Capela Românica / Capela de Santa Maria / Capela de São João Baptista da Comenda

IPA.00004100
Portugal, Viana do Castelo, Arcos de Valdevez, União das freguesias de Távora (Santa Maria e São Vicente)
 
Arquitectura religiosa, românica. Capela devocional e funerária inserindo-se na 2ª fase do românico português, na 2ª do foco do Alto Minho e no grupo regional das capelas da Ribeira Lima; é muito simples, apenas com cachorros prismáticos e portais com os arcos sobre impostas, os tímpanos lisos e os lintéis com decoração geométrica grafítica. Os capitéis das frestas têm volumetria cúbica própria da área. A S. teve alpendre ou outra construção dada a existência de pingadoiros. A capela de São Tomé também de grande simplicidade, denota já uma certa evolução, observável sobretudo na fresta de 2 lumes, e cujo mainel constitui 1 reaproveitamento de matérias. Fresta S. bastante curiosa abrindo para o interior e exterior, onde o arco é decorado e aos colunelos se adossam 2 imagens, atarracadas e frustamente esculpidas e que, por uma delas apresentar um livro, têm sido identificados como apóstolos.
Número IPA Antigo: PT011601370009
 
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Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Capela / Ermida  

Descrição

Planta composta, com nave longitudinal, capela-mor rectangular e capela rectangular irregular adossada a S. Coberturas diferenciadas com telhados de 2 águas. Frontespício rematado por alto campanário central de 2 sineiras; rasga-o portal de arco pleno sobre imposta lisa, com inscrição no tímpano e arquinhos gravados no lintel, e fresta. Na fachada S. abre-se portal de arco quebrado sobre imposta e lintel gravado; e fresta, abrindo para exterior, enquadrada por 2 colunas, a que se adossam estátuas, de capitel esculpido e arco quebrado gravado sobre imposta; alçado com 2 ordens sobrepostas de pingadores. A cornija corre assente em cachorros prismáticos. No cunhal SE. adossa-se a capela de São Tomé, com portal entaipado, de arco quebrado sobre imposta, encimado por fresta e terminando em empena. Lateralmente, corre cornija sobre cachorros também prismáticos; na fachada posterior, fresta de 2 lumes ostentando mainel decorado com motivos geométricos encimado por óculo em signo-saimão. Interior da capela de São João Baptista vazio, tendo 2 portais laterais entaipados; frestas abrindo para o interior enquadradas por colunas de capitéis vegetalistas, estando entaipado a que encima o arco triunfal, a pleno centro sobre pilastras. Pavimento de lajes e tecto com vigamento de madeira. Capela-mor com pequeno retábulo de talha e ligação para a capela de São Tomé. À fachada S. encostam-se vários sarcófagos, alguns deles antropomórficos.

Acessos

Távora, Lugar da Comenda. WGS84 (graus decimais): lat.: 41,812087; long.: -8,459253 (à freguesia)

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 129/77, DR, 1.ª série, n.º 226 de 29 setembro 1977

Enquadramento

Rural, isolada, implantação harmónica. Ergue-se à beira da estrada, sendo envolvida por arvoredo e vinha. Pequena vedação de rede presa a pilares de pedra separa-a da estrada.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: capela

Utilização Actual

Devoluto

Propriedade

Privada: Igreja Católica

Afectação

Época Construção

Séc. 13 (conjectural)

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

Séc 12, finais - Data provável da sua construção; 1190 - data da inscrição do lintel do portal axial; 1269, 31 Agosto - Ordem de Malta fixa-se em Távora pela troca de uma herdade entre D. Afonso III e os Hospitalários; 1294 - data da inscrição no lintel da porta S.; séc. 14 / 15 - remodelação da capela-mor, adossando-se-lhe uma outra capela dedicada a São Tomé; 1327 - data de inscrição nesta última; 1687 - visitador Fr. Heitor de Sá Pereira ordena que o Comendador de Távora mude para a capela de São Tomé o retábulo da capela-mor, para a qual mandará fazer outro; 1711 - alguns melhoramentos na igreja; 1715 - visitador Fr. Paulo da Fonseca manda pôr "uma empanada na fresta da Sacristia com suas grades e fazer uns armários para as vestimentas"; refere ainda os 2 sinos de frontespício; 1721 - refere-se apenas 1 sino; 1730 - visitador manda abrir 1 fresta na capela-mor para dar luz ao altar.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura de cantaria de granito, com aparelho "vittatum"; retábulo de talha; cobertura de telha.

Bibliografia

BARREIROS, Pe. Manuel de Aguiar, Egrejas e Capelas Românicas da Ribeira Lima, Porto, 1926; ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de, Primeiras Impressões sobre a Arquitectura Românica Portuguesa, in Revista da Faculdade de Letras, vol. 2, Porto, 1971, p. 65 - 116; idem, Alto Minho, Lisboa, 1987; ALVES, Lourenço, Arquitectura Religiosa do Alto Minho, Viana do Castelo, 1987; ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de, O Românico in História da Arte em Portugal, vol. 3, Lisboa, 1988; ALMEIDA, José António Ferreira de, Tesouros Artísticos de Portugal, Porto, 1988; s.a., Breve Inventário Artístico do Concelho de Arcos de Valdevez, CMAV, s.d.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID

Intervenção Realizada

Observações

Segundo Lourenço Alves, as 14 cruzes que se veêm à volta da igreja devem datar da instituição da via Sacra, em 1739, pelo Capelão Fr. André Barbosa.

Autor e Data

Paula Noé 1992

Actualização

 
 
 
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