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Edifício e estrutura Estrutura Religioso Santuário rupestre
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Descrição
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PENEDO de proporções ciclópicas, aflorando no declive, com as insculturas, principalmente, na face orientada a E., constituídas por um conjunto variado de altos relevos, um deles, figurando uma tríade encerrada numa edícula, outros representando motivos geométricos, órgãos humanos e artefactos de uso comum. A edícula de arco canopial, contem no seu interior três figuras, dois adultos e uma criança. A que parece ser a figura masculina, possui um porte maior e veste saio comprido e cinto, segurando um objecto que se supõe ser um livro. A criança com veste abaixo dos joelhos segura a mão da figura anterior e o braço da que se encontra à sua esquerda. A última figura veste saio curto, e segura provavelmente um báculo, encontrando-se com a cabeça coberta por um chapéu. A tríade repousa em base epigrafada de leitura praticamente imperceptível. Próximo desta, surge um pequeno nicho com imagem que se parece identificar com a Virgem. Em plano inferior, uma legenda epigráfica de caracteres de difícil leitura e sob ela forma cónica que entrelaça motivo não identificado. Em plano inferior e à esquerda, surge figura de farta cabeleira que segura um objecto cónico e com a outra mão algo de forma circular com dois círculos concêntricos, que poderá ser um pão. Separado do conjunto mas no mesmo bloco, outra legenda epigráfica coberta por vegetação, bem como formas circulares concêntricas. ESTAÇÃO ARQUEOLÓGICA: Edifício de planta rectangular, com três compartimentos contíguos, onde foram encontrados muitos fragmentos de dólio e alguma ferramenta. Possui pavimento em barro calcado com cerâmica, tendo-se verificado ao nível do piso, três áreas de fogos, uma em cada compartimento; o que poderá indicar tratar-se de um espaço de armazenamento, talvez de suporte a uma exploração agrícola. |
Acessos
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EN 222, ao Km 82,5 por caminho municipal, no declive superior da Quinta da Chieira, a 20 m a N. e na margem esquerda do caminho que vai de Cidadelha a Ruivas, numa zona de plataformas sobranceiras à foz do Bestança e ao curso do rio Douro, com grande interesse paisagístico |
Protecção
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Categoria: IM - Interesse Municipal, Decreto n.º 95/78, DR, 1.ª série, n.º 210 de 12 setembro 1978 |
Enquadramento
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Rural, isolado, a meia encosta, implantado na propriedade da Quinta da Chieira, em zona florestal densamente arborizada; na proximidade, a uma quota mais baixa, surge um conjunto de ruínas de época romana que ocupa aproximadamente uma extensão de 8 m, no sentido N. / S. e de 3 m no sentido E. / O., numa área aplanada, relvada e pontuada por árvores. Na proximidade do penedo, existe uma galeria subterrânea, onde se encontram gravações análogas inscritas no saibro granítico. |
Descrição Complementar
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INSCRIÇÃO: MORGADO DO DESTERRO. |
Utilização Inicial
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Religiosa: santuário rupestre |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Privada: pessoa singular |
Afectação
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Sem afectação |
Época Construção
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Época romana / Séc. 13 / 14 (conjectural) / 19 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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Época romana - construção de edifício romano; séc. 13 - 14 - data provável da execução das insculturas; séc. 19 - grande parte das inscrições no penedo foram realizadas por eremita. |
Dados Técnicos
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Estrutura monólita; paredes autoportantes. |
Materiais
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Penedo de granito; estrutura do edifício romano em granito; pavimento em barro calcado e endurecido com cerâmica. |
Bibliografia
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Património Arquitectónico e Arqueológico Classificado do Distrito de Viseu, Lisboa, 1993 (*1); PINHO, Luís M. Silva, PEREIRA, A. S., Primeira campanha de escavações na estação arqueológica da Chieira, Terras de Serpa Pinto, 7, Cinfães, 1997; PINHO, Luís M. Silva, Património Arqueológico do Vale Bestança, Associação para a Defesa do Vale do Bestança, 1997; PINHO, Luís M. Silva, Antes de Cinfães: da pré-história à idade média, Câmara Municipal de Cinfães. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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IPA: 1995 - foi realizada uma sondagem que pôs parcialmente a descoberto uma estrutura de funções desconhecidas, que apresenta muros, ao nível dos alicerces; foi detectada ainda no interior uma possível sepultura de incineração; 1996 - continuação da sondagem anterior, com a definição dos alicerces da construção romana, mas sem conseguir a sua libertação completa; 1997 - limpeza da vegetação da área a escavar e da zona anteriormente escavada; procedeu-se paralelamente à consolidação dos elementos pétreos que ofereciam menor estabilidade e à definição dos alicerces da construção romana identificada. |
Observações
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*1 - refere a datação como do séc. 18 e como sendo uma Sagrada Família; possibilidade de existência de vestígios de policromia no penedo; na proximidade do penedo, existe uma galeria subterrânea, onde se encontram gravações análogas inscritas no saibro granítico. |
Autor e Data
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João Carvalho 1998 |
Actualização
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Sónia Basto 2007 |
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