Casa da Quinta da Aguieira

IPA.00000725
Portugal, Aveiro, Águeda, Valongo do Vouga
 
Casa nobre de planta irregular composta por diferentes corpos fronteiros ligados por passagem superior fechada com coberturas diferenciadas. A sobriedade é a marca dominante contrariada apenas pela fachada principal da capela que mostra maior requinte decorativo. A casa sofreu diversas transformações ao longo do tempo tendo as reformas da 2ª metade do séc. 19 marcado determinantemente a planta e fachadas, e o séc. 18, o interior da capela. É o eixo da EM que estrutura a disposição dos vários corpos que constituem as alas do solar estando a articulação entre os dois lados da estrada assegurada por uma galeria aérea.
Número IPA Antigo: PT020101190010
 
Registo visualizado 180 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial  Casa nobre    

Descrição

Planta irregular composta por ala residencial, capela e anexos, volumetricamente distintas, com coberturas diferenciadas em telhados de 2, 3 e 4 águas. A ala residencial organiza-se em dois corpos principais virados à EM que se articulam através de uma galeria fechada e com 6 vãos de janela (3 de cada lado). Fachada principal do corpo, com 2 pisos, com capela adossada à direita, desenvolve-se longitudinalmente, tendo no 1º porta simples e seis janelas gradeadas, todos os vãos de verga recta encimados por sete janelas de sacada com resguardo de grade. A galeria interrompe esta disposição deixando à esquerda três janelas e à direita as restantes. A fachada principal do corpo fronteiro desenvolve-se na vertical com 3 pisos tendo no 2º idênticas janelas de sacada encimadas no 3º por janelas de guilhotina. O portal principal situa-se na fachada lateral ao nível do 2º piso com acesso por escadaria de pedra. Capela flanqueada por pilastras toscanas com portal de verga recta encimado por frontão ladeado por pequenas urnas; tímpano e verga decorados com festões; óculo polilobado; remate em empena triangular, ladeada por urnas, com brasão esquartelado de Figueiredos, Pachecos, Teles e Morais no tímpano. No interior da capela retábulo de madeira entalhada dourada formado por dois pares de colunas salomónicas com grinaldas enquadrando composição de altas aletas que abriga pequena escultura de Nosso Senhor do Bom Despacho; tecto dividido em nove caixotões pintados com cenas da Paixão; coro-alto com pinturas de rótulos encerrando emblemas da Paixão no sub-coro; campa no chão. Quase fronteiro à capela ergue-se o corpo isolado de uma torre quadrada de 4 pisos, com mirante no último e cobertura com telhado de 4 águas. Dois largos fronteiros para onde abrem dois portões de grades separam a ala residencial dos anexos agrícolas que se desenvolvem longitudinalmente dos dois lados da EM, em 3 corpos rectangulares. As fachadas com 1 piso tem janelões de arco redondo gradeados. No ângulo extremo da propriedade, do lado oposto aos anexos agrícolas, levanta-se uma torre de planta quadrada, com 4 pisos, cunhais reforçados e cobertura em telhado de 4 águas rematado com catavento de ferro. No último piso uma galeria de mirante.

Acessos

EM 574 (Eirol - Macieira de Alcoba), entre Mourisca do Vouga e Aguieira, na Quinta da Aguieira.

Protecção

Em estudo

Enquadramento

Urbano. Conjunto composto por vários corpos cujas fachadas principais estão voltadas à EM. Junto a casas e muros de quintais no centro da localidade.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: casa nobre

Utilização Actual

Residencial

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18 / 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

1735 - João Gomes Martins e sua mulher Maria Eufrásia Gomes Pacheco instituiram a capela de Nossa Senhora do Bom Despacho junto das casas sobradadas com quintal em que residiam tendo a data sido inscrita na porta da sacristia; séc. 18, 1ª metade - construção do tecto e pintura da capela; séc. 18, meados - construção do retábulo da capela; 1758, depois - construção da campa de D. Maria Eufrásia Pacheco (1690 - 1758) no chão da capela, mandada renovar posteriormente pelo bisneto e 1º visconde da Aguieira; 1835 - edificação da torre e renovação dos corpos edificados, segundo data inscrita naquela, por Joaquim Álvaro Teles de Figueiredo Pacheco (1816 - 1895); 1857 - reforma na torre e provavelmente nos outros corpos edificados, segundo data inscrita naquela; 1872, 5 Dezembro - D. Luís I concede brasão e o título de Visconde a Joaquim Álvaro Teles de Figueiredo Pacheco.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Granito, cantarias; ferro, gradeamentos; cer%mica, telhas.

Bibliografia

GONÇALVES, A. N., Inventário Artístico de Portugal - VI, Distrito de Aveiro, Zona Sul, Lisboa, 1959, p. 46; BAPTISTA, Augusto Soares de Sousa, A Capela de Nossa Senhora do Bom Despacho da Casa de Aguieira. Seus Erectores e dotadores, Arquivo do Distrito de Aveiro, Aveiro, 1967, vol. XXXIII, p. 293 - 302; NEVES, Amaro, SEMEDO, Ónio, ARROTEIA, Jorge, Aveiro. Do Vouga ao Buçaco, Lisboa, 1989, p. 173; FERREIRA, Delfim Bismarck, Casa e Capela de Santo António em Albergaria-a-Velha - Século XVIII, Porto, 1999.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

*1 - Aguieira estava dividida em duas partes pelo rio que a atravessa tendo cada uma administração distinta: a E. o lugar da Aguieira que pertencia ao concelho de Vouga; a O. a vila de Aguieira que foi concelho da Ordem de Cristo e recebeu foral novo em 1514.

Autor e Data

Paulo Dordio 1997

Actualização

 
 
 
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