Casa dos Cunhas Pimentéis

IPA.00009604
Portugal, Porto, Porto, União das freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória
 
Casa nobre setecentista de três pisos, fachada principal revestida de azulejos, com vãos de sacada, alinhados e emoldurados, de duas folhas com bandeira, ritmo verticalizante contrariado pelas varandas corridas.
Número IPA Antigo: PT011312140223
 
Registo visualizado 486 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial  Casa nobre    

Descrição

Edifício de planta trapezoidal alongada constituído por dois lotes adossados, sem logradouro e visualmente diferenciados pelas guardas das varandas. Volumes simples, com cobertura em telhado diferenciada de quatro e três águas. Cinco pisos, sendo um deles recuado e outro em cave. A fachada principal, orientada a NO., totalmente revestida a azulejo padrão azul e branco apresenta o primeiro piso de cada um dos lotes subdividido por três portas emolduradas de verga recta com portas metálicas de duas folhas. Os dois pisos superiores, com varandas corridas em granito saliente e recortado apresentam cada um, três vãos alinhados com os anteriores. As guardas das varandas de cada lote são distintas entre si, uma apresenta grades de ferro fundido e a outra balaústres pintados. A rematar a fachada uma cornija saliente onde sobressai um beiral com caleira contínua. Num plano recuado, o piso superior com duas janelas para cada lote. O alçado posterior é constituído por duas fachadas com modulações diferentes, sobre um terraço único. Uma das fachadas apresenta nos três pisos duas aberturas rectangulares e a outra ligeiramente mais recuada apresenta aberturas amplas, sendo a do último piso sobre uma varanda. O INTERIOR do edifício faz a conjugação dos dois lotes, criando um espaço amplo com um pórtico, no lugar da anterior parede de meação, e, uma área compartimentada destinada aos acessos verticais e instalações sanitárias. O 1º e 2º piso ocupam em toda a extensão da totalidade dos lotes, recuando nos restantes pisos originando um terraço. No lote de ângulo situam-se duas caixas de escadas de dois lanços com patamares com um pequeno elevador e uma rampa de acesso à cave adossadas ao lote vizinho. Junto a uma das caixas de escada insere-se um bloco de instalações sanitárias. Funcionalmente o conjunto dos dois lotes, apresenta o 1º piso destinado a aparcamento, o 2º,3º,4º e último pisos a espaços comerciais ou de serviços.

Acessos

Rua das Flores, n.º 2 a 12; Largo de São Domingos, n.º 73

Protecção

Incluído na Zona de Protecção da Igreja da Misericórdia do Porto (v. PT011312150045)

Enquadramento

Urbano, adossado e de gaveto entre a Rua das Flores e Largo de São Domingos. Em pleno centro histórico do Porto em frente da Igreja da Misericórdia, o lote de gaveto salienta-se na envolvente pela proporção das fachadas e imponência da pedra de armas no cunhal.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: casa nobre

Utilização Actual

Devoluto

Propriedade

Privada: Misericórdia

Afectação

Época Construção

Séc. 18 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

António Fernandes (mestre pedreiro das obras do nº8 a 12); Arqºs. Fernando Sousa e Maria Loureiro (autores de pequenas adaptações à obra de remodelação de Fernando Faria Silva Castro)

Cronologia

Séc.16 - provável construção das casas por vontade do mercador Francisco Dias; 1699 - aquisição das casas por Jerónimo da Cunha Pimentel que já era inquilino de uma delas; Séc.18 - é mandada colocar a pedra de armas no cunhal por Luís da Cunha Pimentel; 1867, 14 Fevereiro - é aprovado o requerimento de Jerónimo da Cunha Pimentel Homem de Vasconcelos, para "reedificar a casa nº 8 a 12 conservando os pavimentos actuais", através do mestre pedreiro António Fernandes;1868, 2 Março - data do primeiro registo da propriedade na Conservatória do Registo Predial; Séc. 19 - é vendido o prédio da R. das Flores; 1918 - à morte de Henrique da Cunha Pimentel os herdeiros vendem o prédio do gaveto; 1998, 30 Outubro - é adquirido pela Santa Casa da Misericórdia do Porto a Fernando Faria Silva Castro que procedeu a obras de remodelação no interior;

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Paredes de alvenaria de granito rebocadas no interior e exterior; cobertura em telha cerâmica apoiada em estrutura de madeira; caixilharias em madeira pintada; tectos em estuque e /ou madeira pintados; pavimentos revestidos a granito polido e/ou cerâmica; grades em ferro pintado

Bibliografia

Porto a Património Mundial, C.M.P., Porto 1993; QUARESMA, Maria Clementina de Carvalho, Inventário Artístico de Portugal, Cidade do Porto, Lisboa, 1995; CARVALHO, João, Misericórdia do Porto. Cinco séculos a fazer o bem, in O Tripeiro, 7ª série, Ano XVIII, nº12, Dezembro, Porto, 1999; FREITAS, Eugénio de Andrea da Cunha, A antiga sede da Misericórdia, in O Tripeiro, 7ª série, Ano XVIII, nº12, Dezembro, Porto, 1999

Documentação Gráfica

SCMP: AH; CMP: AHMP, Plantas de Casas, Livro 36, fls 113, 115

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

SCMP:AH; CMP: AHMP, Plantas de Casas, Livro 36, fls 113, 115

Intervenção Realizada

SCMP: 1999 - Pequenas obras de readaptação

Observações

1499, 14 Março - Carta Régia, por D. Manuel I marca a fundação da Confraria de Santa Maria da Misericórdia do Porto; 1502- instalação provisória da Misericórdia na Capela de Santiago, á Sé;1544 / 1550 - a Casa do Despacho, sede da irmandade é construída na Rua de Santa Catarina das Flores. O principal objectivo da Santa Casa da Misericórdia consistia em fazer cumprir as 14 "Obras de Misericórdia" assim descritas: " ensinar os simples, dar bom conselho a quem o pede, castigar com caridade os que erram, consolar os tristes e desconsolados, perdoar a quem errou, sofrer as injúrias com paciência, rogar a deus pelos vivos e os mortos" consideradas acções "espirituais"; " remir cativos e presos, visitar e curar os enfermos, cobrir os nus, dar de comer aos famintos e pobres, dar de beber aos que hão sede, dar pousada aos peregrinos e pobres, enterrar os finados", consideradas acções "corporais". Entre estas actividades destaca-se a assistência material e jurídica aos presos da Cadeia de Relação. A acção da Santa Casa é sustentada fundamentalmente pelos rendimentos dos prédios urbanos.

Autor e Data

Isabel Sereno 2000

Actualização

 
 
 
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