Império do Espírito Santo de São Bartolomeu / Império do Terreiro

IPA.00033786
Portugal, Ilha Terceira (Açores), Angra do Heroísmo, São Bartolomeu de Regatos
 
Arquitetura religiosa, oitocentista. Império de planta retangular, interiormente de espaço único, construído sobre soco e tendo despensa adossada lateralmente. Apresenta a fachada principal rematada em platibanda plena e frontão truncado em sem retorno, sobreposto por coroa do Espírito Santo, estruturada e seccionada por três eixos de vãos, correspondendo a porta entre janelas, tendo estas guarda de peito em ferro e pano de peito almofadado, e sendo os elementos estruturais e decorativos sublinhados por policromia azul e amarela, de sabor popular. A fachada lateral direita termina em platibanda plena e é seccionada e estruturada por vãos semelhantes, mas em número de quatro. Edifício da despensa de planta retangular e fachada principal evoluindo num piso sobre o soco, rematada em platibanda plena e rasgada por três vãos retilíneos, encimados por cornija reta, correspondendo a porta entre janelas de peitoril, com guarda de peito em ferro.
Número IPA Antigo: PT071901110095
 
Registo visualizado 2461 vezes desde 27 Julho de 2011
 
   
   

Registo

 
Edifício e estrutura  Edifício  Religioso  Império    

Descrição

Império de planta retangular simples com despensa também retangular adossada à fachada lateral direita. Volumes articulados com cobertura homogénea em telhados de duas águas. Fachadas rebocadas e pintadas de branco, com soco, pilastras, colunas, cunhais, frisos, cornijas, molduras dos vãos e elementos decorativos pintados de azul e amarelo. Fachadas desenvolvidas sobre soco adaptado ao declive do terreno, a principal virada a N.. IMPÉRIO com fachada principal rematada em platibanda plena, definida por cornijas, a superior percorrida por múltiplos frisos, intercaladas por falsos plintos canelados, pintados de amarelo, e frontão truncado e sem retorno, sobreposto por coroa do Espírito Santo; sobre o frontão surgem ainda aletas vazadas e percorridas de frisos, pintadas de branco, com querubim sob a coroa, e, nos cunhais, vasos pintados de amarelo. O tímpano é ornado de friso de losangos relevados, amarelo, pomba do Espírito Santo e filactera inscrita, envolvidos por elementos vegetalistas relevados, e data inscrita inserida em coroa de flores. É rasgada por três vãos em arco deprimido, percorridos por múltiplos frisos e com segmento de cornija sobre os capitéis exteriores, assentes em pilares compostos por coluna e pilastras, pintados de azul, os exteriores dispostos nos cunhais; correspondem a porta entre duas janelas de peitoril, com bandeiras seccionadas, caixilharia ornada de losango, o da porta envidraçado, e as janelas com guarda de peito em ferro forjado, decorada de motivos vegetalistas, pintada de cinzento; sob estas surgem ainda almofadas retangulares pintadas de amarelo e branco. Sobre os vãos corre friso relevado, pintado de amarelo, composto por drapeados com borlas. Fachada lateral esquerda terminada em platibanda plena, definida por várias cornijas sobrepostas, iguais às da frontaria e igualmente intercaladas por falsos plintos canelados, possuindo superiormente friso intermédio com losangos, pintados de amarelo, e remate em motivo ondulado, terminado em cornija percorrida por múltiplos frisos; ao centro é sobreposto por elemento ornado com pomba e palma e, sobre os cunhais, por vasos. A fachada é estruturada e rasgada por vãos semelhantes aos da frontaria, correspondendo a quatro janelas de peitoril, em arco deprimido, sobre pilares compostos por coluna e pilastras, as exteriores dispostas nos cunhais, com bandeiras seccionadas e caixilharia ornada de losango; possuem guarda de peito em ferro forjado, ornada de motivos vegetalistas, e pano de peito com almofadas retangulares, pintadas de branco e amarelo, entre os pilares. No seu alinhamento, a zona superior do soco é decorada com quatro almofadas retangulares semelhantes, delimitadas por cornijas. DESPENSA com fachada principal de um piso, de cunhais apilastrados e terminada em platibanda plena de remate ondulado, com cornija percorrida por múltiplos frisos, possuindo no alinhamento dos cunhais, vasos sobre plintos. É rasgada por três vãos retilíneos, correspondendo a porta entre duas janelas de peitoril, com molduras recortadas lateralmente, sobrepostas por cornija reta com chave relevada, as janelas com guarda de peito em ferro, ornada de motivos vegetalistas e pintada de cinzento. Fachada lateral direita cega e terminada em empena.

Acessos

São Bartolomeu de Regatos, Terreiro do Paço; Largo Dr. Corte-Real e Amaral

Protecção

Inexistente

Enquadramento

Urbano, adossado posteriormente ao edifício da Casa do Povo, inaugurado a 27 de fevereiro de 1971, pelo então Secretário de Estado do Trabalho e Previdência, Joaquim Carlos da Costa Pinto. Dispõe-se de gaveto, adaptado ao declive acentuado do terreno, com a fachada lateral esquerda formando frente de rua e a frontaria virada a largo, onde se desenvolve a denominada Cruz dos Regatos, o cruzamento da estrada que sobe do Terreiro frente à igreja para o interior da ilha. O império e a despensa possuem soco avançado comum, terminado em cornija, protegido por guarda em ferro forjado, decorada com elementos vegetalistas e pintada de cinzento, com acesso separado por portão, precedido por escada semicircular de vários degraus. O largo tem pavimento a paralelos, com elementos alusivos ao Espírito Santo, possuindo junto ao soco banco de jardim, em madeira. No ângulo SO. do largo ergue-se fonte e, do outro lado da rua, a Casa da Irmandade, disposta a N., e a Igreja Paroquial de São Bartolomeu dos Regatos (v. PT071901110066), a E..

Descrição Complementar

No tímpano do império encontra-se inscrito a data de "1875" e na filactera "GLÓRIA AO DIVINO". CASA DA IRMANDADE de planta reta, fachadas evoluindo em dois pisos, com faixa, cunhais, cornijas e molduras dos vãos pintados de azul. A fachada principal vira-se a S. e termina em platibanda plena, rematada por cornija e decorada por cartela circular inscrita com a data de "1938", ladeada de elementos formando bico. É rasgada por dois eixos de vãos, correspondendo a portas no piso térreo e a janelas de peitoril no segundo, com guarda de peito em ferro. Sobre as portas surgem motivos relevados alusivos ao bodo (pão e bolo) e entre as janelas a coroa do Espírito Santo, sobre moldura pintada a amarelo. A FONTE do largo possui planta retangular e corpo pintado de branco, com faixa, cunhais, cornija e molduras dos vãos sublinhados a ocre. A face principal apresenta dois panos, definidos por pilastras, assentes em plintos e sustentando cornija e remate em frontão curvo. Em cada pano abre-se nicho, em arco de volta perfeita sobre pilastras, interiormente coberto por abóbada de berço e com uma bica. No tímpano existe lápide em cantaria com a inscrição "C M / 1941." A fonte possui alas laterais delimitadas por friso e embasamento.

Utilização Inicial

Religiosa: império do Divino Espírito Santo

Utilização Actual

Religiosa: império do Divino Espírito Santo

Propriedade

Privada: Irmandade

Afectação

Sem afetação

Época Construção

Séc. 19

Arquitecto / Construtor / Autor

Desconhecido.

Cronologia

1875 - data inscrita no tímpano assinalando a construção do império; 1938 - data na casa da Irmandade existente em frente do império; 1939 - por iniciativa do médico Joaquim Bartolomeu Flores, inclui-se a melhoria do abastecimento de água no programa de obras públicas destinado a celebrar os Centenários; o projeto foi elaborado pelo engenheiro Jaime Real e consistia na canalização de água da Fonte da Telha, no Posto Santo, até à Cruz dos Regatos; 26 setembro - início das obras do abastecimento de água, recorrendo-se à contribuição da população, muitas vezes cedendo dias de trabalho voluntário; 1941, dezembro - conclusão das obras com a ligação da Fonte da Telha ao chafariz da Cruz dos Regatos.

Dados Técnicos

Sistema estrutural de paredes portantes.

Materiais

Estrutura rebocada e pintada; portas e caixilharia de madeira; vidros simples; guardas em ferro; elementos decorativos em massa, pintados; cobertura de telha.

Bibliografia

CAMPOS, João dos Santos de Sousa - Para uma explicação da arquitectura dos Impérios do Espírito Santo. Porto: s.n., 2002. Dissertação de Mestrado em Relações Internacionais, apresentada à Universidade Aberta, texto policopiado; DUARTE, Mário, OLIVEIRA, Álamo, Terceira A Ilha dos Impérios, Praia da Vitória, Blue, 2008; LOPES, Tenente-coronel Frederico, Memória sobre as Festas do Espírito Santo na ilha Terceira dos Açores, Sep. do vol. 15 do Boletim do Instituto Histórico da Ilha Terceira, Angra do Heroísmo, Tipografia Andrade, s.d.; MERELIM, Pedro, As 18 paróquias de Angra: Sumário histórico, Angra do Heroísmo, 1974, pp. 267-291.

Documentação Gráfica

Documentação Fotográfica

SIPA

Documentação Administrativa

Intervenção Realizada

Observações

EM ESTUDO

Autor e Data

Paula Noé 2012

Actualização

 
 
 
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