Moinho de Vento de Alburrica / Moinho Gigante de Alburrica

IPA.00006632
Portugal, Setúbal, Barreiro, União das freguesias de Barreiro e Lavradio
 
Arquitectura agrícola, vernacular. Moinho de vento de torre circular de construção popular de alvenaria, caiada de branco, com o contraste de telhado cónico, negro, com sobrado interior e espaços pequenos. As paredes com acentuado talude exterior e interior originam um pavimento do piso superior de maior diâmetro; a grande espessura da parede permite a abertura de pilheiras ( armários de parede ); Unidade moageira do "tipo de torre", e "fixo" de provável origem inglesa ( um dos poucos exemplares existentes em Portugal, e com proporções pouco usuais, no continente ) *2, com rotação do telhado por sarilho; é de duas moendas.
Número IPA Antigo: PT031504010008
 
Registo visualizado 259 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Extração, produção e transformação  Moagem    

Descrição

Planta centralizada, circular, simples, regular, com coincidência exterior / interior, massa simples, com acentuada verticalidade. Cobertura exterior em telhado cónico, assentando dentro do capeado da parede. Desenvolve-se em forma de cone truncado, assente em embasamento saliente, com 3 registos definidos da banda de terra, por porta orientada a NNO., sobrepujada por duas janelas, uma sobre a outra; da banda oposta, a do rio, rasga-se uma porta fronteira à principal, sobrepujada por dois vãos de janelas semelhantes às da banda oposta, e mais um janelo; sobre a porta existe uma placa com a inscrição FOI MANDADO EDIFICAR / POR JOSÉ PEDRO DA COSTA / NO ANO DE 1852. Os vãos de portas e janelas têm alizares de cantaria, com umbrais rectos e vergas curvas, com excepção para o janelo que tem cantarias planas; portas com couceira. Junto ao capeado orifícios, onde se cravavam argolas. O remate do pano murário é em friso de coroamento, do fechal. A articulação exterior / interior é desnivelada, com o pavimento interior elevado. Interior de espaço diferenciado em 2 pisos, ligados por escada em madeira, em parte encostada à parede; a cobertura interior é em tabuado; o pavimento é em cimento.

Acessos

Ponta de Alburrica área a NO. do Barreiro

Protecção

Categoria: SIM - Sítio de Interesse Municipal, Aviso n.º 8203/2017, DR, 2.ª série, n.º 141, de 24 julho 2017

Enquadramento

Rural, ribeirinho, isolado, aproximadamente à distância de 70 metros do Moinho Poente de Alburrica ( v. PT03150401014 ), situado no lado S. de península espraiada no areal aluvial de Alburrica.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Extração, produção e transformação: moagem

Utilização Actual

Devoluto

Propriedade

Pública: municipal

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

Séc. 18 / séc. 19 ( meados ) - instalação de moinhos de vento, em terrenos baldios, ao longo da costa fluvial barreirense, aproveitando as condições benéficas dos ventos marítimos para a sua laboração *1; 1852, 18 de Julho - arrematação de um terreno baldio em Alburrica por José Pedro da Costa para aí instalar um moinho de vento; 1852 - edificação do Moinho Gigante mandado construir por José Pedro da Costa; movia três pares de mós; 1860, 12 de Outubro - contratos de hipoteca contraídos entre D. Hermínia Costa, D. Gertrudes Rosário Costa e D. Maria Benedita Costa, relacionados com o Moinho Gigante; 1889 - nesta época, o sistema que fazia rodar a sua parte superior era o de engrenagem, ainda que se não saiba se terá sido colocado logo quando da sua construção; 1919, 7 de Julho - partilha dos bens que ficaram pelo falecimento de D. Gertrudes Maria do Rosário Costa Macedo, entre seus filhos e genros, onde constava o Moinho Gigante; 1999 - aquisição pela Câmara Municipal do Barreiro do Moinho Gigante; 2015, 27 agosto - abertura do procedimento do Moinhos de Maré Pequeno e do Moinho de Vento de Alburrica como Conjunto de Interesse Municipal, em Aviso n.º 9707/2015, DR, 2.ª série, n.º 167.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Cantarias, alvenaria: pedra e cal, madeira; lona pintada com alcatrão.

Bibliografia

GALHANO, Fernando, Moinhos e Azenhas de Portugal, Lisboa, 1978; PADRÃO, Cabeça, Os Moinhos de Alburrica in Um Olhar sobre o Barreiro, Barreiro, n.º 3, Dezembro 1985; LEAL, Ana de Sousa, VALEGAS, Augusto Pereira, Abordagens documentais para a História dos Moinhos do Barreiro in Um Olhar sobre o barreiro, n.º 2, III Série, 1993.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID; Casa Museu Anastácio Gonçalves, Lisboa: tela de Silva Porto (1850 - 1893) "O Moinho, ou o Moinho Gigante (Barreiro)"; Colecção Madureira (1879 - 1954): tela de Silva Porto, "Gigante"; Museu da Marinha: telas de João Vaz (1859 - 1931), "A Muleta do Barreiro" e "Marinha do Barreiro"; Ilustração Portuguesa, 2ª Série, n.º 211, 7 de Março, 1910, título Moinhos Abandonados; n.º 768, 8 de Novembro, 1920, título Marinha do Barreiro.

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID; CMB

Documentação Administrativa

CMB: Biblioteca Municipal, Livro de Actas, Livro n.º 4865, Aforamentos, Processo n.º 43, n.º A; ADS, Notarial do Barreiro, IX/183; Notarial Barreiro, XXXVIII/115.

Intervenção Realizada

Observações

*1: Os moinhos de vento utilizados no descasque do arroz e fabrico da farinha, foram essenciais no desenvolvimento económico e industrial da região. Deles saía a farinha que iria alimentar os fornos da maior fábrica de biscoitos do país, o Complexo Real do Vale do Zebro, criada no século 15, no reinado de D. Afonso V; *2: Moinho de grande interesse para a Arqueologia Industrial do Barreiro, de grandes proporções, tinha um velame com uma envergadura de aproximadamente 13 metros. Hoje coloca-se o problema técnico de se saber como era feito o movimento de rotação ( cobertura, mastro, entrosga, velas ), esclarecimento que, de alguma maneira se obtém, da verificação da tela de Silva Porto que mostra, saliente na base da cobertura do moinho, uma roda de ferro, dentada, que accionava do exterior, do chão, uma cremalheira que deveria correr circularmente sobre toda a parte superior da alvenaria da parede, obrigando o sistema móvel da cobertura a girar sobre si próprio (Padrão 85).

Autor e Data

Albertina Belo 1999

Actualização

 
 
 
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