Igreja e Hospital da Santa Casa da Misericórdia de Mirandela

IPA.00000697
Portugal, Bragança, Mirandela, Mirandela
 
Arquitectura religiosa, maneirista, barroca e rococó. Igreja de misericórdia maneirista, de planta longitudinal composta por nave e capela-mor, interiormente com coberturas em falsas abóbadas de berço, estucada e em caixotões de talha dourada, decorados com acantos, respectivamente, e iluminada axial e lateralmente. Fachada principal terminada em frontão truncado, rasgado por três portais de verga recta, os laterais com frontão semicircular e o central com cornija recta, encimados por janela com frontão semicircular e dois nichos com igual frontão e imagens pétreas. No interior, a nave apresenta com coro-alto, quatro capelas laterais, duas de cada lado, com arco de volta perfeita sobre pilastras toscanas, com vestígios de pinturas murais, albergando retábulos de talha dourada e policroma, de estilo barroco nacional, joanino e rococó, e púlpitos de bacia rectangular sobre mísula, acedidos por porta de verga recta. Capela-mor com retábulo-mor de talha dourada, em barroco nacional, de planta côncava e um eixo. Edifício do hospital de planta em L e fachadas de três pisos, rasgadas por vãos de verga abatida, moldurada. Igreja de misericórdia, de fundação maneirista, com a fachada terminada num frontão de volutas laterais, com pináculos tipo pinha, rematado por um outro frontão semicircular onde se rasga pequeno nicho com a imagem da Pietá. O portal central é encimado por cornija e falso frontão de volutas, lavradas no pano de peitoril da janela que o encima. O contrato datado de 1671 estipulava que se abrissem na fachada duas janelas e um nicho central, esquema que, ou não se cumpriu, ou posteriormente se alterou, já que os frontões que encimam a janela e os nichos são bastante alteados e desproporcionados relativamente aos dos portais laterais. No interior, todos as molduras de cantaria ostentam vestígios de pintura mural, em marmoreados fingidos ou motivos fitomórficos. Os quatro retábulos da nave, de épocas distintas, denotam intervenções sucessivas no imóvel. Possui dois púlpitos confrontantes e tinha tribuna, disposta no lado do Evangelho, para colocação do cadeiral dos Mesários. Destaca-se a decoração da capela-mor, com a cobertura de apainelados em talha e o retábulo-mor, com atlantes de vestes exóticas no sotobanco; as pinturas murais das paredes, fingindo silhar de azulejos azuis e brancos enxaquetados e painéis marmoreados, encimados por passemanaria, deverão datar do séc. 19. O imóvel mantém várias peças do primitivo hospital e de retábulos desmontados, destacando-se o painel das Almas.
Número IPA Antigo: PT010407210017
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Edifício de Confraria / Irmandade  Edifício, igreja e hospital  Misericórdia

Descrição

Planta rectangular com igreja longitudinal composta por nave rectangular e capela quadrangular, de menores dimensões, com sacristia e edifício do hospital, em L invertido, adossado à fachada lateral direita e prolongando-se para a posterior. Volumes articulados e coberturas diferenciadas, com telhados de duas águas na igreja e de quatro no hospital, com pináculo cerâmico no vértice. Fachada principal rebocada e pintada de branco, de dois panos (o da igreja e o do hospital), marcados por cunhais apilastrados e embasamento de cantaria. IGREJA terminada em frontão truncado, terminado lateralmente em volutas, coroadas por quatro pináculos em pinha, sobre plintos paralelepipédicos, tendo, entre eles, sineiras metálicas, com sino, rematadas por cruz latina também em ferro; no vértice do frontão, possui espaldar semicircular em pedra, onde se abre pequeno nicho com a imagem da Pietá, de cornija saliente, coroada por cruz latina em cantaria, de braços lisos, assente em plinto lavrado com losango, flanqueado por pequenos pináculos piramidais. É rasgada por três portais de verga recta, com molduras formando ligeiro recorte, encimados por friso e, os dois laterais, por frontão semicircular de volutas, e o central, sensivelmente mais alto, por cornija recta, interligada ao vão superior por pano de peitoril de cantaria decorado por enrolamentos volutados relevados, formando falso frontão; superiormente, rasga-se janela rectilínea gradeada, com igual moldura, sobrepujada por friso e frontão semicircular alteado, extravasando a cornija inferior do remate. Ladeia-a, dois nichos estreitos em pedra, em arco de volta perfeita interiormente concheados, albergando as imagens pétreas de São João da Mata e de São Félix de Valois *1, sobre cornija recta, e rematados por frontões semicirculares semelhantes ao do vão. As demais fachadas encontram-se adossadas. INTERIOR rebocado e pintado de branco, com pavimento em soalho e cobertura em falsa abóbada de berço estucada. Coro-alto de madeira de castanho, com balaustrada torneada, e acessos laterais através de portas de verga recta, de molduras simples, estando a do lado do Evangelho entaipada. De cada lado da nave, rasgam-se duas capelas, em arco de volta perfeita sobre pilastras toscanas, albergando retábulos de talha policroma e dourada, de planta recta e um eixo, os do lado do Evangelho, dedicados a Nosso Senhor dos Passos e a Nossa Senhora do Rosário, com a data 1761, e os do lado oposto, dedicados ao Senhor da Cana Verde *2 e a Nossa Senhora dos Prazeres. As capelas são ladeadas por nichos de alfaias, em arco de volta perfeita e moldura rectangular. Entre elas, dispõe-se dois púlpitos confrontantes com bacia rectangular assente em volumosa mísula, decorada com elementos fitomórficos, sublinhados a pinturas murais, com guarda em balaustrada e acedidos por porta de verga recta, pintada a marmoreados fingidos, encimada por friso e cornija, estando a do lado da Epístola entaipada. Arco triunfal de volta perfeita sobre pilastras toscanas, com vestígios de pinturas murais nos extradorsos, com marmoreados fingidos e motivos fitomórficos, ladeado por um Cristo *3 e por Bandeira Real. Capela-mor com pavimento granítico e cobertura em falsa abóbada de berço abatido, em talha dourada, formando caixotões entalhados, decorados com acantos enrolados e outros elementos fitomórficos, integrando ao centro florões, assente em cornija decorada com acantos e "putti" ritmada por mísulas com atlantes. Paredes com pinturas murais decorativas, reproduzindo silhares de azulejo em azul e branco e, num registo superior, painéis de marmoreados fingidos a rosa, enquadrados por moldura fina, rematado por drapeados em forma de festão com borlas, em "trompe l'oeil". De cada lado dos alçados, rasga-se uma porta de verga recta, a do lado do Evangelho com moldura em madeira, e, superiormente, uma janela, encontrando-se a do lado da Epístola encoberta por tela com a representar da "Visitação". Sobre supedâneo de três degraus, surge o retábulo-mor de talha dourada, de planta côncava e um eixo definido por seis pilastras e seis colunas torsas, decoradas de acantos, pâmpanos e fénices, as primeiras assentes em plintos e as colunas por mísulas com anjos atlantes, e de capitéis coríntios, que se prolongam no ático em igual número de arquivoltas, unidas no sentido do raio; ao centro, abre-se tribuna, em arco de volta perfeita, interiormente decorada com apainelados de acantos e querubins, coberta por falsa abóbada de berço em caixotões, albergando trono galbado com a mesma decoração, sustentado por anjos atlantes e, integrando na sua base, o sacrário tipo templete, circular, ornado de acantos, aletas laterais cobertura em cúpula e com cruz na porta. Sotobanco com plintos paralelepipédicos decorados de acantos e anjos alternados por atlantes, de vestes exóticas e coroa. Altar paralelepipédico com frontal ornado de acantos relevados, anjos, fénices e querubim em cartela central. Sacristia rebocada e pintada de branco, com pavimento pétreo e tecto de madeira, conservando armário embutido e lavabo de cantaria, de espaldar rectangular encimado por nicho concheado, terminado em cornija com pináculos piramidais, um deles rematado em bola e plinto galbado central; bacia rectangular de perfil curvo. Segue-se um anexo de dois pisos, com cobertura em vigamento de madeira, com escada do mesmo material, de acesso ao púlpito do lado do Evangelho. HOSPITAL: Fachada principal estreita, de três pisos, separados por frisos, rasgado regularmente por vãos sobrepostos, de verga abatida, moldurados; no primeiro piso, abrem-se dois portais, no segundo duas janelas de sacada comum, com guarda em ferro, e no último duas janelas de peitoril, com pequena guarda também em ferro e com a moldura a formar falsos brincos rectos. Fachada lateral direita parcialmente adossada, tendo o último piso forrado a chapa metálica ondulada. Fachada posterior de dois pisos e água furtada central, em adobe, terminada em beirado avançado de madeira; é rasgada no piso térreo por vãos de diferentes modinaturas, de verga abatida, rectilíneos ou trapezoidais, e, no segundo, por janelas de peitoril rectilíneas, com molduras de madeira; na água-furtada, abre-se uma trífora, igualmente com moldura de madeira. INTERIOR em estado de abandono e em mau estado, com paredes rebocadas e pintadas de branco e faixa bege, pavimento de madeira e tectos de estuque, com dependências acedidas por portas rectilíneas, algumas integrando bandeira envidraçada.

Acessos

Praça Cinco de Outubro

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 45/93, DR, 1.ª série-B, n.º 280 de 30 novembro 1993

Enquadramento

Urbano, no centro histórico, flanqueado pelo Palacete Carolino Pessanha, a S., e pelo Solar dos Condes de Vinhais (v. PT010407210015), a N., formando frente de rua, quer na fachada principal, à frente da qual se desenvolve ampla praça, quer na fachada posterior. Fronteiro, ergue-se a esquadra da P.S.P..

Descrição Complementar

Retábulo do Senhor dos Passos em talha policroma, de planta recta e um eixo definido por duas pilastras com os fustes decorados por tronco e ático em espaldar recortado, ladeado por pilastras e decoração formada por ramificações de árvore; nicho em arco de volta perfeita, interiormente ornado de apainelados de madeira pintados com a figura de Cristo atado à coluna (Evangelho) e do Ecce Homo (Epístola) e, na cobertura, que forma caixotões, inseridas em cartelas fitomórficas, símbolos da Paixão de Cristo (coluna, lança, pregos, azorrague, coroa de espinhos, cravos, martelo e torquez); alberga a imagem do orago. Junto ao retábulo-mor, do lado da Epístola, dispõe-se o altar deste retábulo, tipo urna e igualmente decorado com troncos de árvore e alguns concheados pequenos. Capela de Nossa Senhora do Rosário em arco de volta perfeita sobre pilastras toscanas, ambas com vestígios de pinturas murais, de temática fitomórfica. Integra retábulo de planta recta e um eixo definido por duas colunas torsas com espira de rosas, assentes em plintos paralelepipédicos ornados de motivos fitomórficos, e duas pilastras, decoradas de concheados, que evoluem superiormente em lambrequins, com cartela recortada no fecho; ao centro, possui nicho de perfil curvo e moldura ornada de concheados, com a imagem do orago, tendo o fundo pintado com motivos fitomórficos. No lado da Epístola, a capela de Nossa Senhora dos Prazeres possui decoração igual à anterior. Integra retábulo de planta recta e um eixo, definido por duas pilastras com concheados e duas colunas de fuste igualmente com decoração de concheados, assentes em plintos galbados, ornados de folhas de acanto; ao centro, inserido em apainelado pintado com motivos volutados e com concheados dourados relevados, surge pequeno nicho, de arco apontado e de estrutura sobreposta por concheados, assente em grande mísula galbada, albergando a imagem do orago; inferiormente, dispõe-se pequena mísula com imaginária; ático em espaldar recortado, decorado com concheados, fragmentos de cornija e, ao centro, concheados vazados. A capela do Senhor da Cana Verde, apresenta as pilastras e o arco pintado com flores e grinaldas. Integra retábulo de planta recta e um eixo definido por duas colunas torsas com espira fitomórfica, assentes em mísulas com anjo atlante e concha, e duas pilastras ornadas de motivos vegetalistas, que se prolongam em igual número de arquivoltas no ático, unidas no sentido do raio e com a pedra de fecho constituída por dois anjos segurando uma coluna, símbolo do martírio de Cristo; ao centro, possui nicho, com fundo pintado e moldura de folhas de acanto; sotobanco de apainelados com acantos enrolados. Nenhum dos retábulos possui altar.

Utilização Inicial

Religiosa: edifício de confraria / irmandade

Utilização Actual

Religiosa: edifício de confraria / irmandade

Propriedade

Privada: Misericórdia

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 / 18 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

CANTEIRO: António Gomes (1675). ENTALHADOR: Álvaro Correia. (1667). PEDREIRO: António Veiga (1671); Manuel Gonçalves (1671). Manuel da Veiga (1671). PINTOR Manuel António de Sousa (1893).

Cronologia

1518 - fundação da Misericórdia de Mirandela, tendo o primeiro templo existido na Rua da Ponte e que cedo se arruinou, ficando conhecido como Misericórdia Velha; séc. 16, 1.ª metade - provável execução da bandeira da Misericórdia e da pintura de São Cosme e São Damião; 1667, Dezembro - despesas feitas com um retábulo, não especificando qual, executado por Álvaro Correia, de Vila Real, que recebeu a quantia de 55$000 por dourar e pintar a estrutura; 1667 / 1668 - pagamento de 35$000 aos pintores; 1669, 14 Julho - 50$000 pagos aos pintores do retábulo; 1670, 9 Julho - notícia do pintor de Vila Real estar insatisfeito com o pagamento de 18$000; 1671, 20 Novembro - auto de arrematação das obras de construção da igreja, sacristia e casa do despacho pelo canteiro António Veiga e Manuel Gonçalves, irmãos, naturais do Lugar de Canavezes, termo de Chaves, por 400$000 *4; o mestre deveria acabar a obra até à Páscoa de 1673; o pagamento seria feito em várias prestações: 50$000 no fim de Janeiro de 1672, outros 50$000 na Páscoa e a mesma quantia ia-se dando conforme corresse a obra; a Misericórdia ficou obrigada a dar toda a pedra, barro e carretos de cantaria, madeiras e cal, e o mestre pedreiro daria a madeira, cantarias cortadas e cal; 1675, 1 Agosto - auto de arrematação ao mestre canteiro António Gomes de umas obras de conclusão da igreja: assento de 3 degraus no altar-mor, de parede a parede, com seu lajeado, assentar um degrau no cruzeiro, assentar as colunas com seus firmamentos de cantaria, tapar a tribuna da perde e o arco do cruzeiro para o forro; assentar a cornija da frontaria e outras; fazer o campanário e a obra da porta; assentar uma pia de água-benta; o pagamento das obras seria de 1$500 rs, 4 alqueires de centeio, 2 almudes de vinho e os "quaretos" de toda a pedra, grande e pequena; 1721 - pagos 30$000 réis para dourar o retábulo-mor, que ostentaria uma imagem de Cristo na cruz; 1761 - provável conclusão do retábulo do lado do Evangelho, segundo data no remate do mesmo; 1814, 1 Novembro - provisão de D. João VI concedendo à Misericórdia a régia protecção que sempre gozara; séc. 19, último quartel - demolição do campanário, que teria duas sineiras, na sequência de obras profundas, colocando-se duas sineiras de ferro, uma de cada lado da frontaria; 1877 - doação pelo barão de Castelo de Paiva à Misericórdia de Mirandela de uma inscrição nominal de 500$000; 1880 - melhoramento do pavimento pétreo *5, substituído por sobrado liso de madeira; a cobertura interior foi estucado, até então com tábuas pintadas e o coro, que ameaçava ruína, foi reparado, tendo sido colocadas duas colunas para suporte; 1893 - execução da pintura a óleo, representando a "Visitação", encomendado pelo provedor António Baptista de Carvalho Salazar, ao pintor Manuel António de Sousa, de Vila Flor, por 103$000; 1980, Novembro - um técnico da DGEMN informa que a fachada principal apresentava rebocos fissurados e destacados, as portas estavam em mau estado, com indícios de apodrecimento e arranjo das sineiras da frontaria; o telhado estava empenado, resultante de infiltrações de águas pluviais e a cobertura interior em risco de desabamento; pavimento de madeira estava desnivelado e a talha da capela-mor muito deteriorada; as paredes da capela-mor cobertas com cal, indiciavam vestígios de pinturas murais; 1988 - a imprensa denuncia o estado arruinado do imóvel, sendo necessário substituir rebocos, impermeabilizar coberturas e renovação da instalação eléctrica; 1989, Setembro - solicitação do Provedor à DGEMN de apoio técnico e financeiro para as obras; 1989, finais - os técnicos do Instituto José de Figueiredo verificaram a eminente derrocada dos caixotões da capela-mor; 1989 / 1990 - remoção da tribuna dos mesários, construída em 1671 "armada sem cuberta, de cantaria, que hade chegar de borda do côro até ao pulpito, hade ser esta tribuna guarnecida com sua cornige de cantaria" (SALES, Ernesto, p. 243); 1990 - descoberta de pinturas murais, a imitar azulejos e apainelados em marmoreados fingidos.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Granito na estrutura (rebocada e pintada de branco, modinaturas, frontões, cunhais, pináculos, arco triunfal, bases dos púlpitos, pavimentos, nichos de alfaias, lavabo da sacristia; madeira no coro-alto, guardas dos púlpitos, portas, caixilhos, retábulos em talha dourada e policromada, imaginária encarnada, pintada ou estofada, andores; ferro nas sinetas; telas pintadas; telhas de aba e canudo; vidro simples nas janelas.

Bibliografia

SALES, Ernesto Augusto Pereira de, Mirandela. Apontamentos Históricos, 2 vols., Bragança, 1978-1983; FERNANDES, João Luís Teixeira, Mirandela entre Duas Datas, Mirandela, 1986; Igreja ameaça ruir, in O Dia, Lisboa, 18/06/1988; Igreja de Mirandela ameaça ruir, in O Primeiro de Janeiro, Porto, 19/06/1988; Projecto de restauro indefenido. Igreja de Mirandela em risco de ruir, in Diário de Notícias, Lisboa, 20/06/1988; Há templos a pedir Misericórdia numa cidade ainda sem... Matriz, in Jornal de Notícias, Porto, 22/06/1988; Igreja da Misericórdia, um imóvel de interesse religioso, cultural e arquitectónico, in Notícias de Mirandela, Mirandela, 06/1988; Há templos a pedir Misericórida numa cidade ainda sem... Matriz, in O Cardo, Bragança, 25/06/1988; Igreja da Misericórdia em perigo de ruir, in O Mensageiro de Bragança, Bragança, 01/07/1988; O caso de recuperação da Igreja da Misericórdia, in Jornal de Notícias, Porto, 04/07/1988; Igreja da Misericórdia ameaça ruir, in O Primeiro de Janeiro, Porto, 07/07/1988; Igreja da Misericórdia de Mirandela "a cair", in O Primeiro de Janeiro, Porto, 08/10/1988; Santa Casa da Misericórdia fecha Igreja da Misericórdia, in O Primeiro de Janeiro, Porto, 30/03/1989; Igreja de Mirandela corre risco de ruir, in O Primeiro de Janeiro, Porto, 12/04/1989; AZEVEDO, José Correia de, Inventário artístico ilustrado de Portugal. Trás-os-Montes e Alto Douro, Algés, 1991; FERNANDES, João Luís Teixeira, Mirandela. Roteiro de uma cidade, Mirandela, 1991;TAVARES, Virgílio A. B., Conheça a nossa terra Mirandela, Mirandela, 1996; DIAS, Isabel [dir.], Dicionário enciclopédico das freguesias, 3.º vol., Matosinhos, 1997, pp. 115-116.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; Arquivo da Santa Casa da Misericórdia de Mirandela; Câmara Municipal de Mirandela: GTL

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; ASCMM

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID; ASCMM

Intervenção Realizada

Santa Casa da Misericórdia de Mirandela: 1989 / 1990 - obras no interior, levando à retirada da tribuna dos mesários; desmontagem do retábulo de São Miguel; DGEMN: 1989 / 1990 - renovação das coberturas exteriores, reforço da estrutura, colocação de forro, vedações e novo revestimento de telha cerâmica, execução de novos rebocos interiores das paredes e cobertura da nave; substituição parcial da rede eléctrica; 1990 - fixação, pelo extradorso, da estrutura da cobertura de caixotões da capela-mor; 1991 - continuação de beneficiações interiores na igreja; 1992 - reparação dos pavimentos da nave, capela-mor, coro-alto e colocação de novos soalhos; 2007 - obras de recuperação do hospital.

Observações

*1 - elementos presentes na frontaria desde a época em que se verificou a ocupação do antigo hospital e do templo pelos religiosos Trinos, em época indeterminada, que aí colocaram as imagens dos fundadores da sua ordem. *2 - a imagem do orago é proveniente do primitivo templo. *3 - segundo a tradição, esta imagem será proveniente de Castela, transitando para Mirandela, a quando da fundação da povoação, transitando para Algoso e, posteriormente, para a Misericórdia Velha, de onde provém. *4 - o corpo da igreja deveria ter 70 palmos de comprimento e 36 de largura, tendo a parede 6 palmos de espessura no alicerce e, daí para cima, 4 palmos, e ainda a altura de 30 palmos; far-se-ia o portal da capela-mor para a sacristia, 2 frestas na capela-mor e 2 degraus de cantaria para o altar-mor, com seu altar; a nave deveria ter 2 frestas a meio, porta travessa no meio delas, uma outra porta a E. que saía para as casas, de cantaria, com a sua pia de água benta, uma tribuna bem armada sem coberta, de cantaria, entre o coro e o púlpito, guarnecido com cornija de cantaria; o púlpito deveria ter "asento" de cantaria moderna, com grades torneadas; uma outra porta para o coro; a frontaria deveria ter pilastras nos cunhais, o seu remate, no meio um nicho bem feito, com sua cornija por cima, mais duas janelas rasgadas no andar do coro, com suas sacadas, 2 pirâmides nas costas da igreja e o campanário sobre a porta que do coro ia para as casas. A igreja seria armada de madeira de castanho, o coro, com sua estante e cruz torneadas, e grades também em madeira de castanho; a capela seria "arcada" e apainelada de castanho. A sacristia deveria ter o comprimento da capela, com 2 frestas a N, pia de água benta ladeando a porta, e outra porta para as lojas; deveria receber forro como o da igreja. Sobre a sacristia ficaria a casa do despacho, com 2 janelas para N., tribuna "armada com colunas", outra porta na "coluna para as casas que se hão de fazer", forrada como a igreja, tendo ainda outra porta para O.. A igreja e casa do despacho seriam depois rebocadas e telhadas.*5 - o pavimento estava dividido em taburnos, para enterramento dos irmãos, que aí funcionou até à construção do cemitério municipal.

Autor e Data

Ernesto Jana 1994 / Marisa Costa 2001

Actualização

Paula Noé 2007
 
 
 
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