Paiol militar no sítio da Achada / Paiol de São João
| IPA.00006593 |
Portugal, Ilha da Madeira (Madeira), Funchal, Funchal (São Pedro) |
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Paiol geral construído no séc. 19, sem ser à prova de bomba, em local sobranceiro à cidade onde existira um outro mais antigo. Apresenta planta circular, composta por armazém e corredor de ressalva, interiormente com cobertura de madeira, de volumes escalonados e telhados, envolvido por alto muro corta-fogo. Caracteriza-se pela grande sobriedade das linhas, possuindo como único elemento decorativo, uma falsa empena alteada, em reboco mais cuidado, sobre o portal do muro corta-fogo, integrando brasão com armas reais. O armazém implanta-se em cota mais elevada, com porta fechada por três chaves, tendo a cobertura apoiada em possante pilar de madeira. |
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Número IPA Antigo: PT062203080067 |
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Registo visualizado 376 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Armazenamento e logística Paiol
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Descrição
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Planta circular, composta por armazém e corredor de ressalva, envolvido por muro corta-fogo também de planta circular. Volumes escalonados, com coberturas diferenciadas em telhados de uma água, no corredor de ressalva, e de quatro águas com os ângulos salientes, no armazém, ambos rematados em beirada simples, sendo o do armazém, mais alto e coroado por pináculo piramidal. O muro corta-fogo é rebocado e caiado, apresentando a sul portal de verga reta, com moldura de cantaria, e porta de madeira, pintada a verde-escuro, encimado pelas armas reais, em cantaria cinzenta regional, e cartela inscrita. O recinto interior é empedrado a calhau rolado e a zona da entrada a cantaria, possuindo tanque de água adossado, a sudoeste, à face interna do muro. O paiol tem as fachadas rebocadas e pintadas de branco, com acesso, também sensivelmente a sul, por portal de verga reta, moldurado a cantaria cinzenta e porta de madeira, pintada a verde, com ferrolho de ferro e fechadura para uma chave. INTERIOR com o corredor de ressalva assoalhado a grandes pranchas de "casquinha" e cobertura de uma água, sobre travejamento de madeira. O armazém, com as frestas de arejamento entaipadas, surge em plano mais elevado, com acesso por portal moldurado a cantaria e com porta contendo ferrolho e fechadura de três chaves, precedido por degrau; no interior apresenta soalho de casquinha e cobertura de quatro panos, de madeira sobre estrutura do mesmo material, apoiado em grande pilar central, também de madeira. |
Acessos
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Funchal (São Pedro), sítio da Achada; Bairro do Paiol; Beco do Paiol |
Protecção
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Categoria: VL - Valor Local, Resolução do Presidente do Governo Regional n.º 1484/97, JORAM n.º 106 de 05 novembro 1997 |
Enquadramento
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Urbano, isolado, na zona norte da cidade, em local sobranceiro à mesma, na margem da Ribeira de Santa Luzia, de onde se desfruta excelente vista sobre a urbe. O paiol e a antiga casa da guarda, disposta a sul, a cerca de 13m de distância, implanta-se em recinto poligonal, vedado por arame para poente e muro de alvenaria a nascente, sobre a margem da ribeira de Santa Luzia. No interior do recinto, junto ao paiol, existem alguns eucaliptos de grande porte. |
Descrição Complementar
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Sobre o portal do muro corta-fogo existe inscrição com a data de "1825" e, à esquerda, placa de mármore com a indicação de "Património do Estado" e da Zona Militar da Madeira. |
Utilização Inicial
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Armazenamento e logística: paiol |
Utilização Actual
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Devoluto |
Propriedade
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Pública: estatal |
Afectação
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Comando Militar da Madeira, Palácio de São Lourenço, Av. Zarco, 9050 Funchal, tel.: 291 204900 |
Época Construção
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Séc. 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ENGENHEIRO MILITAR: Paulo Dias de Almeida (1819). |
Cronologia
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1758, 12 junho - carta do bispo-governador sobre a necessidade da construção de um paiol isolado; séc. 18, finais - construção do paiol no local onde hoje se encontra, mas com uma estrutura precária, criando risco para a cidade; 1804 - representação do paiol na planta do brigadeiro Oudinot; 1815 - a Câmara do Funchal faz caminho de acesso ao paiol; 1817 - o engenheiro Paulo Dias de Almeida queixa-se sobre o perigo que o improvisado paiol representava *1; 1819 - plano e orçamento de Paulo Dias de Almeida para a reedificação do paiol, no valor de 5:358$000; pouco depois, dá-se início às obras de construção; 1825 - conclusão das obras, conforme data inscrita em cartela sobre a porta exterior do paiol; 1845 - repartição das munições e explosivos do paiol geral com o novo construído por António Pedro de Azevedo na fortaleza do Ilhéu do porto do Funchal; 1862 - planta do paiol por António Pedro de Azevedo; 17 setembro - descrição do paiol por António Pedro de Azevedo no "Tombo Militar", sob o n.º 26, tendo anteriormente o n.º 149, com a complicada situação de partilha dos terrenos limítrofes e quantidade de água que o paiol possuía *2; 1863 - o terreno de cultura que envolve o paiol, mantendo espaço entre ele e a vizinhança, é avaliado em 15 contos; 1870, 25 novembro - projeto de três pararaios de igual altura para o paiol por Domingues A. da Cunha; 1940 - com a construção dos paióis de Artilharia em São Martinho e Palheiro Ferreira o paiol passa funcionar como Arquivo Morto da Zona Militar. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de portantes portantes. |
Materiais
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Estrutura em alvenaria de pedra regional rebocada; molduras dos vãos e brasão em cantaria regional, aparente; portas de madeira pintadas; forro interior da cobertura e amarrações mistas de tirantes de madeira e de ferro; cobertura de telha de "marselha" e beiral de telha portuguesa de meia cana. |
Bibliografia
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CARITA, Rui - Arquitectura Militar da Madeira, séculos XV a XVII. Tese de doutoramento. Lisboa / Funchal: 1998; CARITA, Rui - História da Madeira. Funchal: 1991, 1992 e 1996, vol. 2, 3 e 4; CARITA, Rui - O regimento de fortificação de D. Sebastião.... Funchal: 1984; CARITA, Rui - Paulo Dias de Almeida e a Descrição da ilha da Madeira de 1817. Funchal: 1982; CARITA, Rui, TRUEVA, José Manuel de Sainz - Itinerário Cultural do Funchal. Funchal: 1998; SARMENTO, Alberto Artur - «A Fortaleza do Pico». In Fasquias e Ripas da Madeira. Funchal: 1940, pp. 97-106. |
Documentação Gráfica
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Direção de Infraestruturas do Exército: GEAEM, SIDCarta; Serviços Cadastrais, Funchal; ZMM: DSFOE, ZMM |
Documentação Fotográfica
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DGPC: DSID; Comando Militar, Funchal |
Documentação Administrativa
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ARM, GC, Funchal; AHU, Madeira e Porto Santo, Lisboa; ZMM (DSFOE, Arquivo Morto, Funchal) |
Intervenção Realizada
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DSFOE / ZMM: 1997 - obras gerais de conservação da estrutura e dos pavimentos; pintura dos elementos gerais. |
Observações
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*1 - Paulo Dias de Almeida queixa-se de que, a "pouca distância desta fortaleza (São João) está o Paiol da Pólvora, onde se guarda a do governo e se deposita a que vem ao comércio. Este paiol e muito pouco acautelado, tem moradores muito próximos e a própria casa da guarda militar, lhe dista somente 14 palmos. Qualquer incêndio que nela haja, imediatamente se lhe comunica, além disso, como mui perto deste edifício ficam os moradores, passam bem perto com archotes acesos, e por isso precisa muito de um recinto, e de mudar-se a casa da guarda para maior distancia". *2 - No Tombo, António Pedro de Azevedo elogia "o paiol da pólvora reedificado em 1825, está situado em local apropriado nos subúrbios sobranceiro à cidade do Funchal, 143m acima do nível do mar"; possui uma boa área de terreno à volta, como proteção, casas da balança, corpo da guarda e alojamento para o fiel de munições; "o acesso do paiol é defendido pelo Castelo de São João Baptista, que lhe fica à distância de 400metros, podendo-se considerar resguardado de qualquer surpresa com pouca vigilância; acrescenta"a configuração circular da casa do paiol e selecta". |
Autor e Data
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Paula Noé 2017 |
Actualização
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