Igreja Paroquial de Ucanha / Igreja de São João Evangelista

IPA.00003804
Portugal, Viseu, Tarouca, União das freguesias de Gouviães e Ucanha
 
Arquitectura religiosa, maneirista Igreja matriz enquadrada no contexto da arquitectura regional, de planta longitudinal, nave única, coro-alto de madeira, capela-mor e sacristia. Vãos de lintel recto e moldura simples. Torre sineira adossada. Talha dourada barroca do séc. 17 e 18 revestindo a parede do arco triunfal e no retábulo-mor, revelando um tratamento estilístico distinto, do estilo nacional e transição para o estilo joanino. Grande contraste entre a sobriedade da composição arquitectónica exterior e a riqueza decorativa do interior do imóvel ( talha dourada dos retábulos e caixotões pintados do tecto ). Chinoiseries nas mesas dos altares laterais. O pavimento lajeado da capela-mor integra túmulo datado do séc. 17.
Número IPA Antigo: PT011820080015
 
Registo visualizado 494 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Templo  Igreja paroquial  

Descrição

Planta composta por nave única e capela-mor rectangulares, com sacristia adossada a N., de planta sensivelmente quadrada e torre sineira, quadrada, adossada a S., no mesmo plano da fachada principal. Volumes articulados com cobertura diferenciada de duas águas no corpo da igreja e de uma na sacristia. Fachada principal voltada a O. com os panos delimitados por pilastras, a do lado esquerdo encimada por pináculo. Porta de lintel recto com três degraus. Remate em empena com cornija simples, interrompida no vértice por ornato encimado por cruz de cantaria, com extremidades rematadas em flores quadrifoliadas. Sineira à direita, com três níveis separados por frisos, apresentando vão circular vazio, correspondente ao antigo relógio no nível médio e ventana desprovida de sino no superior. À esquerda, em plano recuado, corpo da sacristia com porta e sete degraus. Fachada lateral esquerda, a N., com dois panos encimados por pináculos, tendo, no da sacristia, porta e janela e, no correspondente à nave, vestígio de vão. Fachada lateral direita, a S., com o pano da sineira mais elevado, à esquerda, é rasgada por porta em arco de volta inteira, moldurada, sobrepujada por pseudo-arquitrave com cornija recta. Janela de lintel recto, existindo um com o mesmo perifil no pano da capela-mor. No INTERIOR, nave antecedida de três degraus semi-circulares, lageada, excepto nas áreas dos antigos taburnos ( hoje com soalho e guias de granito serrado ). Tecto com falsa abóbada em arco abatido, com caixotões pintados, figurativos; tirantes aparentes, pintados. No lado do Evangelho, pia baptismal à entrada. Na parede do lado da Epístola, rasga-se janelão alto, à esquerda, surgindo púlpito com base e degraus em cantaria e guarda com balaústres de madeira torneada. Porta lateral da igreja em arco de volta perfeita. Parede do arco triunfal ( este de volta perfeita ) é totalmente revestida com talha dourada, enquadrando os altares laterais. Parede da entrada principal possui guarda-vento e degraus de acesso ao coro-alto de madeira, tendo guarda com balaústres de madeira. Na capela-mor, pavimento lajeado, desnivelado por meio de um degrau a cerca de um terço da profundidade, integrando um túmulo com inscrições, iluminada por janelão na parede S. e cobertura em abóbada em arco abatido, com caixotões pintados, figurativos. Retábulo-mor em talha dourada com dois nichos laterais e trono central. Porta de comunicação com a sacristia na parede N.. Nesta destacam-se o lavabo na parede O. junto à porta de ligação ao exterior ( cemitério ) e o arcaz em madeira. Acesso interior à torre sineira através de porta na parede O.; escada helicoidal levando ao compartimento dos sinos, existentes em duas das quatro ventanas.

Acessos

Rua Dr. José Leite de Vasconcelos.

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Aglomerado rural (v. PT011820080017). Destaca-se na envolvente e implanta-se numa plataforma sensivelmente plana, sobranceira ao Rio Varosa e na margem direita do mesmo, que inclui, ainda, o cemitério, contíguo à fachada N. do templo, e o adro murado, que o envolve a O. e S.. Junto à fachada principal do imóvel, um enfiamento privilegiado abrange a Ponte / Torre da Ucanha (v. PT011820080001), parte do núcleo urbano e as arborizadas colinas do planalto da Nave, em que se insere a região.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Religiosa: igreja paroquial

Utilização Actual

Religiosa: igreja paroquial

Propriedade

Privada: Igreja Católica (Diocese de Lamego)

Afectação

Época Construção

Séc. 17 / 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Cronologia

Séc. 12 - a povoação de Ucanha, e respectiva ponte, encontra-se documentada, enquanto parte integrante do couto monástico de Salzedas; subsistiram nas imediações algumas sepulturas antropomórficas escavadas na rocha; séc. 15 - execução das imagens de pedra policromadas; séc. 17, 2.ª metade - o Mosteiro de Salzedas, que tutelava a vila de Ucanha,instituiu a paróquia de Ucanha, um curato da sua apresentação; data do túmulo da capela-mor; 1729 - data epigrafada sobre a porta principal, apontando a provável conclusão das obras da igreja; 1750 - o orago da paróquia, até então Bom Jesus, passou a ser São João Evangelista; 1836 - extinção do estatuto concelhio de Ucanha; séc. 19 - hipotética reconstrução da torre sineira; 1997 - elaboração de processo de classificação; 1999, 29 Junho - elaboração da Carta de Risco do imóvel pela DGEMN; 27 dezembro - despacho de abertura do processo de classificação da Igreja Paroquial de Ucanha e património integrado; 2009, 23 outubro - caduca o processo de classificação conforme o Artigo n.º 78 do Decreto-Lei n.º 309/2009, DR, 1.ª série, n.º 206, alterado pelo Decreto-Lei n.º 265/2012, DR, 1.ª série, n.º 251 de 28 dezembro 2012, que faz caducar os procedimentos que não se encontrem em fase de consulta pública.

Dados Técnicos

Paredes autoportantes.

Materiais

Granito; estuque; madeira; talha dourada; vidro; ferro; telha de aba e canudo.

Bibliografia

COSTA, António Carvalho da, Corographia Portugueza,Lisboa, 1708; CASTRO, João Baptista, Mappa de Portugal Antigo e Moderno,Lisboa, 1763; VASCONCELOS, J. Leite de, Memórias de Mondim da Beira, Lisboa, 1933; Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, vol. 33; Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura, vol. 18º; Escola Preparatória de Tarouca, Levantamento Arquitectónico e Artesanal, Concelho de Tarouca, Tarouca, 1993; FERNANDES, A. de Almeida, As Dez Freguesias do Concelho de Tarouca ( História e Toponímia ), Braga, 1995; O Compasso da Terra a Arte enquanto caminho para Deus, vol. I, Lamego, Diocese de Lamego, 2006.

Documentação Gráfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco, GSRP; Arquivo da Diocese de Lamego

Documentação Administrativa

IHRU: DGEMN/DSID, Carta de Risco

Intervenção Realizada

1948 - reparação dos dois sinos da sineira; 1950 / 1960 - renovação do reboco exterior da torre sineira; remoção do relógio da torre sineira; 1990 - impermeabilização e colocação de novo revestimento na cobertura do corpo da igreja ( telha de aba e canudo ); 1995 - substituição da instalação eléctrica; recuperação do coro; 1996 - remoção dos taburnos de origem existentes na nave e sua substituição por novo revestimento constituído por guias de granito e enchimento com tábuas de pinho.

Observações

Autor e Data

Ana Brito 1996 / João Carvalho 1998

Actualização

Margarida Tavares 1999
 
 
 
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