Casa da Quinta do Til
| IPA.00008359 |
Portugal, Ilha da Madeira (Madeira), Funchal, Imaculado Coração de Maria |
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Palacete neoclássico e revivalista, de planta em U invertido, com fachadas de três, dois ou um piso, adaptadas ao desnível do terreno, com embasamento pintado de castanho e terminadas em beirais duplos e triplos, janelas emolduradas a cantaria vermelha da região e com tapa-sóis pintados de verde escuro, e cornijas dividindo os pisos, pilastras, pilares e outros elementos pintados a ocre. Fachada principal desenvolvida no interior do U, tendo na face frontal varanda alpendrada no segundo piso, assente em duas ordens pilares dóricos mais avançados, recortando a fachada e os remates da cobertura ao centro e nos ângulos, onde surgem escadas de acesso à varanda. Integra capela de planta longitudinal simples, com retábulo de talha dourada, revivalista neobarroco. |
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Número IPA Antigo: PT062203010036 |
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Registo visualizado 209 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Residencial unifamiliar Casa Palacete
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Descrição
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Quinta constituída por casa, integrando capela, garagem, piscina, churrasqueira, estufa, parque, horta e jardins, com canteiros contornados a cantaria cinzenta, cascatas de fajoco, decoradas de avencas e musgos, lagoas com repuxos, esculturas, caramanchão, árvores de grande porte como os Tis, interligados por passeios empedrados a calhau rolado. CASA de planta em U invertido, composta por vários corpos, de volumes escalonados e articulados, com coberturas diferenciadas em telhados de duas, três e quatro águas, de telha de meia cana recuperada. Fachadas de dois pisos, rebocadas e pintadas de branco, a maioria delas com embasamento pintado de castanho, rematadas em beirais triplos, com vãos moldurados a cantaria vermelha, tapa-sóis de madeira pintados de verde escuro, e com cunhais, pilares, pilastras, cornijas e outros elementos pintados de ocre. Fachada principal desenvolvida no interior do U, virada a S., com os pisos separados por cornija, pintada de ocre, assentando parcialmente em falsas mísulas. Na face frontal, varanda alpendrada no segundo piso, assente em duas ordens de quatro pilares, no centro, e num pilar em cada um dos cantos, todos eles dóricos e mais avançados, recortando a fachada e os remates da cobertura; escada de um lanço colocada frontalmente aos cantos e inferiormente vasada por nicho de arco abatido, acede à varanda, com guarda em gradeamento de ferro, silhar de azulejos monocromos azuis sobre fundo branco, de composição figurativa seriada, de albarradas, janelas de moldurada de cantaria, pintada de cinzento e superiormente recortada, e pavimento em calhau rolado formando bandas; ao centro, entre os avançados da cobertura, surge espaldar escalonado telhado, com registo de azulejos, e no ângulo SO., junto a um dos corpos recuados alteados, vão de arco abatido albergando cinco sinos escalonados. Nas faces laterais do U, abrem-se em ambos os pisos janelas de peitoril, por vezes desalinhadas, na face E. com caixilharia de guilhotina e na O. de duas folhas, e dois portais de verga recta, o sensivelmente central ladeado de pilastras e encimado por baldaquino semicircular gomeado, pintado de ocre. Os topos das alas laterais são simétricos, apresentando três pisos, com três ordens de pilastras nos cunhais, sendo as do segundo almofadadas, e terminando em cornija. No primeiro piso, abre-se ao centro um vão de arco de volta perfeita com uma cascata de feijoco, e dispõe-se frontalmente colunata dórica sustentando pérgula; no segundo abrem-se quatro janelas de varandim, delimitadas por pilastras suportando cornija decorada e com falsa chave saliente e com gradeamento de ferro; no terceiro piso, surgem igualmente quatro janelas, de sacada corrida com guarda em gradeamento de ferro, de verga recta encimada por cornija recta assente em consolas e sobrepujada por almofadas rectangulares. Fachada lateral O. de dois pisos adaptados ao desnível do terreno, formada por vários panos; no da direita, abrem-se no primeiro piso porta de verga recta sobre pilastras almofadadas e encimada por baldaquino semicircular gomeado, pintado de ocre, e várias janelas de peitoril, de diferente tamanho; no segundo piso, onde sobressai grande volume da chaminé da lareira da sala, abrem-se janelas de peitoril, com caixilharia de guilhotina e uma janela tripartida de sacada, sendo o vão central de arco de volta perfeita alteado e os laterais de verga recta; no pano da esquerda, abrem-se no primeiro piso porta de arco de volta perfeita num corpo semicircular avançado e janela de peitoril tripartida, sendo a central de arco de volta perfeita e as laterais de verga recta e, no segundo, num plano recuado, janelas de peitoril com caixilharia de guilhotina. Fachada E. tendo no primeiro piso, num corpo saliente, portal de verga recta ladeado por pilastras que suportam baldaquino semicircular gomeado pintado de ocre, entre duas janelas de peitoril gradeadas, com caixilharia de guilhotina; lateralmente, recanto recuado com medalhão em arco de volta perfeita, em faiança policromada, representando Nossa Senhora e o Menino, envolvido por festão de frutos, protegido por pérgola assente em colunas torsas pintadas de ocre; no segundo piso rasgam-se janelas de peitoril. Ao extremo esquerdo da fachada adossa-se volume rectangular de uma varanda coberta e fechada, tendo no topo E. vão de arco de volta perfeita e portão de ferro forjado, encimado por registo de azulejos assinalado a data de edificação da casa 1718 e da sua adaptação em 1965, e virado a N. dois arcos de volta perfeita sobre colunas. À direita da fachada da casa adossa-se também volume mais baixo correspondendo às garagens, tendo na fachada virada a S., terminada em empena interrompida por pináculo, dois amplos vãos geminados de arco de volta perfeita. Fachada posterior a N., de um só piso, onde se salienta o grande volume semicircular do forno de pão da cozinha e a grande chaminé sobre a cobertura, com oito saídas de fumo, e pouca fenestração. No INTERIOR, a ala O. tem piso térreo com salão, sala de jogos, separados por átrio com escada de lanços opostos de acesso ao andar nobre; tem pavimentos de cantaria cinzenta, silhar de azulejos de padrão, fogão de sala ao gosto Inglês e tecto do salão com pintura a óleo e estuques. No andar nobre, átrio de entrada com acesso a vários salões, um deles com ligação à biblioteca e a toda a zona social e à reservada; pavimentos de madeira, tectos com pintura a óleo decorados com trabalhos de estuque, assim como o lintel do fogão de sala; a ala E. apresenta divisão idêntica. A CAPELA, dedicada a Nossa Senhora das Vitórias e acedida pela varanda coberta, tem planta longitudinal com sacristia adossada; pavimento de madeira, silhar de azulejos monócromos azuis sobre fundo branco, com composição seriada de albarradas e tecto plano que ao centro se sobreleva, formando polígono; vitral decora a janela. Retábulo-mor de talha dourada, de planta recta e um eixo delimitado por quatro colunas torsas, surgindo no intercolúnio grinalda vegetalista policromada de azul e ao centro nicho com arco de volta perfeita; remate em elemento de talha vazada com decoração fitomórfica e sobre as colunas exteriores volutas. Altar paralelepipédico decorado por elementos vegetalistas envolvendo cartela central. No parque ajardinado, erguem-se árvores de grande porte, como vários tis seculares (ocotea foetens), que deram origem ao nome da rua, magnólias grandiflora, spathodea campanulata beauv (chama da floresta), cedros, jacarandás, plumérias, palmeiras de várias espécies raras, cicas e muitas outras. |
Acessos
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Imaculado Coração de Maria, Rua do Til, n.º 54 |
Protecção
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Categoria: VL - Valor Local, Resolução do Presidente do Governo Regional n.º 778/99, JORAM, 1.ª série, n.º 58 de 01 junho 1999 |
Enquadramento
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Urbano, murado, situado no cimo da R. do Til, em zona alta, flanqueado a E. pelo Ribeiro Chega e a N. e O., com a propriedade da família Miles. Tem dois acessos principais a S., um por uma grande porta de ferro, com entrada de carro, e ao cimo da R. do Til; aqui surge no vão de uma escadaria de lances opostos de acesso ao parque e jardim sobrelevado, delimitado por balaustrada com acrotérios sustentando vasos, vão de arco de volta perfeita, com chave saliente, no interior do qual se encerra uma típica cascata de fajoco, com avencas e begónias, delimitado por colunas de aparelho rusticado e pintado de castanho, suportando sacada de alvenaria, com guarda vasada e pintada de castanho e branco. |
Descrição Complementar
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Num plano sobrelevado à entrada principal, num espaço relvado, encontra-se campanário de cantaria cinzenta com um grande sino em bronze, com a inscrição "Bullow Bremen". Na galeria coberta, de ligação entre as duas alas, encontram-se um silhar de azulejos monócromos azuis sobre fundo branco, do séc. 18, de composição seriada de albarradas, alternadas com anjos e peixes com escamas, rematados por cercadura com folhas de acanto, azulejos neoclássicos com elementos fitomórficos e painel armoriado do séc. 20, com o brasão da família Miles, onde se lê: "PER LA FEDELTÁ"; na fachada E. da casa, encontra-se medalhão em faiança policromada representando Nossa Senhora e o Menino, envolto por guarnição típica com festões de frutos e folhagem, ao gosto de Della Robia; sobre a porta da varanda um registo de seis azulejos com a seguinte inscrição: "HAEC DOMUS, OLIM, EXEDRA NOBILIS, ANNO MDCCXIII A EDIFICATI ANNO MCMLXV ADAPTATA EST". Num recanto do jardim, ergue-se casa de fresco, de planta rectangular tranversal, coberta, com fachada principal terminada em empena interrompida por pináculo, e rasgada por três arcos de volta perfeita sobre colunas, o central encimado pela data "1785" inscrita; no interior possui frontalmente grande painel de azulejos monócromos azuis sobre fundo branco, representando o embarque da Infanta Catarina de Bragança para a Inglaterra; está assinado por R. A., da fábrica de Sta. Anna. Numa das paredes da capela tem um painel de azulejos com a inscrição "em memória a graças alcançadas". |
Utilização Inicial
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Residencial: casa |
Utilização Actual
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Residencial: casa |
Propriedade
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Privada: pessoa singular |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 18 / 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Arquitectos: Francisco Caíres; Pedro Silva; Ricardo Silva; construtor: Lourenço Simões e Reis; pintores: António Gouveia; Henrique de Sousa. |
Cronologia
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Séc. 17 - origem da propriedade, que se estendia até à quinta da Saúde, cujo proprietário era conhecido por Carne Azeda (Sainz Trueva); séc. 18 - pertenceu à família Sossart; inicia-se a construção da casa por um antepassado dos Condes de Carvalhal, que a deixou incompleta até ao séc. 20; na parte construída viveram, no séc. 18, Alexandre e James Gordon, opulentos comerciantes de vinho Madeira; séc. 19, finais - foi alugada à família Hinton; 1933 - foi comprada por Cecil Herbert Miles, que a concluíu com todo o requinte e beleza (LAMAS, Maria, Arquipélago da Madeira, Maravilha Atlântida); 1960 - colocação na varanda de um painel de azulejos do séc. 18, de composição seriada de albarradas (SIMÕES, J. M. Santos, 1963); 1945 - a família Miles construiu a capela dedicada a Nossa Senhora das Vitórias; 1974 - aquisição da quinta por Waldemar Danfield, médico dentista dinamarquês, que ali morou durante dez anos; 1984 - foi comprada pelo empresário madeirense Jorge de Sá que procedeu à sua recuperação durante cinco anos; construção da garagem e piscina pelo arquitecto Francisco Caíres; séc. 21 - transformação da ala E., designada "Casa da Levada", que foi cavalariça, a apartamento. |
Dados Técnicos
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Estrutura autoportante. |
Materiais
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Estrutura de basalto regional revestido e pintado; molduras dos vãos e outros elementos a cantaria cinzenta ou vermelha da região; cascatas de fajoco; caixilharias de madeira; vidros simples; vitral; gradeamentos e portões de ferro forjado; silhares e registos de azulejos; pavimentos interiores de madeira ou lajes de cantaria cinzenta; tapa-sóis e outros elementos de madeira; decoração em estuques de gesso e pintados; retábulo de talha dourada e policroma; imagens de alabastro; sinos de bronze; cobertura de telha de meia cana antiga; pavimentos exteriores e da varanda alpendrada a calhau rolado. |
Bibliografia
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LAMAS, Maria, Arquipélago da Madeira Maravilha Atlântida, Funchal; SIMÕES, J. M. Santos, Azulejaria dos Açores e da Madeira, Corpus do Azulejo, Lisboa, 1963; SILVA, Padre Fernando Augusto da, MENEZES, Carlos Azevedo de, Elucidário Madeirense, Funchal, 1978. |
Documentação Gráfica
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Proprietário |
Documentação Fotográfica
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DRAC |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Proprietário: 1984 / 1985 / 1986 / 1987 / 1988 / 1989 - Obras de reabilitação, restauro, remodelação, pela empresa construtora Lourenço Simões e Reis; as pinturas dos tectos foram restauradas pelo pintor Henrique de Sousa e o retábulo da capela por António Gouveia; tratamento da envolvência, com projecto pelos arquitectos Ricardo Silva e Pedro Silva. |
Observações
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Autor e Data
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Teresa Brazão 2003 |
Actualização
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