Convento de Santo António / Igreja de Santo António / Centro Paroquial de Santa Maria Maior

IPA.00006821
Portugal, Viana do Castelo, Viana do Castelo, União das freguesias de Viana do Castelo (Santa Maria Maior e Monserrate) e Meadela
 
Arquitectura religiosa, maneirista, barroca e rococó. Convento franciscano capucho, de planta rectangular irregular, composta por uma igreja, convento no lado direito da igreja e o corpo adossado perpendicularmente, correspondente à enfermaria. A igreja é de estrutura maneirista, de planta longitudinal, com nave antecedida por nártex e formada por capelas laterais no lado do Evangelho e uma no lado da Epístola, e por capela-mor mais estreita, iluminada unilateralmente por janelas em capialço rasgadas na fachada lateral esquerda do templo, pelas janelas da fachada principal e com coberturas diferenciadas em falsas abóbadas de berço, assentes em cornija, a da capela-mor com caixotões pintados com grotesco. Fachada principal em empena contracurva, rasgada pelo arco abatido da galilé e o janelão e óculo do coro-alto, com as respectivas molduras recortadas e unidas, com elementos decorativos tardo-barrocos; possui quatro nichos com imaginária em cantaria. No interior da galilé, a antiga Capela do Senhor dos Passos no lado esquerdo e o acesso à portaria no direito, com portal axial de verga recta e remate em cornija. Interior com amplo coro-alto, assente em arco abatido, sustentado por pilastras, com guarda torneada e vestígios do cadeiral. Lateralmente, surgem cinco capelas profundas, com acesso por arco de volta perfeita, assente em pilastras toscanas, com coberturas em abóbadas de caixotões e marcadas por sanefas. No lado da Epístola, os vãos rectilíneos dos confessionários e o púlpito quadrangular, com guarda plena e acesso por porta de verga recta. Arco triunfal de volta perfeita, encimado por Calvário, protegido por sanefas, ladeado por retábulos colaterais de talha policroma, tardo-barrocos. Capela-mor com o túmulo maneirista do Fundador, sob a qual surge uma cripta, possuindo retábulo-mor de talha dourada joanina, de planta côncava e três eixos. As paredes estão revestidas com silhares de azulejo de figura avulsa. No lado da Epístola, o acesso ao CONVENTO que se desenvolve em torno de claustro quadrangular, com o piso inferior com cinco arcadas de volta perfeita assentes em colunas dóricas e acesso central, sendo o superior arquitravado e o terceiro com os vãos rasgados nas paredes; ao centro, chafariz central maneirista, com tanque quadrangular e duas taças circulares. O exterior é marcado por vãos rectilíneos com moldura simples de cantaria, algumas de varandim com guarda metálica, marcando as janelas regrais, que iluminavam os corredores dos dormitórios e demais dependências. Sacristia anexa à Via Sacra, possuindo arcaz com espaldar rococó, com vários nichos para relicários, e dois móveis. Ao lado, o acesso à cerca e os arrunos e adega. À portaria sucedia-se a capela do piso inferior e a Casa do Capítulo, marcada por acesso em arco de volta perfeita *22. No lado oposto à igreja, a casa do lavabo, o De Profundis e a escada regral, ao lado dos quais se desenvolviam o refeitório *23, cozinha e despensa. No segundo piso, os dormitórios, hospedaria *24 e, oposta à fachada principal, a livraria *25. Em corpo separado, a enfermaria, com ampla varanda e arcadas inferiores *26. O terceiro piso era marcado pelo antigo Dormitório. A cerca desenvolvia-se na fachada posterior, a partir de um jardim formal, de onde partiam quatro ruas, no topo das quais ficavam capelas e fontes, uma delas dando acesso à mata *27. Fazendo parte desta, o sistema hidráulico, que vinha de um pinhal do interior da cerca, por canos subterrâneos até à sacristia e cozinha, com canalização pelo interior do claustro. Edifício muito alterado e amputado ao longo do tempo, com a igreja despida de parte do seu espólio decorativo, por se achar em risco de derrocada, mas que constituía um dos maiores edifícios da Província capucha da Conceição, constituindo, durante muitos anos, a sua casa-mãe. Desenvolve uma planta pouco comum entre as Províncias Capuchas, com capelas a ladear a nave, talvez por influência da casa-mãe da Província de Santo António, de que se separa, o Convento de Santo António dos Capuchos, em Lisboa (v. PT031106450153); na Província da Conceição, apenas assume semelhanças com o Convento de Caminha, da Fraga e São Francisco de Viana. A Igreja possui a fachada mais elaborada da Província, possuindo um remate contracurvo, de inspiração borromínica, com fragmentos de frontão e vários nichos, de execução rococó, que alteraram a primitiva fachada muito simples, apresentando afinidades com as fachadas reformadas de Arcos de Valdevez, Caminha, Melgaço, Monção, Orgens e Moncorvo, semelhante às de São Pedro do Sul e Fraga. Individualiza-se das demais províncias capuchas pelo facto de possuir nichos nas fachadas, muito raros nas demais, possuindo, ao contrário do normal da Província, quatro nichos, em vez dos habituais dois. As fachadas exteriores são simples, destacando-se o portal, com remate em cornija contracurva e ladeado por duas falsas lunetas de molduras recortadas, constituindo uma falsa janela termal, assinatura do arquitecto Diogo Marques Lucas. Três das capelas laterais encontram-se destituídas de elementos decorativos, possuindo uma delas um carneiro com cruz de azulejo e outra falsa decoração de azulejos azadrezados pintados. As capelas que mantêm os retábulos são as últimas de ambos os lados, o do Evangelho de estilo nacional, mas com alterações tardo-barrocas na zona do nicho, para permitir a introdução do Santíssimo Sacramento, sendo o oposto muito simples. Existem algumas ilhargas com vestígios de azulejo de padrão policromo seiscentista, mas mal colocado, surgindo na capela da Epístola, vestígios da antiga pintura barroca que ornava a totalidade da igreja. No sub-coro, dois nichos, esquema raro na Província, mantendo dois túmulos de frades insignes. Sobre o coro, existia um órgão de armário, transferido para a Sé de Viana, com um exemplar gémeo no Convento de São Francisco de Lamego. O púlpito, bastante simples, possui o acesso primitivo, através da zona regral, entaipado, possuindo acesso recente, através de escadas de madeira enceradas, no lado esquerdo. Os retábulos colaterais são simples, tardo-barrocas, de planta recta e um só eixo, de talha policroma, destacando-se, pela sua qualidade, o retábulo-mor de talha dourada e profusa decoração barroca joanina, onde se distinguem duas colunas salomónicas, o remate com as armas seráfica, ladeadas por anjos de vulto e o sacrário em forma de globo, semelhante ao de São Francisco de Viana, rodeado por resplendor, tendo semelhanças com a talha da Capela do Santíssimo da Sé de Viana do Castelo (v. PT011609310013), executada em 1745-1747, bem como com o retábulo-mor do Recolhimento de Santiago, também em Viana do Castelo, executado em 1746, levando a crer que se trata de obra da mesma escola, de António Rodrigues Pereira. Esta estrutura contrasta com as obras epimaneiristas da cobertura, com caixotões pintados por grotesco, em pleno séc. 18, bem como pelo túmulo, efectuado no séc. 17, mas arreigado a esquemas mais antigas, bastante semelhante à executada alguns anos mais cedo (1590) para servir de túmulo ao insigne frei Bartolomeu dos Mártires, no Convento de São Domingos de Viana, revelando ter sofrido uma influência directa e talvez a intervenção do mesmo mestre. Sob a capela-mor, uma cripta ornada por pintura mural, compondo santos franciscanos e albarradas, de qualidade bastante frustre. Mantém o guarda-vento neoclássico, de talha em branco e com os ângulos rematados por pequenas urnas entalhadas. A zona conventual encontra-se completamente alterada, destacando-se a sacristia, que mantém o arcaz rococó, com vários nichos, o central para o Calvário e os laterais para receber relicários, e dois armários, um deles embutido, assemelhando-se à estrutura dos contadores. A enfermaria mantém a varanda, a pedra de armas do doador e, fronteiro, um chafariz que integrava o jardim formal da cerca.
Número IPA Antigo: PT011609310048
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Convento / Mosteiro  Convento masculino  Ordem de São Francisco - Franciscanos Capuchos (Real Província da Conceição)

Descrição

Edifício composto pela igreja, o antigo núcleo conventual adossado ao lado esquerdo, um corpo perpendicular a este, correspondente à antiga enfermaria e uma zona na fachada posterior, pertencente à primitiva cerca. IGREJA de planta longitudinal composta por nave, antecedida por galilé, nave, para onde abrem cinco capelas laterais, e capela-mor ligeiramente mais estreita, com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento de cantaria de granito, flanqueadas por cunhais apilastrados e rematadas em friso, cornija e beirada simples. Fachada principal *2, virada a O., flanqueada por cunhais encimados por pináculos em forma de urna, rematando em cornija contracurva e interrompida, formando, no topo, um perfil de inspiração borromínica, com cruz latina no vértice. É rasgada por arco abatido assente em pilastras toscanas, de acesso à galilé, protegido por grades metálicas, encimado por cornija que sustenta um nicho em arco de volta perfeita e abóbada de concha, assente em pilastras dóricas, envolvido por friso em toro e enrolamentos, que se elevam na zona central, contendo a imagem em cantaria de Santo António; este liga ao janelão do coro-alto, rectilíneo e em capialço, com moldura recortada e encimado por cornija, que liga ao óculo ovalado, rematado por friso recortado e cornija, sustentando o nicho do topo contracurvo e com peanha galbada, onde surge a imagem em cantaria de Nossa Senhora da Conceição, sobre um globo terrestre. O janelão é ladeado por dois nichos em arcos de volta perfeita e molduras de cantaria rectilíneas e recortadas, com fecho saliente e remate em cornija de perfil borromínico, onde surgem duas peanhas, que sustentam as imagens de cantaria de São Domingos e São Francisco. A galilé tem pavimento em lajeado de granito e cobertura em falsa abóbada de aresta, assentes em mísulas de cantaria, possuindo, confrontantes, duas portas de verga recta com molduras simples de cantaria, a da esquerda correspondendo à antiga Capela do Senhor dos Passos e a direita à portaria *3. Frontal, o portal axial de verga recta e moldura simples, rematado por pequeno friso e cornija contracurvo, com falso fecho saliente, protegido por duas folhas de madeira almofadadas e bandeira na zona superior, ladeado por duas meias-lunetas de moldura recortada, criando uma falsa janela termal. No lado direito e ligeiramente saliente, o campanário *4, com dois registos divididos por friso e cornija, o inferior rasgado por três janelas rectilíneas, uma jacente e duas em capialço, com molduras simples, estando encimado por sineira de volta perfeita, assente e ladeada por pilastras toscanas, com fecho saliente e remate em friso, cornija e frontão de lanços. Fachada lateral esquerda parcialmente adossada ao muro do cemitério, alteada relativamente à cornija primitiva, com duas janelas em capialço e rectilíneas e uma em arco de volta perfeita na nave e com duas janelas semelhantes e óculo circular na capela-mor. Fachada lateral direita adossada à zona conventual e fachada posterior em empenas cegas, escalonadas. INTERIOR da nave *5 rebocado e pintado de branco, com cobertura em falsa abóbada de berço, também rebocada e pintada, assente em cornija de cantaria, com pavimento em taburnos de madeira e réguas de cantaria *6. O portal axial encontra-se protegido por guarda-vento de madeira em branco, encerada, rematado por urnas nos ângulos, formando vários apainelados e envidraçado no topo. Coro-alto em arco abatido, assente em cornija e pilastras toscanas, com guarda de madeira torneada em embutidos fitomórficos de pau-santo e angelim; tem pavimento de madeira, com acesso por porta de verga recta no lado da Epístola, onde se mantém, lateralmente e sobre um estrado de madeira, uma ordem de 16 cadeiras, de assentos fixos e braços volutados, encimadas por espaldar rematado por cornija, com vestígios dos caixilhos das pinturas antigas *7. No sub-coro, dois arcos de volta perfeita, contendo duas arcas tumulares simples em cantaria, a do Evangelho pertencente a Frei Feliciano de Jesus Maria e a da Epístola a Frei André de São Bento. No lado do Evangelho, três capelas com acesso por arcos de volta perfeita, assentes em pilastras toscanas, com coberturas em falsas abóbadas de berço em caixotões, tendo, na primeira *8, no centro, uma tampa de acesso a um carneiro, com o interior decorado por uma cruz latina em azulejo policromo, na segunda *9 vestígios da primitiva decoração, com pintura a criar falsos azulejos axadrezados, pretos e brancos e a terceira *10 com um silhar de azulejo de padrão policromo, de 2x2, formando o P-31. Ainda no lado do Evangelho, um espaço profundo, de dois tramos, com acesso por arco de volta perfeita, encimado por sanefa recortada e com falsas mísulas, com pavimento lajeado e cobertura em falsas abóbadas de berço em caixotões. No primeiro tramo, tem, no lado esquerdo, o túmulo da Freirinha, envolvido por pilastras toscanas e rematado por frontão triangular interrompido; o acesso ao segundo tramo processa-se por arco abatido e fecho saliente, rematado por espaldar recortado e cornija, ornado por enrolamentos; no fundo, iluminado por janela rectilínea, retábulo de talha dourada e policroma *11. No lado da Epistola, duas portas de verga recta e molduras simples, correspondentes aos antigos confessionários, surgindo, elevado, o púlpito quadrangular assente em mísula de cantaria, com guarda plena de madeira policroma, decorado por cartelas, concheados e elementos fitomórficos, com os ângulos marcados por pilares toscanos; tem acesso por porta de verga recta com moldura recortada e protegida por sanefa de madeira policroma, desactivado e por escadas de madeira com guarda torneada, no lado esquerdo. Ao lado, a Capela da Sagrada Família, com acesso por arco de volta perfeita, encimado por sanefa semelhante à do lado do Evangelho, com cobertura em falsa abóbada de berço em caixotões e estrutura retabular; nas ilhargas, reaproveitamento de azulejo de padrão policromo e, nas paredes rebocadas, uma janela com vestígios de pintura mural. Ao lado, a porta de acesso ao claustro, profunda e com sanefa semelhante à anterior. Arco triunfal de volta perfeita, assente em pilastras toscanas, encimado por um Calvário, sobre mísulas de madeira e encimados por sanefas recortadas e com lambrequins; encontra-se ladeado pelos retábulos colaterais, dispostos em ângulo, dedicados a Santo António *12 (Evangelho) e a Nossa Senhora da Conceição *13 (Epístola). Elevada por um degrau, a capela-mor, com paredes rebocadas e pintadas de branco, ostentando silhares de azulejo de figura avulsa, com pavimento em lajeado e cobertura em falsa abóbada de berço com 25 caixotões pintados com grotesco. As janelas encontram-se encimadas por sanefas de madeira policroma, de perfis recortados. No lado do Evangelho, arcosólio com o túmulo do Fundador, António Martins da Costa, surgindo, no lado oposto, a porta de verga recta, de acesso à antiga Via Sacra *14 e uma ampla moldura de cantaria, que envolveria uma tela ou tábua desaparecida *15. Sobre supedâneo, o retábulo-mor de talha dourada, de planta côncava e três eixos definidos por duas colunas torsas e duas salomónicas, assentes em consolas com anjos atlantes, tendo, ao centro, ampla tribuna *16 com trono expositivo de sete degraus, com o interior apainelado e decorado por folhas de acanto; nos eixos laterais, mísulas protegidas por baldaquinos com lambrequins, contendo imaginária. Tem remate em fragmentos de frontão, encimados por anjos de vulto, que sustentam uma cartela com as armas franciscanas, de onde despontam lambrequins. Na base, o sacrário em forma de globo, tendo na porta glória de querubins, flanqueado por quarteirões de atlantes, rematado por sanefa e festões. Sob a capela-mor, uma cripta com acesso por pedra epigrafada. CONVENTO de planta rectangular simples, em torno de um claustro *17 central, com um corpo adossado perpendicularmente, também rectangular, com coberturas diferenciadas a oito e quatro águas, surgindo cobrtura em vidro e metal sobre o claustro. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, percorridas por embasamento de cantaria e rematadas em cornija e beirada simples, com cunhais em cantaria e evoluindo em três pisos, o superior separado por friso. Fachada principal, virada a O., rasgada por vãos rectilíneos, com molduras simples em cantaria, surgindo, no piso inferior, três portas e quatro janelas em capialço, encimadas, nos pisos superiores, por sete janelas de peitoril e uma de varandim, com guarda vazada metálica. Fachada lateral esquerda adossada à igreja, tendo a oposta, virada a S., duas portas e seis janelas em capialço no primeiro piso, encimadas por onze janelas de peitoril e duas de varandim, tendo, no piso superior, dez janelas de peitoril e duas de varandim. Fachada posterior de três panos, o central reentrante, onde se rasgam portas no piso inferior, algumas protegidas por um alpendre, fechado por metal e vidro, janelas rectilíneas no segundo, surgindo uma mais ampla, no lado esquerdo, em arco abatido, e de peitoril e varandim no terceiro piso. Adossado, o corpo da antiga enfermaria, com fachada principal virada a S., com dois pisos, o inferior marcado por cinco arcos de volta perfeita, assentes em pilares toscanos, actualmente fechados por portadas metálicas e de vidro, encimado por varanda corrida alpendrada, sustentada por dez colunas toscanas e com guarda metálica, ostentando a pedra de armas do padroeiro, para onde abrem cinco portas de verga recta e moldura simples, e quatro amplas janelas rectilíneas, com caixilhos metálicos. INTERIOR desenvolvido em torno de um claustro quadrangular, de três pisos, com o inferior marcado por cinco arcadas, assentes em colunas toscanas e com acesso central, tendo o superior com varanda protegida por guarda plena, rebocada e pintada de branco, com estrutura metálica, que protege a cobertura da quadra; o piso inferior encontra-se pavimentado a lajeado de granito e o superior a tijoleira. No centro, um chafariz do tipo centralizado, com tanque de planta quadrangular, no centro da qual surge alto plinto paralelepipédico e pequena coluna, onde assentam duas taças circulares, separadas por uma segunda coluna; a superior é de menores dimensões e ambas possuem quatro bicas em forma de carranca. Para as alas inferiores, abrem portas e janelas rectilíneas, e vãos mais amplos, em arco de volta perfeita, surgindo, nos superiores, vãos rectilíneos com molduras simples de cantaria. Qualquer destes espaços se encontra completamente adulterado, excepto a sacristia, com pavimento em ladrilho cerâmico e tecto de betão, onde é visível o arcaz *18 e os respectivos armários, um deles embutido na parede. Junto à antiga enfermaria, uma pequna zona ajardinada, composta por um relvado, árvores de médio porte e um chafariz desactivado composto por tanque em cantaria, de planta contracurva, formando apainelados e capeado a cantaria, possuindo plinto paralelepipédico central, com um tabuleiro, estrutura piramidal e remate aproveitando a tampa de uma antiga urna.

Acessos

Largo de Santo António; Avenida 25 de Abril; Avenida Capitão Gaspar de Castro

Protecção

Em vias de classificação (Igreja)

Enquadramento

Urbano, adossado ao edifício da Ordem Terceira de São Francisco e respectivo cemitério (v. PT011609310080), implantado em zona de ligeiro declive. A fachada lateral esquerda confina com a via pública, separadas por passeio pavimentado em calçada, dando a principal para um amplo adro, murado no lado direito em cantaria de granito aparente, e com acesso frontal, pavimentado a cubos de granito, servindo de zona de parqueamento. No lado direito, possui uma árvore frondosa, o que resta do primitivo terreiro e Passeio Público *1, surgindo um acesso por escadas no lado direito, onde se desenvolve uma pequena zona ajardinada. A fachada posterior confina com uma zona pertencente à Câmara, onde se situam os viveiros da mesma e um cemitério municipal.

Descrição Complementar

No topo da quarta capela lateral surge uma estrutura retabular de talha dourada, em muito mau estado de conservação, de planta côncava e um eixo definido por duas colunas torsas, que se prolongam no sentido do raio e assentam em consolas de querubins e pequenos atlantes, constituindo o remate, e por duas pilastras onde se rasgam nichos com imaginária, protegidos por baldaquinos, tendo, ao centro, nicho contracurvo e fecho formado por pequeno espaldar pintado de branco, com elementos decorativos dourados, uma intervenção posterior, permitindo torná-la num retábulo expositivo do Santíssimo. A Capela lateral do Evangelho, dedicada à Sagrada Família, possui uma estrutura de talha muito simples, de planta recta e composta por um eixo de pilastras, formando a moldura do nicho central, de volta perfeita, profusamente ornado por concheados, possuindo, na base, uma edícula trapezoidal; o altar é em forma de urna. Retábulos colaterais de talha policroma com marmoreados fingidos, de planta convexa e um eixo definido por duas colunas de fuste liso, com o terço inferior estriado, assentes em consolas, que flanqueiam um nicho contracurvo, onde se ergue plinto com imaginária. As estruturas rematam em elegantes espaldares curvos, com profusa decoração de acantos, e em falso frontão vazado por óculo, sobrepujado por cornija, ostentando altares em forma de urna com cartelas de rocalhas. No lado do Evangelho da capela-mor, surge amplo arcosólio, iluminado por janela, totalmente policromo, composta por arco de volta perfeita, flanqueado por pilastras toscanas, que sustentam friso dórico e frontão interrompido pelas armas do defunto, dos Rego e Costa No interior, um túmulo com inscrição na face frontal e com jacente, de mãos postas e cabeça sobre almofada, com tratamento bastante tosco e anacrónico, aproximando-se dos esquemas tardo-medievais. Sob a capela-mor, uma cripta correspondendo a um amplo espaço com a mesma dimensão da capela-mor, com acesso feito por uma lápide com a inscrição: "SEPULTURA DE GASPAR DA COSTA REGO, FIDALGO DA CASA DE SUA MAGESTADE, CAVALLEIRO DA ORDEM DE CHRISTO, SEGUNDO PADROEIRO DESTA CAPELLA, E DE SUA MULHER DONA JULIANA CORREA, E DE SEUS HERDEIROS", de onde saem alguns degraus; a cripta tem, na parede testeira, um arco de volta perfeita, com falsa abóbada de concha pintada, onde surgiria o túmulo do doador, flanqueado por repositórios, encimados por pinturas a representar Santo António e São Francisco, surgindo, mais repositórios no vãos das escadas, onde surgem figurados São Jerónimo e Santa Maria Madalena, aparecendo, a ladear as escadas albarradas decorativas, de execução bastante simples. Na sacristia, arcaz de doze gavetões, com ferragens recortadas, em bronze, sobre o qual evolui um espaldar de gesso pintado, com oratório central, formando nicho contracurvo, com remate em cornija de inspiração borromínica, contendo duas mísulas o que indicia que teria possuído um Calvário, desaparecido; está ladeado por dois panos de cada lado e ilhargas, compostas por um total de trinta nichos, em que se conservavam os relicários, de que ainda subsistem vários exemplares, na forma de bustos e braços. Na fachada da enfermaria, a pedra de armas do fundador, esquarteladas dos Cunha, Silva, Faria e Sotomaior, rodeadas de paquife e coroa aberta, com o primeiro "(...) de ouro, com nove cunhas de azul, postas 3,3 e 3", o segundo dos Silva "De prata, com um leão de púrpura, armado e lampassado de vermelho ou de azul", o terceiro dos Faria, "De vermelho, com uma torre de prata, aberta e iluminada de negro, acompanhada de cinco flores-de-lis de prata, três em chefe e uma em cada flanco", e as dos Sotomaior "De prata com três faixas xadrezadas de vermelho e de ouro, de três tiras" (Armorial Lusitano, 1961, pp. 188, 208, 503 e 509).

Utilização Inicial

Religiosa: convento masculino

Utilização Actual

Assistencial: centro paroquial / Educativa: jardim de infância / Devoluto

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Viana do Castelo)

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 17 / 18 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Diogo Marques Lucas (1612); CANTEIRO: António Gomes (1771-1773). CARPINTEIRO: António Pereira (1767); Mestre Lima (1830-1831). ENGENHEIRO: Manuel Pinto Vilalobos (séc. 18). ENSAMBLADOR: Frei António do Salvador (1742-1747). ENTALHADOR: Ambrósio Coelho (atr., 1759); António Rodrigues Pereira (1759); Frei Jorge dos Reis (1625-1626). MESTRE DE OBRAS: Frei Francisco da Vitória (1698); João Lopes-o-Moço (1612). PEDREIROS: Domingos Dias (1621); Pêro Lopes (1621). PINTOR: Frei António da Estrela (séc. 17); António Vieira (1627-1628); Frei Francisco de Santa Águeda (1625-1626); João Alvares Cardoso (1758).

Cronologia

Séc. 17 - fundação da Capela de São Benedito na Capela do Nascimento, por Graça Barbosa; doação da Capela do Capítulo a Martim Velho Barreto e a Justa Maciel; a Câmara paga 32$000 para sermões; feitura do Santo António da fachada; 1609, 26 Novembro - escritura de padroado da capela-mor por António Martins da Costa, e para a construção do edifício; o testamento exige um retábulo-mor, com a representação de São Francisco, uma Natividade e as imagens de São Francisco e Santa Clara; pintura de painéis para a nave por Frei António da Estrela; 1610, 18 Novembro - escolha do sítio para a edificação, com ligação à Rua da Bandeira; 1612, 15 Maio - fundação da terceira capela do Evangelho por Manuel Gonçalves Moreira, dedicada a São Francisco, deixando 300$000; 18 Junho - contratação do pedreiro João Lopes, o Moço por 2:550$000; o fundador daria todo o material necessário e um valor para a construção da sua sepultura, e pagaria a planta delineada pelo arquitecto Diogo Marques Lucas; o edifício formava um quadrado perfeito, constituído por capela-mor, nave, galilé, coro-alto, 4 capelas, confessionários, o púlpito e arcos dos altares colaterais, tudo com abóbada de berço, semelhante ao Convento de São Domingos (v. PT011609190002); o claustro, dormitórios e enfermaria custariam 950$000; os dormitórios seriam 2, o principal no lado E., com 5 celas, e o um no corredor do coro, com uma capela dedicada a Nossa Senhora da Graça; 1615 - falecimento do fundador, tendo parado as obras; 1620 - chega de Cochim o herdeiro, Gaspar da Costa do Rego; 13 Agosto - o novo padroeiro doa 300$000 para a obra; 1621, 1 Abril - Gomes Burgueira contrata-se com o mestre para a continuidade da obra; 2 Abril - avaliação da obra por Pêro Lopes e Domingos Dias, que não agradaram ao mestre, que celebrou uma escritura de quitação; as obras passam a decorrer por jornadas, talvez pelos pedreiros anteriores; 1622, 16 Setembro - instalação da Ordem Terceira no colateral da Epístola, dedicado a São Ivo; 1624 - data na pedra funerária de Domingos Monteiro Maciel colocada na capela do lado da Epístola; 1625 - conclusão da obra do convento; 28 Outubro - celebração da primeira missa; feitura da sepultura de Sebastião Burgueira e esposa; 1627, 24 Novembro - deposição do fundador no túmulo; 1627-1628 - feitura do primitivo retábulo-mor por Frei Jorge dos Reis, dourado por Frei Francisco de Santa Águeda; pintura da tabela por António Vieira; 1628 - Gaspar da Costa do Rego manda executar uma cripta sob a capela-mor; 1629, 19 Fevereiro - falecimento de Manuel da Cruz, responsável pela segunda capela do Evangelho, dedicada à Senhora do Pé da Cruz, administrada pela Santa Casa da Misericórdia; 1630, 27 Julho - Gaspar da Costa do Rego deixou bens às Irmandades de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, instaladas na Capela do Nascimento; existência da Irmandade de Nossa Senhora da Conceição, no altar-mor; 27 Julho - Gaspar da Costa do Rego elabora testamento deixando uma pipa de vinho, $040 para a compra de carne semanal, 6 alqueires de azeite para a lâmpada da capela-mor, doações vinculadas à Quinta de Vitorinho e aos juros dos almoxarifados de Ponte de Lima e Viana; a viúva, Juliana Correia anulou parte das doações; 1632 - falecimento de D. Gelásia, sepultada na nave; 1636 - padroeiro do Capítulo António do Velho Barreto; 1637 - sepultura do padre Rodrigues Freinel junto à Capela do Nascimento; 1639 - o altar-mor torna-se privilegiado; 18 Maio - a terceira capela do Evangelho foi doada a Sebastião Burgueira e dedicada a São Francisco Xavier, deixando 40$000; fez o retábulo e ofereceu uma escultura do orago, da sua colecção particular; 3 Setembro - indulgência de Urbano VIII redimindo dos pecados quem visitasse todos os altares; 1640 - Urbano VIII autoriza a exposição do Santíssimo; 1641, 18 Maio - codicílio ao testamento de Sebastião Burgueira, indigitando o neto, Rafael de Abreu de Lima, como administrador da Capela; 1644, 2 Agosto - fundação da Capela do Nascimento, a primeira do Evangelho, por Melchior de Sá Sotomaior, de Lanhelas, doando 5$000 para o azeite; séc. 17, meados - fundação da capela colateral do Evangelho, dedicada a Santo António, por Justa Prego Sarmento, que deixou uma casa térrea; 1647, 9 Agosto - codicílio ao testamento de D. Justa, deixando mais 2$000 para a fábrica da Capela, fazendo-se sepultar no carneiro; 1655 - fundação da Capela da Epístola, dedicada a São Francisco, por João Ferreira; os seus herdeiros não cumpriram e os frades fizeram um retábulo dedicado a Nossa Senhora da Conceição; 1664 - primeiro inventário da Ordem Terceira; 1666 - feitura do chafariz do terreiro, por ordem de D. António Luís de Sousa; 1679 - feitura da imagem de Nossa Senhora da Conceição, por Frei Jorge dos Reis; 1694, 16 Janeiro - decisão de dividir a Província de Santo António em duas; 1698 - feitura dos canos, a partir de um pinhal que tinha 3 nascentes e pertencia à comunidade, obra dirigida por Frei Francisco da Vitória, que também construiu o tanque da horta; 1705, 24 Abril - nascimento da Real Província da Conceição *19, por Breve de Clemente XI, passando o Convento a integrá-la; 1706, 13 Fevereiro - celebração do primeiro Capítulo Provincial no Convento, tornado casa-mãe da nova Província; 1708 - execução da pintura do Milagre da mula, depois transportada para a capela da Epístola; 1709 - sepultura de D. Isabel Lobato de Neiva no claustro; séc. 18, primeira década - feitura do retábulo da última capela lateral do Evangelho, por Ambrósio Coelho; 1716 - Frei Simão da Soledade pede autorização para colocar uma imagem de Nossa Senhora das Dores na segunda capela do Evangelho, que passou a ser o principal orago; feitura do retábulo da Capela, sendo a estrutura primitiva enviada para Ponte de Lima; feitura das imagens de Santa Ana e São Joaquim em Braga para a capela lateral da Epístola; 1718 - feitura do primitivo retábulo colateral do Evangelho por Ambrósio Coelho; 22 Março - Breve de Clemente XI, instituindo as irmandades de escravos de Jesus Maria e José, então instalada na Capela do Nascimento; 1720, 18 Março - elaboração dos estatutos da Irmandade de Nossa Senhora das Dores; 1721-1726 - construção do terceiro piso, onde se implantou um dormitório para os frades; 1721-1727 - construção da livraria e uma cela para o bibliotecário; 1722 - feitura do retábulo colateral da Epístola primitivo, provavelmente por Ambrósio Coelho; 1723 - pintura dos caixotões da capela-mor; 1724 - ampliação do convento e mudança da torre para a fachada principal; feitura da cobertura da nave em reboco; 1725 - a Capela das Dores pertencia a João da Costa do Rego; colocação de um conjunto escultórico, a representar o Baptismo de Cristo, na Capela da Epístola, que passou a assumir o culto do Jordão, tendo como padroeiro Martim Quesado Jácome de Vilas Boas; 1726-1729 - construção da Casa do Capítulo no local da antiga enfermaria, virada à fachada principal, por ordem de Frei Miguel de Jesus Maria; 1727-1730 - construção de uma nova enfermaria, com a doação de esmolas de Sebastião da Cunha Sotomaior, que mandou colocar a sua pedra de armas no edifício; séc. 18, década de 30 - pintura das cantarias da igreja; colocação de sanefas sobre o Calvário do arco triunfal, com cortinas fingidas, a que se juntou a imagem de Santa Maria Madalena; colocação de uma Sagrada Família na Capela do Jordão; 1733 - ampliação do refeitório, que passou a ter 4 frestas e uma a iluminar o púlpito de leitura; 1738 - remoção das ossadas do fundador da Capela do Jordão, colocadas na parede, para se poder celebrar no local; 1740, 23 Abril - pedido dos religiosos de São Francisco à Confraria dos Mareantes de uma esmola destinada à reconstrução do seu mosteiro que se havia destruído na sequência de um temporal; a esmola atribuída foi de 12$000; 1742 - reforma da fachada principal, com ampliação do óculo e feitura de nova cornija; provável feitura da guarda do coro-alto; 1742-1747 - execução das grades-confessionários *20, por Frei António do Salvador; séc. 18, meados - ampliação da capela-mor; feitura do novo retábulo para a Capela de São Francisco Xavier; 1750 - feitura das cortinas em damasco de Itália; feitura do retábulo-mor, atribuído pelo Cronista da Província a Frei João de Jesus Maria, mas poderá ter sido feito por António Rodrigues Pereira; a madeira para a estrutura foi oferecida por D. Teresa Antónia Pereira de Castro, da Casa de Faquelo, de Arcos de Valdevez; feitura das sanefas da capela-mor; execução do cadeiral em pau-preto; séc. 18, meados - pintura das armas da Capela do Nascimento, provavelmente por Manuel Pinto Vilalobos; 1750 - colocação de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição na Capela do Jordão, que fora mandada executar no Porto, por João Gonçalves Rebelo; 1750-1751 - feitura de novo sistema hidráulico que importou em 600$000; 1751 - transferência do retábulo-mor primitivo para o Convento de Melgaço; 1755 - feitura do muro do terreiro; 1758, 9 Setembro - ajuste com a Ordem Terceira de São Francisco do douramento da Santa localizada no altar de Santo Ivo na igreja do mosteiro de Santo António e limpeza do ouro da talha do mesmo altar pelo pintor João Alvares Cardoso, por 16$000; 1759 - douramento do retábulo-mor e do retábulo da capela do claustro; feitura e douramento do retábulo da Capela do Nascimento, por 20 moedas de ouro; é possível que tenha sido executado por Ambrósio Coelho; séc. 18, década de 60 - feitura dos retábulos colaterais e do púlpito; 1761, 17 Julho - a abadessa do Mosteiro de Santa Maria do Lorvão, D. Mariana de Vasconcelos Coutinho, envia relíquias dos Mártires de Marrocos para o Convento; 1763 - execução de um supedâneo de cantaria na capela-mor; início de recolha de esmolas para a feitura de uma imagem da Senhora da Boa Morte; 1763-1765 - reforma da ala oposta à igreja, com feitura do refeitório, despensa, a casa do lavabo, De Profundis e escadas regrais, que importou em 191$763; 1765 - feitura de 6 castiçais para o retábulo-mor por 3$160 e de 4 e uma cruz para o colateral do Evangelho; execução do frontal da Capela do Nascimento; abertura de uma janela na fachada posterior da capela-mor para iluminação da tribuna, pavimentada a madeira; execução de um novo arcaz; execução da escada da horta; feitura de uma zona de armazenamento na ala NE. e uma passagem para a cerca; execução do altar da Capela de Nossa Senhora das Dores; 1765-1767 - feitura do retábulo da Capela da Sagrada Família por 46$570 e colocação, no local, de uma Santa Maria Madalena; execução dos armários da sacristia, um deles para arrecadar as relíquias, ambos em angelim, por 93$760; execução do soalho da sacristia; 1766 - construção do socalco e do muro da horta, por 6$500; 1767 - execução da imagem da Senhora da Boa Morte para a Capela de São Francisco Xavier; colocação de soalho na capela-mor, com alçapão de acesso à cripta; provável pintura da tela da boca da tribuna, representando uma Nossa Senhora da Conceição; encontrava-se em obras a capela da Varanda, com a obra de carpintaria de António Pereira, por 19$940; feitura de 14 esculturas para colocar sobre os arcos das capelas, por 11$480; execução da sanefa do púlpito, por $900; feitura da sineta da sacristia por $140 e do espelho por 5$800; 1769 - feitura do altar da Capela da Sagrada Família; 1770 - a cavaleira do porteiro foi executada por $120; 1770 - feitura da grade em madeira da porta da capela do claustro, por 3$360; 1771 - pintura da imagem da Senhora da Boa Morte e encomenda de dois castiçais e uma cruz para o altar da Capela; 1774 - feitura do altar da capela do claustro; 1776 - plantação dos carvalhos da mata por 1$400; 1777, 3 Junho - a Ordem Terceira cede o seu altar aos frades, que colocaram no local a imagem de São Pedro de Alcântara; 17 Dezembro - cedência de parte do terreiro para construção do Passeio Público; 1778-1779 - douramento de um dos sinos por $800; 1779 - reforma da fachada principal, com introdução dos nichos e novo remate da fachada, cujo risco se poderá dever a André Soares, Manuel Pinto Vilalobos ou Frei Francisco de Jesus Maria; feitura das imagens de São Domingos, São Francisco e Nossa Senhora da Conceição; lajeado do terreiro e feitura do pórtico e nicho, por 90$695; 1780-1781 - feitura do azulejo para o refeitório, na Fábrica de Viana, por 51$142; 1788 - feitura da sacristia da Capela da Varanda, por $400; pintura do supedâneo da capela-mor, por 7$140; 1789 - execução do órgão por António José Peres Fontanes, importando em 344$670; 1789-1790 - execução de uma imagem da Senhora das Dores e um véu, tudo proveniente do Porto, por 40$100; 1791 - a casa-mãe passa para o Convento de Santo António da Cidade, no Porto; 1792 - reforma da sacristia, com feitura de novo espólio decorativo, importando em 187$673; 21 Janeiro - sepultura de Manuel da Mota no cruzeiro; 1793 - execução do relógio com mostrador, em azulejo; 1803-1804 - feitura de duas dúzias de bancos para a portaria, por 5$560; 1811, Maio - parte da cerca foi ocupada pelo cemitério municipal; 9 Maio - construção do Passeio Público no terreiro, com introdução de várias árvores; 1810 - 1819 - funcionamento de um colégio para ensino das primeiras letras; 1817 - feitura das sanefas da igreja, por 2$440; 1820 - execução de uma nova custódia de prata por 46$810; 1822 - execução de uma nova banqueta para o retábulo-mor; 1822-1823 - feitura da tulha por 10$970; 1824 - pintura das sanefas dos vãos por 96$720; 1830 - o Convento retoma o estatuto de casa-mãe; 1830-1831 - feitura do guarda-vento pelo carpinteiro Lima, pela quantia de 103$225; 1831 - feitura de tocheiros para a tribuna, por 19$200; feitura do Menino para a imagem de Santo António; 1833 - feitura de uma estante para o coro-alto, por 19$200; 1834 - após a extinção das Ordens, procedeu-se ao inventário e avaliação do conjunto (5:330$000); as alfaias foram avaliadas em 11$999; a Igreja foi doada à Paróquia; a imagem de Nossa Senhora das Dores é trasladada para a Matriz; abate da alameda de plátanos do terreiro; é referenciada a existência de uma maquineta sobre a guarda do coro-alto, que rematava em forma de cúpula, encimada por um São Miguel, contendo um Calvário e um Presépio; 1835, 6 Outubro - a Câmara pede a cedência da igreja para capela mortuária; 16 Outubro - a edilidade pede a cedência do convento, mas o espaço foi cedido ao Ministério da Guerra para instalar um Hospital Militar; 1840 - parte da cerca foi aproveitada para ampliar o Cemitério e uma fracção doada ao Hospício da Caridade, inviabilizada pela construção da linha férrea; 1844, 25 Maio - novo pedido da Câmara; 1855, 26 Julho - cedência da igreja e sacristia à Câmara; 1849 - avaliação do que restava da cerca: o laranjal e árvores de fruto em 300$000, o campo grande, a S. do convento, com uma casa, oficina de lavoura e coberto de madeira em 500$000, o terreiro, jardim e pequena casa a E., em 120$000 e a terra de lavoura e vinha, a N., em 300$000; 1861 - venda da cerca por 21$000; 1873 - transporte do órgão para a Matriz de Viana; 1885 - a Câmara solicita obras para individualizar a sacristia da zona conventual; 1896, 3 Junho - pedido da Ordem Terceira de São Francisco de parte da cerca, para ampliação do seu cemitério; 1946 - transformação da Casa do Capítulo em refeitório dos militares; 1948, 24 Abril - frades capuchos pedem o edifício para se instalarem; 1954-1955 - o que restou do terreiro foi aplanado e feito um muro; 1970 - a Santa Casa da Misericórdia pede a cedência do edifício para creche e escola de enfermagem *21; 1979, 24 Agosto - cedência do edifício à Paróquia de Santa Maria Maior, para instalação de um Centro Paroquial; 5 Setembro - início das obras de reabilitação; as colunas do segundo piso do claustro foram substituídas por estruturas metálicas que sustentam uma cobertura de vidro; 1990, 28 Outubro - inauguração do Centro Social e Paroquial; 2003 - encerramento da igreja ao público; 2004 - protocolo entre a DGEMN e a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto para monitorização da igreja e posterior elaboração de projecto de consolidação da mesma; 2005 - remoção do espólio da igreja por perigo de derrocada; 2013, 04 dezembro - publicação do anúncio de abertura do procedimento de classificação da Igreja de Santo António, n.º 375/2013, DR, 2.ª série, n.º 235.

Dados Técnicos

Estrutura de paredes portantes.

Materiais

Paredes em alvenaria de granito e tijolo, rebocada e pintada; modinaturas, cunhais, pináculos, cornijas, pavimentos, colunas, chafarizes, túmulos em cantaria de granito; pavimento da igreja, portas, guarda-vento, púlpito e escadas, guarda do coro-alto, portas e retábulos em madeira; estrutura do claustro em metal e vidro; silhares de azulejo tradicional; cobertura exterior em telha.

Bibliografia

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Documentação Gráfica

DGPC: DGEMN:DSID; AHMVC: Espólio do Dr. Figueiredo Guerra, Mss. 12 - I, cod. 29; BPMP: BRANDÃO, Gonçallo Luis da Sylva, Topographia da Fronteyra, Praças, e seus contornos, Raya Seca, Costa e Fortes da Provincia de Entre Douro e Minho, MDCCLIII (1753)

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN:DSID; AHMVC: Fundo postal, Postais antigos de Viana

Documentação Administrativa

DGPC: DGEMN:DREMN-1617/10, 1081/05, 1584/02; DIE: ATSC, Prédio militar n.º 30 de Viana do Castelo, GEAEM, Planta da antiga cêrca e Convento de Santo António da cidade de Vianna do Castelo, 2908-2-A-26-37; ASVC: Livro dos Acórdãos da Irmandade do Santíssimo Sacramento (1779-1891); ADB: Convento de Santo António de Viana do Castelo, Documentos avulsos, F 37, Livro da Fábrica das Capelas, F28, Livro das Contas, 2 vols., F24 e F25, Livro das Entradas na Confraria das Dores, 1774-1832, F26, Livro das Ordinárias e Legados, F30, Livro das Sepulturas, 2 vols., 1725, F33 e F34, Livro dos Termos Visitas e Posses dos Guardiães, 1667-1724, F35; BPMP: Crónica da Provincia da Conceição, 1737, FA - 69; DGARQ/TT: AHMF, Convento de Santo António de Viana do Minho, cx. 2259, Fundo Monástico-Conventual, Ordem dos Frades Menores, Província da Conceição, Convento de Santo António de Viana do Castelo, 4 maços de documentos avulsos

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1727 - reforma das celas; 1728 - pintura do retábulo primitivo da Capela do Nascimento, por 1$220; 1738 / 1739 / 1740 / 1741 - obras na zona regral por ordem de Frei Paulo da Conceição; 1740 - obra no dormitório primitivo, adaptado a celas dos visitadores e presidente do Capítulo; séc. 18, meados - retoque da pintura dos caixotões da capela-mor; 1759 - Frei Simão da Assunção manda reformar o retábulo e pintura da Capela da Sagrada Família; 1765 - reboco e pintura da Casa do Capítulo e colocação de um novo pavimento em madeira; arranjo da cozinha e conserto da chaminé; restauro dos dormitórios, com novos forros de madeira; arranjo da bica do chafariz do claustro por $440; reforma das pinturas do interior da igreja, por ordem de Frei Amaro da Trindade; 1767 - limpeza dos tocheiros do retábulo-mor; limpeza dos tocheiros do retábulo colateral do Evangelho por 4$895; reforma da Capela de Nossa Senhora da Lapa, no claustro, tendo sido acrescentado o retábulo, conserto do repositório, grades e taburnos, com a feitura de novos castiçais, uma cruz e uma imagem do orago com coroa de prata, por 32$460; 1769 - retoque do painel da boca da tribuna por $600; 1770 - conserto do nicho da portaria, por $500; 1771 / 1772 / 1773 - restauro do Dormitório Novo, no segundo piso, que tinha 12 celas, tendo recebido obra de pedraria, alvenaria, com novas janelas, portas e telhado, importando a pedra em 827$350, quebrada por António Gomes, proveniente do Monte de Santa Luzia e Monte de Anhão, com a madeira proveniente de Arcozelo, Vitorino e Fragoso; a obra de alvenaria e cantaria importou em 262$910 e a de carpintaria em 299$590; caiação do cárcere e colocação de porta e ferragens, por 11$700; 1774 - ampliação da livraria, com novas coberturas, rebocos, janelas e vidraças, num total de 19$550; arranjo do telhado do galinheiro por 3$360; 1776 / 1777 / 1778 - obra de pedraria, carpintaria, colocação de estuque e caiação dos dormitórios, por 71$700; 1778 / 1779 - reforma do campanário, com construção de um novo remate, por 1$900; obra na Casa do Capítulo e na capela-mor; restauro da despensa; colocação de portas nos dormitórios, por 1$900; restauro da rouparia; obras de restauro na casa do fogo; arranjo da totalidade do muro da cerca por 49$020; 1779 - remodelação dos taburnos da nave, com feitura de novas tampas de madeira; 1780 / 1781 - feitura de uma nova cobertura para o refeitório e novo pavimento em madeira, por 88$620; 1789 / 1790 - obras na fachada da igreja, por 2$025; obra na capela-mor por 2$025; 1790 / 1791 - colocação de uma porta na adega, pelo carpinteiro António Pereira, por 1$500; obra na Aula, com rebocos e pinturas e conserto das vidraças e portas, por 13$540; 1797 / 1798 - arranjo da cela do guardião por 2$800; 1798 - arranjo da custódia por $720; séc. 18, final - arranjo do retábulo da última capela do Evangelho, para passar a receber a exposição do Santíssimo; 1803-1804 - restauro do carneiro existente na última capela do Evangelho, por 17$705; 1804 - conserto da pocilga por $360; arranjo da custódia por $460; 1804 / 1805 - consolidação do campanário por 4$810; 1805 - arranjo das janelas regrais por 1$395; obra de fasquiado e tabuado na varanda, por 34$470; 1808 / 1809 - pintura das armas da Capela do Nascimento, por $720; 1810 - obra na fachada principal, no altar do Santíssimo Sacramento, com intervenção de carpinteiros e caiadores, por 24$190; caiação do arco triunfal por $160; 1817 - execução das estantes para a livraria, por 1$200; 1818 - colocação de pavimento nas varandas, por 26$715; douramento do sacrário por 5$400; 1820 - conserto do jardim por 29$130; arranjo do tanque da horta, por 4$700; 1820 / 1821 / 1822 - arranjo do relógio do convento por 2$180; 1822 / 1823 / 1824 - obra profunda nos telhados da igreja por 189$875; 1826 / 1827 - arranjo do relógio do convento por 2$320; 1829 / 1830 - obra nas paredes e cancelas das bouças da Abelheira, por 53$160; 1830 - reforma do alpendre da Capela de Santo António da cerca, que recebeu nova cobertura e caiação, por 15$090; conservação e caiação do galinheiro por 34$785; arranjo da canalização da água por 55$675; 1831 - obra na sacristia por 34$895; restauro do púlpito e respectiva porta; 1831 / 1832 - restauro das sanefas por 5$000, altura em que se substituíram as cortinas de damasco de Itália que cobriam os vãos; 1833 - conserto da chaminé da enfermaria por $600; CMVC: 1876 - reforma da fachada por ameaçar ruína, tendo sido apeada e reconstruída; 1882 - apeamento da fachada e reconstrução da mesma; 1889 - a Câmara verifica que a fachada se encontrava desaprumada; Paróquia de Santa Maria Maior - 1980, década - recuperação e adaptação do edifício conventual a Centro Social e Paroquial e jardim de infância, com construção de recepção, nova escadaria e redimensionamento das salas nos pisos superiores.

Observações

*1 - o terreiro era fechado por muro, flanqueado por uma alameda de plátanos; no muro, existia um portal encimado por um nicho com São Pedro de Alcântara, surgindo um segundo nicho no intradorso, já vazio no séc. 19; no terreiro existia um chafariz octogonal; no lado direito, um segundo chafariz, com um tanque de pedra, protegido por um alpendre, com uma bica, que servia a população local, encimado por um nicho com a imagem de Santo António. *2 - a fachada primitiva rematava em empena simples, rasgada por um nicho com a imagem de Santo António, que se mantém no local, encimado por um óculo circular. *3 - a portaria possuía uma sineta exterior; nas paredes surgiam pinturas: São Francisco, Santo António, São Francisco de Solano, São Félix de Cantalino, São Francisco de Assis e São Diogo, e dois momentos da Paixão de Cristo, com a Coroação de Espinhos e um Ecce Homo. *4 - o relógio do campanário tinha 36 azulejos, dispostos em losango, com a inscrição "FÁBRICA DE VIANNA ANNO DE 1793".*5 - nos arcos das capelas e nas paredes da nave, surgiam: Crucificado com São Francisco, Cristo em glória, Menino Jesus, Santa Maria Madalena agonizante, Árvore de Jessé, Salvador, Santo António com o Menino, São Francisco, São Serânio, Frei Feliciano de Jesus Maria, Frei Jerónimo de Jesus Fagundes, Frei Gonçalo da Madre de Deus, Frei André de São Bento, Frei Egídio de Fintão, Mártires de Marrocos, Mártires do Japão, Mártires de Jerusalém, Mártires do Maranhão e Mártires de Genebra, Juízo Final. *6 - no pavimento existiam sepulturas armoreadas e com inscrições, como a de D. Gelásia, falecida em 1632, a de Sebastião Burgueira e mulher, feita em 1625 e a de Martim Jácome do Lago, existindo, na galilé, uma sepultura armoreada. *7 - o espaldar do cadeiral tinha 18 registos pintados e nas paredes vários painéis pintados: São Pedro, São João Baptista e o Menino Jesus, São Francisco, Natividade, São Boaventura, São Tomás de Aquino, Adoração dos Pastores, Santo António, São José, São Paulo e uma Via Sacra. em 1834 existiam duas estantes, uma de menores dimensões e era iluminado por 6 castiçais pretos, havendo 1 candeeiro das Trevas. *8 - a primeira capela tinha duplo orago, sendo dedicada ao Nascimento e a São Benedito e encontrava-se totalmente forrada a talha dourada e policroma; a cobertura ostentava painéis com pintura decorativa, composta por acantos e concheados dispostos de forma simétrica, datados de final do séc. 18; as ilhargas possuíam pinturas sobre tábua, envolvidas por talha dourada e policroma, representando o Purgatório, no lado do Evangelho, e os Mártires de Marrocos, no oposto, datando, certamente da primitiva estrutura executada no séc. 17. No arco de acesso, as armas da família do padroeiro, Melchior de Sá Sotomaior, compostas por escudo esquartelado, envolvido por elmo e paquife e por cartela de estuque enrolada e fitomórfica, tendo, no primeiro, as armas dos Sá, em "Xadrezado de prata e de azul, de cinco peças em faixa e seis em pala", no segundo, a dos Sotomaior, "De prata, com três faixas xadrezadas de vermelho e de ouro, de três tiras", surgindo no terceiro as armas dos Rocha, "De prata, com aspa de vermelho, carregada de cinco vieiras de ouro", surgindo, no quarto, as armas dos Cunha, "De ouro, com nove cunhas de azul, postas 3, 3 e 3", apesar de invertidas (Armorial Lusitano, 1961, pp. 188, 483, 477 e 509); no interior, o retábulo, de planta côncava e de um eixo definido por colunas com o fuste percorrido por espira fitomórfica e pilastras com mísulas adossadas, contendo imaginária, protegida por baldaquinos. A estrutura rematava em fragmentos de frontão, cornija interrompida e sanefa de lambrequins, de onde pendiam drapeados a abrir em boca de cena; altar paralelepipédico com o frontal ornado por pintura a fingir adamascado; nas mísulas laterais, existiam as imagens de Santo António de Nolo e São Benedito; a Crónica da Província refere-nos a existência de outras imagens no séc. 18, como as de Nossa Senhora do Rosário, um São Roque, proveniente da última capela do Evangelho, e Santa Coleta; destas imagens, apenas os santos das mísulas e São Roque se mantinham no local, em 1834; ao seu espólio, pertenciam, ainda, uma custódia de metal com as relíquias de São Clemente e São Mageno Mártir. *9 - a segunda capela do Evangelho estava totalmente revestida a talha policroma, com cobertura dividida em 3 apainelados com figuras em relevo, representando, a cruz com o Sudário, Maria no sepulcro e a Virgem dolorosa; o retábulo era de talha dourada, de planta recta e um eixo definido por duas colunas torsas, decoradas por pâmpanos, que se prolongavam em arquivolta, formando o remate, tendo, ao centro e aberto posteriormente, um nicho recortado com a imagem de Nossa Senhora das Dores, sentada e com as mão cruzadas sobre o peito; a imagem possuía vários mantos ricos, doados por D. Maria Josefa da Cuha; no tímpano do remate, em relevo, os padroeiros de Viana, os mártires Saturnino, Teófilo e Revocata; no séc. 18, tinha um Crucificado com uma Maria Madalena aos pés e, num pequeno nicho, a imagem do orago, estofada, com 4 a 5 palmos e, no peito, uma espada de prata; aos lados, 6 serafins com instrumentos da Paixão e no remate 2 anjos a sustentar o Sudário de Verónica. As ilhargas estavam revestidas a talha, com uma Pietà e o Enterro de Cristo; junto, dois nichos com as imagens de São Salvador da Horta e São Filipe Benício. No interior, uma sepultura do fundador, com inscrição: "Esta Capela institvio o Licenciado Manoel da Cruz pra sevs pais e elle e sevs adiministradores tem obrigação in perpetvvm as tersas e sextas feiras dias dos Apostolos e 4 festas do anno misa nella faleceo a 19 de Fevereiro anno 1629 e festas de nossa senhora". *10 - a terceira Capela era dedicada a São Jorge, sendo primitivamente de São Francisco Xavier, que tinha um retábulo de talha policroma e planta convexa, de um eixo, definido por colunas de fuste ornado por concheados, possuindo nicho contracurvo central com a imagem do orago, flanqueado por pequenos nichos com imaginária, tendo Santa Clara e, na base, numa edícula envidraçada, a imagem da Senhora da Boa Morte; a estrutura rematava em fragmentos de cornija e profusa decoração de acantos e concheados; desconhece-se em que data foi colocada a imagem de São Jorge, mas, em meados do séc. 20, ela já estava no local, tendo desaparecido a de São Bernardino, substituída pela de São Pascoal Bailão. *11 - o túmulo da Freirinha, executado pela Câmara Municipal de Viana do Castelo, era destinado a uma Carmelita, que seria sepultada no Cemitério, encontrando-se vazio; o retábulo possuía as imagens de São Francisco de Assis, flanqueado por São Francisco Xavier e uma Nossa Senhora da Conceição. *12 - junto ao altar existia a sepultura da fundadora com inscrição: "Esta Capella de Santo Antonio he de Justa Prego Sarmento e de seus herdeiros". *13 - o inventário da Ordem, dá-nos a conhecer que a Capela de São Ivo, orago primitivo, tinha um retábulo, provavelmente de estrutura maneirista, contendo um sacrário, onde guardavam uma relíquia do Santo Lenho, possuindo a imagem de São Ivo, que tinha como atributo uma cruz, sem o Crucificado, por ter sido roubado, e a de Nossa Senhora da Conceição, com coroa dourada, sendo o conjunto iluminado por quatro castiçais de latão; para esta imagem a Irmandade mandou executar, em 1680, um vestido de seda branca florido, guarnecido com prata e em 1681, mandam executar um dossel para expor o Santíssimo, por 9$562; o Cristo do altar foi consertado em 1704 ($120) e a cruz pintada em 1717, por $450; a Capela era iluminada, em 1667, por um lampadário de latão e possuía três imagens de pasta, de São Ivo, Santa Margarida de Cortona e São Roque (Doc. 137). Ainda pelo Inventário de 1664, sabemos que possuíam uma sacristia, situada no lado oposto ao altar, onde tinham uma mesa e duas gavetas com paramentaria, ambas consertadas no ano anterior por 1$040, bem como uma estante onde estava a pauta dos Irmãos; no ano de 1714, as gavetas são substituídas por um arcaz, pintado por Manuel Alicação, por $880; sobre este, existiria um Crucificado, com resplendor de prata, feito em 1691; na casa que entretanto executaram sobre a sacristia, tinham, um oratório, executado em 1685, por 6$900, dedicado a São Francisco, com o Crucificado e duas imagens, São Roque e Santa Margarida de Cortona; o altar deste foi pintado em 1721-1723 pelo dourador André Cardoso do Vale, pela quantia de 1$920, o qual viria, novamente, a trabalhar para a Irmandade em 1728-1729, em obra desconhecida, mas com uma quantia avultada de 32$765. *14 - a Via Sacra estava ornada com várias pinturas. *15 - a moldura teria Santo António a converter os Hereges. *16 - na tribuna do retábulo, não tendo exposto o Santíssimo Sacramento, era colocado um painel de tela pintado, a representar Nossa Senhora da Conceição, cercada por um Sol, à volta do qual surgiam anjos a sustentar os atributos marianos, estando sobre um globo ornado pelas armas reais. *17 - no claustro, existiam várias telas, uma situada na parede da ala Sudoeste, entre a casa do Capítulo e a Capela da Conceição, com o Milagre da mula; ainda nesta ala, um quadro a representar um Ecce Homo, actualmente no interior do templo; no lado oposto, uma pintura mural a representar a visão do Papa Nicolau V na Capela de Assis, de data indeterminada; sobre a porta da Igreja, surgia uma pintura a representar um anjo a sustentar o sudário de Verónica; na mesma ala, na porta que saía para a Via Sacra, encontrava-se uma pintura com Santo António, surgindo, sobre a porta da sacristia, um Cristo a caminho do Calvário; a porta de acesso ao De Profundis, tinha a pintura de uma Senhora da Soledade e, sobre a porta que ligava a portaria ao claustro, uma pintura a representar Cristo no Horto. Na ala S. surgiam suas sepulturas com inscrições: "SEPVULTVRA DE DONNA IZABEL LOBATO DE NEIVA VIUVA DO DEZEMBARGADOR ANTONIO DA COSTA NEVAIS VREADOR DA CAMARA DE LISBOA PARA SI E PARA OS DESCENDENTES DE SEV PAI GASPAR MALHEIRO REIMÃO FIDALGO DA CAZA DE SVA MAGESTADE E CAVALEIRO DA ORDEM DE CRISTO 1709" e: "SEPVLTVRA DE MANOEL MARTINZ DA COSTA CRIADO DE SVA MAGESTADE E FAMILIA"; existia, ainda, uma sepultura armoriada, sem qualquer inscrição e, na ala NE., na parede, as ossadas de frei Gonçalo da Madre de Deus, falecido em 29 de Abril de 1646 e tresladado para o local a 20 de Janeiro de 1699. Ao lado da Portaria, surgia a Capela de Nossa Senhora da Conceição, com cobertura em abóbada, ornada com estuque decorativo, com silhares de azulejo e com retábulo, onde surgia a imagem do orago. Na varanda do claustro, existia uma capelinha, situada em local desconhecido, dedicada a Nossa Senhora da Lapa, com acesso por um arco pintado e dourado; ainda no segundo piso, junto ao coro-alto, a Capela de Nossa Senhora da Graça, com uma imagem do orago, de madeira, com cerca de quatro palmos de altura. *18 - o arcaz possuía os ossos de São Francisco, conservados numa custódia de marfim, um Santo Lenho, guardado numa cruz de prata dourada, relíquias dos mártires Santo Alexandre e Santa Felicíssima e mais oito braços com relíquias várias de mártires; o Santo Lenho era de especial devoção da casa e dos fiéis que a frequentavam, sendo exposta nos dias da Exaltação e Invenção da Santa Cruz; existiam, ainda, relíquias dos Mártires de Marrocos. O arcaz primitivo era de espaldar de talha, ornado por pinturas de santos, tendo, ao centro, a imagem de Cristo. As paredes eram forradas a silhares de azulejo de figura avulsa, desaparecidos no séc. 20, e com dois quadros a representar Santo António e um Anjo. Em termos de alfaias, a sacristia tinha uma custódia, uma cruz processional, três cálices de prata, com as respectivas patenas e colheres, surgindo, ainda, uma naveta de latão e duas lanternas. *19 - fazem parte da Província os seguintes Conventos: Santa Maria de Mosteiró (v. PT011608030013), Santa Maria da Ínsua (v. PT011602120133), São Francisco de Viana (v. PT011609310047), Santo António de Ponte de Lima (v. PT011607350252), Santo António de Caminha (v. PT011602070044), São Bento de Arcos de Valdevez (v. PT011601340059), São Bento e Nossa Senhora da Glória de Monção (v. PT011604170011), Nossa Senhora da Conceição de Melgaço (PT011603180044), Santo António do Porto (v. PT011312120035), São Francisco de Lamego (v. PT011805010074), São Francisco de Orgens (v. PT021823190031), São Francisco de Moncorvo (v. PT010409160053), São Francisco de Vila Real (v. PT011714240091), Santo António de Serém (v. PT020101120131), Santo António de Viseu (v. PT021823240358), Santo António de Viana, Santo António de Vila Cova de Alva (v. PT020601180012), Santo António de Pinhel (v. PT020910170012), São José de São Pedro do Sul (v. PT021816140005), Convento do Senhor da Fraga (v. PT021817040031), Colégio de Santo António de Coimbra (v. PT020603020036 e PT020603020163) e o desaparecido Hospício de Lisboa. *20 - as grades confessionários encontram-se aplicadas na Capela do Senhor dos Passos da Matriz, transferidas em 1859. *21 - o plano da Misericórdia previa a manutenção do primeiro piso relativamente incólume, com instalação de salas de administração, recepções, cozinha e refeitório; no segundo piso, surgiriam as salas de aula e zonas de prática de enfermagem, introduzindo-se algumas divisórias de tabique; no piso superior, ficariam os quartos dos residentes; a grande alteração ocorreria na enfermaria, com seria redimensionada para transformação em jardim infantil. *22 - a Casa do Capítulo com um tecto em caixotões, em madeira de carvalho, pavimento em ladreilho de xadrez, com uma sepultura no centro, e paredes revestidas a azulejo removido por alguns coleccionadores e, em 1929, o que restava foi retirado para o Museu Municipal; no lado do Evangelho, um nicho com o túmulo de António Velho Barreto, padroeiro da capela, encimado por uma inscrição "Este Capitulo he de Antonio Velho Barreto e seus herdeiros" tendo, no meio a pedra de armas, dos Rego, Velho e Barreto; a estrutura retabular era dedicada ao Crucificado, ladeado por figuras em meio-relevo de São Francisco e Santo António, surgindo, no topo, talvez numa tabela, uma Anunciação, revelando que se trataria de uma estrutura maneirista; tinha, ainda, dois anjos tocheiros e vários painéis pintados: Deus Pai, Nossa Senhora das Dores, Santo António, São Francisco nas silvas e São Francisco no Monte Alverne. *23 - sobre a porta do refeitório, uma inscrição, encimada pela representação de um Santo António; junto, uma sineta de chamada para as refeições. O interior estava forrado a azulejo, provavelmente de figura avulsa, e tinha um púlpito de leitura; era ornado por um quadro da Ùltima Ceia e, sobre a ministra, um São Francisco de Assis. *24 - a hospedaria nova surgia fronteira ao Dormitório Novo, com acesso pelas escadas regrais. *25 - a Livraria tinha 2313 volumes e 513 livros velhos, tendo, fronteiro à porta de acesso, um nicho com o Crucificado, mandado colocar por Frei Alexandre das Neves. *26 - a Enfermaria tinha um retábulo com o meio-relevo da Morte de São José, surgindo, na varanda exterior, um banco corrido com espaldar de azulejos; tinha uma cela, uma cozinha, 5 cubículos. *27 - a Cerca possuía um pomar, uma horta e uma mata, com árvores silvestres, duas bouças de mato; de configuração quadrada, tendo ao centro um cruzeiro com o Crucificado, possuía quatro alamedas, a do lado N. levando a uma capela com alpendre assente em colunas e com bailéus, dedicada a Nossa Senhora da Conceição, tendo a imagem de madeira; a E. uma capela semelhante, com o tecto do alpendre pintado com São Francisco a receber as chagas e uma imagem de madeira do orago; a rua virada a O. possuía uma capela-fonte, dedicada a Santo António, com imagem de madeira; possuía um jardim formal, com buxos recortados, tendo ao centro um chafariz de cantaria, de perfil contracurvo, com coluna central composta por plinto almofadado e um tabuleiro, de onde evoluía um repuxo. Existia uma horta, um galinheiro e um curral de porcos. Na mata, uma Via Sacra, que terminava na Capela de Nossa Senhora da Conceição. Na cerca, uma segunda fonte. A água entrava pelo chafariz do claustro e ia dar à cozinha e sacristia.

Autor e Data

Paulo Amaral e Miguel Rodrigues 1999 / Paula Figueiredo 2009

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