Igreja da Ordem Terceira de São Francisco / Igreja de Santo António

IPA.00000802
Portugal, Castelo Branco, Castelo Branco, São Vicente da Beira
 
Igreja setecentista, construída sobre uma capela, provavelmente do séc. 16, de que subsiste apenas o arco triunfal, de arestas biseladas. É de planta retangular composta por nave, capela-mor, a que se adossa a sacristia e anexo ao lado direiro, com coberturas interiores diferenciadas em falsas abóbadas de berço de madeira, iluminada uniformemente na nave por janelas amplas, sendo unilateral na capela-mor, pelo adossamento do anexo. Fachada principal rematada em empena, tendo sineira de execução recente no vértice, e com os vãos rasgados em três eixos, compostos por portal e janelão, o primeiro de perfil em volta perfeita, sendo o janelão em arco abatido, e por dois postigos. Fachadas com cunhais em cantaria, os da principal firmados por pináculos, a lateral esquerda com porta travessa. Interior com coro-alto de madeira, com acesso interior, e púlpito móvel, também de madeira. Arco triunfal amplo, de volta perfeita, flanqueado por mísulas com imaginária. A capela-mor tem retábulo de talha pintada, executado na segunda metade do séc. 18.
Número IPA Antigo: PT020502220026
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja  

Descrição

Planta retangular composta por nave única, capela-mor mais estreita e sacristia e anexo adossados ao lado direito, de volumes articulados e cobertura homogénea em telhado de duas águas continuando em aba sobre o anexo, rematadas em beiradas simples. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por faixa pintada de cinza, flanqueadas por cunhais em cantaria, na fachada principal encimados por pináculos, esta rematada em friso e cornija. Fachada principal voltada a nordeste, rematada em empena encimada por sineira de volta perfeita e remate em cornija e cruz sobre plinto no centro. É rasgada por portal em arco de volta perfeita com impostas salientes e pedra de fecho decorada, ladeada por dois postigos jacentes, gradeados, e encimado por janela de sacada com bacia em cantaria e guarda metálica, com acesso por porta em arco abatido coroado por cornija contracurva. Fachada lateral esquerda rasgada por porta travessa de verga reta e duas janelas retilíneas, a da nave com remate em cornija e a da capela-mor em capialço. A fachada lateral direita ostenta duas cruzes da Via Sacra em relevo, sendo rasgada por janela semelhante à do lado oposto, estando marcada pelo corpo da sacristia, com porta de verga reta na face principal. Fachada posterior rematada em empena, com janela em capialço rasgada na sacristia. INTERIOR com as paredes rebocadas e pintadas de branco, percorridas por silhares de azulejo de padrão policromo, de colocação recente, encimado por friso de madeira, com coberturas em falsas abóbadas de berço de madeira, sobre cornijas do mesmo material, e pavimento em ladrilho cerâmico. Coro-alto de madeira, com guarda vazada, formando falsos balaústres e acesso por escadas de madeira, no lado da Epístola. Junto a estas, púlpito móvel, de madeira, assente em coluna e com guarda balaustrada. Arco triunfal de volta perfeita, de arestas biseladas e assente em impostas salientes, flanqueado por mísulas de madeira com imaginária. Capela-mor com os silhares de azulejo integrando painéis de azulejo figurativo. Na parede testeira, retábulo de talha pintada de branco, azul, marmoreados fingidos e dourado, de corpo reto e três eixos definidos por duas colunas e duas pilastras, assentes em duas ordens de plintos paralelepipédicos. Ao centro, tribuna de perfil contracurvo com trono expositivo de três degraus, o intermédio de perfil galbado. Cada um dos eixos laterais é rasgado por nicho de perfil abatido, contendo imaginária e tendo, na base, portas de acesso à tribuna. A estrutura remata em frontão de volta perfeita, que se adequa à estrutura e integra espaldar de perfil curvo, emoldurado por fragmentos de frontão e folhagem; ao centro, as armas Franciscanas. Altar paralelepipédico, encimado por sacrário embutido, encimado por cornija de perfil contracurvo e decorado por ostensório.

Acessos

São Vicente da Beira, Rua de São Francisco. WGS84 (graus decimais): lat.: 40,038383; long.: -7,562701

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, isolado, implantado no limite norte do aglomerado, numa zona de ligeiro declive, a que se adapta, no centro de um pequeno largo, pavimentado a calçada, de acesso ao Cemitério, situado a ocidente. A oriente, confina com a via pública, asfaltada, situando-se, no lado oposto, o Calvário e a piscina municipal.

Descrição Complementar

OS PAINÉIS DE AZULEJO da capela-mor são figurativos, a azul e branco, de 7x5, representando São Francisco, Santo António e Santa Clara. Na base do primeiro, a inscrição: "S(ão) Francisco fazendo um / acordo com o irmão lobo"; no de Santo António, "S(na)to António / pregando aos peixes"; no de Santa Clara, "Milagre de Santa Clara". Todos estão assinados, "R Campos / 05".

Utilização Inicial

Religiosa: igreja

Utilização Actual

Religiosa: igreja

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese da Guarda - Arciprestado de Alpedrinha)

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 18

Arquitecto / Construtor / Autor

PINTOR DE AZULEJO: Aveirarte (2005); R. Campos (2005).

Cronologia

Séc. 16 - provável construção da capela, dedicada a Santo António; 1744 - os padres de Brancanes, Frei Paula da Ascenção e Frei Francisco de Santo Alberto, vieram pregar a uma missão e fundaram a Fraternidade de São Vicente da Beira da Ordem Terceira de São Francisco *1, tendo-lhes sido doada a Capela de Santo António para esse fim; séc. 18, 1.ª metade - reconstrução do edifício e de um Calvário junto à mesmo; 1758, 04 abril - nas Memórias Paroquiais, assinadas pelo pároco, José Pegado de Sequeira, a capela surge referida como estando fora da povoação, para norte, tendo sido doada à Ordem Terceira de São Francisco, por escritura entre a população local e a aquela entidade, com autorização do bispo da Guarda; séc. 18, final - feitura do retábulo-mor; 1826 - construção do cemitério junto ao templo, em terrenos do antigo açougue; séc. 20, anos 80 - o arco triunfal está pintado de azul; 2005 - pintura dos painéis de azulejo para o interior, na oficina Aveirarte, por R. Campos; provável colocação da sineira na fachada principal.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura em alvenaria rebocada e pintada; pináculos, cunhais, cornija, sineira, pia de água benta e mísulas em cantaria de granito; coberturas, portas, coro-alto, escadas, púlpito e mobiliário de madeira; silhares de azulejo industrial, com painéis de azulejo pintado à mão; pavimento em tijoleira; grades das janelas em ferro forjado; cobertura em telha cerâmica, tipo marselha.

Bibliografia

Historia serafica da ordem dos frades menores de S. Francisco, na provincia de Portugal ... Lisboa: Officina Craesbeeckiana, 1656, parte 5.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN:DSID, SIPA, IGESPAR; Diocese da Guarda: Departamento do Património Cultural

Documentação Administrativa

DGLAB/TT: Memórias Paroquiais, vol. 39m n.º 153m fls. 923 a 958

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 2005 - tratamento de rebocos e pinturas; revisão das coberturas e pavimentos.

Observações

*1 - a Ordem Terceira de São Francisco tinha uma casa de religiosas, pertencente à Província de Portugal e fundada por Teodósia Vaz, natural da vila, empregando todos os seus bens e que obteve licença de D. Catarina para a construção do pequeno mosteiro, sendo a sua primeira madre com o nome de Teodósia da Paixão; faleceria em 06 de setembro de 1577, sendo sepultada junto ao altar-mor; Ana Correia, uma senhora de Castelo Branco, manda colocar, sobre a sepultura, uma lápide com o epitáfio; este edifício é ainda mencionado nas Memórias Paroquiais de 1758 e tem processo de inventário na data da Extinção das Ordens Religiosas, em 1834, mas não restam quaisquer vestígios do mesmo.

Autor e Data

Paula Figueiredo 2018 (no âmbito da parceria DGPC / Diocese da Guarda)

Actualização

 
 
 
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