piramidal. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento pintado a cinzento, flanqueadas por cunhais em cantaria de granito aparente, em aparelho isódomo, e rematadas em friso e beirada simples. Fachada principal virada a S. em empena com cruz latina no vértice, rasgada por portal em arco de volta perfeita, assente em impostas salientes e com pedra de fecho ornada pelas letras "AM", com moldura em cantaria de granito; encontra-se protegido por porta de duas folhas e encimado por rosácea com moldura em cantaria recortada e protegida por vitral, formando a cruz de cristo; está ladeado por duas janelas em arco de volta perfeita assente em impostas salientes com moldura em cantaria de granito. No lado esquerdo, ergue-se a sineira, com os cunhais encimados por pináculos piramidais, dividida em três registos, definidos por friso e cornija, o primeiro cego, excepto na face O., com janela em arco de volta perfeita, moldura de cantaria e protegida por grades, e na N., com vestígios da antiga porta de acesso, agota entaipada; o segundo tem relógio circular e o terceiro uma sineira em cada face, todas em arco de volta perfeita e moldura de cantaria. Fachada lateral esquerda, virada a O., com porta travessa em arco de volta perfeita, assente em impostas salientes e moldura de cantaria, ladeada por duas janelas em arco de volta perfeita, assente em impostas salientes e com molduras de cantaria; encontram-se protegidas por grades de ferro forjado. Na capela-mor, rasga-se uma janela semelhante. O anexo possui duas frestas e, na face S., uma porta de verga recta e moldura de cantaria. Fachada lateral direita, virada a E., semelhante à oposta, surgindo, no corpo da sacristia, uma janela rectilínea, protegida por grades de ferro forjado e, na face S., porta de verga recta e moldura de cantaria. Fachada posterior cega com remate em empena com cruz no vértice, sendo em empena recta nos corpos do anexo e sacristia. INTERIOR com as paredes rebocadas e pintadas de branco, percorridas por azulejo de padrão monocromo, azul sobre fundo branco, formando silhar, pavimento em tijoleira, com corredor central de granito, e tecto de madeira em masseira, pintado de azul celeste e reforçado por tirantes de metal. Coro-alto suportado por duas colunas toscanas, assentes em altos plintos paralelepipédicos, com guarda de madeira torneada e acesso por porta de verga recta, no lado do Evangelho, através da torre sineira, à qual se tem acesso por porta de verga recta, no sub-coro. O portal axial encontra-se protegido por guarda-vento de madeira e vidro simples, surgindo, no lado da Epístola, um espaço vedado por grades constituindo um oratório. No lado do Evangelho, púlpito quadrangular, assente em bacia e mísula de cantaria, esta ornada por motivo vegetalista, com guarda de madeira plena formando apainelados pintados de beje e branco, com acesso por escada no lado direito, de madeira encerada, com guarda-corpo do mesmo material. O arco triunfal, de pefil abatido, assente em impostas salientes e pilastras toscanas, dá acesso à capela-mor, elevada por um degrau, com paredes, pavimento e tecto semelhantes aos da igreja; no tecto, surgem cinco painéis pintados, representando, o central, uma "Adoração do Santíssimo Sacramento por anjos", e, nos laterais, símbolos eucarísticos, com uma píxide, rodeada por espigas de trigo, um "Agnus Dei" e um cálice rodeado por uvas. Sobre supedâneo de trÊs degraus centrais, um altar em cantaria de granito, sobrepujado por espaldar escalonado, de três degraus, sobre o qual surge um baldaquino de talha dourada expositivo.

Acessos

Largo da Igreja

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, isolado, a meia encosta, implantado numa plataforma, horizontalizada artificialmente, formando um pendor ligeiramente inclinado, criando um largo que envolve o imóvel, pavimentado a cubos de granito. O acesso à igreja processa-se por uma via pública, situada no lado esquerdo do imóvel, ou por escadaria de xisto, com guardas metálicas, que ligam à fachada principal. Nas proximidades, localizam-se as escadas de acesso ao Castelo de Penha Garcia (v. PT020505100068).

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Portalegre - Castelo Branco)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1260, 16 julho - no documento que divide as paróquias entre o bispado da Guarda e o Cabido da Egitânea, a igreja surge como pertencendo ao Bispado; 1300 - neste local existia inicialmente uma igreja dedicada a Santa Maria e construída por D. Dinis; 1320, 23 maio - bula do Papa João XXII concedendo a D. Dinis, por três anos, para subsídio de guerra contra os mouros, a décima de todas as rendas eclesiásticas do reino, sendo a igreja taxada em 40 libras; integra o termo de Monsanto e o bispado da Guarda; 1347, 21 Maio - o vigário geral da Guarda reconhece os direitos de padroado à Ordem de Cristo, sendo nomeado pároco Gonçalo Pedro; séc.16 - data correspondente è reconstrução da Igreja; 1505, 11 Outubro - visitação de Fr. Diogo do Rego, desembargador do monarca e visitador do mestrado de Cristo, achando-se presente o comendador Fr. João da Rosa, estando ausente o prior, Pedro Freire, que zelava por 30 fregueses; capela-mor protegida por grades de madeira lavradas e as paredes eram de pedra e barro rebocadas e pintadas, sendo forrada de madeira plana e estando metade do chão ladrilhado e o restante sobradado; o altar era de pedra e tinha uma imagem de pedra de Nossa Senhora; arco triunfal de tijolo, rebocado e pintado, tendo um Calvário pintado sobre tábua; a nave tinha cobertura de madeira e telha vã, com dois altares colaterais, dedicados a São Sebastião e Santa Ana, ambos com esculturas velhas, surgindo, ainda, as imagens de São Brás e São Lourenço, também velhas; o campanário tinha pequena sineta, sobre o portal de pedra; tinha pia baptismal sobre coluna de pedra, sobre dois degraus e encerrada por cadeado e, no centro da nave, coluna de madeira e pia de água benta sobre pilar de pedra; tinha um cálice de prata branca com patena, de dois marcos e outro de estanho, velho e quebrado; uma boceta de marfim para as hóstias e uma cruz de metal velha; existia uma vestimenta de seda pintada e outro de linho forrado de estopa negra; os altares tinham frontais pintados; existia um missal romano em coro, caderno de baptismos, de unção, feriados e benção da água, bem como um caderno de constituições do bispo; os visitadores ordenaram o reboco da capela exteriormente e feitura de cobertura exterior e que se abrisse uma fresta para S., para iluminação do altar; mandaram que se levantasse o soalho, substituindo-se por ladrilho; para as obras foi dada uma taça no valor de 1.400 reais, depositada nas mãos de Fernão Gil; 1537 - visitação de Fr. António Lisboa, sendo prior, Fr. Sebastião, da Ordem de Cristo, tendo a vila 30 fogos e 140 habitantes; o templo era simples, com as dimensões de 13,20 m. de comprimento e 4,5 de largura, sendo apenas iluminado por duas frestas existentes na capela-mor; nos retábulos colaterais, Santo António e São Brás, no direito, e, no esquerdo, São Sebastião, Santa Catarina e São Bartolomeu, pintados na parede; a capela-mor tinha 3,85 m. de comprimento por 2,75 de largura, estando o altar-mor forrado de madeira pintada; o visitador ordena a feitura de nova capela-mor, mais ampla, bem como o forro do altar-mor de azulejos ou tábuas pintadas; tinha uma cruz de prata branca, que custara 6 mil reais ao concelho; 1758 - nas Memórias Paroquiais é referido que a paróquia se encontra dentro da povoação e tinha por orago Nossa Senhora da Conceição, com três altares, o do orago e de Santo António, o de Nossa Senhora do Rosário e o de Cristo Crucificado; tinha uma Irmandade das Almas; o pároco é prior da Ordem de Cristo, apresentado pela Mesa da Consciência e Ordens, com 150$000 de renda; 1950 - demolição da igreja e construção do actual edifício.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria de granito, rebocada e pintada; cunhais, cruzes, cornijas, frisos, colunas, base do púlpito, supedâneo e altar em cantaria de granito; portas, coberturas, grade do coro e guarda do púlpito em madeira; cobertura exterior em telha lusa; silhar de azulejo industial; pavimento em tijoleira; grade de ferro; janelas e guarda-vento com vidro simples; vitral na rosácea.

Bibliografia

ANTUNES, A. Pires, Penha Garcia na Ordem de Cristo, in Separata dos Subsídios para a História Regional da Beira - Baixa, Lisboa, 1950; HORMIGO, José Joaquim M., Visitações da Ordem de Cristo em 1505 e 1537, Amadora, 1981; MARCELO, M. Lopes, Beira Baixa - novos guias de Portugal, Lisboa, 1993; Roteiro Turístico do Concelho de Idanha-a-Nova, Idanh-a-Nova, 1994; Idanha-a-Nova - Roteiro Turístico, Idanha-a-Nova, Setembro de 1995; GRAÇA, Eduardo e SANTO, Manuela Espirito, Aldeias Históricas de Portugal - Idanha-a-Velha e Monsanto, n.º 6, Lisboa, 2000; FARIA, Daniela Carvalho e GRILO, Eduardo, 50 Maneiras de conhecer o Concelho de Idanha-a-Nova, Idanha-a-Nova, 2000.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMIAN

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMIAN

Documentação Administrativa

CMIAN; DGARQ/TT: Memórias Paroquiais

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 2005 - obras de conservação ao nível dos pavimentos e paredes exteriores.

Observações

Autor e Data

Luís Castro e Cláudia Alves 2005

Actualização

 
 
 
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