Igreja Paroquial de Valpaços / Igreja de Santa Maria Maior
| IPA.00005722 |
| Portugal, Vila Real, Valpaços, Valpaços e Sanfins |
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| Arquitectura religiosa, oitocentista e neoclássica. Igreja de planta longitudinal com nave, contrafortada, e capela-mor, mais estreita, interiormente cobertas com abóbadas de lunetas e iluminadas por janelas em cada um dos tramos. Fachada principal terminada em empena interrompida por torre, de três registos, o primeiro rebocado e os outros em cantaria aparente, inserindo-se no modelo da chamada fachada-torre, possuindo portal de verga abatida encimado por frontão contracurvado e nicho. Fachadas com cunhais apilastrados encimados por urnas, terminadas em friso e cornija, com portas travessas de ambos os lados. Interior com coro-alto sobre arco abatido, púlpito no lado do Evangelho, dois retábulos laterais e duas capelas colaterais com retábulos, e retábulo-mor, todos neoclássicos, de talha policroma a marmoreados fingidos e dourado de planta recta e um ou três eixos, caso do mor. Igreja reconstruída no séc. 18, mas aproveitando a planimetria seiscentista e possivelmente os contrafortes da primitiva nave, com vãos rectangulares de ângulos curvos rasgados regularmente, capela-mor mais alta e moderação decorativa. O esquema da fachada apresenta acentuada verticalidade, com torre de três registos escalonados, o primeiro parcialmente de cunhais marcados, delimitando nicho com imagem e frontão sobrepujando separadamente o portal, apoiado em falsas mísulas, e com a torre interrompendo empena de volutas de perfil curvo; os pináculos dos cunhais, alteados e muito adelgaçados, contribuem para essa verticalidade. No interior o volume da torre avançado para a nave, no centro do coro-alto, criando falso endo-nártex. Os retábulos da nave são simétricos dois a dois, os colaterais possuindo ático em frontão encimado por espaldar adaptado ao perfil do arco da capela, coroado por vaso de flores em talha vazada; o retábulo-mor apresenta o arco da tribuna sobrelevado e ladeado por estípetes que suportam o frontão do ático; de realçar a sanefa do arco triunfal, com elementos fitomórficos, volutas e florões em talha vazada. |
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| Número IPA Antigo: PT011712280018 |
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| Registo visualizado 98 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
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Descrição
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| Planta longitudinal composta de nave única, de quatro tramos, integrando torre sineira quadrada ao centro do primeiro, e capela-mor, mais estreita e mais alta, ambas rectangulares, com sacristia também rectangular, mais baixa, adossada a N., à qual se liga anexo com instalação sanitária, de planta triangular, bastante mais baixo, disposto no ângulo com a capela-mor. Volumes escalonados, dispostos horizontalmente, excepto na torre, e coberturas diferenciadas, em telhados de duas águas na igreja, de três na sacristia e plana no anexo. Fachadas de alvenaria rebocada e pintada de branco, com cunhais apilastrados, encimados por urnas muito adelgaçadas sobre plintos paralelepipédicos, percorridas por embasamentos de cantaria e terminadas em friso e cornija. Fachada principal virada a O., terminada em empena de volutas interrompida pela torre sineira, de três registos escalonados, separados por friso e cornija, o primeiro rebocado, com cunhais apilastrados, assentes em falsas mísulas terminadas em pingente, e os restantes em cantaria, com as pilastras dos cunhais de fuste almofadado sobrepujadas por urnas, e coberta por domo, coroada por cruz latina metálica. Ao centro rasga-se portal, de verga abatida, com moldura rectangular, de cantos salientes e chave sobreposta por cartela com a inscrição ANNO DO SeNhoR 1808. No primeiro registo da torre surge arco contracurvado, encimado por nicho, em arco de volta perfeita, sobre pilastras terminadas inferiormente com pingente, abóbada concheada, terminado em cornija contracurvada, albergando imagem pétrea sobre peanha com querubim e mísula. Lateralmente, existe mostrador do relógio de pesos. Os registos seguintes da torre são rasgados, em cada uma das faces, por sineiras alteadas em arco de meio ponto, com sinos. Fachadas laterais da nave marcadas por três contrafortes, rasgadas por três janelas rectangulares com capialço, a do primeiro tramo mais pequena e colocada num plano superior, e porta de verga abatida com moldurada rectangular de cantos salientes, e a fachada S. da capela-mor rasgada por janela de capialço; na sacristia abre-se a O. porta de verga abatida e a E. janela de capialço. Fachada posterior cega, terminada em empena encimada por cruz latina sobre plinto, tal como na da capela-mor. INTERIOR com paredes rebocadas e pintadas de branco, com silhar de azulejos de padrão fitomórfico, monocromos azuis sobre fundo branco, associado a rodapé de madeira envernizada na capela-mor, com janelas encimadas por sanefas de talha dourada. Nave ritmada por três pilastras de granito, em correspondência com os contrafortes exteriores, que suportam a cobertura, em abóbada de lunetas. Coro-alto sobre arco abatido, com guarda em balaustrada de granito, acedido por escada granítica em caracol desenvolvida no interior da torre e com porta no lado da Epístola; a escada dá também acesso aos sinos. Guarda-vento de madeira pintada de castanho, dispondo-se de cada um dos lados de pias de água benta caneladas com abóbada de concha. No sub-coro, simetricamente à escada para o coro, surge, do lado do Evangelho, baptistério, em arco de volta perfeita, com abóbada de berço, pia baptismal central, e com guarda de ferro pintado. De cada lado, dispõem-se lateralmente, confrontantes, confessionários embutidos nas paredes, de verga recta e portas de madeira pintada de castanho. No lado do Evangelho, adossado à pilastra central, surge púlpito de bacia granítica quadrangular, sobre mísula, com guarda plena em talha policroma e dourada, decorado com motivos fitomórficos, acedido por escada rasgada no interior da parede a partir do vão da porta travessa. Os portais laterais são ladeados por pias de água benta caneladas com abóbada de concha. No topo da nave, dispõem-se dois retábulos laterais de talha policroma e dourada, de planta recta e um eixo, dedicados a Senhora das Dores (Evangelho) e ao Sagrado Coração de Jesus (Epístola). Arco triunfal de volta perfeita sobre pilastras, encimado por sanefa de talha policroma e dourada, de elementos fitomórficos, volutas e festões vazados, ladeado por duas capelas colaterais, em arco de meio ponto com retábulos também de talha policroma e dourada, de planta recta e um eixo, dedicados à Nossa Senhora de Fátima (Evangelho) e à Senhora das Graças (Epístola). Pavimento em laje de granito na entrada e de madeira envernizada na restante área da nave. Capela-mor acedida por degrau, tendo, no lado do Evangelho, porta de verga abatida para a sacristia; sobre o supedâneo de granito, com quatro degraus centrais, está colocado o retábulo-mor de talha policroma e dourada, de planta recta e três eixos definidos exteriormente por duas pilastras e interiormente por duas pilastras de fuste liso e duas colunas de fuste liso e terço inferior canelado, as últimas assentes em dupla ordem de plintos, os inferiores mais altos e de faces almofadadas e os superiores decorados com florão, e com capitéis coríntios; ao centro, abre-se tribuna em arco de volta perfeita fechada por painel pintado com Santa Maria Maior; nos eixos laterais surgem apainelados, adaptados ao perfil da cobertura, sobrepostos por mísulas com imaginária encimada por pequeno motivo fitomórfico; ático formado frontão de lances, assente em estípetes de fuste canelado, ladeado por aletas, com tímpano sobreposto por cartela oval envolta em resplendor e com monograma AM; banco ornado com apainelados de motivos fitomórfico. Altar paralelepipédico de frontal seccionado em três painéis ornados de acantos. Pavimento de madeira envernizada e cobertura em abóbada de aresta. Sacristia ampla, com pavimento de mosaico, paredes rebocadas e pintadas de branco, com silhar de azulejos de padrão fitomórfico moderno, e tecto forrado a polietileno; apresenta na parede N. armário embutido de molduras recortadas e portas de madeira pintadas de azul e lavabo, de espaldar rectangular vertical, com bacia semicircular, bica inserida em mascarão e depósito em arco de volta perfeita, rematado por cornija contracurvada, e, na parede E., arcaz de madeira, ladeado por porta de verga recta para acesso ao anexo que serve de instalação sanitária; este, construído com parede de tijolo, apresenta-se rebocado e pintado de branco, com pavimento de cimento queimado e cobertura estucada e pintada igualmente de branco. |
Acessos
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| Valpaços, Praça da República |
Protecção
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| Em estudo |
Enquadramento
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| Urbano, meia-encosta, a 430 m de altitude, isolado. Implanta-se numa praça recentemente remodelada, estruturada por arruamentos e fachadas de edifícios de dois e três pisos, maioritariamente novecentistas, a N., E. e S, e, a O., a cota mais elevada, pela Casa do Arco ou Solar dos Ferreiros (v. PT011712280015). No espaço fronteiro ao templo, localiza-se lateralmente uma fonte oitocentista associado a um jogo de água que integra painel de azulejos, flanqueando escadaria de acesso ao arruamento paralelo à Casa do Arco. A praça é integralmente pavimentada com lajes e cubos de granito. |
Descrição Complementar
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| INSCRIÇÕES: em cartela sobre o portal: ANNO / DO S(e)N(ho)R / 1808; no relógio de sol colocado sobre a cornija da empena, no lado S.: ANO 'DE' 1807; na fachada lateral E., acima do capitel do cunhal apilastrado da frente, pintada: 1830 (entre dois pés de flor); na moldura do mostrador relógio instalado na fachada principal: 1.851; no retábulo-mor, pintada: RESTAURADA / OFICINAS / ANTº ALVES, SUC. "FILHOS" / BRAGA / 1980. TALHA: Retábulos laterais de estrutura igual, em talha pintada a marmoreados fingidos a bege, verde, rosa, azul e dourado, de planta recta e um eixo, definido por duas colunas de fuste liso e terço inferior canelado, assentes em dupla ordem de plintos paralelepipédicos de face frontal ornada com motivos fitomórficos, e de capitéis coríntios, sobrepostos por urnas; ao centro, abre-se nicho em arco de volta perfeita, de fecho saliente, sobre pilastras, com interior pintado de azul e motivos dourados, albergando imaginária; o nicho é envolvido por festões, no retábulo do lado do Evangelho, sobrepostos por duas mísulas com imaginária, e encimado por friso com drapeados e motivos fitomórficos; sobre o entablamento de friso decorado com elementos vegetalistas, desenvolve-se o ático em espaldar, decorado com cartela central e motivos fitomórficos rematado por cornija e acantos vazados; banco com apainelados de motivos vegetalistas. Altar tipo urna com frontão decorado com elementos vegetalistas. Os retábulos colaterais possuem também estrutura igual, em talha policroma a marmoreados fingidos a bege, verde, rosa e dourado, de planta recta e um eixo, definido por duas colunas de fuste liso e terço inferior canelado, assentes em base sobre plintos paralelepipédicos de face frontal ornada com motivos fitomórficos, e com capitéis compósitos; ao centro, abre-se nicho em arco de volta perfeita, de fecho saliente, sobre pilastras, com interior pintado, o do lado do Evangelho com paisagem, e o do lado da Epístola com de azul e motivos dourados, albergando imaginária; o nicho é enquadrado por seguintes salientes; ático em frontão triangular de lances, com o tímpano decorado com motivos fitomórficos, encimado por espaldar adaptado ao perfil da capela, ornado de grinaldas e cartela, rematado por vaso de acantos vazados, ladeado por urnas; banco com painel de enrolamentos vegetalistas. Altar tipo urna com frontão decorado com elementos vegetalistas. |
Utilização Inicial
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| Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
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| Religiosa: igreja paroquial |
Propriedade
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| Privada: Igreja Católica (Diocese de Vila Real) |
Afectação
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| Sem afectação |
Época Construção
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| Séc. 19 / 20 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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| ARQUITECTO: Helena Cristina Pires Rebelo da Silva (1999). OFICINA DE RESTAURO: Sucessores de António Alves (1980). PINTOR DE AZULEJOS: José Rodrigues (2001). *1. |
Cronologia
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| Séc. 16 / 17 - construção de um primitiva igreja; 1807 - data no relógio de sol; 1808 - reconstrução da igreja de acordo com inscrição gravada na cartela colocada sobre o portal; 1830 - data no cunhal da fachada lateral; 1851 - data no mostrador do relógio; 1873 - construção do chafariz em frente do templo, de acordo com a inscrição que possui; 1999 - projecto de remodelação e requalificação da zona envolvente da Igreja Matriz, da autoria da Arquitecta Helena Cristina Pires Rebelo da Silva; 2002 - remodelação e requalificação da zona envolvente, que implicou o rebaixamento parcial, repavimentação, reposição da fonte oitocentista, execução de escadaria, instalação de jogo de água e painel de azulejos, datado de 2001, da autoria de José Rodrigues. |
Dados Técnicos
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| Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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| Paredes em alvenaria rebocada e pintada no exterior e interior e parede de alvenaria de tijolo na instalação sanitária; cunhais, cornijas, urnas de coroamento e cruzes, guarnição dos vãos e armários, corpos superiores da torre, pavimento da entrada, supedâneo, arco triunfal, escadas de acesso ao coro-alto e púlpito, balaustrada do coro-alto, pias, lavabo da sacristia e coberturas interiores de cantaria de granito; fenestrações com vidro simples e caixilharia de ferro forjado; silhares de azulejo industrial; pavimento da nave e capela-mor, rodapé, portas, guarda-vento, edículas de madeira; guarda do púlpito, retábulos e sanefas em talha policroma e dourada; porta exterior da sacristia de alumínio termolacado; forro da cobertura da sacristia em polietileno; pavimento da sacristia e do coro-alto de mosaico; pavimento da instalação sanitária de cimento queimado; coberturas exteriores de telha cerâmica. |
Bibliografia
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| ANDRADE, J. L. Montanha de, Valpaço-lo-Velho, Valpaços, 2001; MARTINS, A. Veloso, Monografia de Valpaços, Porto, 1990; Dicionário Enciclopédico das Freguesias, vol. 3, Freixieiro, 1997. |
Documentação Gráfica
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| DGEMN:DSID |
Documentação Fotográfica
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| DGEMN:DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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| Comissão Fabriqueira: 1930, cerca de - aplicação de soalho; 1980 - restauro dos retábulos pelas Oficinas dos sucessores de António Alves, de Braga; 1990, 2ª metade da década - substituição do soalho, intervenção no pavimento do coro-alto e da sacristia; 2000 - renovação dos silhares de azulejos; Câmara Municipal de Valpaços: 2002 - remodelação e requalificação da zona envolvente da Igreja. |
Observações
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| *1 - Segundo A. Veloso Martins (1990, p. 108), a traça e construção do templo foram da responsabilidade de um mestre galego. |
Autor e Data
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| Armando Redentor e Carla Cruz 2003 |
Actualização
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