Edifício na Rua 31 de Janeiro, n.º 21 a 25 / Ourivesaria Âncora
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Portugal, Porto, Porto, União das freguesias de Cedofeita, Santo Ildefonso, Sé, Miragaia, São Nicolau e Vitória |
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Edifício residencial multifamiliar e comercial de planta rectangular alongada. Possui três pisos, cave, e um piso acrescentado sobre o beiral. Arquitectura do ferro com utilização de alguns elementos decorativos como volutas, cordas, âncoras e folhas de acanto. Constitui com a Casa Vicent, as Ourivesarias Reis e Cunha, exemplares da arquitectura do ferro da R. de Santo António que se mantiveram na sua expressão formal original até aos nossos dias. A fachada principal, apresenta no primeiro piso uma "devanture" em ferro fundido, com embasamento em mármore cinzentado, constituída por três vãos, duas portas e uma vitrine, marcadas por molduras salientes nas ombreiras, com cachorros nas extremidades, em forma de folha de acanto, para suporte de uma faixa onde se lê: "Ourivesaria e Joalharia Âncora". Delimitando superiormente os vãos e a ligar os cachorros uma corda dourada em ferro que suspende uma âncora também dourada entre cada vão. |
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Número IPA Antigo: PT011312120168 |
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Registo visualizado 120 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Residencial multifamiliar Edifício Edifício residencial e comercial
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Descrição
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De planta rectangular alongada, de reduzida profundidade. Massa simples, com cobertura em telhado de uma água. Três pisos, cave, e um piso acrescentado sobre o beiral. A fachada principal, orientada a S., apresenta no primeiro piso uma "devanture" em ferro fundido, com embasamento em mármore acinzentado, constituída por três vãos, duas portas e uma vitrine, marcadas por molduras salientes nas ombreiras, com cachorros nas extremidades, em forma de folha de acanto, para suporte de uma faixa de entablamento onde se lê: "Ourivesaria e Joalharia Âncora". Delimitando superiormente os vãos e a ligar os cachorros uma corda dourada em ferro que suspende uma âncora também dourada entre cada vão. Sobre a porta da extremidade e a vitrine pode lêr-se respectivamente: "Oficina" e "Compra ouro prata e pedras finas". Entre o ferro e o mármore destacam-se quatro vitrines metálicas salientes da fachada. O segundo piso, apresenta três janelas de guilhotina, com vidrinhos, com moldura de granito e verga curva. O terceiro piso tem no mesmo alinhamento, o mesmo número de vãos, sendo estas portas de sacada, com vidros, moldura recta de granito e varandim com guarda em ferro. A rematar, uma cornija de granito, sobre a qual apoia um beiral, para lá do qual se ergue o último piso, revestido a chapa ondulada, apenas com duas janelas de guilhotina. O INTERIOR do edifício encontra-se dividido funcionalmente: no 1º piso situa-se a Ourivesaria, na cave o arrumo-depósito da mesma e nos pisos superiores a residência dos comerciantes. A entrada para a residência faz-se pela área comercial através de uma escada em caracol, implantada numa das extremidades e que serve os diferentes pisos. |
Acessos
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Santo Ildefonso, Rua 31 de janeiro, n.º 21 a 25 |
Protecção
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Em estudo / Incluído no Centro Histórico (v. PT011312140163) e na Zona Histórica da Cidade do Porto (v. PT011312070086), na Zona de Protecção da Estação de São Bento (v. PT011312140090) e da Igreja dos Congregados (v. PT011312120178) |
Enquadramento
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Urbano, flanqueado pelas construções que definem a Rua 31 de Janeiro *1, tendo a O. um edifício de quatro pisos e mansarda, e a E. um de cinco pisos. O prédio desta loja não possui logradouro, apresenta maior frente do que profundidade pois confronta directamente com as traseiras dos edifícios da Rua Sá da Bandeira |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Residencial: edifício residencial e comercial |
Utilização Actual
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Residencial: edifício residencial e comercial |
Propriedade
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Privada: pessoa colectiva |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 19 (conjectural) |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido |
Cronologia
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1837, 4 Março - Requerimento apresentado por José Ferreira Vidal Guimarães para rectificar as traseiras da casa; 5 Março - aprovação do requerimento; 1845, 9 Dezembro - requerimento apresentado pelo mesmo para acrescentar um andar ao prédio; 31 Dezembro - aprovação do requerimento, tendo tido o parecer de Joaquim Costa Lima Junior; 1874 - é projectada por João de Almada e Melo a abertura da R. 31 de Janeiro; 1899, até - era proprietário do prédio João Gulard Dias; 1899 - inauguração da Ourivesaria Âncora por Domingos da Rocha Guimarães, tio do actual proprietário; anos 60, desde - o prédio está alugado a Manuel Vidal; 1999 - centenário da Ourivesaria Âncora. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutural de paredes portantes. |
Materiais
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Devanture em ferro fundido e mármore; paredes exteriores de alvenaria de granito rebocadas; tectos em estuque na habitação; tecto falso em material plástico na Ourivesaria; estrutura de suporte dos pavimentos em madeira; placa intermédia da cave para a loja; pavimentos em soalho de madeira; caixilhos exteriores em madeira pintada. |
Bibliografia
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MARÇAL, Horácio, A Rua de Santo António - I, in O Tripeiro, VI Série, Ano IV, n.º 10, Outubro, Porto, 1964; MARÇAL, Horácio, A Rua de Santo António - II, in O Tripeiro, VI Série, Ano IV, n.º 11, Novembro, Porto, 1964; PACHECO, Helder, Porto, Lisboa, 1984. |
Documentação Gráfica
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CMP: AHMP, Livro 2 de Plantas de Casas, fl. 163 e Livro 11 de Plantas de Casas, fls. 83 - 86 |
Documentação Fotográfica
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DGPC: DGEMN:DSID, SIPA |
Documentação Administrativa
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CMP: AHMP |
Intervenção Realizada
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Inquilino: Séc. 20, anos 60 - Substituição do revestimento do tecto da loja; anos 70 - introdução da laje de pavimento entre a loja e a cave e novo revestimento |
Observações
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*1 - a R. de Santo António, actual R. 31 de Janeiro, foi uma importante artéria comercial no século passado. Aqui chegaram a instalar-se alguns comerciantes estrangeiros como: Vicent, Delage, Buisson etc. Algumas lojas forneceram a Casa Real. |
Autor e Data
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Isabel Sereno 1999 |
Actualização
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