Igreja Paroquial de Cuba / Igreja de São Vicente
| IPA.00000547 |
Portugal, Beja, Cuba, Cuba |
|
Arquitectura religiosa, maneirista, barroca. Igreja paroquial de grandes dimensões, com fachada flanqueada por torres sineiras, empena triangular, nave em forma de caixa abobadada, capela-mor coberta por cúpula. Portais simples de feição maneirista, barroquismo nas cúpulas e pináculos das torres, na decoração de massa simulando frontão de volutas sobre o portal e marcando almofadas nos paramentos. Retábulo-mor de talha dourada, joanina (substituindo um primitivo retábulo maneirista), com acrescento de talha rococó no arco da tribuna; frontal do altar-mor de azulejos polícromos, seiscentistas, de influência oriental, figurando ramagens e aves, semelhante aos da Igreja Matriz (v. PT040203020010) e da Capela de Santa Ágata (v. PT040203020012) em Vila Nova da Baronia; retábulos colaterais e laterais de feição barroca, rococó e neoclássica . Revestimento azulejar de padrão, sesicentista, cobrindo integralmente os alçados da nave, capela-mor e capela baptismal. Os volumes escalonados dos pesados contrafortes nas fachadas laterais e da parte inferior das torres sineiras, destinados a receber a descarga da abóbada da nave, depois de a mesma ter sido reconstruída, tornam ainda mais pesada a grande mole do templo. A severidade da grande caixa abobadada do interior é quase anulada pela utilização dos painéis de azulejo. |
|
Número IPA Antigo: PT040207010005 |
|
Registo visualizado 830 vezes desde 27 Julho de 2011 |
|
|
|
Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Igreja paroquial
|
Descrição
|
Planta longitudinal, composta pela justaposição do rectângulo da nave (27,60 x 8,75 m) e do quadrado da capela-mor (5,50 x 5,50 m), a que se adossam anexos de serviço, a sacristia e uma capela. Volumes escalonados com coberturas diferenciadas de 2 águas sobre a nave, 1 água sobre os anexos, em domo revestido a telha e rematado por lanternim sobre a capela-mor. Fachada principal virada a O. flanqueada por 2 torres quadrangulares cupuladas, rasgadas por sineiras, assentando sobre pesados corpos prismáticos escalonados; empena triangular rematada por acrotério com cruz, portal de vão rectangular arquitravado encimado por janelão idêntico, rasgados no eixo central; nas fachadas laterais arcadas cegas e grandes contrafortes escalonados; um portal axial idêntico ao da fachada principal abre-se na fachada S.; na fachada posterior 2 arcobotantes unem a empena triangular da nave à capela-mor. INTERIOR: nave com cobertura em abóbada de berço reforçada por tirantes de ferro; coro-alto com balaustrada de madeira sustentado por 3 abóbadas de aresta sobre 3 arcos redondos, assentes em pilares quadrangulares; sob o coro sepulturas, uma delas com lápide com as armas dos Salgueiros Barahonas. Capela baptismal sob o torreão N.; púlpito em mármore, semicircular, com guarda de balaústres, encimado por guarda-voz em talha polícroma, no alçado N.; dos lados do Evangelho e da Epístola altares coloaterais; no alçado N. um retábulo, tapando o arco de passagem para a antiga capela do Rosário Nova, hoje transformada em arrecadação; do lado contrário, o altar do Senhor dos Passos, com retábulo de talha polícroma, com a tribuna envidraçada deixando ver a imagem. Capela-mor, coberta por cúpula sobre trompas, abrindo para a nave por arco triunfal a pleno centro; altar-mor com frontal de azulejos polícromos figurando ramagens e aves Galliformes, da família dos phasianidae enquadrados por sanefa e sebastos; retábulo-mor em talha dourada. Revestimento azulejar de diferentes padrões polícromos seiscentistas cobrindo totalmente as paredes da nave, a capela-mor e a capela baptismal, intercalando na nave, no 2º registo, pequenos painéis hagiográficos; um painel representando São Vicente encima o portal na fachada principal. Na sacristia vestígios de pinturas murais. |
Acessos
|
Largo 5 de Outubro, junto à Rua Serpa Pinto |
Protecção
|
Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 28/82, DR, 1.ª série, n.º 47 de 26 fevereiro 1982 |
Enquadramento
|
Urbano, planície. Inserido num pequeno largo de construções simples e zonas verdes; do lado N. a casa paroquial. Integração harmoniosa, apesar de alguns elementos destoantes - habitações revestidas de azulejos modernos e edifícios degradados. |
Descrição Complementar
|
Na parede exterior da sacristia, sobre a porta, encontra-se uma lápide copiando uma outra romana descrita por André de Resende, feita por ordem de Frei Francisco de Oliveira, em 1724. |
Utilização Inicial
|
Religiosa: igreja paroquial |
Utilização Actual
|
Religiosa: igreja paroquial / Cultura e recreativa: museu |
Propriedade
|
Privada: Igreja Católica (Diocese de Beja) |
Afectação
|
Sem afectação |
Época Construção
|
Séc. 16 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
|
PEDREIRO: Manuel Gonçalves; Vieira Serrão ( atr.), primitivo retábulo-mor. |
Cronologia
|
1572 - Contrato assinado com o mestre pedreiro Manuel Gonçalves para a construção da igreja; 1617 - reforço da estrutura para consolidação da abóbada, que ameaçava derrocada eminente; ter-se-ão então construído os pesados contrafortes exteriores, lançando-se os tirantes em ferro no interior; 1667 - revestimento azulejar da igreja; 1675 - construção do púlpito; 1715 - construção do altar do Senhor dos Passos; 1729 - construção da capela do Rosário Nova; 1755 - o terramoto causa alguns estragos na igreja; 1758 - as Memórias Paroquiais mencionam a igreja como tendo uma só nave, com cinco altares, e altar-mor, na nave, do lado do Evangelho, estavam os altares de Nossa Senhora do Rosário e de Nossa Senhora do Socorro, e do lado oposto, o de Santo António e o do Senhor dos Passos e Almas; todos os altares possuem confrarias; 2003, 22 Janeiro - inauguração do tesouro da igreja. |
Dados Técnicos
|
Estrutura mista |
Materiais
|
Alvenaria de pedra e tijolo rebocada e caiada, com faixas pintadas de rosa nos rodapés e molduras nos volumes escalonados; telha cerâmica, madeira, vidro, azulejo. |
Bibliografia
|
BORGES, Emília Salvado, O Concelho de Cuba - Subsídios para o seu Inventário Artístico, Cuba, 1981; VIANA, Abel, Pelo Baixo Alentejo in Arquivo de Beja, Vol.III, 1946; SIMÕES, J. M. Santos, Azulejaria em Portugal, Vols.I e II, Lisboa, 1971; SERRÃO, Vítor e outros, A Pintura dos séculos XVI a XVIII no concelho de Cuba, Cuba, 1992; ESPANCA, Túlio, Inventário Artístico de Portugal, Distrito de Beja, Lisboa, 1993; BORGES, Emília Salvado, O Concelho de Cuba nas Memórias Paroquiais de 1758, Cuba, 1994. |
Documentação Gráfica
|
IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
|
IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
|
|
Intervenção Realizada
|
1941 / 1942 - destruída a capela do Rosário Nova, entaipando-se a entrada com um altar trazido da Igreja da Misericórdia de Vila Ruiva; 1960 - retirada a grade de ferro fundido que separava a capela-mor da nave para colocação de um altar de talha polícroma (em função das determinações do Concílio Vaticano II); 2003 - obras para instalação do Tesouro; restauro da pintura mural da sacristia. |
Observações
|
|
Autor e Data
|
Isabel Mendonça 1993 |
Actualização
|
|
|
|
|
|
| |