Paço Vedro

IPA.00003591
Portugal, Viana do Castelo, Ponte da Barca, União das freguesias de Ponte da Barca, Vila Nova de Muía e Paço Vedro de Magalhães
 
Casa nobre barroca, da 2ª metade do séc. 18, de estilo barroco e com feições e linhas muito sóbrias, concentrando-se, como é característico do barroco Nortenho, a maior riqueza decorativa no interior. São as pilastras, acentuadas sobre os telhados por urnas, o frontão curvo do frontespício e as cornijas salientes sobre as janelas que conferem algum ritmo ao conjunto. Apesar de planimetricamente a planta em U ser perfeitamente concebida, ela surge com uma disposição não muito frequente, ou seja, com pátio aberto para uma fachada lateral, ao mesmo tempo que as 2 principais fachadas são de grande simplicidade.
Número IPA Antigo: PT011606150008
 
Registo visualizado 827 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Residencial senhorial  Casa nobre    

Descrição

Planta composta formando U aberto para o lado direito, com 2 pisos na fachada lateral esquerda e 1 no frontespício. Coberturas diferenciadas com telhados de 2 águas. Frontespício com embasamento cinzento, ritmado por pilastras formando 3 corpos, tendo nos laterais porta de verga recta encimada por cornija e no central 3 janelas de guilhotina, também com cornijas salientes sendo a central sobrepujada por pedra de armas coroada interrompendo a linha dos telhados. Fachada lateral esquerda de 2 pisos ritmados por pilastras coroadas por urnas, com portas simples e pequenas janelas no 1º, e janelas de sacada encimadas por cornijas e dispondo-se 2 a 2 por cada um dos 5 corpos. Fachada lateral direita com porta ladeada por 2 bancos de pedra, com espaldar de azulejos de padrão e encimados por 2 pequenos telheiros. Avançando um pouco, temos muro baixo vedando o pátio quadrado com canteiros de flores, árvores e um relógio de Sol em pedra. Estas fachadas laterais são também de um só piso, rasgadas por porta e janelas de guilhotina e coroadas por merlões.

Acessos

Paço Vedro de Magalhães, EN. 101, situado a 2 km. de Ponte da Barca. VWGS84 (graus decimais) lat.: 41,790078; long.: -8,412310

Protecção

Categoria: IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto nº 45/93, DR, 1.ª série-B, n.º 280 de 30 novembro 1993

Enquadramento

Rural, isolado, implantação harmónica. Ergue-se sobranceiro à estrada, a c. de 2 km do centro da vila e integrando-se numa quinta com mata e jardins. Esta é vedada por muro alto coroado por pináculos, aberto por 2 janelas gradeadas e com frontão curvo e portão ladeado por pilastras, encimadas por estátuas de Fama e Neptuno. Frente ao Paço, terreiro arborizado e coberto de erva.

Descrição Complementar

Utilização Inicial

Residencial: casa nobre

Utilização Actual

Comercial e turística: casa de turismo de habitação

Propriedade

Privada: pessoa singular

Afectação

Sem afectação

Época Construção

Séc. 18

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1290 - 1ª referência à freguesia de S. Martim de Magalhães; posteriormente, Magalhães, o primitivo nome da freguesia foi antecedido por Paço Vedro, proveniente do nobre solar ali erguido por D. Sanche Morais, segundo alguns autores, ou, segundo outros, por D. Alonsa Martins Castelões, com quem teria casado D. Afonso Rodrigues, o primeiro que no séc. 13 tomou e usou o apelido de Magalhães; segundo Luís de Figueiredo da Guerra (1925) teria sido este a reedificar o antigo palácio, erguendo então a torre de Magalhães; 1547 - Álvaro Pires, Abade de S. Martinho de Paço Vedro, emprazou a favor de seu filho Gonçalo Coelho e esposa Catarina Vieira Leitão, as suas terras, mediante Bula de Paulo III; seu filho foi senhor de Paço Vedro; 1612 - da partilha então efectuada entre D. Inês de Magalhães e os herdeiros de seu marido e primo, João de Magalhães de Meneses, falecido 2 anos antes, coube-lhe em meação a torre solarenga; 1624, Maio - por falta de descendência, D. Inês de Magalhães lega o casal da torre de Paço Vedro às religiosas de Val de Pereiras, de Ponte de Lima, com reserva de usufruto; 1637 - ainda vivia; 1664 - o paço entrou na família Abreu Lima, pelo casamento de D. Joana Barreto, bisneta do 1º enfiteuta Gonçalo Coelho, com Leonel de Abreu Lima, morador em Refóis do Lima, sendo eles a 1ª vida na 2ª renovação do Prazo da Igreja, que sua esposa levou como dote; 1774 - Os Comendadores da Ordem de Malta, frei António e seu irmão, frei Gonçalo de Abreu Lima, compraram ou emprazaram Paço Vedro às freiras de Val de Pereiras, construindo então o actual Solar; 1778 - unido ao vínculo de Ribafeita; 1869 - Quinta vendida por Fernão Pinto de Lencastre e seus irmãos; 1900 - era seu possuidor o Prior de Santa Maria de Arcozelo.

Dados Técnicos

Estrutura de paredes autoportantes em alvenaria rebocada e cantaria.

Materiais

Granito, azulejos, madeiras

Bibliografia

SILVA, António Lambert Pereira da, Nobres Casas de Portugal, vol. 1, Porto, s.d.; ABREU, João Gomes de, Terra da Nóbrega (3ª parte) in O Instituto, vol. 57, nº 8, Coimbra, 1910, p. 502 - 508; GUERRA, Luís de Figueiredo da, Torres Solarengas do Alto Minho, Coimbra, 1925; Comissão de Planeamento da Região Norte, Inventário Artístico da Região Norte-II, série Estudos Regionais, nº 3, Ponte da Barca, 1973; AZEREDO, Francisco de, Casas Senhoriais Portuguesas, Braga, 1978; ARANTES, José Amaro, Ponte da Barca. Breve Inventário Artístico, Ponte da Barca, 1985; ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de, Alto Minho, Lisboa, 1988.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

IHRU: DGEMN/DSID

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

Autor e Data

Paula Noé 1992

Actualização

 
 
 
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