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Conjunto arquitetónico Estrutura Político e administrativo Estrutura de delimitação territorial Marco de delimitação
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Descrição
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Marcos de granito paralelepipédicos, de remate liso, apresentando a face principal, virada ao caminho, com a designação "FEITORIA 1758" ou "FEITORIA 1761" e as restantes lisas. |
Acessos
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Cumieira: Marco nº 53: Caminho do Buraco (Veiga), Marco nº 54: Lugar do Marco (cruzamento dos caminhos que vão para a Veiga e Concieiro), Marco nº 55: na Adega Cooperativa da Cumieira *1. VWGS84 (graus decimais) lat.: 41,256198; long.: -7,769216 |
Protecção
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Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 35 909, DG, 1.ª série, n.º 236 de 17 outubro 1946 |
Enquadramento
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Rural, isolado. O marco nº 55 ergue-se junto à fachada principal da Adega Cooperativa da Cumieira, possuindo sobre ele lápide de mármore com inscrição alusiva à visita do escritor Jorge Amado. |
Descrição Complementar
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A lápide sobre o marco nº 55 tem a seguinte inscrição, avivada a preto, em 5 regras: HONROU-NOS COM A SUA VISITA O ILUSTRE ESCRITOR JORGE AMADO EM 30 - 9 - 1979. |
Utilização Inicial
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Política e administrativa: marco de delimitação |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: marco histórico-cultural |
Propriedade
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Privada: pessoa singular |
Afectação
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Época Construção
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Séc. 18 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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Desconhecido. |
Cronologia
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1675 - a designação "Vinho do Porto" surge pela primeira vez em documentação relativa à exportação de vinho para a Holanda; 1703 - Tratado de Methuen, entre Portugal e Inglaterra, concede direitos preferenciais aos vinhos portugueses; séc. 18, meados - reestruturação dos vinhedos, ocupando-se cada vez mais a zona do Cima Corgo, onde o vinho obtido era mais do gosto britânico; transformação da paisagem, que se submete à vinha, a qual passa a dominar a região; o clima de euforia degenera em adulteração e no caos comercial, verificando-se ainda uma crise de superprodução; a solução para o equilibrio da região é encontrada pelo biscaínho Bartolomeu Pancorbo e pelos durienses Luís Beleza de Andrade e frei João de Mansilha, que propõem ao primeiro ministro, Sebastião de Carvalho e Melo, o futuro Marquês de Pombal, a instituição da Companhia Geral da agricultura das Vinhas do Alto Douro; 1756, 10 Setembro - alvará régio instituiu a Companhia, com o objectivo de garantir a qualidade do produto, fixar os preços e estabelecer a demarcação da região vinhateira, que se estendia a poente do rio Corgo, até Barqueioros, na margem direita do rio Douro, e na margem esquerda deste entre Penajoia e Parada do Bispo, polarizando-se em torno da linha de Lobrigos / Régua / Cambres, os centros de maior produção; 1757 - colocação de 201 marcos de feitoria, para perpetuar esta primeira demarcação; 1761 - nova demarcação da região, colocando-se mais 134 marcos; 1792 - a abertura do cachão da Valeira intensifica as relações para o Douro Superior, embora a expansão dos vinhedos só se verifique no séc. 19; 1834, 30 Maio - D. Pedro transforma a Companhia numa mera empresa comercial; a inexistência de organismos superintendentes, levou à proliferação os vinhos do Porto adulterados que, conjugado com a perturbação do mercado inglês e a abertura da barra do Douro a todos os vinhos, mergulha o sector numa crise profunda; 1838 - reabilitação da Companhia e criação dos portos do Douro exclusivamente para o vinho duriense; 1850 - proliferação da maromba, mal negro ou gamosa; 1852 - grande prejuízo na cultura da vinha na área do Baixo e Cima Corgo provocada pelo oídio; 1863, a partir - devastação dos vinhedos pela filoxera; 1893 - surto de míldio na vinha; 1907 - nova demarcação da região de produção do vinho do Porto, que passa a incluir o Douro Superior até à fronteira com Espanha. |
Dados Técnicos
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Estrutura autoportante. |
Materiais
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Granito. |
Bibliografia
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FONSECA, Álvaro Baltasar Moreira da, As demarcações pombalinas do Douro vinhateiro, 3 vols. Porto, 1949 - 1951; FAUVRELLE, Natália, Quintas do Douro. As Arquitecturas do Vinho do Porto, Porto, 1999; BIANCHI-DE-AGUIAR, Fernando (Coor.), Candidatura do Alto Douro Vinhateiro a Património Mundial, Porto, 2000. |
Documentação Gráfica
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Documentação Fotográfica
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IHRU: SIPA |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Observações
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*1 - DOF: Marcos graníticos que serviram para demarcar, em 1757, a zona de produção de vinhos generosos do Douro, colocada sob a Jurisdição da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro: Nº 48; 49; 50; 51; 52; 53; 54; 55. *2 - A zona demarcada de produção dos vinhos do Porto subdivide-se em três sub-regiões, designadas por: Baixo Corgo, que na margem direita do rio Douro vai desde Barqueiros ao rio Corgo (concelho de Mesão Frio, Pêso da Régua, Santa Marta de Penaguião e Vila Real, do distrito de Vila Real), e na margem esquerda desde a freguesia de Barrô, até ao rio Temi-Lobos, próximo da vila de Armamar (concelhos de Armamar e Lamego do distrito de Viseu); Cima Corgo, que se apoia na anterior e vai até ao meridiano que passa no Cachão de Valeira (na margem direita correspondente ao concelho de Alijó, distrito de Vila Real, e na margem esquerda ao concelho de São João da Pesqueira e Tabuaço, do Distrito de Viseu, e Vila Nova de Foz Côa, do distrito da Guarda; e o Douro Superior, que se apoia na anterior e vai até à fronteira espanhola (correspondente aos concelhos de Carrazeda de Ansiães e Torre de Moncorvo do distrito de Bragança) - (v. PT011701070004, PT011704010004, PT011708030001, PT011710020003, PT011714080012, PT01180100003, PT01180500011 e PT01181900008). A demarcação da região incluía a elaboração de um cadastro ou registo das vinhas autorizadas nas margens do Douro, denominadas vinhas ou vinhos de feitoria e embarque, classificando-os segundo categorias, sendo os vinhos de "feitoria" de primeira categoria destinados à exportação e os vinhos de "ramo" e de mesa, de segunda categoria, para consumo interno. *3 - No concelho de Santa Marta de Penaguião, os outros marcos implantam-se: Marco nº 48: no cruzamento da E.N. 304-3 com a E.M. 603, Marco nº 49: Quinta do Roso de Baixo, freguesia de Fornelos, Marco nº 50: Quinta da Serra de Água (Cortiçadas), freguesia de Fornelos, Marco nº 51: Lugar do Calvário, próximo do cemitério, freguesia de Fornelos, Marco nº 52: no Pinhal da Travessa, freguesia de Fornelos, Marco nº 71: num armazém na Azinheira, freguesia de Alvações do Corgo, Marco nº 72: Quinta do Portelo, freguesia de Alvações do Corgo. |
Autor e Data
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Isabel Sereno e Ricardo Teixeira 1993 |
Actualização
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Paula Noé 2002 |
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