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Edifício e estrutura Edifício Religioso Convento / Mosteiro Convento masculino Ordem de São Francisco - Franciscanos Capuchos (Província da Arrábida)
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Descrição
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De planta em U irregular, organizada em torno de claustro quadrado, o edifício apresenta volumetria escalonada e cobertura efectuada por telhados a 2, 3 e 4 águas. Com paramento em reboco pintado, exibe alçado principal a E., nele se destacando 2 corpos separados por pilastra de cantaria: a S., corpo de 3 pisos, vazado no piso térreo por 3 portas de verga recta com emolduramento simples de cantaria, sendo as dos extremos encimadas por janelas de guilhotina, também observadas no 3º piso - diferenciadas pelo tratamento da verga, aqui recortada. Por este corpo acede-se directamente ao claustro, rodeado de galeria definida por colunas e com cobertura em abóbada de berço; apresenta lambril azulejar com emolduramento polícromo figurando paisagens, também presente no salão principal, contíguo ao alçado S. do claustro. O corpo a N. corresponde à antiga igreja conventual, ao qual se acede através do claustro (comunicante com a nave e a sacristia) e pelo piso térreo, aberto em galilé suportada por 2 colunas em cantaria, encimada por vieira e janela; é rematado por empena triangular com cruz ao centro, delimitada por cornija sobrepujada de beirado. INTERIOR: do templo, de planta longitudinal a O. composta pela justaposição de 2 rectângulos correspondentes à nave e à capela-mor, articulados por arco triunfal de volta perfeita em cantaria. Adossado à face interna da fachada, coro-alto com guarda em balaustrada de madeira. De nave única e com cobertura efectuada por abóbada de berço, o espaço exibe paramento animado por lambril azulejar monócromo do tipo albarradas, púlpito do lado do Evangelho. O arco triunfal, com paramento ornado por pintura decorativa perspectivada de cariz arquitectónico, apresenta-se sobrepujado por nicho ladeado por 2 altares colaterais em talha dourada e pintada inscritos em arcos de volta perfeita. Na capela-mor, com cobertura em abóbada de berço ostentando pintura ornamental em torno de medalhão central com figuração da pomba do Espírito Santo, reconhece-se nos muros laterais a abertura de portas e janelas a ladear silhares de azulejos, e retábulo em talha dourada e pintada, a albergar pintura sobre tela com a representação temática da "Descida do Espírito Santo à Terra". Do lado exterior regista-se adossada ao muro de topo, torre quadrada com ventana sineira. Ao longo das restantes fachadas abertura de janelas morfologicamente diversas. Ainda na Quinta merecem destaque os 3 mirantes - do Leão, dos Ventos e da Boa Vista - que se observam, 2 deles nos 2 extremos a N. da propriedade; a Casa de Fresco, adossada ao muro S. da quinta, alguns dos tanques de lavagem e de apoio à parte agrícola e um pombal de planta circular com cobertura em domo, localizado em posição altimétrica dominante. |
Acessos
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EN 8 (Encosta da Mealhada, a 2 Km de Loures). WGS84 (graus decimais) lat.: 38,819856; long.: -9,161295 |
Protecção
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Inexistente |
Enquadramento
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Rural, destacado, isolado, implantado a acompanhar o declive do terreno, em posição altimétrica dominante. De planta de perímetro rectangular irregular, a quinta compõe-se de vários elementos, designadamente a antiga zona conventual e respectiva igreja, os jardins e estruturas agrícolas de apoio ao seu funcionamento. |
Descrição Complementar
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Utilização Inicial
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Religiosa: convento masculino |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: museu |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Séc. 16 / 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Cronologia
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1574 - fundação do Conventinho do Espírito Santo de Loures, 13ª casa dos frades franciscanos da Província de Santa Maria da Arrábida, sob o patrocínio de D. Luís de Castro do Rio (que posteriormente será sepultado na capela-mor da igreja, juntamente com sua mãe); 1575 - início da construção do edifício ; Séc. 16, final - melhoramentos patrocinados por D. Tomé de Castro do Rio e sua esposa; 1646 - D. Maria de Castro e seu marido, Francisco Cirne da Silva, doam ao convento um juro de 30.000 reis que possuiam na Alfândega de Lisboa, do qual beneficiam os frades para uma profunda campanha de obras no convento, responsável pela sua quase total reedificação; 1709 - nova campanha de obras, responsável designadamente pela ampliação do refeitório, mudança da localização da cozinha, reconstrução de uma dependência anexa, da livraria conventual e de algumas celas; c. 1750 - aplicação de silhar de azulejos historiados de temática mariana na igreja conventual; c. 1770 - revestimento azulejar do claustro e de Sala a O.; 1833, 10 Out. - furto do convento por 6 frades que fugiram para se juntarem ao exército rebelde; 1834 - na sequência da expulsão das ordens religiosas de Portugal, o convento é abandonado pela comunidade e permanece desabitado; Séc. 19, década de 30 - aquisição do edifício por António Bernardo da Costa Cabral (1803-1889), 1º conde e único marquês de Tomar e ministro de D. Maria II; Séc. 20, década de 90 - aquisição da propriedade pela Câmara Municipal de Loures; |
Dados Técnicos
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Paredes autoportantes |
Materiais
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Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado, madeira pintada e dourada, azulejos. |
Bibliografia
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AN/TT, Convento do Espírito Santo, Nº 2.235; PIEDADE, Fr. António, Espelho de Penitentes e Crónica da Província de Santa Maria da Arrábida da Regular e Mais Estreita Observancia da Ordem do Serafim Francisco, Lisboa, 1728; PROENÇA, Pe. Álvaro, Subsídios para a História do Concelho de Loures, Lisboa, 1940; SIMÕES, J. M. dos Santos, Azulejaria em Portugal no Século XVIII, Lisboa, 1979; Quinta do Conventinho. Programa Base, Loures, 1996; Museu Municipal de Loures. Quinta do Conventinho, Loures, 1997; GONÇALVES, Leonor, Director de Forum Europeu Visitou Futuro Espaço Cultural, in Diário de Notícias, 16.11.1997; Novo Museu Muncipal de Loures na Quinta do Conventinho - Grandes e Notáveis Colecções do Quotidiano da Vida Saloia, in A Tribuna de Loures, 26.11.1997; ASSUNÇãO, Ana Paula e INÁCIO, Albertina, De Conventinho, a Quinta: O Novo Museu Municipal de Loures Quinta do Conventinho, Loures, 1998; Rotas de Loures. História e Património, Loures, s.d. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID, DGEMN/Arquivo Pessoal Maria João Laginha |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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CMLoures: Proc. n.º 23.494 |
Intervenção Realizada
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Observações
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( 2002, 14 Dez./ 2003, 11 Jan. e 15 Fev.- « Conversas com...» Fortes, Fortins e Redutos: Um contributo para a História Local e lançamento do livro " O tempo dos franceses e as linhas de Torres"da autoria do Arq.º Almiro Canêlhas ) |
Autor e Data
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Teresa Vale e Maria Ferreira 1999 |
Actualização
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