Colégio de São Bernardo / Colégio do Espírito Santo

IPA.00005213
Portugal, Coimbra, Coimbra, União das freguesias de Coimbra (Sé Nova, Santa Cruz, Almedina e São Bartolomeu)
 
Arquitectura religiosa, educativa, renascentista, maneirista. A porta do corpo médio do claustro N. é maneirista. Os azulejos de motivo solto deste claustro são do início do séc. 18; os do átrio, escada e galeria, da segunda metade.
Número IPA Antigo: PT020603170084
 
Registo visualizado 246 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Educativo  Colégio universitário    

Descrição

Planta longitudinal, composta, irregular. Volumes articulados, disposição horizontal das massas. Coberturas diferenciadas. Fachada principal orientada a O.; do alçado inicial restam 2 das 3 secções que o compunham, separadas por uma pilastra lisa; eleva-se a 3 registos, estando o piso térreo adaptado a estabelecimentos comerciais; os superiores, estão separados por faixa cornijada e mostram janelas rectangulares de avental de diferentes dimensões, nem sempre segundo a mesma prumada. O acesso principal encontra-se na secção da esquerda, que foi transformada em palacete. INTERIOR: Espaço diferenciado, conservando-se parte dos 2 claustros. Dado o acentuado declive do terreno, está o plano dos claustros e o lanço posterior a nível mais elevado que a rua. O acesso ao claustro da esquerda faz-se por meio de um átrio e de escadaria da época do palacete, coma as paredes decorados com painéis de azulejos de composição figurativa com cenas de caça, em roxo manganês, com guarnição composta por formas auriculares e fragmentos arquitectónicos, em azul cobalto (4 grandes quadros e 3 menores, de uma figura, no átrio; um grande e outro pequeno ao cimo da escada). O claustro mostra na galeria do lado da colina 6 arcos de volta perfeita, e no lado da rua já da época do palacete apresenta arcos de volta perfeita sobre colunas toscanas e a parede revestida por silhar de azulejo figurativo idênticos ao do átrio. Nos corpos intermédios do claustro não existem arcadas, sendo a paredes, revestidas por silhar de azulejos de figura avulsa, na sua maioria em azul cobalto, excepto alguns exemplares figurativos a azul e roxo manganês. Na parede do lado S., sensivelmente a meio rasga-se uma porta de arco em volta perfeita (talvez do refeitório), decorado com almofadados, e no fecho com o escudo dos cistercienses e com uma inscrição; entre esta porta e o lado da colina ficam 2 frestas rectangulares; no andar superior, janelas de avental. Ao centro do claustro, restos de uma fonte. O claustro S. é maior; conserva ainda à vista os arcos do lado da colina e do lado N. Cada lado apresenta uma série de 7 arcos de volta perfeita sobre pilares toscanos. A galeria N. mostra ainda abóbada de arestas e lajedo de pedra no pavimento. O andar superior mostra, já transformadas e só em pequena parte, as antigas janelas rectangulares e de avental. A saída E. desta galeria dá para um terreiro estreito com entrada sob alto arco de volta perfeita no lado da Ladeira do Carmo; fecham-no construções utilitárias. Uma delas, de grande altura, levanta-se ao longo da ladeira; mostra aberturas ovais no andar alto para um e outro lado e janelas de verga recta e arquitravada, no andar baixo do lado do terreiro.

Acessos

Rua da Sofia

Protecção

Incluído na Zona de Protecção da R. da Sofia (v. PT02060317033) e da Igreja do Carmo (v. PT02060317026)

Enquadramento

Urbano, flanqueado, em harmonia com o meio envolvente constituído por edifícios de antigos colégios e prédios de 3 a 4 andares, apresentando estabelecimentos comerciais no r/c, separado da Igreja do Carmo pela ladeira do mesmo nome.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Educativa: colégio universitário

Utilização Actual

Residencial: edifício / Comercial e turística: edifício comercial multiusos

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 16 / 17 / 18 / 19 / 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUTECTO: Diogo de Castilho (atr.) (década de 1540)

Cronologia

1541, 8 Dezembro - fundação e colocação da primeira pedra. Financiado pelo Cardeal D. Henrique*1, pela sua própria fazenda "até ficar em estado de habitar-se", concluindo-se com as rendas do mosteiro de São Paulo de Frades no Bispado de Coimbra, Santa Maria de Tamares no Bispado de Leiria e de Nossa Senhora da Estrela no Bispado da Guarda; 1546 - carta do Cardeal D. Henrique dirigida a Diogo de Castilho, ao qual ordena o acrescento de mais 7 celas para além das 13 de que já dispunha o colégio; 1550 - entrada solene dos colegiais para o edifício, devendo este estar próximo da sua conclusão; 1560, 1 Março - encorporado na Universidade por carta régia; 1574, 26 Fevereiro - contrato entre os padres dos Colégios do Carmo e do Espirito Santo, onde se define uma Azinhaga entre os dois colégios testemunhado pelo arquitecto Jerónimo Francisco; 1596, depois de - concedido titulo abade ao reitor através de breve papal; séc. 16 / 17 - época porta com arco de volta perfeita em cantaria, decorado com almofadados, com inscrição "FRANGE ESVRIENTI / PANEMTVVM ESA. 56", e com um escudo da ordem Cister no fecho;. 18, início - época dos azulejos de fabrico coimbrão de figura avulsa ainda subsistentes no claustro N.; séc. 18 - construção do corpo posterior ao longo da Ladeira do Carmo; séc. 18, 2ª metade - época dos azulejos de fabrico coimbrão, com motivos de caça existentes no átrio e nas escadas de acesso à R. da Sofia, com ligação ao claustro N.; 1838 - o edifício foi vendido a um particular, sofrendo posteriormente grandes transformações, grande parte foi adaptado a residências; 1930, década - estavam instalados em parte do edifício os Serviços Hidráulicos do Mondego; 1980, década - metade do edifício foi adquirida pelo Sr. Armindo Portela; 2002 - o Sr. Armindo Portela adquire a totalidade do edifício; 2003/2004 - a Câmara Municipal de Coimbra constrói o Teatro da Cerca de São Bernardo; 2006, Maio - elaboração da Carta de Risco do imóvel pela DGEMN.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Alvenaria rebocada e caiada (paredes); pedra (vãos); telha (cobertura exterior).

Bibliografia

BORGES, Nelson Correia, Coimbra e Região, Lisboa, 1987; CRAVEIRO, Maria de Lurdes dos Anjos, Diogo de Castilho e a Arquitectura da Renascença em Coimbra, Faculdade de Letras da U. C., Coimbra 1990; GONÇALVES, A. Nogueira, Inventário Artístico de Portugal - Cidade de Coimbra, Lisboa, 1947; LOBO, Rui Pedro, Santa Cruz e a Rua da Sofia, Arquitectura e Urbanismo no séc. XVI, Trabalho de Síntese para as Provas de Aptidão Pedagógica e Capacidade Científica, apresentado ao Departamento de Arquitectura da F.C.T. da Univ. de Coimbra, Coimbra, 1999; SILVA, António Martins da O destino dos colégios universitários de Coimbra in separata das Actas do Colóquio, A Universidade e a Arte 1290 -1990, pp. 382-392, Coimbra, U. C, 1993; TEIXEIRA, António José, Breve notícia dos colégios, conventos e mosteiros, fundados nos distritos de Coimbra, Aveiro e Leiria in Revista Instituições Christãs, 2ª série, nº 8 e nº 10, 1891; VASCONCELOS, António de, Escritos Vários Relativos à Universidade de Coimbra, vol. 1, Coimbra, 1938.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco

Intervenção Realizada

Observações

*1 foi abade comendatário de Alcobaça de 1542 a 1580 (GONÇLVES, 1947)

Autor e Data

Francisco Jesus 1999 / Margarida Silva 2006

Actualização

 
 
 
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