Capela de São Pedro de Medrões

IPA.00005992
Portugal, Vila Real, Santa Marta de Penaguião, Medrões
 
Arquitectura religiosa, barroca. Capela barroca de planta longitudinal composta de nave única e capela-mor, interiormente com tectos de madeira e iluminado unilateralmente. Fachada principal terminada em empena, com entablamento, e rasgada por portal de verga recta encimado por nicho com imagem escultórica do orago sobre cornija. Fachadas laterais com pilastras toscanas nos cunhais, coroadas por pináculos e terminadas em friso e cornija, sendo a lateral direita rasgada por janela de capialço na nave e capela-mor e ainda porta travessa de verga recta. Fachada posterior terminada em empena. Interior com tecto da nave e capela-mor com tectos de caixotões e painéis pintados, púlpito no lado do Evangelho, em talha, com baldaquino, acedido por porta. Arco triunfal de volta perfeita e capela-mor com retábulo barroco. Destaca-se a forma, decoração e localização lateral da sineira encimando a empena da sacristia, em plano recuado em relação à fachada principal da capela. No interior, realça-se a qualidade e exuberância da talha barroca policroma de estilo joanino, integrando-se nas chamadas igrejas revestidas de ouro, e pelos tectos apainelados, com pintura dos vários Papas.
Número IPA Antigo: PT011711060007
 
Registo visualizado 273 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Capela / Ermida  

Descrição

Planta longitudinal composta de nave única rectangular e capela-mor quadrangular, com sacristia rectangular, adossada a N.. Volumes articulados dispostos na horizontal, com cobertura homogénea de telhado de duas águas. Fachadas rebocadas e pintadas de branco com faixa a cinzento, pilastras toscanas nos cunhais, coroados por pináculos sobre plintos paralelepipédicos e empenas terminadas em cruz. Fachada principal orientada a O., terminada em empena com entablamento, coroada por cruz latina ao centro, e rasgada por portal de verga recta sobre pilastras, encimado por duas mísulas e cornija recta que suporta nicho em arco de volta perfeita, sobre pilastras, interiormente albergando imagem pétrea do orago, encimado por cruz latina; o nicho é ladeado por aletas suportando pináculos piramidais de remate esférico. Na fachada lateral esquerda, o corpo comprido da sacristia surge recuado em relação à capela, e a O. possui um óculo central, moldurado e gradeado, e, sobre a cornija do entablamento, uma sineira em arco de volta perfeita sobre pilastras, rematada por frontão de lanços decorado, tal como o pedestal, por enrolamentos fitomórficos e coroado por esfera com cruz metálica. A N., a sacristia é rasgada por janela rectangular, jacente, moldurada e gradeada. Fachada lateral esquerda rasgada por porta travessa de verga recta e janela de capialço, na nave, e por uma outra janela semelhante na capela-mor. Fachada posterior cega, terminada em empena e, a da sacristia, em meia empena e rasgada por janela jacente, gradeada. INTERIOR de paredes rebocadas e pintadas de branco com faixa de amarelo, de espaço diferenciado sendo a articulação entre a nave e a capela-mor sublinhada por arco triunfal e um degrau. Nave com pavimento de soalho e tecto curvo com sete séries de caixotões de talha policroma e painéis pintados, possuindo tirantes metálicos. Do lado do Evangelho surge púlpito rectangular com guarda e baldaquino de talha policroma ricamente decorada com anjinhos, conchas e enrolamentos de folhagens. O acesso faz-se por escada de madeira a partir da sacristia e possui porta de lintel recto com molduras pintadas como as da janela, na parede oposta. Parede do arco triunfal integralmente revestida de talha policroma formando uma ampla sanefa central e retábulos laterais entre colunas pseudosalomónicas. Pilastras e intradorso do arco triunfal revestidos da talha do mesmo tipo. Capela-mor lajeada e com tecto curvo com sete séries de caixotões de talha policroma e painéis pintados, possuindo tirantes metálicos e de madeira pintada. Sobre supedâneo de dois degraus, existe o retábulo-mor de talha policroma formando tribuna central com trono ladeada de duas edículas com imagens entre colunas pseudosalomónicas e uma ampla sanefa com anjos revestindo a parte superior da parede. A janela de rampa que se rasga do lado da Epístola possui a cantaria pintada, sendo enquadrada por sanefa e moldura de talha policroma recortada. Do lado oposto uma porta de lintel recto com molduras pintadas e sanefa de talha policroma comunica com a sacristia. Esta encontra-se dividida em dois espaços separados por porta de lintel recto encimada por janela de rampa rectangular. Possui paredes brancas e tecto de madeira, plano e com caixotões singelos.

Acessos

Medrões, EM 603 entre Sanhoane e Medrões

Protecção

Categoria: MIP - Monumento de Interesse Público / ZEP, Portaria nº 405/2010, DR, 2.ª série, n.º 114, de 15 junho 2010

Enquadramento

Rural, em zona de socalcos da Região Demarcada do Douro. Ergue-se junto à estrada e ao cemitério paroquial, afastada da povoação e inserida num adro rectangular, sobrelevado à estrada, gradeado e com acesso por portão frontal. O adro abriga dois mausoléus e comunica com o cemitério situado em plano elevado, do lado N..

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: capela

Utilização Actual

Religiosa: capela

Propriedade

Privada: Igreja Católica

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18

Arquitecto / Construtor / Autor

MESTRE: Garcia Fernandes de Oliveira (1748).

Cronologia

Séc. 17 / 18 - construção de uma primitiva capela dedicada a São Pedro; 1704, 1 Agosto - uma acta do termo de eleição da Irmandade refere-se à Igreja de São Pedro; 1706 - segundo o Pe. Carvalho da Costa tinha estatuto de igreja e era propriedade da Irmandade dos Clégicos do concelho de Penaguião; 1748 - arrematação da obra da capela de São Pedro pelo mestre Garcia Fernandes de Oliveira, da freguesia de Pena Longa, concelho de Guimarães; o mestre obrigava-se a fazer o telhado apainelado e com talha a dividir os painéis; o púlpito seria alongado e a sua pedra forrada; os retábulos colaterais seguiriam o modelo dos alongados da igreja de Cever e as suas colunas seriam salomónicas; a obra duraria um ano e custaria 190$000, pagos em três prestações, a primeira de 60$000, e as restantes de 130$000 uma a meio e outra no final da obra; 1758, 16 Abril - segundo o relato do abade Domingos Martins Braga nas Memórias Paroquiais da freguesia, a capela de São Pedro, quase no meio da freguesia, era Irmandade dos Clérigos de todo o concelho e alguns de fora, tendo 140 irmãos, alguns leigos; a capela tinha três altares, o altar-mor com a imagem de São Pedro, e dois colaterais, os quais ainda não tinham imagens, por terem sido feitos de novo; 1989, 05 fevereiro - proposta de classificação da Junta de Freguesia de Medrões; 1997, 27 junho - proposta de abertura do processo de classificação da DRPorto; 1998, 15 julho - despacho de abertura do processo de classificação do Vice-Presidente do IPPAR; 2001, 23 março - proposta da DRPorto para a classificação como Imóvel de Interesse Público; 2007, 09 maio - proposta de definição de Zona Especial de Proteção da DRPorto; 11 julho - parecer favorável do Conselho Consultivo do IGESPAR, I.P. para a classificação como Imóvel de Interesse Público e definição de Zona Especial de Proteção; 2009, 03 setembro - despacho de homologação do Ministro da Cultura relativo à classificação do imóvel e definição de Zona Especial de Proteção.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes autoportantes.

Materiais

Estrutura rebocada e pintada; molduras dos vãos, pilastras, entablemento, sineira, pináculos, cruzes, nicho, aletas e outros elementos em cantaria de granito; portas de madeira; grades de ferro; pavimento da nave em soalho; retábulo, púlpito de talha dourada e policroma; tectos de caixotões, entalhados e pintados; cobertura exterior com telha de meia-cana.

Bibliografia

ALMEIDA, José António Ferreira de (coord.), Tesouros Artísticos de Portugal, Lisboa, 1976, p. 390; CAPELA, José Viriato, BORRALHEIRO, Rogério, MATOS, Henrique, As Freguesias do Distrito de Vila Real nas Memórias Paroquiais de 1758. Memórias, História e Património, Braga, 2006; COSTA, António Carvalho da (Padre), Corografia Portugueza..., Lisboa, Valentim da Costa Deslandes, 1706, tomo I; PALAVRAS, Armando Manuel Gomes, Anjos de Penaguião. Dissertação de Mestrado em História da Arte, Universidade Lusíada, Fevereiro 2001.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, IHRU: SIPA

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Junta de freguesia: 1987, cerca - reparação das coberturas exteriores; séc. 21 - obras de conservação exterior.

Observações

Autor e Data

Ricardo Teixeira 1997

Actualização

 
 
 
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