Capela de Nossa Senhora da Conceição e Capela de Santa Catarina
| IPA.00004251 |
Portugal, Coimbra, Coimbra, União das freguesias de Santa Clara e Castelo Viegas |
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Capela setecentista, rococó, com alterações de oitocentos, nomeadamente na porta lateral. Capela com demarcação exterior de três corpos: corpo principal, capela-mor e cabeceira, esta curta e mais baixa que os outros corpos, apenas abrigando a caixa do retábulo, e terminadando em recorte triangular. Interior de nave única coberta por abóbada de arestas. A capela-mor com abóbada semelhante e retábulo de talha dourada e policromada, excelente exemplar do rococó coimbrão (BORGES, 1987). Nas paredes laterais da capela encontram-se magníficos azulejos historiados azuis e brancos, da segunda metade do século 18, com o concheado característico da época, alusivos à vida de Sao Francisco; na sacristia existe outro conjunto de azulejos rococó, de fabrico coimbrão, policromados e com pequenas cenas da vida do Santo. |
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Número IPA Antigo: PT020603160063 |
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Registo visualizado 176 vezes desde 27 Julho de 2011 |
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Edifício e estrutura Edifício Religioso Templo Capela / Ermida
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Descrição
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Planta longitudinal composta, nave, capela-mor rectangular a S. com prolongamento mais estreito e pouco acentuado para a caixa do retábulo, sacristia a O. Coincidência interior / exterior na capela-mor e corpo da nave; Volumes articulados, cobertura diferenciada em telhado de 2 águas no corpo principal, sacristia e cabeceira da capela-mor, em 3 águas nesta. Fachada E., de 3 corpos escalonados correspondentes à nave, capela-mor e cabeceira; cada corpo tem 1 pano, definidos por cunhais, sendo os dos 2 maiores apilastrados e coroados por pináculos; no corpo principal, portal de verga curva e frontao recortado tendo ao centro a inscrição O. T., Ordem Terceira; com acesso por 5 degraus semicirculares; 2 janeloes de rampa com capialço e verga de volta perfeita rasgam este pano; outro janelao como estes abre-se na capela-mor; remate dos corpos em cornija arquitravada; Fachada S.: pano único definido por cunhais, com empena triangular mais baixa do que a parede da capela-mor. Fachada lateral O. parcialmente preenchida por construçoes de habitaçao que lhe estao adossadas, além da sacristia e dependências; acima destas segue o ... da igreja de Sao Francisco apenas livre na sua metade superior. Interior: espaço diferenciado iluminado pelas 6 grandes janelas, 4 iluminando a nave e 2 a capela-mor; nave de 2 tramos divididos por arco toral de volta perfeita apoiado, da mesma forma que os dos extremos, em mísulas arquitravadas; a capela que originariamente pertenceu à igreja conventual foi dividida em altura, para o coro-alto, de madeira policromada e varandim balaústrado, com acesso por escada a O.; do lado da epístola, que faz a transição entre esta secção e a nave, o púlpito de madeira envernizada sobre base de cantaria, encimado por saveja em talha dourada e policromada; teia de balaústres em madeira como a do púlpito separa estas duas secções; no primeiro tramo da nave, abaixo dos janelões, portas falsas de verga arquitravada interrompendo o ciclo dos azulejos; falsa a do Evangelho dando acesso a dependências abandonadas; no eixo da mísula de suporte do arco toral central, do lado do evangelho, abre-se a porta principal, com sanefa de madeira entalhada, dourada e policromada; arco triunfal de volta perfeita, com sanefa de talha dourada e policromada; na capela-mor de tramo único, porta de comunicaçao com a sacristia, 2 janelões, 1 de cada lado, como os da nave, e, abaixo destes, 6 nichos despojados, três de cada lado; retábulo-mor em madeira, com porta de comunicação ao interior; altar lateral em madeira, na face E. Coberturas em abóbada de arestas na nave e capela-mor, em abóbada de berço na capela do coro-alto. |
Acessos
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Calçada de Santa Isabel |
Protecção
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Incluído na Zona Especial de Protecção do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova (v. PT0603160003) |
Enquadramento
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Urbano, adossado. Capela implantada no início da Cç.de Santa Isabel, adossada à fachada S. da igreja do Convento de São Francisco e a S. e O., a construções baixas de habitação que com ela ocupam o Quintal da Ordem Terceira de São Francisco. Harmonizaçao com o meio envolvente, constituído por casario baixo de habitaçao e pelos dois grandes edifícios monásticos que dominam a paisagem: o Convento de São Francisco, na base da colina, e o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, no cimo. |
Descrição Complementar
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Azulejos da nave: 9 painéis com motivos arquitectónicos concheados em azul e branco enquadram cenas da vida de Sao Francisco; inferior a cada quadro desenha-se um grande rótulo com uma sentença moral alusiva ao assunto. Na parede da epístola caminhando do fundo da capela, 4 painéis: São Francisco a rezar; São Francisco em levitação junto da fonte e do pao espalhado na pedra; Sao Francisco dá a regra aos terceiros seculares jovens; Sao Francisco impoe o hábito a seculares; ao lado do arco triunfal, quadros mais estreitos, decorativos, ilustrando, do lado da epístola, o brasão português, do lado do evangelho, o brasão dos franciscanos. Ainda 3 painéis: São Francisco dá a regra a homens, terceiros seculares; o quadro seguinte apresenta mutilaçao lateral, feita pela abertura da porta, vendo-se ainda Santa Clara e clarissas: devia tratar-se da cena em que São Francisco dá a regra às clarissas; quadro suprimido pela mesma porta, do qual apenas existe uma parte lateral; São Francisco, com o pai, despoja-se dos vestidos perante o bispo. Na capela-mor, face O., São Francisco recebendo as chagas; do lado contrário, o seu falecimento *3. Azulejos da sacristia: alizar de azulejos de fabricaçao coimbra, polícromos, largos enquadramentos concheados envolvem pequenas cenas da vida do santo no princípio da conversao, vestido com as roupas de fidalgo da época: na parede do fundo, a O., Sao Francisco com um leproso; Sao Francisco no meio de mendigos; na parede da direita quando se entra, ao fundo, Sao Francisco dá esmola a um sacerdote para reparar uma capela; na parede que a separa da capela-mor, São Francisco troca o vestuário com um mendigo. No lugar dos gavetões não existem azulejos, por ocupar outrora este espaço o arcaz. Nichos da capela-mor: 6 pequenas esculturas da segunda metade do séc. 18, em madeira, representando os quatro evangelistas e mais dois santos. Retábulo-mor: em talha dourada e policromada, com colunas marmoreadas e um entablamento movimentado; no camarim encontra-se uma escultura de Nossa Senhora da Conceição, de madeira estofada a ouro e policromia. Altar lateral da capela-mor: pintado e dourado, com pequenas colunas torsas assentes em alto pedestal marmoreado, alusivo ao Sagrado Coração de Jesus. Do recheio destaca-se: pia baptismal de pedra calcária, na capela do coro-alto. No exterior existe registo de azulejos com figuração de Nossa Senhora da Conceição. No quintal anexo, junto da Cç. de Santa Isabel, existe campanário rústico com 2 sinos, um datado de 1880, outro mais antigo e grandioso, afunilado, mandado executar por Fr. João de Sande em 1544 e fundido por Gonçalo Martins, de acordo com legenda inferior, em gótico minúsculo:"+ em deo et patri liberacionem frei iom de sãde me mãdou fazer era de mil e b ce xxxx e ml/gº myz me fez" (leitura de GONÇALVES, 1947). |
Utilização Inicial
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Religiosa: capela |
Utilização Actual
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Religiosa: capela |
Propriedade
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Privada: Igreja Católica |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 17 / 18 / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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PEDREIRO: António Fernandes Maia (1827-1828); João Gaspar Coelho (1827-1828). |
Cronologia
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1659 - constituída regularmente em Coimbra a Ordem Terceira de São Francisco, com sede na igreja do Convento de São Francisco; 1666 - dada à Ordem Terceira, para sua sede privativa, a capela colateral do evangelho e a parte correspondente do cruzeiro para espaço cemiterial; 1739, 26 de Setembro - Ordem Terceira tem autorização para mudar a sede para a capela de São Pascoal Bailão, a primeira do evangelho, a seguir à entrada; 1740, 4 de Fevereiro - lavrou-se a escritura respectiva; 1740, 9 de Março - lançou-se a primeira pedra para o seu prolongamento exterior; 1743, finais - concluiu-se e benzeu-se a obra inaugurada em 28 de Dezembro; 1751 - delineado pelo arquitecto local Gaspar Ferreira o retábulo-mor (BORGES, 1987); 1785 - em virtude de graves desinteligências com os padres franciscanos, a Ordem Terceira passou para a igreja de São Cristovão, na Alta, removendo da sua capela imagens, alfaias e alguns móveis; autorizada pelo bispo-conde D. Francisco de Lemos, passou então para a Sé Catedral, regressando em 1816 à sua capela privativa; 1827 - não possuindo acesso pelo exterior foi adjudicada a abertura da porta E. que ainda hoje a serve, aos pedreiros de Coimbra João Gaspar Coelho e António Fernandes Maia, e concluída no ano seguinte; 1829 - construído o coro de madeira na primitiva capela colateral da igreja conventual, funcionando à maneira de coro-alto (GONÇALVES, 1947); 1843 - o orago da capela passa a Nossa Senhora da Conceiçao, por nela passar a funcionar a confraria de sua invocação (DIAS, 1983). |
Dados Técnicos
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Estrutura mista. |
Materiais
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Alvenaria rebocada e caiada com embasamento de cantaria (paredes); pedra calcária de tom creme da região (cunhais, cornija, empena da cabeceira, molduras dos vãos de janela), calcário branco (vão de porta, de campanha posterior); tijoleira cerâmica (pavimentos); telha (cobertura). |
Bibliografia
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BORGES, Nelson Correia, Coimbra e Região, Lisboa, 1987; DIAS, Pedro, Coimbra. Arte e História, Porto, 1983; GONÇALVES, A. Nogueira, Inventário Artístico de Portugal. Cidade de Coimbra, Lisboa, 1947. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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IHRU: DGEMN/DREMC |
Intervenção Realizada
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Observações
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*1 Capela da Ordem Terceira de Sao Francisco; *2 Relativamente a esta capela nao encontrámos, nem na pesquisa bibliográfica nem no inquérito junto das entidades competentes, qualquer elemento que nos pudesse ajudar a identificá-la. *3 Do lado da epístola, antes do púlpito, há uma porta de acesso a uma antiga dependência da capela. Hoje quase nao se consegue aceder-lhe, no entanto, abrindo essa porta, podem ver-se, logo ali, na parede esquerda, partes mutiladas e marcas de azulejos arrancados que parecem ser da qualidade e género dos existentes no corpo da capela. O autor do Inventário Artístico de Portugal refere o desaparecimento de azulejos deste género, sendo, pois, muito provável que se trate dos mesmos. Originariamente uma das capelas intercomunicantes da igreja do convento de Sao Francisco, não tinha exteriores visíveis. |
Autor e Data
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Francisco Jesus 1997 / Rosário Gordalina 1998 / Teresa Furtado 1998 |
Actualização
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