Igreja Paroquial de Serzedelo / Igreja de Santa Cristina

IPA.00001921
Portugal, Braga, Guimarães, Serzedelo
 
Igreja monacal de estrutura românica, composta por exonártex fechado, nave única, capela-mor, primitiva capela funerária gótica, usada posteriormente como sacristia, adossada lateralmente à capela-mor e muro campanário junto à fachada principal. O exonártex, possivelmente de construção mais tardia, com algumas semelhanças ao da Igreja de São Miguel de Vilarinho (v. PT011314320008), em Santo Tirso, apresenta a fachada principal com os mesmos formulários construtivos e decorativos de uma fachada principal de uma igreja românica, construído mais baixo do que a nave, de modo a se diferenciar desta. Os portais deste espaço apresentam arquivoltas ligeiramente quebradas seguindo uma solução de transição para o gótico. Os portais da nave, tanto o axial como os laterais, apresentam arquivoltas plenas, o primeiro mais profundo. Os portais do exonártex, assim como os da nave, apresentam consolas a suportar o tímpano, sendo o axial da nave e os laterais, decorados com cruzes páteas. Antes dos restauros iniciados nos anos 40, apenas o lateral do exonártex apresentava esta morfologia, que se manteve, os restantes não tinham consolas nem tímpanos, sendo estes feitos à semelhança do primeiro. Os portais axiais apresentam decoração a enquadrar as arquivoltas, no exonártex, friso em dente de serra e na nave, motivo de lanças. Os portais, bastante simples, apresentam semelhanças na linguagem decorativa com os da Igreja de São Miguel do Castelo (v. PT010308340006), em Guimarães. A iluminação é feita através de frestas que se rasgam acima dos portais axiais, em arquivolta plena, nas fachadas laterais, acima do arco triunfal e no topo da cabeceira. Os topos das fachadas são em empena, no exonártex e na nave coroadas por cruzes páteas e na capela-mor por cruz florenciada. Fachadas laterais com remates em cachorrada simples, percorridas por cachorros que suportariam alpendre, no panos do exonártex e nave, sendo nestes últimos percorridos por pingadouros. Panos do corpo gótico com acesso principal em arco quebrado, encimado por cachorros, também para alpendre, e entre estes escudos. Na fachada posterior rasga-se janela em arco quebrado mainelada. Interior com coberturas em madeira, na capela-mor em masseira decorada por caixotões de talha barrocos. Pavimentos em taburnos no exonártex e nave e em laje de granito na capela-mor e sacristia. Exonártex com parede lateral rasgada por arcossólios, também ligeiramente quebrados. Arco triunfal pleno, assente em capitéis fitomórficos, bastante alto, possivelmente de uma fase mais tardia do românico. Pinturas murais quinhentistas, com decoração de arabescos e representação de Santos. A Igreja de Serzedelo é um dos poucos exemplares em Portugal que ainda conserva o exonártex, praticamente intacto, cuja função inicial seria funerária (ALMEIDA, 1978). As frestas da fachada principal do exonártex e da sacristia não estão alinhadas com os portais respectivos, o que poderá indiciar, possivelmente, épocas de construção diferenciadas entre os portais a abertura das frestas. Conserva alguns sarcófagos medievais, que pertenceriam ao primitivo mosteiro, um deles com inscrição datada do séc. 11. No interior são ainda visíveis restos de pintura mural, com representação de santos e decoração de arabescos, que revestiria a zona do arco triunfal, a capela-mor e a sacristia, primitiva capela funerária.
Número IPA Antigo: PT010308660019
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Mosteiro feminino  Ordem de São Bento - Beneditinas

Descrição

Planta longitudinal composta por exonártex fechado e nave única rectangulares, capela-mor quadrangular, com sacristia, também quadrangular, adossada lateralmente a S. e muro campanário disposto lateralmente em relação à fachada principal, também a S.. Volumes escalonados de dominante horizontal, com nave mais alta do que os restantes volumes. Coberturas diferenciadas em telhados de duas águas. Fachadas em alvenaria de granito, com embasamento, na fachada lateral S., no corpo da nave, escalonado. Remates das fachadas de topo em empena coroadas por cruzes páteas no exonártex e nave e cruz florenciada na capela-mor, e das laterais por cornija suportada por cachorrada lisa. Fachada principal orientada, com pano do exonártex aberto por portal, com consolas suportando tímpano, inscrito em duas arquivoltas ligeiramente quebrados, com impostas destacadas. A primeira arquivolta é enquadrada exteriormente por friso em dente de serra e dois sulcos simples que a percorrem inferiormente. Em ambas as arquivoltas existem alguns silhares com siglas. A encimar o portal encontra-se fresta inscrita em arco pleno enquadrado por dois sulcos, à semelhança da arquivolta do portal. Pano da nave, com fresta, parcialmente oculta, enquadrada por arquivolta plena. Fachada lateral N., com pano do exonártex e da nave percorrido por cachorros que suportariam alpendre, no da nave encimados por pingadouro. Neste pano rasga-se portal com consolas suportando tímpano decorado por cruz pátea vazada, enquadrado por arquivolta ligeiramente quebrada. Junto ao portal, do lado esquerdo encontra-se silhar com inscrição. Pano da capela-mor rasgado por fresta, ladeada por dois cachorros, colocados a diferentes alturas. Fachada lateral S. igualmente percorrida por cachorros, na nave e na sacristia, encimados por pingadouro. Pano do exonártex com portal, semelhante ao da fachada oposta, apenas com a diferença que a cruz pátea do tímpano não é vazada. É ladeado superiormente, do lado esquerdo, por fresta. Pano da nave, com contraforte abaixo do pindadouro, e a cima sequência de três frestras. No estremo direito outro portal, com consolas suportando tímpano, vazado com cruz pátea, enquadrado por arquivolta plena. Pano da sacristia perpendicular ao da nave rasgado por portal em arco quebrado, enquadrado superiormente por arquivolta, também quebrada, e entre os cachorros dois escudos. Acima do pingadouro rasga-se fresta. Fachada posterior com panos da nave e capela-mor rasgados por fresta e pano da sacristia com janela em arco quebrado, mainelada, com impostas destacadas, e pequeno óculo quadrilobado na enjunta. Muro campanário em alvenaria de granito, com sineira no topo, ao centro, em empena, com duas ventanas em arco pleno e acesso por escada de ferro. INTERIOR com paredes em alvenaria de granito. Exonártex com cobertura em masseira de madeira com o travejamento à vista. Pavimento em taburnos de madeira e guias de granito. Do lado do Evangelho encontra-se baptistério sobre plataforma de granito, com pia baptismal de taça e coluna octogonal. Na parede rasgam-se dois arcossólios, ligeiramente quebrados, enquadrados por arquivolta. Parede do lado da Epístola com portal de comunicação com o exterior, enquadrado por arco pleno, com siglas nos seguintes do fecho, assente em imposta destacada. Parede testeira com portal de acesso à nave, com consolas suportando tímpano vazado por cruz pátea. É enquadrado por três arquivolta, a exterior decorada por friso de lanças. Nave com cobertura e pavimento igual ao do exonártex. Parede do lado da Epístola com púlpito de base granítica, rectangular, assente em modilhão, e guarda vazada em balaustrada de madeira. Acesso por escada de madeira. Em ambas as paredes rasgam-se portais de acesso ao exterior, ladeados por pia de água benta gomada. Arco triunfal pleno assente em colunas fuste com vestígios de pintura mural de arabescos e capites fitomórficos. Nesta parede encontram-se vestígios de pintura mural, superiormente com arabescos, e a ladear o arco triunfal, prolongando-se para as paredes laterais da nave, com representação de vários santos, delimitados por painéis. Nestes painéis, do lado do Evangelho, encontra-se a representação "O martírio de São Sebastião", e um anjo, e do lado da Epístola "A coroação da Virgem" e Santo António. Ainda neste último lado, mas na parede lateral da nave, encontra-se um painel com São Brás. Capela-mor com cobertura em tecto de masseira de, decorado por caixotões de talha dourada com pintura de medalhões fitomórficos. Pavimento em laje de granito. Parede testeira com altar recto de granito com sacrário de talha, sobre supedâneo de dois degraus. A encimar o altar rasga-se fresta inscrita em arco pleno. A parede apresenta vestígios de pintura mural, com painéis figurativos, um deles representando "O milagre de São Martinho", com o santo representado a cavalo, com chapéu emplumado, espada na mão e oferecendo o seu manto a um mendigo. Apresenta igualmente decoração com motivos de arabescos, prolongando-se para a parede lateral, do lado da Epístola. Nesta última abre-se porta de verga recta, emoldurada, de acesso à sacristia, ladeada por nicho, encimada por fresta entaipada, inscrita em arco pleno. Sacristia com cobertura de madeira com travejamento à vista assente em cachorrada com sulcos marcados, do lado do Evangelho. Parede testeira com vestígios de pintura mural, bastante esbatidos, prolongando-se para a lateral esquerda. Parede fundeira com lavabo, com reservatório parcialmente oculto por espaldar rectangular com torneira e taça oval.

Acessos

Serzedelo, EN 310 (Santo Tirso - Guimarães), Lugar do Mosteiro

Protecção

Categoria: MN - Monumento Nacional, Decreto nº 14 425, DG, 1.ª série, n.º 228 de 15 outubro 1927 / ZEP, Portaria, DG 2ª Série, n.º 226 de 26 setembro 1959

Enquadramento

Rural, isolado, implantado no centro de amplo terreiro trapezoidal, pontuado por algumas árvores. O terreiro é delimitado a S. por casas de habitação, e a N. pela EN. No extremo O. encontra-se o cemitério da freguesia. A igreja encontra-se rodeada por adro murado, em quota inferior ao terreiro, desenvolvido em patamares devido ao declive do terreno, com acesso a O., fronteiro à fachada principal, a S., por escadaria, junto à sacristia, e a E, também por escadaria, junto à fachada posterior. Apresenta pavimento em laje de granito, frontalmente e lateralmente, a lateral S. com estreito corredor junto à parede, e o restante em terra batida. Junto à fachada lateral N. encontram-se quatro sarcófagos, dois deles ainda com tampas, apresentando uma delas uma inscrição.

Descrição Complementar

INSCRIÇÕES: Inscrição funerária gravada em tampa de sarcófago, rectangular, apresentando no verso campo rebaixado para apoio no sarcófago; decoração com motivo da estola, bifurcada dupla; granito; leitura: OBI(i)T FAMulo DeI GALINDUS ERA MCVIIIIª ERA TCªXª (à era MCVIIII foi acrescentada posteriormente a era TCX, o que levou à mutilação de uma cruz primitiva); inscrição funerária (?) gravada em silhar reaproveitado existente na oitava fiada na fachada lateral N. da nave, do lado esquerdo do portal; sem moldura nem decoração; granito; leitura: SES NAN DO.

Utilização Inicial

Religiosa: mosteiro feminino

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Pública: estatal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 13 / 14 / 16 / 18 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1071 / 1072 - Data da inscrição funerária existente no sarcófago com alusão a Galindus, provavelmente Galindus Gonzalvis, pai de Soeiro Galindes, Senhor de Riba-Cávado, casado com D. Goína Pais, bisneta do Conde D. Paio Vermudes, presor da Terra da Vinha (BARROCA, 2000); José Mattoso aponta para outro provável Galindus Gonzalvis, casado com Vistregia, pai de Patrina e de Trutesendo Galindes, este último fundador do Mosteiro de Paço de Sousa (v. PT011311220003); séc. 11, final - Provável data da inscrição, possivelmente pertencente a um monumento funerário de Sesnando (BARROCA, 2000); séc. 12 - segundo José António Almeida existia no local um convento dos Eremitas de Santo Agostinho, que terá pertencido aos Templários, tendo passado posteriormente depois para a Comenda da Ordem de Cristo (ALMEIDA, 1976); segundo Pinho Leal o mosteiro pertencia à Ordem de São Bento (PINHO LEAL, 1873); séc. 13, meados - provável reedificação da igreja (ALMEIDA, 1978); séc. 14 - construção da capela funerária adossada a S. da capela-mor; séc. 15 - a igreja passa a ser abadia secular; posteriormente passa a reitoria; séc. 16, primeira metade - execução das pinturas murais; séc. 18 - construção do tecto de caixotões da capela-mor; 1717, 2 Setembro - na Visitação é referido que "o fabriqueiro não tem dado satisfação às obras mandadas fazer na visita passada, com é telhar a Capela Maior da Igreja, consertar a vidraça..."; 1718, 18 Agosto - segundo a Visitação foram colocadas as redes nas frestas, faltando tapar a porta lateral do exonártex; 1720, 2 Dezembro - segundo a Visitação ainda não foi colocada a vidraça nem as telhas na capela-mor; 1723, 26 Novembro - segundo refere a Visitação " Acho o corpo da igreja tão escuro e falto de luz que se não escusa abrir-se nela uma fresta de bom tamanho, que tenha cinco palmos de alto e quatro de largo com sua grade de ferro, vidraça e rede de arame (...) os fregueses mandarão abrir da parte da pia baptismal, na forma que determino em termo de três meses sob pena de 3000 réis (...) também a porta travessa da parte da dita pia está muito baixa e incapaz para ela sair o palio, cruzes e mais paramentos das procissões, pelo que mando os fregueses ou a levantem ou façam uma de novo mais abaixo da que está"; a questão da porta teria de ser resolvida no prazo de 4 meses, sob pena de 4000 réis pagos pelo juiz da igreja; 1724, 25 Outubro - a Visitação menciona que nenhuma das obras ordenadas foi executada; 1725, 27 Novembro - a Visitação refere que devido à dificuldade em se abrir uma janela no local onde estava a pia baptismal, pois a parede era bastante grossa, que a pia se mude para o exonártex, do lado esquerdo do portal, rodeada por grades altas; 1726, 1 Novembro - a Visitação refere que a pia baptismal já foi mudada, mas que as grades poderão ser dispensadas por não haver espaço; 1729, 2 Agosto - segundo a Visitação, os fregueses deverão arranjar o forro da igreja, junto ao arco e telhar o cabido da porta travessa, do lado da Epístola; 1730, 26 Junho - a Visitação menciona que as obras ordenadas não foram feitas; as casas da Residência e recolhimento de frutos ameaçavam ruína, pelo que seria um prejuízo para o Comendador da Igreja, o Conde da Ericeira; 1731, 16 Setembro - Visitação dando conta que as casas da Residência ainda estavam arruinadas; determina-se que se rasgue uma fresta na capela-mor, ao pé do arco triunfal; 1733, 7 Dezembro - a visitação dá conta que as obras da casa da Residência ainda não foram feitas; a despesa pertencia ao Comendador; 1739 - a Visitação determina que se limpe a pia baptismal, assim como o sacrário, retábulos, imagens, paredes, forros; segundo o visitador, o padre terá de limpar a igreja pelo menos quatro vezes por ano; 1743, 10 Novembro - a Visitação menciona que a igreja se encontra muito abaixo do nível do adro, que para lá entrar tem de se descer três degraus; existem muitas inundações devido a sua situação rebaixada; é também demasiado escura; o visitador ordena que se encha de terra o pavimento interior da igreja, de modo a ficar nivelado com a capela-mor; que se disponham as campas como estavam; que se levantem os retábulos colaterais; parte da porta travessa do lado da Epístola terá de ser entaipada; por cima da porta lateral da nave, do lado da Epístola terá de ser aberta uma fresta; os guarda-pós dos retábulos deverão ser arranjados; 1744, 10 Novembro - o visitador revoga a ordem de enchimento do pavimento interior de terra, devido à intenção dos moradores mudarem a igreja para junto do Calvário; o visitador ordena ainda que se doure o frontal do retábulo-mor; 1746, 20 Novembro - devido à falta de dinheiro para as obras o visitador determina que o padre no termo do mês dê parte da Mesa da Consciência para a obra do douramento do frontal do retábulo-mor; no prazo de dois meses será feito o cruzeiro fronteiro à igreja; 1760, 29 Fevereiro - o visitador determina que se arranje os caibros do forro por cima do coro, assim como todo o telhado, usando a telha e cal que for necessária; 1780 - segundo o Abade de Tagilde a igreja recebeu uma visitação neste ano, sendo reconhecida a necessidade de reformar a igreja e se fizesse importantes obras; os fregueses forma com embargos à Relação primaz, que confirmou o mandato do visitador; subiu recurso à Coroa, que ordenou que o visitador procedesse com justiça; 1784 - perante o visitador foi resolvido fazer uma nova igreja junto do Calvário, no entanto esta obra nunca chegou a ser feita; séc. 19 - provável reforma da igreja, nomeadamente construção de novos retábulos e sanefa do arco triunfal; 1941, Fevereiro - um ciclone causa diversos estragos na igreja; 1942, Junho - início das grandes obras de restauro do edifício, levadas a cabo pela DGEMN *1; 1957 - a igreja é reaberta ao culto, apesar de as obras não estarem totalmente concluídas; 1981 - carta do páraco de Serzedelo, Padre Manuel Dias da Silva Salgado, ao Ministro das Obras Públicas, dando conta da necessidade da construção de uma nova igreja paroquial, na proximidade da antiga; 1990, 7 Novembro - carta do páraco José António Fernandes Antunes ao presidente do IPPC dando conta que o adro estava em estado de abandono, pois as obras nunca haviam sido concluídas, e que a rampa que foi construída permitia a entrada de águas pluviais no interior da igreja; 1993 - a igreja já não apresentava culto; 2017, 21 novembro - assinatura de protocolo entre a Câmara Municipal de Guimarães e a Direção Regional de Cultura do Norte, em representação do Ministério da Cultura, e a Fundação Iberdrola, constituindo uma Adenda ao Protocolo de Cooperação no âmbito da execução do Plano Românico-Atlântico 2015-2018, com vista a proceder à intervenção de conservação e reforço estrutural da igreja.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes.

Materiais

Paredes exteriores em alvenaria de granito aparente; Cobertura em estrutura de madeira e revestida a telha de barro; Caixilharias de madeira.

Bibliografia

ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de - «Geografia da Arquitectura Românica». In História da Arte em Portugal. Lisboa, 1986, vol. 3, pp. 50 - 131; AZEVEDO, José Correia de - Inventário Artístico Ilustrado de Portugal. Lisboa: 1991; CAETANO, Joaquim Inácio - "A pintura mural do século XVI em Guimarães". Revista Monumentos. Lisboa: Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana, outubro 2013, nº 33, pp. 52-59 (e-book); DGEMN - Igreja de Santa Cristina de Serzedelo, Boletim nº 96. Lisboa: 1959; FONTE, Barroso da - Guimarães - Roteiro Turístico. Guimarães: 1991; GUIMARÃES, Alfredo - Mobiliário Artístico Português (Elementos para a sua História), II: Guimarães. Vila Nova de Gaia: 1935; GUIMARÃES, Alfredo - A degolação de São João Baptista. Porto: 1942; GUIMARÃES, Alfredo - Estudos do Museu Alberto Sampaio, II. Guimarães: 1958; Ministério das Obras Públicas, Relatório da Actividade do Ministério nos anos de 1957 e 1958. Lisboa: 1959, vol. 1; «Monumento a cair recebe obras em 2016». In Jornal de Notícias. 03 outubro 2015, p. 25; PASSOS, José Manuel da Silva - Zonas Especiais de Protecção, AAP. Lisboa: 1989; PINHO LEAL, Augusto Soares de Azevedo Barbosa de - Portugal Antigo e Moderno, Dicionário Geográfico, Estatístico, Corográfico, Heráldico, Arqueológico, Histórico, Biográfico, Etimológico de todas as cidades, vilas e freguesias de Portugal e grande número de aldeias. Lisboa: 1873.

Documentação Gráfica

DGPC: DGEMN:DREMN

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN:DREMN, DGEMN:DSID

Documentação Administrativa

DGPC: DGEMN:DREMN

Intervenção Realizada

Fábrica da Igreja Paroquial de Serzedelo: 1717 / 1718 - Colocação de rede nas frestas; 1725 / 1726 - mudança da pia baptismal para o exonártex; DGEMN: 1941 - Obras de reparação dos estragos causados pelo ciclone de Fevereiro; 1942 / 1943 - apeamento e reconstrução completa da armação do telhado do exonártex, compreendendo o respaldo das paredes laterais e principal; execução de frechais em betão armado; assentamento de tirantes de ferro quadrado, forro de castanho, ripas, e telhas, incluindo vedações e beirada; substituição da cantaria mutilada do portal principal; limpeza geral da cantaria interior do exonártex, incluindo o refechamento das juntas com argamassa hidráulica; substituição de cantarias mutiladas; 1944 - escavação completa para desaterro da fachada lateral S.; execução de dreno de alvenaria para a fachada lateral S.; substituição de cantaria mutilada no interior da nave; apeamento e reconstrução da parede lateral S. da sacristia, compreendendo a execução de novos alicerces, substituição de 40% da cantaria e escoramento do telhado; limpeza geral de paramentos de cantaria, incluindo o refechamento de juntas com cal hidráulica; apeamento do coro, entaipamento da porta de acesso existente na fachada lateral S. e remoção da respectiva escada exterior; 1945 - reconstrução geral do pavimento de sepulturas da nave, com cercadura e guias de cantaria apicoada, compreendendo o aproveitamento da pedra com inscrições existentes, escavação de terras e tomada de juntas com argamassa hidráulica; construção e assentamento de soleiras e degraus; construção de dreno interior na sacristia em esgoto para as traseiras da igreja, com alvenaria seca e fundo argamassado; recalcamento exterior do maciço do campanário, com pedra de alvenaria assente ao baixo, com argamassa hidráulica de cimento e areia; rebaixamento do pavimento do adro do lado E. e N., compreendendo a escavação de terras e a arrumação de alvenarias encontradas; demolição do muro de vedação do adro, dos lados E. e N., incluindo a arrumação de alvenaria e capeado aproveitável; 1946 - apeamento e reconstrução do cunhal da capela-mor, na fachada lateral N., incluindo o seu assentamento com argamassa hidráulica de cimento e areia; reconstituíção da fresta da mesma fachada, em substituíção do janelão existente; apeamento dos retábulos; arranque e arrumação dos azulejos da capela-mor; apeamento e reconstrução do telhado da sacristia; reparação das duas portas laterais da igreja, em madeira de castanho; remoção do reboco interior; 1947 / 1948 - construção e assentamento em lajeado do pavimento da capela-mor, incluindo os degraus de acesso à mesma; consolidação do arco triunfal, compreendo a substituição de algumas pedras; desentaipamento da fresta exterior da capela-mor e substituição da pedra em mau estado; limpeza e tomada de juntas do exterior e interior da capela-mor com argamassa hidráulica; consolidação do tecto da capela-mor, compreendendo o aproveitamento das madeiras existentes; construção e assentamento de algerozes em chapa zincada destinado à vedação dos telhados da capela-mor e sacristia; 1949 - tomada das juntas das aduelas do arco triunfal; reajustamento das cantarias do cunhal S., junto à sacristia; construção de degraus para a capela-mor e assentamento sobre fundação de alvernaria, com argamassa hidráulica; consolidação das cantarias da base da parede posterior da capela-mor; colocação de pavimento lajeado na capela-mor; consolidação do tecto de caixotões da capela-mor; construção de novo telhado para a capela-mor; assentamento de taburnos de madeira; execução e assentamento de sete vitrais para as frestas; demolição do alpendre do portal lateral S. da nave; 1950 - reconstrução total da armação do telhado da sacristia, em madeira de castanho, incluindo o apeamento e construção de frechais em betão armado; assentamento de telha nacional na nova cobertura; construção e assentamento do novo altar em cantaria na capela-mor; execução e assentamento de lajedo de cantaria no pavimento da sacristia; 1952 - reconstrução do lajedo da sacristia, incluindo a impermeabilização do terreno e colocação de degraus de acesso; construção de vitrais para sacristia; conclusão dos degraus e massiços para assentamento do altar da capela-mor; 1955 - desobstrução e limpeza do dreno de alvenaria das águas pluviais; limpeza e arranjo do pavimento do exonártex, incluindo a substituição de lajedo e soleiras em cantaria, bem como a tomada de juntas com argamassa de cimento e areia; desentaipamento do portal e fresta primitiva, que ligava com a sacristia; entaipamento do portal existente; remate do lajedo, no acesso da capela-mor à sacristia; rebaixamento e reposição de duas soleiras na sacristia e abertura de meias canas e furos para escoamento de águas; arranjo do acesso à sacristia e porta lateral da igreja, incluindo limpeza e rebaixamento do pavimento, lajedo assente em betonilha argamassada, massiços e muro de suporte em alvenaria, degraus, patamares e murete em cantaria assentes com argamassa de cimento e areia, caixas e dreno para águas pluviais; fornecimento e assentamento de portas em madeira de castanho, incluindo ferragens e pintura, na sacristia e exonártex; fornecimento e assentamento de taburnos de madeira de castanho para o exonártex; 1956 - deslocação do pintor Abel Moura, conservador do Museu Nacional de Arte Antiga, para vistoriar as pinturas a fresco; 1957 - execução de drenos de alvenaria junto da fachada lateral S.; execução de lajedo em cantaria para o adro; execução e assentamento de portas em madeira de castanho; execução e assentamento de uma escada e guarda em madeira de castanho para o púlpito; fornecimento e assentamento de uma banqueta e sacrário de talha dourada; execução e assentamento de vitral para a fresta acima do arco triunfal; 1958 - obras de alargamento e arranjo do adro: escavação e regularização do terreno; arranque e arrumação provisória dos degraus de cantaria e respectivo massiço de alvenaria do adro; demolição de muros de vedação; construção de massiços de alvenaria para assentamento de degraus; construção de alicerces para os muros de suporte; construção de paredes de alvenaria regular; reparação de muro de suporte do caminho; construção de guias de cantaria para limitar os taludes; execução de cantaria apicoada e assente em degraus; construção e assentamento de marcos de cantaria na entrada da escada posterior; construção de calçada em alvenaria de juntas irregulares; reparação e novo assentamento do portão do muro reconstruído para alargamento do caminho; desmonte de latada de vinha e novo alinhamento do caminho; arrelvamento dos taludes em redor do adro; plantação de cedros no acesso ao caminho principal; construção de esgoto de betão do adro; execução de um muro para suporte das terras do adro S.; desaterro da parte N. do adro; assentamento de passeiro no lado N.; execução do lajedo do espaço contíguo à fachada principal; execução de passeios em torno do campanário; apeamento de uma sineira existente no campanário; consolidação do campanário e execução de uma cornija que faltava; 1959 - remoção dos frescos existentes na fresta entaipada da capela-mor; escavação e regularização do adro; construção de muro de vedação do adro e arranjo dos acessos; continuação da colocação do pavimento do adro; escavação de terras para regularização do terreno em redor do campanário; construção do muro de suporte do lado S. do campanário; construção do muro de vedação do lado NE. do adro; recalcamento do campanário; construção de um colector para águas pluviais; assentamento de passeio junto à fachada posterior; limpeza das juntas das cantarias das paredes; limpeza dos frescos; restauro da pintura do tecto da capela-mor; construção de um baldaquino para a custódia; construção de um arcaz para a sacristia; modificação e arranjo do sacrário; 1960 - reparação do telhado; renovação da instalação eléctrica; 1961 - conclusão das obras de instalação eléctrica; 1965 - execução de escada de acesso aos sinos do campanário; 1974 - aplicação de isolante em alguns pontos dos paramentos exteriores; construção de uma caleira de pedra; limpeza dos telhados; execução de caleiras, rufos e tubos de queda de águas pluviais; pintura de portas exteriores; 1975 - isolamento de empenas; 1977, 22 Setembro - visita de técnicos do Instituto de José de Figueiredo para avaliar o estado dos frescos; verifica-se progressiva degradação dos mesmos devido à deterioração do granito; 1978 - trabalhos de conservação para a preservação dos frescos: levantamento do passeio do adro, rebaixamento da sua caixa e regularização do terreno; tratamento de paredes e coroamentos de empenas, incluindo a limpeza e aplicação de argamassa nas juntas; aplicação de isolante nas empenas; 1982 - limpeza geral do telhado; pintura de portas e da escada do campanário; Junho - parecer do LNEC sobre o estado de alteração do granito da igreja; 1985 - lavagem do paramento exterior soterrado da sacristia; impermeabilização do mesmo pavimento; abertura de juntas, lavagem e refechamento nos paramentos exteriores do arco triunfal; colocação de ventiladores em alumínio; 1993 - revisão parcial do telhado; remoção do pavimento de madeira e alcatifa que reveste o lajeado da capela-mor; reparação de portas e taburnos do exonártex e nave; 2004 - obras de tratamento dos espaços exteriores - 1ª fase; 2005 - elaboração de estudos de arquitectura (previsto); 2016 - prevê-se a realização de obras de reabilitação, conforme anúncio do presidente da Câmara de Guimarães.

Observações

*1 - Antes do início dos restauros, a igreja encontrava-se da seguinte forma: No exterior, toda a fachada lateral S. encontrava-se semi enterrada, com o portal do exonártex entaipado e o da nave rebaixado, com acesso por escadaria e coberto por alpendre. Apenas o portal do exonártex possuia tímpano. A mesma fachada possuia uma porta de verga recta, com escadaria, de acesso ao coro. A sacristia possuia telhado de uma água, com janelão rasgado lateralmente. O campanário possuia três sineiras. O seu interior encontrava-se caiado, a nave era coberta por abóbada de berço em madeira, pintada com motivos florais. O pavimento era em soalho. O coro-alto era assente em arco pleno e apresentava guarda vazada em madeira. Possuia retábulos colaterais, retábulo-mor e sanefa do arco triunfal neoclássicos, em talha policroma a branco e dourado. A fresta acima do arco triunfal e da capela-mor estavam entaipadas, esta última oculta pelo retábulo-mor. A capela-mor era revestida a azulejo.

Autor e Data

Isabel Sereno 1993 / Joaquim Gonçalves 2005

Actualização

 
 
 
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