Edifício na Avenida Duque de Ávila, n.º 28 a 30

IPA.00004727
Portugal, Lisboa, Lisboa, Avenidas Novas
 
Edifício de habitação multifamiliar, com loja no piso térreo, projetado e construído na década de 1920 por Manuel Joaquim Norte Júnior (1878-1962). De promoção particular e tendo por objetivo o aluguer, este imóvel integra um conjunto de quatro edifícios ecléticos, de feição Beaux-Artes (números 20 a 30). Apresenta uma volumetria otimizada face ao admitido nos regulamentos da época (20 metros de altura de fachada), com seis pisos (com mansarda). Ao nível interno dispõe de uma fração por piso, acesso por escada lateral e elevador. Os fogos apresentam as áreas sociais (sala de visitas e escritório ou quarto de apoio) junto às fachadas principais, remetendo para as zonas intermédias os quartos, a instalação sanitária e os arrumos (que recebem luz de pequenos saguões/corredores laterais) e para tardoz os espaços de serviço doméstico, no que constitui um modelo de organização espacial iniciado com o desenvolvimento do plano urbanístico de Ressano Garcia, em finais de oitocentos, e que perduraria no tempo. As suas fachadas anteriores e posteriores apresentam-se muito diferenciadas, sendo a fachada pública interessante pela movimentação obtida através da alternância de saliências e reentrâncias e ainda pela dinamização favorecida pela componente ornamental de carácter escultórico. A fachada privada, virada ao logradouro, é marcada por marquises e escadas em ferro.
Número IPA Antigo: PT031106230425
 
Registo visualizado 335 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial multifamiliar  Edifício  Edifício residencial e comercial  

Descrição

Edifício de habitação multifamiliar em banda, formando uma frente de rua contínua e quarteirão fechado, confrontante com a rua de perfil simples (Avenida Duque de Ávila). Consonante com os restantes imóveis do quarteirão com a mesma frente de rua, coevos e com características arquitetónicas comuns. Lote de dimensão média grande (c. 500 m2) com uma frente sobre a via pública (c. 13 m) apresenta planta retangular de frente estreita, desenvolvendo-se em profundidade, com ocupação total à frente e dotado de logradouro posterior. Fachadas rebocadas e pintadas a azul, com abertura de vãos a ritmo regular. Cobertura homogénea com telhados de Marselha, maioritariamente a duas águas. O edifício desenvolve-se em seis pisos, apresentando a fachada principal voltada a norte, parcialmente revestido com placagem de cantaria, organiza-se em seis pisos, e apresenta três panos, dos quais se distingue o central: o piso térreo regista área comercial a eixo, ladeada por dois vãos de verga reta sobrepujados de áticas, correspondentes, o situado a ocidente o corredor comunicante com o alçado tardoz e a nascente a porta principal. No primeiro andar, observam-se janelas de peito com verga esculpida e guarda metálica, com destaque para a janela tripartida inscrita em arco em asa de cesto localizada axialmente; esta é delimitada lateralmente por duas cariátides, a partir das quais desenvolve emolduramento que circunscreve e destaca o corpo central até ao quarto piso, aí rematando num arco de volta perfeita sobrepujado por ática circular animada por composição escultórica com representação de rosto feminino. Organizadas em simetria em função do corpo central, as fenestrações sucedem nos andares seguintes no alinhamento dos vãos descritos, registando-se não só janelas de peito, inscritas em arcos de volta perfeita acentuados por arquivoltas e com guarda metálica, bem como janelas de sacada, todas elas com diferente inserção arquitectónica. O mesmo se verifica ao centro, apenas se constatando a manutenção de uma estrutura tripartida. Fachada posterior centralizada por marquises em ferro servidas por escadas. INTERIOR: acede-se ao interior do edifício através de átrio rectangular a partir do qual desenvolve a escadaria conducente aos fogos e à caixa de elevador: apresenta panos laterais animados inferiormente por painéis em mármore, tectos com estuques e guarda-vento inscrito em arco de volta perfeita. Compõe-se por um fogo por piso, organizando-se a compartimentação interna segundo um eixo longitudinal de distribuição, ao longo do qual se encontram diversos compartimentos dominantemente retangulares. Junto à fachada principal encontram-se as áreas predominantemente sociais (sala de estar e escritório), ao longo do corredor de distribuição encontram-se os quartos, espaços de arrumo e instalações sanitárias, junto à fachada tardoz encontram-se os espaços de serviço doméstico (cozinha, copa e sala de refeições).

Acessos

Avenida Duque de Ávila, n.º 28 a 30 A. WGS84 (graus decimais) lat.: 38,735405, long.: -9,144419

Protecção

Em vias de classificação

Enquadramento

Urbano, adossado, harmónico. Integra uma frente de quarteirão que se estende do n.º 20 ao n.º 30, definida por prédios de habitação com características arquitectónicas comuns.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: edifício multifamiliar / Comercial e turística: loja

Utilização Actual

Residencial: edifício multifamiliar / Comercial e turística: loja

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Época Construção

Séc. 20

Arquitecto / Construtor / Autor

ARQUITECTO: Manuel Joaquim Norte Júnior (1920).

Cronologia

1919 - pedido de autorização municipal para a construção do edifício, pelo proprietário do terreno, António Gonçalves Negrão; 1920 - projeto do edifício, da autoria do arquiteto Manuel Joaquim Norte Júnior (1878-1962); 1929 - a obra encontrava-se concluída e era proprietária do imóvel D. Maria Júlia Taveira; a loja com o n.º 30 era então ocupada pela Associação Humanitária Cruz de Malta; 2015, 02 março - dá entrada na DGPC um requerimento da Junta de Freguesia das Avenidas Novas propondo a classificação da frante de quarteirão da Avenida Duque d'Ávila, números 18 a 32; 2016, 05 janeiro - é proposta a abertura de processo de classificação de âmbito nacional para o conjunto urbano da Avenida Duque d'Ávila, números 18 a 32F e Avenida da República, números 10 a 10F, a qual recebe despacho favorável a 01 de março; 2017, 03 maio - é publicado Anúncio número 63/2017,com Despacho de Abertura de processo de classificação a nível nacional, no DR, 2.ª série, n.º 85; 2021, 17 setembro - publicação da abertura de novo procedimento de classificação do Conjunto urbano da Avenida Duque d'Ávila, n.º 18 a 32 F, e Avenida da República, n.º 10 a 10 F, em Anúncio n.º 213/2021, DR, 2.ª série, n.º 182.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes

Materiais

Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, estuque, ferro forjado, madeira.

Bibliografia

AA.VV.- Guia Urbanístico e Arquitectónico de Lisboa, Lisboa, 1987; FERNANDES, José Manuel; et al. - A Arquitectura do Princípio do Século em Lisboa (1900 - 1925). Lisboa, 1991; Plano Director Municipal, Lisboa, 1995.

Documentação Gráfica

DGPC: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

DGPC: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

CML: Arquivo de Obras pº nº 25.521

Intervenção Realizada

PROPRIETÁRIO: 1929 - construção de capoeira no logradouro, construção de 2 paredes em tijolo com envidraçado em caixilharia de madeira na loja com o nº 30; 1932 - obras de beneficiação geral; 1936 / 1937 - instalação de um elevador em ferro, reparações interiores e exteriores; 1940 / 1941 - beneficiações interiores no 2º andar; 1944 - pintura do portão de serviço; 1949 - obras de beneficiação geral; 1953 - colocação de balcão e substituição de uma porta na loja instalada no piso térreo do nº 30; 1959 - obras de beneficiação geral; 1968 - obras de beneficiação geral.

Observações

Autor e Data

Paula Tereno 2017

Actualização

 
 
 
Termos e Condições de Utilização dos Conteúdos SIPA
 
 
Registo| Login