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Edifício e estrutura Edifício Extração, produção e transformação Moagem
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Descrição
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Edifício composto por dois corpos de planta rectangular, confrontantes e organizados em função de um terreiro descoberto que os serve, estando este aberto para o ribeiro de São Vicente. Volumes articulados com coberturas diferenciadas em telhados de duas águas. Fachadas em alvenaria de granite aparente, rasgadas por janelas e portas retilíneas, com molduras em cantaria. Fachada principal com dois registos, assimétricos, o mais alongado com porta de acesso de verga recta e janelas retilíneas na base, tendo cornija saliente, em papo de rola, e o mais curto com pilastras nos cunhais e duas janelas retilíneas jacentes. Na fachada posterior conservam-se os quatro arcos, abatidos, em cantaria dos canais de alimentação de água ao engenho *1. Interiormente este corpo apresenta parede divisória em pedra nua com porta de comunicação encimada por vão rectangular a indiciar piso superior aproveitando estreito vão do telhado. Interior com paredes rebocadas e caiadas e piso em saibro, vislumbrando-se ainda zona de armazenamento com paredes divisórias em tabique, e zona de moagem com alguns elementos constituintes dos moinhos. Compartimento anexo conservando unicamente canal de entrada de água, a "adufa", em cantaria, sobreposto por pavimento sobradado, maciço em alvenaria adossado à parede S. *3, e apresentando na parede O. porta de verga recta entaipada. Este compartimento apresenta as fiadas inferiores dos paramentos em cantaria e a parte superior em alvenaria irregular, tendo a parede N. em tijolo. Terreiro em terra batida funcionando como zona de circulação e armazenamento. O corpo anexo tem paredes em alvenaria rebocada e caiada e pavimento em saibro, com janelas e portas de vão rectangular, distinguindo-se ainda chaminé em alvenaria, encimando ampla fornalha *4, adossada à parede E.. |
Acessos
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Rua da Argaçosa |
Protecção
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Em estudo |
Enquadramento
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Urbano, flanqueado, implantação harmónica, junto à Praça de Touros. Integra-se no tecido urbano da periferia de Viana do Castelo, em zona de armazéns, junto ao cais da margem direita do Rio Lima, na foz do ribeiro de São Vicente. |
Descrição Complementar
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Funcionava pela força motriz proporcionada pela água. Esta passava para montante pelo canal mais a O., durante a maré alta, sendo esta armazenada na ampla laguna do ribeiro de São Vicente, sendo o retorno efectuado durante a maré baixa através dos restantes canais, controlando-se o fluxo de água necessário à rotação dos três moinhos pelo accionamento de comportas instaladas à entrada dos canais. |
Utilização Inicial
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Extração, produção e transformação: moagem |
Utilização Actual
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Cultural e recreativa: edifício multiusos |
Propriedade
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Pública: municipal |
Afectação
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Sem afetação |
Época Construção
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Séc. 19 / 21 |
Arquitecto / Construtor / Autor
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ARQUITETO: Jorge Cavaleiro (2007). |
Cronologia
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1803 - António Pereira Pinto Araújo, Abade de Lobrigos e Dom Prior da Colegiada de Barcelos, designação que viria a dar o nome às azenhas, solicita autorização à Câmara Municipal de Viana para "fazer todo seu" o terreno pantanoso, "por não ser útil a algum indivíduo" a fim de o drenar e tornar cultivável e assim "assegurar a pública felicidade a todos os viventes desta vila"; 1809 - referências à existência do moinho movido pela força da mare; 1868 - referência ao moinho, com quatro mós, na Carta Cadastral da Cidade de Vianna do Castello; 1877 - na sequência da demolição do matadouro, devido aos trabalhos de construção da linha de caminho de ferro, a Câmara solicita ao Director das Obras Públicas o uso de parte do leito do rio para apoio do matadouro que transferira para as azenhas de D. Prior; séc. 19, finais - data provável da compra das azenhas pelo industrial francês Jules Deveze aos seus anteriores proprietários; o industrial introduz enormes melhoramentos nas azenhas, substituindo todo o maquinismo, que seria de madeira, por outro de metal com um sistema de rodas dentadas e de desmultiplicação do movimento, a que terá anexado uma serração de madeira, igualmente movida pela maré; séc. 20 - compra das azenhas por Leão Fernandes; 1930, década - abandono das azenhas; 1971 - a Direcção Geral dos Serviços Hidráulicos aconselha o aterro da caldeira, justificando que "tal lagoa constitui um autêntico charco ou pântano, grande foco de mosquitos que tanto afligem a vizinhança e só havia o maior interesse e vantagem no seu desaparecimento, até por constituir um extenso terreno dentro da cidade que bem poderia ser aproveitado para fins residenciais..."; 1998, depois - venda das azenhas pelos proprietários, herdeiros de Manuel Sá; 2007 - obras de adaptação das azenhas a centro de monitorização e interpretação ambiental, com projeto do arquiteto Jorge Cavaleiro, e integração das mesmas no novo Parque da Cidade, no âmbito do Programa Polis. |
Dados Técnicos
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Sistema estrutura de paredes portantes. |
Materiais
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Estrutura em cantaria, alvenaria de granito e em tijolo, cobertura em madeira telhada, pavimentos em madeira e em saibro, portas de madeira chapeada, paramentos rebocados, janelas gradeadas, elementos dos engenhos em granito e ferro. |
Bibliografia
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DIONÍSIO, Santana (dir.), Guia de Portugal. IV Entre Douro e Minho - II Minho, Lisboa, s.d., p. 1012; http://www.cmia-viana-castelo.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=21&Itemid=41, 22 fevereiro 2012; http://cidadefixolas.blogs.sapo.pt/1203.html, 22 fevereiro 2012. |
Documentação Gráfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Fotográfica
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IHRU: DGEMN/DSID |
Documentação Administrativa
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Intervenção Realizada
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Proprietário: 2007 - obras de restauro e reabilitação de todo o complexo das azenhas, que passaram a integrar um pequeno auditório e uma galeria de exposições. |
Observações
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*1 - Este estabelecimento era o mais importante fabricante de azeite da região de Viana do Castelo; *2 - Era nesta área que se colocava a azeitona triturada em ceiras de sisal, operação que precedia a prensagem; *3 - Nesta lareira era aquecida grande quantidade de água, elemento fundamental na separação do azeite da "água churra"; *4 - Alguns elementos dos engenhos de moagem encontram-se na posse de um dos proprietários; *5 - As bocas de entrada dos canais, junto à fachada principal, encontram-se encobertos pelo enrocamento de protecção da margem e sobrepostos pelo arruamento da marginal. |
Autor e Data
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Alexandra Lima e Paulo Amaral 1998 |
Actualização
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