Conjunto megalítico de Vale de Rodrigo

IPA.00003933
Portugal, Évora, Évora, União das freguesias de Nossa Senhora da Tourega e Nossa Senhora de Guadalupe
 
Conjunto megalítico, em que a Anta principal pode considerar-se protótipo de um tipo raro mas característico da região de Évora.
Número IPA Antigo: PT040705040066
 
Registo visualizado 514 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Conjunto arquitetónico  Estrutura  Funerário  Anta    

Descrição

O conjunto consta de um monumental dólmen de falsa cúpula designado Anta 1, de uma anta bastante destruída e duas em ruína. No sopé da mamoa do dólmen de falsa cúpula, jaz, por terra, um pequeno menir com uma face decorada com covinhas, ornamentos serpentiformes e uma «ferradura». O dólmen de falsa cúpula (Anta 1), que está de novo a ser escavado por uma equipe de arqueólogos do Instituto Arqueológico Alemão, conserva intacta a sua monumental mamoa, um cabeço com c. de seis metros de altura e trinta de diâmetro na base, bem visível a cerca de quinhentos metros, destacado na campina. Encerra uma câmara poligonal definida por sete esteios, cobertas de estrutura de falsa cúpula de aparelho roqueiro, a que dá acesso o corredor, intacto, com um vão de c. de um metro de largura por metro e meio de altura a partir da cota do leito. O monumento, integralmente selado, apresentava a cimalha da cúpula ruída, dando a impressão de grande cratera. Foi há c. de cinco anos consolidado e cheio de areão compactado, como preparação para os trabalhos agora em curso. A Anta 2 tem câmara poligonal alongada com c. de quatro metros de diâmetro máximo e três de diâmetro mínimo, actualmente definida por seis esteios erguidos «in situ», com altura máxima de dois metros, a partir da cota do leito. Falta-lhe a cobertura e do corredor resta uma pequena laje, provavelmente da cobertura, a c. de um metro e meio da entrada da câmara. A anta 3 conserva dez esteios de uma grande câmara trapezoidal, com sete metros de comprimento e três metros e meio de largura, cuja cobertura jaz por terra nas imediações. Não conserva vestígios de corredor, que parece não ter tido.

Acessos

Os monumentos situam-se na Herdade de Vale de Rodrigo. Tomando a EM de Valverde para São Briços, a c. 5 Km, percorrendo o troço de cota mais baixa da estrada, depois de passar o desvio para Nossa Senhora da Tourega, toma-se caminho vicinal para S., até ao Monte da Herdade de Vale de Rodrigo. Dois dos monumentos ficam a c de 150m do Monte, um para O. e outro para S.. Outro logo à entrada do caminho vicinal, a c. de 300m da estrada, com a monumental mamoa bem visível. Por fim, o outro, entre este último e os dois primeiros

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 26-A/92, DR, 1.ª série-B, n.º 126 de 01 junho 1992

Enquadramento

Rural, em longo e largo vale sulcado por riacho adjacente à Ribeira de Valverde, da bacia do Sado, isolados e harmonizados com o meio. Num ambiente de grande densidade de vestígios megalíticos, protohistóricos e romanos, que integra a Anta Grande do Zambujeiro, o Cromeleque dos Almendres, o Castelo de Geraldo, as ruínas romanas de Nossa Senhora da Tourega

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Funerária: anta

Utilização Actual

Cultural e recreativa: marco histórico-cultural

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Época megalítica

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido

Cronologia

4000 a.C. - 3000 a.C. - construção, situando-se no âmbito cronológico correntemente atribuído ao megalítico eborense, com um horizonte cultural associável ao universo que Georg e Vera Leisner definiram para a região de Reguengos de Monsaraz, caracterizado pela profusão de placas-ídolos em laje de xisto, nomeadamente báculos e cerâmica característica do eneolítico final, taças carenadas de engobe vermelho e por vezes paredes delicadas, entre 3.750 e 2.500 a. C., com penetração profunda no eneolítico e calcolítico inicial. Recentemente, dados de datações por C14 e termoluminescência têm atribuído novas cronologias a alguns destes monumentos, fazendo-os recuar um ou mais milénios.

Dados Técnicos

Estrutura mista (anta de falsa cúpula) e paredes autoportantes (anta 2)

Materiais

Granito de grão grosseiro em todos os monumentos; alguns elementos em mármore e quartzito na mamoa do dólmen de falsa cúpula, Anta 1

Bibliografia

LEISNER, Georg, O Monumento de Falsa Cúpula de Vale de Rodrigo, in Biblos, XX, Coimbra, 1944; LEISNER, Georg, Antas dos Arredores de Évora, in A Cidade de Évora, 1949; LEISNER, Georg e LEISNER, Vera, Die Megalitgraber der Iberischen Halbinsel - I, Der Westen, in Madrider Forschungen, I, 1, Madrid, 1956; GONÇALVES, José Pires, Roteiro de Alguns Megálitos da Região de Évora, Évora, 1975; CÂMARA MUNICIPAL DE ÉVORA, Roteiro do Megalitismo de Évora, ed. coordenada por António Carlos Silva, Évora, 1992.

Documentação Gráfica

Dólmen de falsa cúpula, Anta 1 de Vale de Rodrigo: LISNER, Georg. 1949, Estampa IX e XIX; LEISNER, Georg e LEISNER, Vera, 1956, Tafel 38; IPPAR, planta anexa 1. Anta 2: LEISNER, Georg e LEISNER, Vera, 1956, Tafel 37, 9; LEISNER, Georg, 1949, Estampa VIII, 3; IPPAR, planta anexa 2. Anta 3: IPPAR, planta anexa 3

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID

Intervenção Realizada

O dólmen de falsa cúpula foi escavado e estudado pelo casal Leisner, entre 1945 e 1950

Observações

Do dólmen de falsa cúpula (Anta 1) foi exumada abundância de materiais, notável acervo de cerâmica, artefactos de sílex e placas de xisto para suspensão que foram depositados no Museu de Belém pelo casal Leisner. Do inventário dos Leisner constam oito placas de xisto e cinco fragmentos. As referências ao estado de conservação diferenciam-se conforme respeitem à Anta 1, em bom estado, ou às outras

Autor e Data

Manuel Branco 1993

Actualização

 
 
 
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