Núcleo urbano da vila de Ourém / Antiga Vila de Ourém

IPA.00006324
Portugal, Santarém, Ourém, Nossa Senhora das Misericórdias
 
Núcleo urbano sede de freguesia. Vila situada em colina. Vila medieval com castelo e cerca urbana de jurisdição régia e posterior jurisdição senhorial (casa de Bragança). Núcleo urbano implantado dentro de muralha de forma elíptica e adaptado à topografia, com portas a N. e a S.. Traçado urbano aproximadamente radioconcêntrico, composto por vias organizadas paralelamente ao perímetro muralhado, entrecortadas por travessas com escadas para vencer o forte declive. Dois pólos centralizadores, em eixos opostos, estruturam o desenvolvimento urbano, o militar, no topo, constituído pelo castelo, e o religioso, mais abaixo, com a Igreja Matriz. O edificado localizado em torno da igreja, a N., é mais compacto, formando quarteirões longilíneos, conformados à vias. Torna-se mais disperso a S., combinando as casas com campos de cultivo murados, que muitas vezes correspondem a paramentos de casas arruinadas. Situada numa zona estratégica do país e com uma adaptação perfeita às características do território onde se insere, Ourém é ocupada desde a Antiguidade. Mas foi no séc. 15 que ganhou grandeza pelas mãos do 4º Conde de Ourém, D. Afonso, homem viajado de grande visão e cultura, que restruturou a vida social, económica (forte presença judaica) e institucional do burgo medieval. Reconstruiu as muralhas, reformou o núcleo habitacional e os espaços públicos, e mandou construir o Paço (v. PT031421110003), único no contexto territorial português, cuja arquitectura é comparada às roccas italianas quatrocentistas, nomeadamente a Rocca Sismonda de Rimini (MOREIRA, 1989). Apesar de muito detruída pelo terramoto de 1755, ainda estão presentes e bem conservados importantes vestígios das várias épocas de ocupação do núcleo, nomeadamente no que se refere aos edifícios públicos, assim como o conjunto fortificado do Paço dos Condes, castelo e muralhas, cuja imagem cenográfica domina a envolvência. A cripta da antiga Colegiada (v. PT03142111003), onde está sepultado D. Afonso, é a única estrutura que subsistiu da Igreja da Colegiada. Os muros correspondem na sua maioria a ruínas de casas, destacando-se a fachada da antiga Sinagoga.
Número IPA Antigo: PT031421110004
 
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Registo

 
Conjunto urbano  Aglomerado urbano  Vila  Vila medieval  Vila fortificada  Senhorial (casa de Bragança)

Descrição

Vila intramuros de traçado aproximadamente radioconcêntrico, delimitada por muralha de forma elíptica e adaptada à topografia. As duas portas de entrada para o antigo burgo (a N., Porta da Vila e a S., Porta de Santarém) marcam sensivelmente o eixo maior. A Porta da Vila localiza-se hoje nas traseiras da Igreja da Colegiada (v. PT031421110002) e em frente, estrategicamente orientada, encontra-se a Fonte gótica (v. PT03142111032), do séc. 15, com as armas do 4º conde de Ourém. A Porta de Santarém, com as armas da vila, dadas por D. Teresa, marca a entrada pela zona outrora mais residencial. Aqui localizou-se uma das 4 primitivas ermidas e igrejas do núcleo, a Ermida do Espírito Santo, onde hoje está a Capela de Nossa Senhora da Conceição (v.PT031421110032). A rede viária adapta-se ao traçado da muralha e às curvas de nível, contornando-as através de espirais que convergem para o ponto mais alto, o Castelo (v. PT031421110001), no Terreiro de Santiago, onde outrora existiu uma igreja com o mesmo topónimo. Dois pólos centralizadores em eixos opostos determinaram o desenvolvimento urbano: o pólo militar, no topo, estruturado a partir do séc. 9, composto pelo castelo, antiga alcáçova, e o Paço dos Condes, a uma cota mais baixa; e o pólo religioso, a N., junto à Porta da Vila, constituído pela Igreja da Colegiada de Nossa Senhora das Misericórdias. O espaço urbano mais estruturado, definido por quarteirões longilíneos, enquadrados pelas vias e adossados à muralha, localiza-se em torno da Igreja da Colegiada e ao longo das ruas de São João (dando acesso à Porta de Santarém) e Nova (R. de São José), tornando-se disperso à medida que converge para S., onde se implanta estrategicamente o Paço dos Condes, e para o topo. A largura média das ruas varia entre 3 e 3,5m, no entanto, a R. de S. José apresenta cerca de 5m, indiciando que esta rua, antiga R. Nova, terá sofrido um alargamento recente (também observável no edificado e nos muros de vedação das propriedades). Os quarteirões são entrecortados por travessas, na sua maioria com escadas, para vencer os socalcos, à medida que se sobe para o castelo; as ruas também se tornam mais íngremes ao atingir a cota máxima. A S., SO. e SE., onde o edificado é mais disperso, destaca-se o conjunto residencial e defensivo do Paço dos Condes, as casas combinam com campos de cultivo murado onde são visíveis vãos de portas, de casas arruinadas. Junto à Porta de Santarém, a Igreja de Nossa Senhora da Conceição e a antiga Farmácia, adossadas à muralha e provavelmente datadas do séc. 17 e 15. A riqueza tipológica ao nível dos edifícios públicos retrata a importância desta vila na época medieval, cujo apogeu se deu já no séc. 15, com D. Afonso, 4º Conde de Ourém, que reestruturou e repovoou a vila. No Largo da Igreja da Colegiada, reconstruída após o terramoto (onde permanece a cripta, do séc. 15, com o túmulo do 4º Conde Ourém), destaca-se a Casa do Alcaide, de 2 pisos e janela de sacada ao centro e, a uma cota a cerca de mais 2 m, no Tabuleiro da Misericórdia, a Casa Paroquial e o Antigo Hospital da Misericórdia, hoje transformado em Pousada (v. PT031421110019). O centro administrativo, político e judicial situa-se a NE., na R. Nova (R. de São José), onde se implanta a antiga Casa da Câmara, hoje Junta de Freguesia de Nossa Senhora das Misericórdias, e o Pelourinho (v. PT031421110002) no jardim fronteiro. Os dois edifícios torreados da antiga Cadeia, com 3 pisos, localizam-se no cruzamento da R. Nova (R. de São José) com a R. D. Afonso IV; a casa da guarda ter-se-á localizado em frente, no edifício que hoje pertence à Pousada, não existindo porém nenhum vestígio tipológico. Na R. D. Afonso IV, atrás do antigo Hospital da Misericórdia, situa-se a ruína da Sinagoga, cuja fachada de 2 pisos com 2 portas em arco ogival ainda subsiste. Os espaços verdes públicos são de pequena dimensão, à excepção do Terreiro de Santiago, a NO. do castelo. O largo ajardinado de Santa Tereza de Ourém resulta da demolição de uma casa nos anos 80 do séc. 20, cuja janela manuelina terá sido colocada na casa contígua. O Largo do Pelourinho foi provavelmente estruturado no séc. 15, época de construção da Casa da Câmara. O Terreiro de Santiago é um espaço amplo e desafogado, recentemente ajardinado, com uma estátua de D. Nuno Álvares Pereira (3º Conde de Ourém) ao centro. Por se encontrar no topo, exposto ao vento e com escassa vegetação arbórea, não é um local de permanência. Os espaços verdes privados predominam, destacando-se os campos de cultivo, hoje na sua maioria ao abandono, que enquadram o castelo; localizam-se a meia encosta entre este e o aglomerado situado ao longo do perímetro da muralha. Num desses espaços, a NE. do Terreiro de Santiago e desnivelado em relação a este, foi construído o cemitério municipal. A arquitectura residencial tem pouca expressão tipológica, devido ao terramoto de 1755 que arruinou quase toda a vila e às intervenções mais recentes, pouco criteriosas. Na R. de São João, ainda subsistem alguns exemplos de casa térreas, em alvenaria de pedra granítica não aparelhada com junta seca (por vezes caiada) que terão servido para armazenamento de alfaias agrícolas ou de celeiro. Também na mesma rua, raros exemplos de casas de 2 pisos com loja / oficina, de escassa fenestração ao nível do piso térreo e com dupla entrada (acesso interior ao piso superior), e habitação no piso superior.Todas se encontram devolutas.

Acessos

EN349

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 40 361, DG, 1.ª série, n.º 228 de 20 outubro 1955

Enquadramento

Rural, situado em colina. Com a Serra de Aire a SO., encontra-se implantada no cimo de um cabeço com uma inclinação de 23 a 50º. O Castelo localiza-se à cota altimétrica de 330 m, dominando, em conjunto com o Paço dos Condes (v. PT031421110001), a envolvente. No sopé, distribuem-se vales férteis onde se foram fixando aldeias (Mulher Morta, a O., Santo Amaro, a S. e Carapita, a NE.), protegidas em tempos pela importância do burgo. O acesso rodoviário faz-se a S. pela Porta de Santarém (estrada que vem de Santo Amaro) e a N., pela Porta da Vila (estrada de Ourém, passando por Carapita); as encostas a S. e E. são abruptas. À medida que se sobe para a vila, a vegetação arbórea (olival, pinheiro bravo e eucalipto) vai dando lugar à arbustiva ponteada de oliveiras. Começam a surgir construções na encostas O. e N., que alteram o enquadramento paisagístico da vila.

Descrição Complementar

Memórias Paroquiais - 1785: Descrição: "A Provincia da Estremadura em 39º e 43' latitude e 9º e 50' longitude no bispado de Leiria, em distância de 4 léguas (...) está a nobre e antiquissima Vila de Ourém, em lugar alto e de todas as partes levantado sem monte algum que a ampare por ter vales de demarcada altura por toda a sua circunferência, que fazem a subida da vila mais dificultosa. É fechada de forte muro, ainda que por muitas partes demolido, que denota ser em outro tempo praça importante. Entrasse na vila por duas portas. Uma da parte do Sul chamada de Santarém, outra da parte do Norte, que chamam a porta da vila. Tem dentro da muralha na redondeza do monte a sua fundação em três ruas grandes chamadas rua de S. Joam, rua Nova, e rua da Graça, com outras ruas mais pequenas e becos. (...) Na porta de Santarém, da parte de fora, estão as armas da terra, com uma lua, estrella, e duas torres (...) Junto à mesma porta da parte esquerda está um (-) em que se declara tomar por Padroeira do Reino pelo Serenissimo Senhor D. João IV a sempre Virgem Maria com o seu preciosissimo título da Conceição em ano de 1640 depois da sua feliz aclamação (...). Foi esta vila (...) tomada aos mouros por D. Afonso Henriques que a mandou habitar pelos anos de 1148 (...) e doada a D. Tareja, sua filha, a qual lhe deu foral com grandes privilégios no ano de 1180 e foi a primeira terra que se dotou as infantes de Portugal. (...). Esta vila da Sereníssima Casa de Bragança que hoje felizmente tem a Sereníssima Senhora Dona Princeza do Brasil a Duquesa de Bragança tem termo seu e é cabeça de comarca de todas as terras do Estado de Bragança na Província da Estremadura (...). O termo desta vila tem 5 léguas de comprido de Sul a Nascente e 2 de longo do Nascente ao Norte. Houve na vila 4 freguesias Igrejas colegiadas que eram Santa Maria, S. Pedro, S. João, S. Tiago. (...)"

Utilização Inicial

Não aplicável

Utilização Actual

Não aplicável

Propriedade

Não aplicável

Afectação

Não aplicável

Época Construção

Séc. 12 / 15 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Não aplicável

Cronologia

100, a. C. - Terá sido um importante oppidum, devido à sua situação geográfica e topográfica. A fortaleza lusitana foi conquistada aos romanos, que a transformaram num centro político e administrativo, com o nome de Aurem; 412 - tomada de Aurem pelos alanos, continua a ter importância política e militar; 715 - conquista do castelo de Ourém pelos arabes; 1036 - conquista por Fernando Magno, de Leão, anos depois volta a cair nas mãos dos Mouros; 1136 - conquista de Ourém aos mouros; 1178 - doação de Ourém por D. Afonso Henriques a sua filha D. Teresa; 1180 - concessão de foral por D. Teresa; 1218 - confirmação do foral por D. Teresa; 1240 - doação da vila por D. Sancho II a sua mulher D. Mécia Lopes de Haro; 1249 - a Vila regressa ao domínio da Coroa; 1282 - doação de Ourém por D. Dinis a sua mulher D. Isabel; 1315 - de novo na posse da Coroa; 1357 - doação da vila por D. Pedro a sua mãe D. Brites, viúva de D. Afonso IV; 1358 - por morte da raínha, D. Pedro concede-a a seu valido, D. João Afonso Telles de Menezes, a quem dá o título de Conde de Ourém; 1381 - a Vila e o título de Conde são doados por D. Fernando ao seu valido, João Fernandes Andeiro; 1384 - D. João I doa o senhorio da Vila e o título de Conde a D. Nuno Álvares Pereira; 1422 - o Condestável recolhe ao Convento do Carmo (v. PT03110627007 / PT03110627328) doando todos os seus bens e títulos aos netos, D. Afonso e D. Fernando, filhos de D. Afonso, filho natural de D. João I, 1º Conde de Barcelos e 1º Duque de Bragança, casado com a sua única filha. D. Afonso herda Ourém e D. Fernando Arraiolos; 1431, 1 Abril - morre o Condestável; 1433, 24 Novembro - D. Duarte confirma a doação da Vila a D. Afonso, 4º Conde de Ourém; 1434 - construção da Fonte, segundo inscrição; 1435 - o 4º Conde de Ourém é escolhido para chefiar a embaixada ao Concílio de Basileia e Ferrara; 1436, 28 Julho - D. Afonso encontra-se com o Papa Eugénio IV, em Bolonha; 1438, Outubro - provável regresso de D. Afonso, após ter ido a Jerusalém; 1442 - confirmação de D. Pedro de todos os seus privilégios à vila de Ourém; 1445 - o Arcebispo de Lisboa, D. Pedro de Noronha, autoriza a transformação da Igreja de Santa Maria em Colegiada *2, unindo a ela as outras 4 igrejas paroquiais de Ourém, Santiago, São Pedro, São João; fora da vila, são também anexadas as igrejas priorais de Freixiandas, S. João e S. Pedro de Porto de Mós. O prestígio e poder do Conde de Ourém, "estimado não só dos próprios soberanos, mas de muitos outros príncipes da Europa" vai crescendo, detém vários reguengos e os condados de Ourém e Porto de Mós; 1446 - confirmação da Colegiada pela Sé Apostólica, a pedido de D. Afonso; 1449, 7 Julho - D. Afonso obtém autorização para criar uma feira franca em Ourém de 1 a 15 de Maio em cada ano; 1449, 25 Novembro - recebe de D. Afonso V, bens pertencentes aos partidários de D. Pedro; 1450, década - D. Afonso executa obras nos castelos de Ourém e de Porto de Mós e repovoa Ourém; 1451 - o 4º Conde de Ourém, é nomeado por D. Afonso V, para acompanhar a Infanta D. Leonor a Itália para o casamento com o Imperador Frederico III; o rei concede-lhe a vila de Valença, atribuindo-lhe o título de Marquês; 1453 - início construção da Igreja da Colegiada (v. PT03142111003); 1458 - D. Afonso toma parte na expedição a Alcácer Ceguer; 1460, 29 Agosto - D. Afonso morre de febre, em Tomar, ficando sepultado na Igreja de Santa Maria do Olival (v. PT03141811003); sem descendentes legítimos, os seus bens e títulos passam para o irmão, D. Fernando, Marquês de Valença e Duque de Bragança; 1461, Dezembro - D. Fernando, único sobrevivente da família, recebe também os títulos de seu pai D. Afonso, conde de Barcelos e Duque de Bragança. O condado de Ourém fica ligado à Casa de Bragança; 1471 - D. Fernando recebe do rei uma carta para 50 homens se estabelecerem em Ourém, extensível a judeus (o despovoamento do burgo era preocupante, muitos homens partiam por tempo indeterminado para a expansão ultramarina); 1483 - D. Fernando é degolado, por alegada implicação no atentado contra D. João II; a Vila passa à Coroa; 1487, 8 Junho - trasladação dos restos mortais de D. Afonso para a cripta da Igreja da Colegiada, a cerimónia é dirigida pelo seu filho natural, D. Afonso, constrangido pelo rei a tomar as Ordens; D. João II doa Ourém ao Conde de Vila Real, tornando-se o 7º Conde da vila; o condado fica nas mãos da família Meneses durante mais alguns anos; 1510 - reintegração de Ourém na Casa Ducal de Bragança; 1515, 6 Maio - Foral Novo por D. Manuel; 1527 - censo ordenado por D. João III, a vila tinha 120 fogos e cerca de 450 pessoas; 1620 - data inscrita nas armas novas da vila no Pelourinho; 1695 - reforma do foral por D. Pedro II; 1755 - terramoto causa muitos danos na vila; entre outras igrejas cai a de Santiago, situada no planalto junto ao castelo; 1758 / 1770 - reconstrução pombalina da Igreja da Colegiada; 1810 - o castelo e a cripta da Colegiada são vítimas das Invasões Francesas; 1834 - extinção da Colegiada; 1841 - a aldeia da Cruz é elevada à categoria de Vila e sede do concelho, com o nome de Vila Nova de Ourém; 1963 - chuvas provocam um desabamento de 6m de muralha; 1969 - aquisição pelo Estado de um prédio situado em Ourém, para desafrontamento da muralha;

Dados Técnicos

Não aplicável

Materiais

Não aplicável

Bibliografia

ALMEIDA, João de, Roteiro dos Monumentos Militares Portugueses, vol. 2, Lisboa, 1946; ANDRÉ, Carlos Ascenso, Coord., D. Afonso, 4º Conde de Ourém, e sua Época, Congresso Histórico (Actas), Câmara Municipal de Ourém, 2004; AZEVEDO, Carlos de, Solares Portugueses, Lisboa, 1969; BAPTISTA, João Maria, Chorographia Moderna do Reino de Portugal, vol. 4, Lisboa, 1876; BARRADAS, Alexandra Alves, Ourém e Porto de Mós, A obra mecenática de D. Afonso, 4.º conde de Ourém, Lisboa, Colibri, 2006; CORREIA, Virgílio, Três túmulos, Lisboa, 1924; COSTA, Américo, Diccionário Chorographico de Portugal Continental e Insular, vol. 8, Vila do Conde, 1943; CRISTINO, Luciano Coelho, A Colegiada de Ourém - das origens ao século 18 in Ourém - Estudos e Documentos, vol. 1, Vila Nova de Ourém, 1982; ELYSEU, José das Neves Gomes, Esboço Histórico do concelho de Vila Nova de Ourém in Ourém - Estudos e Documentos, vol. 3, Vila Nova de Ourém, 1988 (1ª ed. de 1863); FLORES, José Eduardo de Oliveira, Album da Villa de Ourem in Ourém - Estudos e Documentos, vol. 3, Vila Nova de Ourém, 1988 (1ª ed. de 1894); IDEM, Anotação ao esboço histórico de Villa Nova de Ourém in Ourém - Estudos e Documentos, vol. 3, Vila Nova de Ourém, 1988; MENDONÇA, Emília Isabel Mayer Godinho, Ourém Medieval, (texto policopiado, FLL - IHA), Lisboa, 1993; MOREIRA, Rafael, A época manuelina in História das Fortificações Portuguesas no Mundo, Lisboa, 1989; PEREIRA, Esteves, RODRIGUES, Guilherme, Portugal Diccionário, vol. 5, Lisboa, 1911; SANTOS, Reinaldo dos, A Escultura em Portugal, vol. 1, Lisboa, 1948; SEQUEIRA, Gustavo de Matos, Inventário Artístico de Portugal - Distrito de Santarém, vol. 5, Lisboa, 1949; SIMÕES, J.M. dos Santos, Tomar e a sua Judiaria, Lisboa, 1949; SOUSA, António Caetano de, dir., Provas da História Genealógica da Casa Real Portuguesa, Livro 10, T.5, 2ª parte, Coimbra, 1952; http://www.patrimoniocultural.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/74242 [consultado em 28 dezembro 2016].

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRML; DGOTDU: Arquivo Histórico (Anteplano de Urbanização de Ourém, Carlos Caldas de Olivais, 1969); IGESPAR: IPPAR; Fundação da Casa de Bragança; CMOurém

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/DRML; IGESPAR: IPPAR; Fundação da Casa de Bragança; CMOurém

Documentação Administrativa

DGARQ/TT: Memórias paroquiais, vol. 26, nº 51, pp. 395-410; IHRU: DGEMN/DRML; DGOTDU: Arquivo Histórico (Anteplano de Urbanização de Ourém, Carlos Caldas de Olivais, 1969); IGESPAR: IPPAR; Fundação da Casa de Bragança; CMOurém

Intervenção Realizada

CMO: 1951 - repavimentação dos arruamentos com paralelos de calcário; 1952, Outubro - pedido de autorização para execução de obras no edifício junto ao Largo do Pelourinho (pertence actualmente à Pousada); reparação do arco de entrada da antiga vila: assentamento de cantarias existentes; fornecimento e assentamento de cantarias em falta; 1953 - reparação de um muro que fica situado na rampa de acesso à rua de S. João; 1955 - pedido de autorização para "recontrução de uma casa" pela Sociedade Filarmónica, aquisição de terrenos junto à muralha; 1957, Setembro - pedido de ampliação do edifício "às Portas de Santarém", pelo Sr. Anders Thustrup; CMO: 1959 - projecto para a construção do edifício da Filarmónica de Ourém; consolidação das muralhas; 1958, Agosto - pedido de parecer da Delegação para as obras de construção de escolas, sobre a localização da Escola Primária de Ourém; o local escolhido não é aceite pela DGEMN, por estar demasiado próximo do castelo, propondo-se a adaptação da escola existente; 1960 - construção da sede da Sociedade Filarmónica Ouriense; construção do edifício escolar do Plano dos Centenários; CMO: 1966 - iluminação do castelo (comparticipação do Ministério das Obras Públicas); DGEMN: 1968 / 1969 - consolidação e reparação da muralha, aquisição de um edifício para demolição e desafrontamento da mesma; apeamento total da Porta de Santarém e sua recolocação; Comissão Fabriqueira: 1969 - encomenda de "projecto de restauro e beneficiação" da Colegiada; 1970 - beneficiação da estrada de acesso ao castelo; Fábrica da Igreja Paroquial: 1976 - conclusão das obras na Colegiada, substituição da abóbada tradicional por abóbada em betão; 1970 - aprovação do projecto do Café "Condes de Ourém"; DGEMN: 1980 - beneficiação das muralhas e tapamento de vãos com madeira (Paço dos Condes?); CMO, Casa de Bragança, Junta Freguesia: 1980, década - recuperação da antiga Casa da Câmara (Junta de Freguesia de N. Sra das Misercórdias); CMO, Comissão Regional de Turismo: 1980 - intervenção na Cadeia N.; CMO: 1981 - estudo para implantação de unidade hoteleira no castelo, obra a executar pela Câmara; DGEMN, CMO: 1981 / 1983 - recuperação de alguns troços de muralha; CMO, Junta Freguesia: 1982 - calcetamento dos largos e de algumas ruas; DGEMN: 1982 - limpeza e remoção de betão no pano de muralha junto à escola primária; CMO: 1985 - execução e colocação no Terreiro de Santiago, da estátua de D. Nuno Álvares Pereira, projecto dos espaços verdes; Fábrica da Igreja Paroquial: 1990, cerca - obras no edifício contíguo à Casa Paroquial, demolição de casa térrea para construção de edifício com 2 pisos e cave; DGEMN: 1992 / 1996 - adaptação de 5 casas (entre as quais o antigo Hospital da Misericórdia) para instalação da Pousada Conde de Ourém (firma projectista: Carlos Ramos, Planeamento e Arquitectura, SA); CMO: 2004 - limpeza da fonte medieval; 2004 - obras no 2º piso da antiga Casa do Alcaide (actual Taberna "a Ginginha"); CMO: 2005 - enterramento de cabos com acompanhamento arqueológico.

Observações

A povoação teve inicialmente a designação de Abdegas, que significava "pai de Egas" (LEAL, 1875), referida na carta de doação, de 1183, do eclesiástico da Vila ao Mosteiro de Santa Cruz: "De ecclesiastico de Auren qui pruis Abdegas vocabatur" (ELYSEU, 1982). *2 - A Colegiada de Santa Maria da Misericórdias é umas das maiores e mais antigas fundada pela acção eclesiástica da Casa Ducal de Bragança. Segundo Saúl A. Gomes, a tela com a pintura de Nossa Senhora da Misericórdia, na capela-mor da actual igreja, representará o antigo edifício gótico, destruído no terramoto. Está prevista a instalação do Museu do Vinho no Paço dos Condes (projecto a realizar pela DGEMN, em colaboração com a Fundação da Casa de Bragança e a Câmara Municipal de Ourém). ARMAS DA VILA - Na Porta de Santarém, sobre o fecho do arco, as antigas armas esculpidas, dadas por D. Teresa à vila - castelo de 2 torres ameadas, ladeando porta encimada pelas 5 quinas, dispostas em cruz; no topo um crescente e uma estrêla; outrora distinguia-se uma águia em remate. Numa das faces do torreão do Paço, as armas do Conde de Ourém - escudo colocado obliquamente, com 2 faixas cruzadas em diagonal, nas quais estão relevadas 5 cruzes de braços iguais flordelizados; remata o escudo um elmo, outrora encimado por águia de braços abertos, com uma coroa ao colo. No Pelourinho o escudo das armas oficiais da vila, aí esculpido em 1620 - em campo branco uma águia negra entre 2 escudos com quinas e sobre estes de um lado uma estrêla, do outro um crescente.

Autor e Data

Isabel Mendonça 1997 / Anouk Costa 2004 / 2011

Actualização

Cecília Matias 2005
 
 
 
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