Igreja Paroquial de Vila Nova de Milfontes / Igreja de Nossa Senhora da Graça

IPA.00014249
Portugal, Beja, Odemira, Vila Nova de Milfontes
 
Igreja paroquial setecentista, construída sobre uma pré-existência medieval, que segue uma tipologia muito frequente nos pequenos aglomerados urbanos ou em igrejas secundárias, com uma só nave e capela-mor mais estreita, hoje mutilada, em que a estrutura arquitectónica é praticamente despojada de qualquer elemento decorativo, revelando o cruzamento da tradição popular com tradição "estilo chão"; a fachada principal revela no remate em empena polilobada do pano central, a influência do rococó numa solução popularizada nas fachadas remodeladas ou reconstruídas após o terramoto de 1755; tal como a torre sineira denota a continuação destes modelos para além de 1800. Os elementos de cantaria, góticos, que sobreviveram da igreja primitiva, em particular a pia de água benta de delicada composição, adornada com folhas de acanto e o, mais discreto, medalhão da fachada com a cruz de Santiago. A composição da fachada principal revela o perpetuar anacrónico de elementos do rococó, na animação da empena e do remate da torre sineira, revelando o isolamento da região face às novas correntes estéticas, devendo-se uma certa rigidez da composição mais ao perpetuar da tradição chã que à introdução do neoclassicismo.
Número IPA Antigo: PT040211110038
 
Registo visualizado 231 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta longitudinal, orientada, composta por nave rectangular e capela-mor mais larga, a que as adossam à esquerda o baptistério e uma capela lateral e à direita a torre sineira, sacristia e dependências anexas. Volumes articulados com coberturas diferenciadas em telhado de duas águas para a nave e centro da capela-mor, prolongando-se uma das águas sobre o baptistério, domo escalonado na torre sineira e terraço nas restantes dependências. Fachada principal com embasamento de argamassa pintada a azul, dividida em três panos por cunhais e pilastras de argamassa pintadas a azul; o pano central é mais largo, rasgado por portal de verga recta com moldura de cantaria, encimado por medalhão oval de cantaria marmórea com a cruz da Ordem de Santiago, enquadrado por moldura pintada a azul, sobrepujado por óculo oval preenchido por tijolo de vidro; remate superior em empena polilobada encimada por cruz latina de cantaria; os panos laterais são de largura desigual, sendo o da esquerda mais estreito, rematados superiormente por cornija, que no pano da direita serve de base à torre sineira; esta é de um pano, definido por cunhais de argamassa pintados a azul e rematado superiormente por cornija; mostrador de relógio de cantaria com numeração árabe, cobertura em domo escalonado encimado por campanário de ferro forjado encimado por cata-vento em forma de galo e sino de bronze; nos ângulos elevam-se urnas de argamassa. Fachada S. com a torre sineira de dois registos separados por cornija, cada um com um só pano, definido por cunhais de argamassa pintados a azul; o registo superior é rasgado por olhal em arco de volta perfeita, com moldura de argamassa assente em pilastras, pintadas a azul; remate superior em cornija encimada por urnas de argamassa no coroamento dos cunhais. INTERIOR: nave única coberta por tecto de masseira com forro de madeira; paredes rebocadas e pintadas a branco com lambril de dez azulejos, de padrão polícromo de azul, amarelo e branco; a porta principal é resguardada por guarda-vento encimado por coro-alto em betão com gradeamento de ferro forjado; à direita de quem entra destaca-se uma pia de água benta de cantaria, de secção polilobada, com três gomos visíveis decorados com folhas de acanto; do lado do Evangelho abre-se, sob o coro-alto, um arco de volta perfeita com moldura de argamassa assente em pilastras, encerrado por gradeamento de ferro, que dá acesso ao baptistério; este tem cobertura em abóbada de berço e fonte baptismal de cantaria, de secção circular e pé balaustriforme assente em plinto cúbico; na parede fundeira registo de azulejos pintado a sépia com a representação do Baptismo de Cristo; na parede O. abre-se o nicho dos santos óleos; um arco de volta perfeita com moldura de argamassa assente em pilastras dá acesso à capela lateral, coberta por abóbada de berço, com mesa de altar assente em quatro balaústres de cantaria e mísula de cantaria. Do lado da Epístola abre-se a porta de acesso à sacristia, em arco de volta perfeita com moldura de argamassa assente em pilastras Arco triunfal de volta perfeita com moldura de cantaria de chave saliente, assente em pilastras, ladeado por duas mísulas de cantaria. Capela-mor com a área central coberta por tecto de masseira com forro de madeira e áreas laterais cobertas por tecto plano rebocado e pintado; na parede fundeira, ao centro, crucifixo encimado por óculo circular, tendo á direita um nicho iluminado por uma fresta lateral onde se integra o sacrário; de cada lado rasga-se uma fresta em arco de volta perfeita; cada uma das paredes laterais é rasgada ao centro por uma fresta em arco de volta perfeita; nas paredes que ladeiam o arco triunfal abre-se uma porta de cada lado, a do lado do Evangelho conduzindo ao quintal e a do lado da Epístola a uma dependência.

Acessos

Largo da Igreja. VWGS84 (graus decimais) lat. 37,723572 long. -8,781803.

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, isolado, rodeado por um quintal murado que corresponde ao antigo cemitério, com a fachada principal virada para um largo, precedida por um adro em patamar.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Beja)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 16 / 17 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Época medieval - primeira edificação; séc. 16 - reconstrução; séc. 17 - profunda remodelação; 1755, 01 novembro - pequenos danos causados pelo terramoto; 1758 - já estavam recuperados os danos causados pelo terramoto; séc. 19, inícios - construção da torre sineira e remodelação da fachada; séc. 20, meados - demolição da antiga capela-mor e construção da actual; construção da sacristia e do coro-alto.

Dados Técnicos

Estrutura mista

Materiais

Paredes de alvenaria de pedra e cal e de tijolo, rebocadas e caiadas, estruturas e coro-alto de betão armado, telhados de telha de aba e canudo de fabrico industrial, portas e caixilharias de madeira, caixilharias de ferro, vidro e tijolo de vidro, molduras, mostrador de relógio, pia baptismal, pia de água benta e elementos secundários de cantaria, campanário de ferro, sino de bronze, pavimentos de tacos de madeira e mosaico hidráulico e mármore, azulejos.

Bibliografia

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

Autor e Data

Ricardo Pereira 2001

Actualização

 
 
 
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