Solar dos Alarcões / Solar dos Andrades e Alarcões / Biblioteca Municipal de Montemor-o-Velho

IPA.00007075
Portugal, Coimbra, Montemor-o-Velho, União das freguesias de Montemor-o-Velho e Gatões
 
Casa nobre oitocentista, eclética, com capela de acesso exterior. Solar urbano, do final do séc. 19, brasonado, num tipo corrente na província, de grande fachada simétrica bem fenestrada, com frontão triangular subido, ao centro, em destaque; capela isenta, já do séc. 20, com porta de vão neomanuelino.
Número IPA Antigo: PT020610070028
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial  Casa nobre    

Descrição

SOLAR: Planta longitudinal, composta, desenvolvida em redor da escada central; volumes articulados, dispostos horizontalmente; cobertura exterior diferenciada em telhado de 2 águas; fachada principal a O., de três panos divididos por pilastras e dois registos; seis vãos rectangulares por pano, três em cada registo, excepto o central que tem porta de verga curva; frontão alto ao centro, no qual se abrem ainda 2 janelas, sobrepujadas pelo brasão da família; as janelas de r/c têm grades reticuladas de ferro, material que dá protecção também às sacadas do 1.º andar; alçados laterais simples, de empena triangular, rasgados de vãos rectangulares, com excepção para a porta de entrada de S., em arco angular truncado; alçado posterior, simples, rasgado de onze janelas e cinco portas. INTERIOR: espaço diferenciado, com dois núcleos de escadas; o principal após arco abatido frente ao vestíbulo da entrada, o secundário junto à entrada posterior; compartimentação à esquerda e à direita no r/c sem um eixo estruturador claro, apesar de existir um pequeno corredor entre a entrada principal e a posterior, com separação clara em espaços anteriores e posteriores, no primeiro andar; pavimento do vestíbulo de entrada em lajes de pedra e pedras pequenas de calçada portuguesa brancas. CAPELA: isolada, no espaço verde do solar à sua face S., após o acesso pelo portão em arco angular truncado do muro de vedação da propriedade, sobre a rua; planta rectangular, composta de nave e pequena sacristia; cobertura exterior em telhado de duas águas; fachada principal a O., delimitada por pilastras e empena triangular cornijada; porta em arco rebaixado, brasão na empena; pequena sineira ao flanco direito. INTERIOR: espaço amplo, iluminado por um vitral no tardoz e pequena janela ao lado do Evangelho.

Acessos

Rua Conselheiro D. João de Alarcão; Largo Alves de Sousa

Protecção

Categoria: IM - Interesse Municipal, Despacho de 02 agosto 2004

Enquadramento

Urbano, inserido no centro histórico, na proximidade da Igreja Matriz (v. PT020610070013), Câmara Municipal (v. PT020610070049), frente ao largo municipal.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: casa nobre

Utilização Actual

Cultural e recreativa: biblioteca

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1870 - D. Maria do Ó Osório Cabral Pereira Forjaz de Meneses, viúva de D. José de Alarcão Velásques Sarmento Osório manda construir o solar, provavelmente no sítio onde existia obra anterior que transitara nas mãos da família; esta ligada à dos Andrades desde o casamento de D. Tomás Velásques Sarmento de Alarcão, fidalgo da Casa Real e comendador e alcaide de Casével, com D. Leonor Inês de Castro, filha de Domingos Correia da Fonseca e de sua mulher Maria de Melo Fonseca, filha de Jacinto da Fonseca e Andrade; D. José de Alarcão Velásques Sarmento Osório era descendente de D. João Velasquez de Alarcon, nobre espanhol que no tempo de D. Sebastião veio para Portugal e foi o primeiro dos Alarcões a viver em Montemor, pois a linha descendente da família encontrava-se anteriormente estabelecida no Espinhal, desde D. Manuel Caetano Velásques Sarmento de Vasconcelos; nessa localidade cerca de Penela, nasceu D. João de Alarcão Velásques Sarmento Osório, filho de D. José de Alarcão Velásques Sarmento Osório e de D. Maria do Ó Osório Cabral Pereira Forjaz de Meneses, antes destes estabelecerem solar na vila mondeguina; 1889 - D. João de Alarcão manda construir anexo ao solar de Montemor um celeiro e um depósito para pipas de água e vinho, diz-se, no lugar onde existia um celeiro em ruína, não se sabendo quando; esta parte da casa foi mais tarde vendida e transformada em habitação; D. João de Alarcão, apesar de nascido no Espinhal (5 de Novembro de 1854), torna-se um dos notáveis de Montemor-o-Velho, sendo reitor da Universidade de Coimbra por 2 vezes, a 1.ª nos anos finais do séc. 19 (em 1898 papel importante no apaziguamento de greve de estudantes) e a 2.ª já no início do séc. 20 (em 1907 face a nova greve esta de carácter revoltoso e com impacto a nível nacional volta a interferir com êxito) (CONCEIÇÃO, 1944); deputado pelos Círculos da Guarda, Funchal e Coimbra e também governador civil desta cidade, da Guarda, e por 3 vezes, de Lisboa; entre outros cargos foi ajudante do Procurador Geral da Coroa, conselheiro do Supremo Tribunal de Justiça e par do Reino (CONCEIÇÃO, 1944); 1905 - nomeado Ministro das Obras Públicas determina a construção da ponte; metálica sobre o rio Mondego, em Montemor; 1913 - D. João de Alarcão ordena a construção da capela de Nossa Senhora da Conceição anexa ao seu solar; a casa é objecto de obras de melhoramento neste período; 1918, 11 de Setembro - D. João morre em Montemor onde se encontra sepultado; foi seu sucessor na vila, D. Luís de Alarcão Velásques Sarmento; séc. 20, finais dos anos 60 - o solar é deixado ao abandono e definitivamente desocupado; séc.20, finais da década de 70 - o edifício é alugado aos Serviços Hidráulicos do Mondego; 1985 - é vendido por Maria da Conceição Ponces de Alarcão Velásques Sarmento Lopes da Silva a Deolindo Azevedo Correia; 1988 - este vende-o à Santa Casa da Misericórdia de Montemor-o-Velho; 1992 - desocupado desde a saída dos Serviços Hidráulicos e em avançado estado de degradação é adquirido pela Câmara Municipal de Montemor-o-Velho; 1999 - aprovado projecto de criação da Biblioteca municipal, pelo Ministério da Cultura, correspondendo à tipologia BM2, e compreendendo átrio, secção de adultos, secção infantil, sala polivalente, serviços administrativos; estimativa orçamental de 158 mil contos, comparticipada a 50% pelo Instituto Português da Biblioteca e do Livro; 2007, 10 de Dezembro - abertura ao público da Biblioteca Municipal.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Alvenaria de pedra, tabique, ferro, telha e madeira.

Bibliografia

CONCEIÇÃO, A. Santos, Terras de Montemor-o-Velho, Coimbra, 1944; GÓIS, Correia, Concelho de Montemor-o-Velho. A Terra e a Gente, Montemor-o-Velho, 1995; Jornal Diário das Beiras, Coimbra, 18 Janeiro 2000, p.13; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/7576884 [consultado em 23 agosto 2016].

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMMV: GTL

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMMV: GTL

Documentação Administrativa

CMMV: GTL

Intervenção Realizada

CMMV: 2007 - conclusão das obras de recuperaçao e abertura ao público.

Observações

Autor e Data

Francisco Jesus 2000

Actualização

 
 
 
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