Igreja da Santa Casa da Misericórdia de Sines / Capela da Misericórdia de Sines

IPA.00006552
Portugal, Setúbal, Sines, Sines
 
Arquitectura civil, maneirista, barroca. Do período maneirista data a concepção geral do edifício, de feição nitidamente chã, muito ao gosto da interpretação regional do tardo-maneirismo. O retábulo do altar-mor marca uma etapa característicamente barroca, já a apontar a transição para as primeiras manifestações do rococó. O templo particulariza-se pelo seu porte austero e eminentemente funcional, próprio do derradeiro maneirismo regionalmente implantado, com destaque para pormenores notáveis como o brasão sobre o portal principal, os azulejos sevilhanos colocados nos vãos das janelas que ladeiam o portal, a pia de água benta com a forma de vieira e o retábulo da capela-mor.
Número IPA Antigo: PT041513010006
 
Registo visualizado 394 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Edifício de Confraria / Irmandade  Edifício, igreja e hospital  Misericórdia

Descrição

Planta longitudinal escalonada, composta por nave e capela-mor mais estreita, a que se adossa, do lado esquerdo, a sacristia. Volumes articulados. Coberturas diferenciadas em telhados de duas águas para a nave, para a capela-mor, mais baixa, e para a sacristia, todavia mais baixa. Fachada principal orientada a O., de um pano rematado por empena triângular com cornija. Soco pintado a azul. Portal de cantaria de verga recta, precedido por degrau e ladeado por duas janelas com molduras de cantaria, engradadas, e encimado pelas armas da Santa Casa da Misericórdia, em cantaria, com as cinco chagas de Cristo e a coroa de espinhos no coronel, integrada em cartela com enrolamentos, e enquadrada por composição de volutas e grinaldas em argamassa pintada a azul. O conjunto é sobrepujado por janelão de verga curva, com moldura de cantaria e engradado, encimado por composição de volutas com cruz em argamassa relevada e pintada de ocre, ladeado por gárgulas de alvenaria. Alçado S. de um pano com soco pintado a azul e rematado por cornija; portal lateral de verga recta com moldura de cantaria, sobrepujado por janelão de verga recta com moldura de cantaria, ladeado por gárgulas de alvenaria; porta de acesso à capela-mor com moldura de cantaria. Volume da capela-mor recuado, rasgado por janela com moldura de cantaria, engradada, e rematado por cornija e beirado; campanário com olhal em arco de volta perfeita ladeado por pilastras enquadradas por diminutas volutas e encimado por pináculo piramidal, e escada de acesso exterior. INTERIOR: nave única coberta por forro de madeira em três planos. Guarda-vento de madeira, tendo do lado do Evangelho a escada de acesso ao coro alto, resguardado por grade de madeira. De cada lado de quem entra existe uma pia de água benta. Do lado da Epístola, ao meio da nave, abre-se o portal lateral, sobrepujado por janelão, elevando-se a seguir a tribuna dos mesários, de madeira. Do lado oposto destaca-se o púlpito, com bacia de cantaria e caixa de madeira, seguido de arco e degrau. Transepto formado por degrau e teia com balaustres de madeira assente em balaustres de cantaria nas extremidades. Acesso à capela-mor por arco triunfal de volta perfeita emoldurado e assente em pilastras revestidas por composições de pinturas murais de grotescos. Capela-mor coberta por abóbada de berço que arranca de cornija. Altar-mor precedido por presbitério com cinco degraus de cantaria, retábulo de talha dourada e policromada, camarim e trono eucarístico rematado por cartela com coroa ladeada por anjos. Do lado da Epístola abre-se a porta de acesso ao exterior e à tribuna, sobrepujada por janela, e do lado oposto a porta de acesso à sacristia, tendo à direita de quem entra uma pia de água benta, encimada por janela. Sacristia com forro de madeira, lavabo de cantaria e porta para o corredor de acesso ao púlpito.

Acessos

Rua Cândido dos Reis; Largo do Muro da Praia

Protecção

Em estudo

Enquadramento

Urbano, adossado, em destaque, formando o ângulo do quarteirão..

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: edifício de confraria / irmandade

Utilização Actual

Cultural e recreativa: edifício multiusos

Propriedade

Privada: Misericórdia

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 16

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

Séc. 16, finais - construção; Séc. 18, meados - retábulo-mor e remodelação da fachada principal, com abertura do janelão; Séc. 19 - guarda-vento e coro alto.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Paredes de alvenaria de pedra e cal, rebocadas e caiadas, cobertura em telha lusa, portal e elementos secundários de cantaria, pavimento de soalho, lajes de pedra e tijoleira, retábulo de talha dourada e policromada, pinturas murais, azulejos polícromos.

Bibliografia

FALCÃO, José António, Memória Paroquial do Concelho de Sines em 1758, Santiago do Cacém, 1988; SOLEDADE, Arnaldo, Sines, Terra de Vasco da Gama, Sines, 1982; VELHO, Estêvão de Liz, Exemplar da Constância dos Martyres em a Vida do Glorioso S. Tórpes, Lisboa, 1746.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, F.G.

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

1980, década de - obras de conservação geral, incluindo a execução da cobertura e dos rebocos exteriores; 1996 - restauro do retábulo-mor, substituição do soalho e reposição da tribuna dos mesários.

Observações

Autor e Data

José Falcão e Ricardo Pereira 1997

Actualização

 
 
 
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