Edifício da Associação Protetora da Infância Bispo D. António Barroso

IPA.00021427
Portugal, Porto, Porto, União das freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória
 
Arquitectura religiosa, neoclássica. Dormitório e albergue do antigo convento feminino da Ordem de São Francisco. De planta em L com fachadas de três pisos, terminadas em cornija e rasgadas regularmente por vãos rectangulares e quadrangulares, sobrepostos, com molduras de granito. No interiormente, bastante alterado no séc. 20, subsistem ainda vestígios de antigos vãos, hoje entaipados.
Número IPA Antigo: PT011312140318
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Mosteiro feminino  Ordem de Santa Clara - Clarissas (Província de Portugal)

Descrição

Planta em L invertido composto pela justaposição de dois corpos rectangulares. Volumes de dominante horizontal, de massa única, com coberturas em telhados de duas águas. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento e rematadas por cornija de cantaria sob beiral, rasgadas regularmente por vãos sobrepostos com moldura granítica. A fachada principal virada a N., situa-se numa plataforma elevada, onde se rasga porta em madeira, de verga recta, de dois batentes e bandeira, encimada por friso e cornija saliente, ladeada por banco de madeira com pés em inox e dois plintos paralelepipédicos com hastes para bandeiras. O topo do corpo N. possui reentrância com dois registos, rasgados por duas janelas quadrangulares gradeadas e por arco em cantaria de verga recta com moldura rectilínea, definido por duas pilastras sobrepostas com base e fuste de almofada geométrica e capitéis toscanos, encimado por friso com gotas, suportando arquitrave decorada de métopas e tríglifos sobre a qual assenta frontão curvo interrompido com peanha central sobrepujado por globo. A fachada S., voltada ao pátio apresenta no extremo esquerdo, ao nível do primeiro piso, arco abatido, em cantaria, assente em colunas toscanas. No seu alinhamento surgem três portas com bandeira com acesso por degrau em cantaria e precedidas por pequena plataforma em argamassa de cimento. Ainda no primeiro piso rasgam-se quatro janelas com bandeira e duas frestas. Em cada um dos pisos superiores, abrem-se oito janelas, de verga recta e bandeira superior, as do terceiro piso, estão justapostas à cornija e apresentam gradeamento saliente de avental rectilíneo. A fachada E., também voltada ao pátio, apresenta no primeiro piso três portas com bandeira e uma janela quadrangular, o segundo e terceiro piso tem respectivamente quatro janelas com bandeira, as do último piso justapostas à cornija com grades em ferro salientes de avental rectilíneo. INTERIOR com pavimentos em madeira, no segundo e terceiro piso e em mosaico e lajeado granítico no primeiro; tectos em pladur. O acesso principal faz-se ao nível do segundo piso, através de um vestíbulo estreito, onde se distribuem as salas dos serviços de administração: secretaria, sala de reuniões e sala da direcção. Ao longo desta ala, surgem as salas de estar e de convívio, viradas a S., separadas por armários de madeira. Na parede voltada a N., do corredor de distribuição, surgem dois vãos rectangulares e um vão de arco abatido, entaipados. Na intersecção dos dois corpos, surgem as escadas de madeira de acesso ao primeiro e terceiro piso, iluminadas por duas janelas sobrepostas voltadas ao pátio interior pertencente ao Centro de Saúde da Batalha. No corpo E., também ao nível do segundo piso, o espaço divide-se entre o refeitório e a cozinha. No primeiro piso, do corpo N. surgem salas comunicantes compreendendo sala de estudo, arquivo e sala técnica, e no corpo E., situa-se a despensa, a arrecadação e a lavandaria. No último piso, ao longo dos dois corpos, estreito corredor de distribuição para os dormitórios e sanitários, os primeiros definidos por armários de madeira com portas de correr. No corredor, na parede N., rasgam-se cinco vãos rectangulares, um vão de arco abatido e um nicho, todos entaipados. No topo do corpo N., surge uma sala transformada em capela, que possui na parede O., um vão de arco abatido entaipado.

Acessos

Largo 1º Dezembro, Avenida Saraiva de Carvalho

Protecção

Incluido no Centro Histórico da Cidade do Porto (v. PT011312140163), na Zona Histórica da Cidade do Porto (v. PT011312070086) e na Zona Especial de Protecção da Igreja de Santa Clara (v. PT011312140004)

Enquadramento

Urbano, adossado, em pleno Centro Histórico do Porto, implantado em terreno desnivelado, numa das várias dependências que constituíam o antigo Convento de Santa Clara. A entrada principal, na fachada N., situa-se numa plataforma elevada, sobranceira ao Largo 1º de Dezembro, pontuado com algumas magnólias (Liriodendron tulipifera) e bancos de jardim. O acesso às fachadas S. e E. é feito por um arco em cantaria, onde se localiza a fachada principal da Igreja de Santa Clara precedida por pátio rectangular fechado, com pavimento em cubos graníticos irregulares e terra batida. A E. o edifício adossa-se à Muralha Fernandina (v. PT011312080013), e no seu alinhamento, para S., desenvolve-se o edifício do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. Na fachada N., perpendicularmente à entrada principal, adossa-se o Edifício do Centro de Saúde da Batalha (v. PT011312140364). Ao nível do Largo 1º de Dezembro, a O., implanta-se a Cadeia do Aljube (v. PT011312140214).

Descrição Complementar

Na fachada N., no lado esquerdo da porta principal, surgem letras em inox, com a inscrição "Associação de Protecção à Infância Bispo D. António Barroso".

Utilização Inicial

Religiosa: mosteiro feminino

Utilização Actual

Assistencial: recolhimento

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Época Construção

Séc. 18 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1405 - O Papa Inocêncio VII concede autorização à Rainha D. Filipa de Lencastre para transferir as monjas clarissas do Torrão, em Entre-os-Rios, para o Porto; com a morte da Rainha, D. João I responsabiliza-se pela construção do convento; 1416 - bênção da primeira pedra do Convento de Santa Clara, pelo Bispo D. Fernando da Guerra, na presença do rei, infantes e corte; grande parte da construção foi custeada por D. João I; 1427 - as clarissas instalam-se no convento; séc. 18 - ampliação das dependências conventuais, com a construção de um edifício, actualmente correspondente à associação, que serviu de albergue e dormitório conventual; séc. 19, finais - o convento é amputado de parte do seu espaço, devido às obras da Avenida da Ponte; 1899 - início do bispado de D. António Barroso; 1903, Maio - sessão inaugural da Associação Protectora de Infância, na Associação Comercial do Porto (v. PT011312130051), presidida pelo reverendo cónego António Pinto de Sousa Alvim; Agosto - fundação da Associação Protectora de Infância; 1908, Junho - criação do internato, passando a serem recolhidas várias meninas, em função dos meios orçamentais disponíveis da associação; 1918 - final do bispado de D. António Barroso; 2000 - a envolvente sofre melhoramentos no âmbito do Porto 2001; 2003, Agosto - comemoração do centenário da associação, sendo a cerimónia presidida pelo bispo D. Armindo Lopes Coelho; 2004 - elaboração da Carta de Risco do imóvel pela DGEMN.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria de granito rebocada e pintada de branco; molduras de vãos, arcos, pilares e escadas em granito; vigas de madeira e ferro; betão armado na cobertura; caleiras em chapa de cobre; algerozes de zinco; caixilhos das janelas em alumínio lacado de branco; portas exteriores em chapa de ferro pintadas de verde escuro; portal, vigas da cobertura, portadas de janelas, peitoris, portas interiores, armários e escadas em madeira; pavimentos interiores em madeira, linóleo e revestimento cerâmico; estuque nos tectos; pladur em tectos; vidros simples em janelas e bandeiras; casas-de-banho revestidas a azulejos; guardas, hastes de bandeira, pés de banco, corrimões e letras em aço inox; placa de mármore; cobertura exterior em telha.

Bibliografia

QUARESMA, Maria Clementina de Carvalho, Inventário Artístico de Portugal. Cidade do Porto, Lisboa, 1995; HUMPHRIES, C. J., PRESS, J. R., SUTTON, D. A., Árvores de Portugal e Europa, Porto, 1996.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DREMN

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DREMN

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, DREMN, Carta de Risco

Intervenção Realizada

1707/1715 - Obras nos dormitórios, portaria e dois coros; DGEMN: 1954 - obras exteriores no edifício; reparação das fachadas voltadas ao pátio da entrada da Igreja de Santa Clara: demolição do reboco existente e reconstrução incluindo impermeabilização; pintura do beiral do telhado; pintura de caixilharia; limpeza da fachada principal; limpeza geral dos telhados, substituição de telhas e reparação de algerozes; vedação de infiltrações de água na carvoeira; demolição e reconstrução de um tecto na caixa de escada de acesso aos dormitórios; reparação dos rebocos das paredes e tectos do balneário e na cozinha; reparação do tecto e paredes do corredor da entrada principal e pintura do lambril com tinta de água; caiação do tecto da secretaria e das paredes com tinta de água; 1955 - trabalhos vários no tecto da escola: colocação de duas vigas de madeira de pinho e uma de ferro em U; modificação da instalação eléctrica nesta parte; 1958 - obras de reparação; 1961 - obras de reparação da fachada posterior; 1962 - trabalhos de reparação e conservação; substituição de limpos de carpintaria; caixilhos de betão armado; revestimento de paredes interiores; reparação de revestimentos de paredes interiores e tectos, incluindo caiação; lambris de cimento; lambris de azulejo; algeroz de zinco; vidraça nacional; pintura a tinta de óleo e esmalte; pintura a tinta plástica de paredes interiores; envernizamento celulósico de lambris e corrimões; 1963 - obras urgentes de reparação; 1965 - remodelação da instalação eléctrica; 1966 - obras de reparação; 1967 - obras urgentes de beneficiação do refeitório; 1969 - obras de reparação da cobertura e nos interiores; 1970 - obras de reparação e conservação; 1971 - pinturas e reparação de paredes, tectos e carpintarias; 1973 - obras urgentes de reparação de telhados; 1976 - obras de beneficiação; 1979 - obras diversas de reparação; 1984 - conservação e reparações diversas; 1987 - conservação e reparações diversas, trabalhos a mais e imprevistos; 1992 - conservação e reparações diversas; 1993 - conservação e reparações diversas, trabalhos a mais e imprevistos; 1996 - obras de beneficiação; remodelação da rede de águas; 1997 - remodelação de caixilharias dos vãos exteriores; 1999 - remodelação das instalações; CMP: 2000 - tratamento do espaço envolvente ao Largo 1º de Dezembro; DGEMN: 2000 - obras de beneficiação de coberturas e de paramentos exteriores; 2001 - obras de remodelação interiores - 1ª fase; 2002 - obras de remodelação interiores - 2ª fase; 2003 - conservação de espaços interiores - 3ª fase, remodelação dos acessos entre pisos (escadas), nas áreas de convívio, serviços de administração; 2004 - conservação de espaços interiores - 4ª fase; remodelação do refeitório e da sala de convívio; 2005 - remodelação da zona do economato do piso térreo; construção de sanitários de apoio à sala de convívio; adaptação de um espaço a sala de brincar e remodelação do espaço do arquivo com substituição de pavimento, paredes e tecto.

Observações

Autor e Data

Sónia Basto 2006

Actualização

 
 
 
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