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Conjunto arquitetónico Edifício e estrutura Residencial unifamiliar Quinta Palacete
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Descrição
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De planta composta pela justaposição de rectângulos, o edifício apresenta volumetria escalonada, sendo a cobertura efectuada por terraço e telhados a 4 águas. O núcleo primitivo da construção, desenvolvido ao longo da via pública, organiza-se dentro de um rectângulo e apresenta uma fachada principal a O., organizada em 3 corpos, separados por pilastras de cantaria, e 2 pisos, sendo lateralmente delimitada por cunhais de cantaria. Ao nível do piso térreo abre-se a porta ladeada por 4 janelas de peito de emolduramento calcário simples guarnecidas de grades de ferro forjado. O andar nobre é animado pelo rasgamento de 5 janelas de sacada com emolduramento de cantaria recortado e grades de ferro forjado, abrindo as 3 centrais para uma mesma varanda com base de cantaria apoiada em mísulas. O remate efectua-se por platibanda ritmada por plintos encimados por urnas e pináculos e interrompida, sobre o módulo central, pela presença de um frontão triangular decorado por uma estrela relevada e sobrepujado por urna. Este núcleo da construção articula-se com um terraço sensivelmente quadrado que se desenvolve a N., ao nível do andar nobre, e ostenta, aplicados num muro, 3 grandes painéis de azulejos monócromos e cercadura rocaille polícroma figurando cenas campestres e mitológicas. *1. Nos terrenos do jardim, que se desenvolve contiguamente ao alçado posterior da casa, reconhece-se a construção nova da casa de retiros, constituída por 2 pavilhões ligados a um corpo central. A S. encontra-se um jardim formal com buxos, fonte central e fonte parietal em estilo grotesco com incrustações de louça chinesa e ainda um belo exemplar de "araucária". |
Acessos
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Estrada da Buraca, n.º 8 - 10. WGS84 (graus decimais) lat.: 38.744158, long.: -9.203719 |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Urbano, destacado, isolado por jardim murado |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Residencial: quinta |
Utilização Actual
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Religiosa: recolhimento espiritual |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Cronologia
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1756 - a quinta era propriedade de Pedro Caetano Brum Pimentel, que aí residia com sua esposa D. Mariana Catarina de Pastori e 22 criados; 1764 - era habitado pelos mesmos proprietários, servidos por 14 criados e uma escrava; 1771 - a quinta é referida nos Livros das Almas da paróquia de Benfica como Quinta do Pedro Caetano; c. 1780 - aplicação dos 3 painéis azulejares do terraço, provavelmente oriundos da Real Fábrica do Rato; Séc. 18 - a propriedade era pertença de João António Lopes Pastor; Séc. 19 - na quinta residia D. Genoveva Leocádia Xavier da Silva (viúva de Bernardo António da Silva), havendo referências ao seu oratório particular existente no interior da casa; Séc. 19 - a imperatriz D. Amélia de Beauharnais Leuchtenberg (viúva de D. Pedro IV de Portugal e I do Brasil), passa uma temporada na quinta, acompanhada de sua filha, a infanta D. Maria Amélia; 1873 - era proprietário José Maria de Pastori, sendo então designada Quinta do Macaísta; Séc. 20 - sucedem-se como proprietários da quinta a viúva Garlon, o marquês de Fontes e, finalmente a Câmara Municipal de Lisboa ; cedência da propriedade pelo Município ao Patriarcado de Lisboa pela quantia de 2.000.000$00; 1962 - início da obra, tendo o palácio sido restaurado, arranjados os jardins e horta, sendo construída, numa zona da quinta, a casa de retiros; 1964, Maio - inauguração da Casa de Retiros do Bom Pastor, na Buraca, antiga Quinta da Buraca; 1967 - construção nova erguida em terrenos da propriedade; 1967 / 1975 - foi residência do Cardeal D. António Cerejeira após a sua reforma; 1983 / 1985 - aí residiram 3 irmãs da casa de retiros; 1999 - a casa encontra-se parcialmente habitada pelo capelão octagenário, estando o resto do imóvel fechado; 1999, 16 Agosto - elaboração da Carta de Risco do imóvel pela DGEMN. |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes |
Materiais
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Alvenaria mista, cantaria de calcário, reboco pintado, ferro forjado, azulejos. |
Bibliografia
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PROENÇA, Pe. Álvaro, Benfica Através dos Tempos, Lisboa, 1964; SANTA-BÁRBARA, Artur, Benfica e a sua igreja. Narrativa - Antologia 1955-1979, Lisboa, Livraria Ferin, 1979; STOOP, Anne De, Quintas e Palácios dos Arredores de Lisboa, Porto, 1986; CONSIGLIERI, Carlos e OUTROS, Pelas Freguesias de Lisboa. O Termo de Lisboa, Lisboa, 1993 |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco |
Intervenção Realizada
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Observações
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*1 - o interior, completamente transformado, não apresenta compartimentos de interesse |
Autor e Data
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Teresa Vale e Carlos Gomes 1996 |
Actualização
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Lobo de Carvalho e Teresa Ferreira 1999 |
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